13 May 2009
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Quem nao chora, nao mama

Recursos Humanos, Trabalho

O mundo corporativo eh feito de dois tipos de chefe: os chefes bons, e os chefes maus. (bem, todo tipo de mundo eh assim, nao soh o “corporativo”).

E nao estou falando de simpatia, de chefe que bate papo do lado da maquina de cafe etc. Estou falando do tipo de gerente que defende e luta por seu time. Por outro lado tem os gerentes que podem ateh ser super gente boa, mas sao pessimos gerentes. Tudo fica por isso mesmo, e nao pensam no futuro; no desenvolvimento; no alem do horarios de 9 as 5.

Quando eu comecei aqui na empresa, quase 2 anos atras, eu tinha uma chefe otima. Minha gerente era a chefona vice presidente do departamento. Uma pessoa que desde o inicio acreditou muito em mim, me mandou pra varios trainamentos, e me deu total responsabilidade sobre meu trabalho. Pra mim, esse eh o melhor tipo de chefe. Afinal, se nao achasse que eu era boa, ela nao teria me contratado, certo?

Um ano e pouco depois, o time de RH passou por uma pequena reestruturacao, e a vice presidenta achou que estava sem tempo para se dedicar ao time, e alguns de sues direct reports foram transferidos a uma outra gerente. Eu incluida.

A principio isso nao mudou nada, afinal eu e a outra gerente trabalhavamos lado a lado e nos davamos relativamente bem.

A diferenca veio com o tempo, pois por ser bem menos experiente, e na pratica ter o mesmo nivel de experiencia que eu (diria ateh que um pouco menos….), ela se transformou numa chefazilla!

Sem grandes exageros, e nem de longe tao pentelha quanto minha chefa na outra empresa. Mas talvez por inexperiencia de como gerenciar um time, ela virou super micro-manager querendo estar presente em cada reuniao, copiada em cada e-mail, e dando palpite em cada coisinha. Porem, ano passado eu me envolvi em varios projetos internacionais, que nao eram parte do departamento dela, e comecamos a ter alguns atritos.

Naaada demais, mas sabe quando teu santo nao bate com o da outra?

Entao um dia, eu vesti minha mascada de pau e resolvi mandar um e-mail pra chefona. Afinal entendia os motivos dela de nao querer mais ter responsabilidade gerencial sobre mim, mas me sentia injusticada porque agora estava me reportando a uma pessoa que nao tinha muito pra contribuir ao meu desenvolvimento, e que nao tinha poder suficiente para influenciar minha carreira. A solucao? Me promova, por favor!

Mandei um relatorio imeeeenso, provando por A + B o porque eu deveria ser promovida, o quanto meu cargo jah tinha mudado gracas a mim, etc, etc.

Cagaco, puro cagaco. Mas neses anos de RH uma coisa que eu aprendi, eh que a nao ser que vc tenha um otimo gerente (no sentido gerencial, nao no sentido gente boa da coisa), vc tem que tomar as redeas de sua carreira, se nao jah era. E eu nao estava a fim de passar anos estagnada fazendo a mesma cosia de sempre.

Passaran-se semanas e nao recebi nenhuma resposta! MORRI de medo de ter sido cara de pau demais!

Depois ela me respondeu, meio que desconversando, numa de “vamos conversar melhor depis do projeto tal, da reuniao nao sei oque” e assim foi ficando.

Os meses passaram e chegou a epoca das revisoes de performance. Mais uma vez meti a boca no trambone (eu to cheia de frase feita hoje, heim?) e usei os mesmos argumentos de antes pra provar que deveria ser promovida, mais meus mestrado, meu CIPD, o feedback otimo que recebi dos projetos em que estava trabalhando etc,etc. Nada. Mas mantive a feh!

Um tempo depois a chefinha me chamou numa sala, e falou que quem sabe, pode ser que, talvez role uma promocao. Mas sabe como eh neh, com essa historia da crise, a empresa cortando cabecas, salarios congelados etc, nao sei se vai ser aprovado.

Oquei, jah estava satisfeita. Soh queria que elas me ouvissem e se dessem conta de que eu sei do que sou capaz, e se ninguem mais se preocupa com minha carreira, eu me preocupo! Mas realmente, nesse momento, estou feliz de ter um emprego.

O tempo passou novamente, a crise virou desculpa pra tudo e mais um pouco, o trabalho anda uma chatice que soh (culpa da crise!), e jah estava preparada pra ser cara de pau de novo daqui a uns meses, quando a poeira baixasse na economia.

Entao ela me chama numa salinha, no fim do dia, eu crente que ia levar esporro (porque foi uma daqueles dias que acordei com a macaca e nao estava afim de fazer nada o dia todo), e entao ela me avisa que o time dos EUA aprovou minha promocao, e que agora serei Generalista Senior!!!!

Ebaaaaaa!!! Meu queixo caiu no chao de surpresa!!! Ela me deu uma cartinha oficial assinada pela Vice Presidente, e hoje de manha saiu o e-mail global com o anuncio!

Esta sendo uma delicia receber e-mails de todos os meus times no mundo todo me parabenizando, jah encomendei um novo lote de business card com o novo titulo e na hora do almoco fui almocar com o Aaron pra comemorar! Brindamos com Guarana Antartica da pastelaria do Portuga de Tower Bridge!!!

A verdade eh que eu nunca tive um chefe que tenha sido um “bom gerente”, a ponto de se preocupar com meu futuro e me ajudar a desenvolver na minha carreira.

Mas comecei a prestar atencao que esse tipo de chefes sao rarissimos, e a maioria das pessoas que “se dao bem” prifissionalmente (no sentido de serem bem sucedidos, e nao de “espertinhos”) sao os que nao soh sao super competentes no que fazem, mas tambem nao ficam sentados esperando que ninguem faca nada por eles. Sao pessoas que falam oque pensam, que pedem pra fazer treinamentos, que se interessam em novos projetos, e acima de tudo exigem que sejam reconhecidos.

E eh com eles que quero aprender!

 

Adriana Miller
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13 May 2009
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Cha de Panelas

Australia, Blog, Dicas de Viagens, Midia

E por falar em casamentos…

Lembra que ha uns meses atras eu fui num casamento em Sydney

 

Pois entao, alem do casamento, tambem rolou um cha de panelas Australiano, que virou post colaborativo lah no blog da Karen, do Cha das Panelas.

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Nossa “correspondente internacional” é a Dri. Uma brasileira que mora em Londres e escreve o blog Dri Every Where há 5 anos. Ela vive viajando mundo a fora… por conta disso acaba participando de chás nos quatro cantos do mundo… e vai compartilhar um pouco da sua experiência conosco.
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cha-australiano
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Em Março, eu e meu marido fomos convidados a um casamento em Sydney, Australia. Os noivos também moram em Londres e são otimos amigos, entao nao poderiamos dispensar o convite, e além disso curtir uma viagem maravilhosa pra Australia. A noiva é Australiana, natural de Sydney, porém o noivo é da Cidade do Cabo, Africa do Sul. Além disso, ambos sao judeus, porém o casamento não só foi super diferente pra mim (Australianao + Africano + Judaico), mas foi também uma experiencia maravilhosa em viajar pro outro lado do mundo com um grupo de amigos. O chá de panelas foi tipicamente Australiano! 

A noiva convidou todas as convidadas “extrangeiras” para sua festa, que tipicamente seria apenas pra sua família e madrinhas. Ao contrário dos “Bridal shower” Americano e “Hen do” Ingles, o cha de panela Australiano se chama… Chá mesmo! Ou “Ladies Tea” (cha das senhoras).

A primeira impressao do cha Australiano foi de uma festa bem seria e formal. A maioria esmagadora das convidadas eram parte da família da noiva – em vez das amigas – incluindo sogra, tias, avó, mãe, primas, etc. Além disso, a atração principal não foram as brincadeiras, e sim a comida! Por um longo tempo, foi apenas uma festa, pessoas circulando, conversando, comendo e bebendo. Os Australianos adoram Cup Cakes (as lojinhas de cup cakes estao em todos os cantos de Sydney!)! Então a mesa estava recheada de opções de cup cakes e mini cup cakes decorados com noivinhos… Já no final da noite, a mãe da noiva nos levou para a sala de estar, onde todas as convidadas sentaram em volta da noiva, e aos poucos ela foi abrindo seus presentes.

Porém, o grande detalhe do Chá Australiano é que em vez de envolver brincadeiras, jogos, drinks e etc, para adivinhar os presentes, as convidadas tiveram que escrever um poema! Então cada presente tinha seu próprio poema, que dava dicas sobre o que era, e quem tinha dado. A noiva só poderia abrir o presente depois de “desvendar” o poema – mas podia pedir ajuda da “platéia”! A maioria dos presentes foram de coisas pra cozinha e para a casa dos noivos em Londres, e apenas 2 presentes foram mais “audaciosos” com lingerie e coisinhas sexy: O presente das “estrangeiras” (eu e mais duas amigas de Londres) e o presente da sogra!! A sogra da noiva é da Africa do Sul e tambem esá acostumada com Chás mais animadinhos, com presentes apimentados e jogos, bagunça e tal, então seu presente foi um conjunto bem sexy de lingerie! Quando a noiva adivinhou que o poema era de sua sogra e finalmente abriu o presente, ficou aquela clima bem chato no meio da sala… pois ninguém estava esperando um sogra tão “atirada”! Quando a noiva acabou de abrir todos os seus presentes, a festa acabou, e fomos todas embora…

O casamento aconteceu uns dias depois. Para ler o relato sobre o evento no meu blog, clique aqui.

 

 

Adriana Miller
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