03 Apr 2010
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Se essas piramides falassem!

Cairo, Dicas de Viagens, Egito

Nao tem como começar um post sobre as piramides de Gizé sem antes passar por todo cliche sobre elas.

Um dos monumentos mais antigos do mundo, as unicas das 7 maravilhas do mundo originais ainda de pé e uma fonte inesgotavel de misterio. Mas apesar de todo hype, é impossivel nao pensar quase que automaticamente: “Como elas foram construidas?!”

Apesar dos seculos de pesquisa e possibilidades, a verdada é que pouco se sabe sobre elas, além de que na verdade foram contruidas com a finalidade de serem tumbas aos Faraos.

Nas ultimas decadas varias novas teorias tem surgido e já não se acredita que as piramides foram contruidas por Faraos malvados se aproveitando dos escravos, como é mostrado no cinema. Ha pouco tempo foi descoberto o “diario” de um dos responsaveis pela construçao, incluindo mapas, planos e calculos, que na verdade indica que a construção de cada uma delas fez parte um plano muito bem traçado, milimetricamente calculado (em relacao a altura, tamanho e peso dos “tijolos” de pedra e alinhamento com o sol e as estrelas) e utilizando mao de obra camponesa, que durante os meses de alagamento na margem do Nilo (que impossibilitava trabalho nas fazendas) arrumavam empregos na construção das piramides – e tudo indica que as pedras foram para lá tambem com ajuda da correnteza do Nilo.

Mas apesar das provas que existem (e continuam sendo decifradas) ainda existe uma legiao de pessoas e “cientistas” que se dedicam a tentar provar que as Piramides foram construidas por deuses, extra terrestres, astrologia, numerologia e afins.

É facil pensar que todas essas teorias mirabolnates sao uma grande besteira, mas chegar lá perto e ver com os proprios olhos as proporções das primaides, realmente fica impossivel nao imaginar que aquilo só pode ser obra de outro mundo!

Mas se as piramides falassem mesmo (e vissem e ouvissem), com certeza a primeira coisa que iriam a reparar hoje em dia é quantidade de trambiqueiros espalhados pelos cantos intimidando os turistas.

A pratica é assim: voce já ficam embasbacado da estrada, e se dá conta que na verdade as piramides estao no meião da cidade. Acho que não me choquei com a cena porque já tinha tanto ouvido falar nisso, que esperava muito mais. Esperava praticamente uma filial do McDonalds na base da piramide. Mas nao é bem assim.

E estradinha que passe entre as piramides não é uma rua “comum” com pessoas nao-turistica voltando do dentista ou dando uma passadinha no supermercado. É na verdade uma rua que conecta as 3 piramides, que na verdade estao bem longe uma das outras. E por mais que elas estejam realmente dentro de Cairo (na verdade o bairro é Gizé), ao mesmo tempo estao longe suficiente que em sua volta, tudo que se ve é o deserto. Talvez fazendo um esforcinho vc veja as casa em volta, mas a poluição é tanta que a cidade fica escondida na nevoa.

O complexo onde estao as piramides é enorme, e achei bem dificil de andar de uma lado pro outro. Como chegamos lá de maneira “independente”, ou seja, sem um carro, tour ou taxista nos levando de um canto pro outro, pagamos nosso tiquete (60 Libras Egipcias – mais ou menos 8 dolares – mas estudante paga meia) e saimos andando naquele sol de matar.

A primeira impressao que tive é que na verdade elas nao sao taaaao grandes assim, mas assim que vc resolve começar a desbravar a area, a pé sem uma sombrinha pra contar historia e caminhando na areia… ai sim nos damos conta da real proporção de cada uma delas.

Tentamos das umas voltinhas, sempre evitando os grupos de trambiqueiros alugando camelos, as crianças pedindo esmola e as mulheres vendendo cartão postal, mas acabamos nos dando por vencidos.

A area é realmente muito, muito grande. As piramides estao bem longe umas das outras e o sol do deserto é impiedoso, entao negociamos o preço de uma charrete que nos levaria pra dar uma voltinha entre as 3 piramides, com direito a paradas panoramicas para fotos e uma carona até a Esfinge. Essa voltinha na carrete custou 150 Libras Egipcias (mais ou menos 20 dolares), que eu tentei barganhar, mas já estava perdendo minhas forças (se bem que o preço inicial tinha sido 180), e aceitei que é uma daquelas situações que nao vale a pena brigar muito. Eu queria ir nas outras pirmides custe oque custar!

Uma das coisas que eu li sobre a Esfinge é que a primeira impressão que se tem ao ve-la é comparavel a experiencia de ver uma celebridade ao vivo pela primeira vez: fica fica encatado e hipnotizado mas ao mesmo tempo com aquela leve impressao que ela é menor doque voce imaginava!

Na verdade a Esfinge é gigantesca, mas sentadinha ali lado a lado com as piramides, realmente ela parece uma miniatura!

Diz a lenda que o nariza da esfinge foi destruido pelo exercito de Napoleão, e a barba – que caiu – foi restaurada e esta exposta no British Museum em Londres (junto com varias outras reliquias encontradas em outros monumentos….).

A maneira mais pratica de passear por Gizé é na verdade alugando um carro/taxi que vai ficar a sua disposição o dia todo e te levando de uma lado pro outro pela cidade e entre as piramides.

Nosso albergue se ofereceu pra organizar um taxi, mas achamos que seria furada e preferimos ir sozinhos, mas acabou que entre a furada que (quase) caimos pra chegar lá, mais o preço que pagamos pra andar de charrete, mais o taxi da volta, acabou siando bem mais caro doque a oferta inicial!

Pelo que vi, desaconselharia as grandes tours/city tour oferecidas por algumas agencias locais, porque a parada é uma industria mesmo! Vimos inumeros onibus e vans chegando e saindo na velocidade da luz, e mal dava tempo pro pessoal sair do onibus, posar pra meia duzia de fotos e já tinham que partir pra outra!

Acabamos passando grande parte do nosso primeiro dia no Cairo apenas nas Piramides (mais ou menos entre 10 as 14:00), e isso porque nao entramos em nenhuma delas (as filas estavam imensas)! Talvez tivesse dado pra fazer em menos tempo, mas acho que pelo menos 1/2 dia dedicado as piramides seria um desperdicio!

Adriana Miller
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