27 Sep 2010
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Washy-Washy

Dicas de Viagens, Kilimanjaro, Tanzania

Confesso que a coisa que mais me assustou no processo de planejamento pro Kilimajaro foi a ideia de ter que passer 6 dias sem tomar banho.

A cada dia pre viagem que chegava em casa, tomava um banho quentinho, as imagens de terror populavam minha mente: dias longos caminando debaixo do sol, suando e morrendo de calor, um fedor de suor generalizado e nao conseguir dormir directo por causa do incomodo da sujeira


Mas na tarde que chegamos ao nosso hotel na base do Parque Ecologio Kilimajaro tivemos nosso primeiro briefing com o lider local da expedicao. Entre as muitas coisas que ele ia nos contando e preguntando volta e meia ele mencionava o tal do Washy-Washy. Como os Briefings eram uma mistureba de Ingles capenga (uns guias eram melhores, outros piores) com algunas palavras em Swahili (que fomos aprendendo ao longo da viagem. Porque realmente eram bem mais interessantes que a versao Ingles!) eu achei que Washy-washy nad amais era doque uma expressao da lengua local que eventualmente iamos aprendendo

Ate que ele finalmente nos explicou oque era o tal do washy-washy, que era a versao Ingles-Swahili do popular banho checo! Ou seja, todos os dias de manha, um dos guias vinham nos acordar en nossa tenda com bacias de plastico com agua morna para nosso ritual lavagem-lavagem.


A primeira reacao, como podem imaginar foi de um pouco de choque e uma galera se empolgava no processo de washy-washy, e saiam da barraca praticamente desnudos e seguiam felizes e contentes no ato publico de auto-lavagem. (Inserir aquí piadinha de que gringo nao toma banho. Eu sei que isso que voce quer fazer)


Eu preferi a privacidade de meu lar e me trancava na barraca!

MInha primeira experiencia de washy-washy foi un tanto quanto timida. De fato nao sabia oque fazer com aquela bacia de agua quente! E como achei que o ultimo banho tomado no hotel ainda nao estava totalmente vencido, aproveitei para lavar o rosto, as maos e os pes. Jah o Aaron se juntou ao grupo Escoceses e exibiram seus bronzeados no frio do acampamento para horror de nossos carregadores!


Mas ai neh, o tempo foi passando e a memoria da minha dignidade civilizada foi se tornando uma imagem mais e mais apagada na minha mente, e finalmente me rendi ao milagre do washy-washy. Digamos que na privacidade da sua barraca, uma bacia de agua quante, lencinhos de bebe e uma lampada de cabeca operam verdadeiros milagres para sua higiene pessoal. E foi tambem esse momento que me desprendi definitivamente de minha dignidade (que dai para frente se foi ladeira a Baixo, afinal era apenas a segunda noite na montanha e eu mal sabia oque vinha pele frente)


No fim das contas, ficar sem tomar banho nao foi tao trumatico quando imaginava!

Obvio que a primeira coisa que fiz quando voltei pro hotel foi tomar banho, mas acho que de certa maneira demos sorte de ter pego um clima horroroso quase todos os dias! Como passamos muito frio, o fator suor e fedor foram reduzidos drásticamente, e a convivencia do grupo nao foi afetada!

Jah os cabelos foram totalmente esquecidos em rabo de cavalo, gorros e faixas, e preferi ignorar o efeito da falta de shampoo + chuva + poeira + suor.

Claro que nao foi confortavel, mas a verdade eh que nossos dias la em cima tinham um zilhao de outros fatores mais importantes, e no fim das contas tomar ou nao tomar banho era a ultima de minhas preocupacoes!

Alem disso tambem tinhamos um banheiro quimco portátil, que foi nossa salvacao!

Eu realmente imiginava que seria tudo 100% selvagem, cada um que encontre sua moita e seu matinho e mande ver (e realmente durante o dia, durante as caminhadas, foi assim mesmo! Mas como disse acima, a essa altura a dignidade jah se foi ha muito tempo), e era um alivio voltar ao acampamento no fim do dia e poder usar um banheiro normal e limpinho”… e com privacidade! (a medida que a altitude ia subindo, as moitas iam diminuindo, ateh chegar no ponto onde era tudo deserto a nossa volta, e nem moitas tinhamos mais. Mas como tinhamos que beber uma media de 3 a 4 litros de agua por dia, chega uma hora que voce nao esta nem ai para quem vai presenciar seus momentos fisiologicos! jah falei da falta total de dignidade, neh?!)

A tenda-banheiro era um cubiculozinho, mas a privadinha (pinico, né?)  tinha descarga e sempre tinha papel higienico! Chique!

 

Adriana Miller
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27 Sep 2010
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Nguvu kama Simba!*

Dicas de Viagens, Tanzania

Depois de quase 3 semanas desaparecida do mundo on line, tah difícil conseguir pegar o ritmo e conseguir colocar no “papel” todos os detalhes incriveis de nossa viagem a Tanzania!

Vao rolar uns posts bem no estilo “querido diario”, pois quero tentar capturar ao maximo os detalhes e dificuldades de cada dia e cada etapa da viagem (principalmente na fase Kilimanjaro), mas como uma introducao a serie de posts, acho que vale a pena contar tambem os detalhes mais “genericos”, a equipe de apoio e nossa (literal) sobrevivencia na selva.

Agora que jah se passaram muitos dias, tive a oportunidade de refletir um pouco mais sobre tudo que passamos naquelas 2 semanas, e choque de adrenalina a parte, agora meio que caiu a ficha de como tudo foi muito mais difícil doque eu jamais imginei, mas ao mesmo tempo foi uma experiencia sem igual, que nao deixou nem um pingo de arrependimento, e genuinamente me deixou com vontade de planejar mais e mais viagens “aventureiras” (sim, ja temos mais uma em fase de producto para 2011!) pro resto da vida!

*”Forte como um leão” em Swahili, a lingua nativa da Tanzania – e era a frase que nossos guias repetiam infinitamente durante o dia a medida que alguem ia cansando..

Adriana Miller
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