21 Apr 2011
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Trekking nos Himalaias – Por onde começar?

Annapurna, Dicas de Viagens, Nepal

O Aaron tinha o sonho de escalar os Himalaias. Com os anos passando, a idade avançando e o fisico de atleta de outrora ficando pra tras, ele desistiu de tentar de fato escalar qualquer coisa entre a cadeia de montanhas mais altas do mundo. Mas ainda assim, sempre manteve a região na sua bucket list.

Mas mesmo que voce não tenha 6 meses a sua disposição e um preparo fisico de tri-atleta, oque não faltam são opções de roteiros e circuitos pelos Himalaias (Indiano, Nepales, Butão e Tibet) – e ai começa a duvida…

São literalmente centenas de opções, então qual escolher??

Quando finalmente decidimos fazer essa viagem, marcamos passagem e afins, então começamos a quebrar a cabeça pra decidir e pesquisar onde ir e oque fazer exatamente.

Imediatamente desconsideramos os roteiros desconhecidos, areas de conflito politico (Tibet) ou que dificultariam demais nossa vida e nossos custos (como é o caso do Butão! Chegamos a considerar ir pra lá mais o pais tem um dos turismos menos acessiveis do mundo – e de proposito!). Então a decisão foi tomada e iriamos pro Nepal!

Pesquisas on line ajudam, mas precisávamos de uma ajuda mais “profissional” então consultamos guias especializados, como por exemplo o “Trekking in the Nepal Himalaya” do Lonely Planet, e começamos o processo de escolha por eliminação. Escolher nossa trilha no Kilimanjaro foi facil, afinal sao apenas 6 opcoes, mas no Nepla sao literalmente centenas!!!

As duas regiões mais populares são a região ao redor do Everest e da montanha Annapurna. Pra minha surpresa, o Aaron descartou qualquer coisa na região do Everest (eu jurava que todo alpinista que se preze tem loucura pelo Everest, não?!), pois achava que era comercial e “batido” demais. Então tomamos a decisão de ir pra região do Annapurna e ver quais opções teriamos por lá.

Primeiro passo era determinar nosso tempo disponivel: Queriamos uma viagem relativamente rapida (de 2 semanas a 20 dias incluindo tudo), e eu principalmente não queria ficar quase um mes inteiro sem poder tomar banho nem usar um banheiro decente, então de cara sabiamos que não seria possivel fazer nenhum circuito completo.

O Circuito do Annapurna completo demora no minimo entre 20 e 30 dias (sem escalada do pico propriamente dito, que precisa de meses de tentativa e erro. Esse periodo todo é só pra chegar no acampamento base!), e o circuito do Everest demora entre 15 e 20 dias (pois é mais turistico, e portanto melhor infra estrutura pra ajudar na adaptação – e também é apenas pra chegar no acampamento base, sem escalar pico nenhum), então sabiamos que não ia dar pra fazer nenhum dos dois circuitos completos.

Mas como o Nepal tem uma estrutura de trekking bem desenvolvida, com trilhas bem marcadas e infra estrutura turistica, também existem inumeras opções de semi-circuitos pra fazer na região, e mini trekkings entre vilarejos, que podem variar entre uma simples caminhada entre duas cidades em algumas horas durante o dia, ou semi-circuitos mais completos, entre 6 e 15 dias.

Um coisa que eu fui prestando muita atenção nas pesquisas sobre as diferentes opções de semi-circuitos era a classificação da “paisagem” – e entao bati o martelo na opção classificada como “cenario excelente”, que nos proporcionaria as melhores vistas.

Então vamos fazer o semi-circuito Ghorepani-Poon Hill, que é uma das opções começando o circuito no lado esquerdo do Annapurna, e que é a area que tem as melhores vistas do Annapurna e do Machapuchare (eu só penso “naquilo” – as fotos!).

No total serão 8 dias na montanha (10 no total, pois temos que chegar de Kathmandu a Pokara – 1 dia na ida e um dia na volta) e escolhemos o metodo de “tea house”, que aparenta ser um pouquinho (bem pouquinho mesmo!) mais confortavel que acampar. Alem disso,  acampamento é fortemente desincorajado nos Himalaias por causa dos residuos de lixo e impactos no meio ambiente.

As “Tea Houses” são huts ou chalés comunitarios que são criados, organizados e gerenciados pelo população local de um determinado vilarejo, e que representam a principal fonte de renda daquele lugar. Então além de ser mais ecologicamente correto que acampar, também ajuda a economia local, pois eles fornecem hospedagem e alimentaçnao durante todo circuito.

Eu não sei muito bem oque esperar dessa experiencia. Por um lado sei que vai ser muito mais facil que o Kilimanjaro, mas por outro lado teremos outros tipos de dificuldades, pois será uma viagem menos “paparicada” (eu sei que é dificil de acreditar que fomos paparicados no Kili depois de ler posts como esse, mas realmente fomos muito bem tratados o tempo todo!), e apesar de termos contratado um guia e um carregador para nos acompanhar, vamos estar relativamente independente, sem fazer parte de um grupo e sem ter uma agencia que vai cuidar de todos os minimos detalhes e “tomar conta” de nós dois.

Sem duvida alguma vai ser uma experiencia unica e mal posso acreditar que o dia esta chegando!!

Adriana Miller
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