05 Mar 2015
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Murano e Burano – explorando o arquipelago de Veneza

Dicas de Viagens, Europa, Italia, Veneza, Viagens pela Italia

A cidade de Veneza é um arquipélago, e seja a cidade “principal”, ou a “Ilha grande” (que por sua vez é composta por varias outras ilhas), assim como toda a “grande Veneza” é um arquipélago, incluindo varias outras ilhas que fazem parte de Veneza, mas não são a Veneza oficial que conhecemos.

Da outra vez que estivemos na cidade, aproveitamos umas horinhas sobrando antes de voltar para casa e fomos ate a ilha “Lido”, que é uma das maiores e mais próximas a Veneza (capital), mas que tem toda uma vibe única.

Lido é tipo a ilha de verão ou de ferias do Venezianos, com praias, beach clubs, hotéis tipo resort e uma sensação mais real de “cidade” (com ruas, avenidas e afins) do que Veneza.

Então dessa vez resolvemos ir mais alem e conhecer outras das duas ilhas que compõem Veneza, e também as mais populares entre os turistas: Murano e Burano.

 

– Murano

Murano é um nome familiar, pois é la na ilha que se fabrica o renomado “vidro de Murano”, conhecido no mundo todo.

São dezenas de famílias super tradicionais que vão passando a técnica e a arte da fabricação de vidro de geração em geração, sem perder a essência de “arte” que os tornou famosos.

Visitar Murano é super fácil, ficando a menos de 20 minutos de Veneza, seja de barco Vaporetto publico ou de taxi particular, ou até mesmo de excursão organizada.

 

Dependendo de onde voce estiver hospedado, e se comprar o passe diário para andar de Vaporetto, sua passagem ja esta incluida e é so ficar de olho nos horários da linha 12, que conecta a estacão “Fond. Nuove” no norte de Veneza com a estacão “Murano Faro” de Murano.

O nosso hotel, o Danieli oferece translado gratuito para seus hospedes, então pegamos um táxi direto na portinha lateral do canal do hotel que nos levou diretamente a Murano!

Chegando la, a atracão principal são as fabricas de vidro Murano, com direito a tour e explicação dos artesãos!

Nos fomos na fabrica da marcada familia Mazzega, que são especialistas em candelabros e lustres monumentais ha centenas de anos (inclusive os candelabros históricos do Hotel Danieli) e ganhamos uma aula de historia!

Para começar que todo o processo é fascinante, e o termo “blow glass” em Inglês (tipo uma “vidro assoprado” em Português) é a definição perfeita para essa técnica, que é toda feita a mão (e pulmão) com minérios aquecidos a mais de 500 graus de temperatura e trabalhados individualmente pelo artesão.

Assistimos todo o processo de criação de um vaso, e é muito surreal pensar que aquele bando de “areia” se derrete numa massa (visualmente) mole e transparente de vidro derretido, e através de pinças, assopros, cortes e talhos, pouco a pouco o artista vai criando e dando formato a sua obra.

 

Não é atoa que custa tão caro!

Alem de ser uma arte tao única, é um processo incrivelmente manual e trabalhoso, ainda feito da mesma maneira de quando a técnica foi desenvolvida, aqui mesmo em Murano ha centenas de anos atrás! (tirando os fornos, que agora são elétricos e mais seguros, todo o resto ainda é feito bem rusticamente).

O tour termina no showroom da marca, onde eles nos mostram algumas de suas obras mais espetaculares (cobicei demais o globo terrestre todo em vidro azul acquamarina!) e o estilos de candelabros feitos pela família Mazzega, incluindo fotos de algumas encomendas recentes (como uma Igreja em Manaus no Brasil e o Palácio de um governador na Indonésia), que são feitos peca por peca, demoram meses para serem perfeitamente montados e custam (grandes) fortunas!

E claro, eles também tem uma lojinha com produtos menores e mais em conta, e igualmente maravilhosos.

Muita gente no Instagram e Facebook me perguntou quanto custava, em media, um vaso de Murano – e realmente eles não são baratos.

Um vazinho ou tigela de tamanho médio/pequeno custam a partir de 100€/150€ Euros, com pecas maiores e mais elaboradas que custam quase o infinito.

No centro de murano existem muitas outras lojinhas também, de produtores menores e mais artesanais, mas os preços são bem tabelados e não vi grandes diferenças entre os preços de diferentes lojas e artesãos.

Claro que em Veneza existem varias lojas que vendem pecas em vidro de Murano também, e quase todas são showroom das fabricas localizadas em Murano, e os preços também são os mesmo (tive a impressão de que tudo é super controlado e regulamentado nesse meio, justamente por ser uma “industria” tão pequena, fechada e única).

No mercadinho do Rialto é possível achar algumas pecas mais em conta (10% a 20% mais baratos), mas achei que todos tinham um pouco de cara de “resto” e tinham um acabamento mais grosseiro e mais “made in China” do que os vendidos nas lojas certificadas.

(nesse post aqui falei um pouco mais sobre custos, preço e compras em Veneza)

Aliais, uma coisa que vi na fabrica e em algumas das lojas de Murano foram os cartazes de uma campanha bem interessante, visando defender a autenticidade das pecas e da arte produzida em Murano, que dizia: “Não somos um mercado Global. Murano, só em Murano. Se sua peça foi comprada em outro lugar do mundo, ela é apenas um ‘vidro’”. Agressiva, mas definitivamente captei a mensagem! (e comprei os meus vasos em Murano!)

E sim, comprei um conjunto de vasos no estilo “mosaico” em vidro negro lindíssimos!

Almoçamos em Murano, no Da Tanduo super típico e bem baratinho, ali na “rua” do canal principal da cidade. O Spaghetti All’Amatriciana estava dos deuses, mas o que valeu a pena mesmo foi a torta de chocolate no final!!!

E de la mesmo, já pegamos um outro Vaporetto até Burano.

 

– Burano

A ilha Burano fica um pouco mais afastada de Veneza e Murano, e um pouco menos explorada por turistas – mas é uma verdadeira joia por si só!

Assim como Murano, a ilha Burano também é conhecida por seus artesãos, e a típica e tradicional renda de Burano, que lota todas as lojinhas da “minúscula” rua principal da ilha.

Mas confesso que não consegui prestar atenção nenhuma nas rendas quando me deparei com a cidade em si!!

Alem de ser o lugar mais fofo do mundo, com suas casinhas pequenininhas de boneca, e as cores únicas de cada casa são absolutamente fascinantes!

Nós pegamos dia horrível de inverno nas duas ilhas, mas Burano isso foi totalmente irrelevante!

Só no final, já a caminho da estacão de Vaporetto para voltar para Venezza é que me dei conta que não tinha tirado o guarda chuva da bolsa! Nem reparei no clima durante o tempo todo que estávamos la.

Mas em compensação, justamente por ser baixa temporada e um dia bem feio e cinza, as ilhas estavam vazias, e em Burano isso foi o máximo (deve ser meio difícil andar pelas mini calcadas que beiram os canais quando tudo fica lotado de turistas no verão!).

Não visitamos nada nem fizemos nada muito espetacular não.

Apenas perambulamos pelas vielas, pontes e canais, registrando as cores e explorando as esquinas desse lugar que mal da para acreditar que ainda existe!

Volta e meia víamos algum entrando e saindo das casas, ou uma velinha estendo a roupa no varal, ou alguém “estacionando” o barco na porta de casa recém chegado do trabalho.

Imagina que fascinante que deve ser a vida e a historia da família dessas pessoas que moram por la?!

Alem das rendas (se você conseguir controlar o deslumbre – eu não consegui! Fiquei em transe mesmo com o lugar! – vale a pena dar uma atenção as lojinhas, pois muitas leitoras comentaram que compraram pecas lindas de renda de Burano para suas casa!) Burano também é conhecido por seus restaurantes na beira do mar/canal servindo peixes e frutos do mar, e tínhamos planejado jantar por la, mas acabamos desistindo pois gastamos tempo demais fotografando as casas e andando pela ilha, e assim que o tempo começou a abrir um pouquinho e vimos que tínhamos chance de melhoria no clima, corremos de volta pro Hotel Danieli para curtir o por do sol em sua cobertura! (vale a pena!)

 

Adriana Miller
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