07 Nov 2016
13 comentários

Myanmar – Birmânia: Por onde começar?

Ásia, Myanmar

Nos últimos anos (desde 2010 pra ser exata) um país não saía da minha cabeça: Myanmar.

Um lugar cujo até então eu nunca tinha sequer ouvido falar muita coisa, não tinha nenhuma imagem nem opinião formada… Quando viajamos pela Asia em 2008 e 2010, o país nem entrou na lista de opções…

Mas aí tudo mudou quando em 2010, após as eleições locais, Myanmar abriu suas portas para o mundo. As imagens dos “jardins de templos” se espalharam por todos os cantos, e daí pra frente Myanmar não saiu mais da minha cabeça.

Mas por onde começar? As informações sobre o país eram praticamente inexistentes, a oferta turística idem. Difícil de chegar, difícil de explorar… poucos hotéis, uma língua complexa, e ainda o resquício do medo da ditadura que assolou o país por várias décadas.

Mas isso rapidamente mudou, e ano passado quando começamos a pensar nas possíveis viagens de 2016, surgiu a ideia de voltar a Asia, uma região do mundo que eu tanto amo! E pra completar, uma de minhas melhores amigas esta morando com a família em Singapura e estávamos morrendo de vontade de visitar eles.

De cara eu já sabia que de alguma maneira tinha que conseguir incluir Myanmar no roteiro! Pesquisei um pouquinho aqui, um pouquinho ali, mas nada muito concreto. Até que em Janeiro de 2016 tivemos algumas mudanças profissionais que mudaram nossos prazos de férias (além de ter descoberto que estava grávida), e de uma hora pra outra marcamos as passagens pra Singapura!

Então eu já tinha uma ideia formada sobre oque queria ver e fazer por lá, qual seria o roteiro ideal, como chegar, como sair e o que visitar.

Até que finalmente março de 2016 chegou e desembarcamos em Myanmar (Também conhecida como Burma ou Birmânia, seus antigos nomes), e foi tudo aquilo que sempre imaginei!

A simplicidade, o caos, a pobreza… mas principalmente os cenários fenomenais de templos e pagodas a se perder de vista, se espalhando por dezenas de quilômetros, envolvidas pela poeira das estradas e carroças puxadas a cavalo.

A simpatia do povo, ainda tão isolados do resto do mundo, e a surpresa de se deparar com turistas e ocidentais por seu caminho – e eles não pouparam curiosidade e surpresa com a nossa presença!

Pra mim foi a surpresa de ver como o país ainda é isolado e “cru”: por mais que o destino tenha se tornado cada vez mais popular entre viajantes, a realidade é que ainda é bem difícil viajar por lá, o que acaba espantando muita gente. Então me surpreendi na verdade foi com a “falta” de turistas por onde passamos. 99% do tempo éramos os únicos turistas e únicos ocidentais, onde quer que fossemos!

Os locais nos observavam curiosos e surpresos, e passamos por situações engraçadas, como quando um ônibus local parou no meio da estrada para todos os passageiros virem falar com a gente (estávamos sós nos 3 andando pela beira da estrada entre um templo e outro). Teve também a senhora que pediu pra comprar um pedaço do cabelo da Isabella (as pessoas tocando no cabelo dela com expressões de deslumbre já era lugar comum). Sem falar nas incontáveis fotos que tiramos com as pessoas pelas ruas e templos, fotos segurando bebês alheios no colo, ou nós três simplesmente posando na frente de um templo milenar qualquer.

Não é a primeira vez, e provavelmente não será a última que isso acontece com a gente, e viramos estrelas nível Brangelina pelas ruas da Asia, mas essas situações sempre me fazem refletir sobre os privilégios de uma vida “livre”, com acesso à informação, estudos, e principalmente o privilégio de viajar – não se espantar nem discriminar o diferente.!

Quantos mais países adiciono em meu passaporte (e aliais, Myanmar foi o 90′!!), mais reconheço esse privilégio, e mais aprecio a sensação de novas descobertas e a importância de nunca perder essa sensação de frio na barriga a cada vez que entro num avião, ou num hotel, sejam destinos novos ou dos mais batidos.

E Myanmar sem dúvida teve esse poder sobre nós. Essa surpresa de ter suas expectativas superadas, o agradecimento pelos privilégios da vida, e o eterno “embasbaca-mento” com a diversidade desse planeta!

E ainda ouvimos de tanta gente que Myanmar não é “lugar de criança”… e talvez não seja mesmo… Não nos consideramos pais “normais” nesse sentido, e adoro ver o gosto pela aventura e o diferente se instalando e crescendo cada vez mais na Isabella.

Assistir a desenvoltura da Isabella brincando com as crianças locais, se divertindo com as pedrinhas e florzinhas dos templos e (ainda que temporariamente) deixando de lado seus brinquedos “ocidentais” e eletrônicos, e adorando cada segundo que passamos juntos não teve preço! Outras crianças que não falam a mesma língua? Cor de pele e formato de rosto diferentes? Nada disso é um empecilho para que encontrem um jeito de se comunicar e brincar! E é isso mesmo que ela fazia!

 

Ela já chegava chegando, se apresentava e pedia pra brincar. A cada dia e cada novo templo que visitamos ela vinha nos apresentar seus “novos amigos” – e me mantando de orgulho!

E ainda por cima eu estava grávida, e apesar da viagem ter coincidido com a pior fase dos enjoos da gravidez, estar em Myanmar, entrar nos templos, ver como vive a população local, as mulheres e crianças locais, me fez agradecer demais por estar ali com mais um integrante da nossa família, mesmo sem ainda saber quem ele era!

E isso tudo se misturou ao cenário ao nosso redor, praticamente um “cenário” mesmo… Nossa viagem se limitou à cidade de Bagan, e o parque onde estão os templos é simplesmente surreal. Não dá nem pra tentar evitar os clichês de “nossa, nem parece desse planeta“, porque é isso mesmo…

Um tempo após o outro, e mais outro, e mais outro, se intercalando na paisagem. É desses lugares que quando vemos fotos, imaginamos o quanto foi utilizado de Photoshop, mas ai você vê ao vivo e se da conta de que nenhum Photoshop conseguiria fazer jus à paisagem “ao vivo”!

No total, ficamos 5 dias e 5 noites em Bagan, e foi o roteiro e tempo ideal para fazer tudo que queríamos – os próximos posts terão todos os detalhes práticos da viagem!

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13 comentários
  1. Malu - 07/11/16 - 12h17

    Nossa, Dri! Chorei lendo esse post, realmente lindo… Acompanho seu blog há muitos anos e não tive a oportunidade de viajar tanto quanto você, mas me emociono e me inspiro a cada post seu! Estou prestes a me formar no ensino médio e espero que minha vida seja tão recheada quanto a sua! Beijos pra você e toda a sua família!

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  2. Nathalia T. - 07/11/16 - 13h57

    Agora simmm! Como sempre na hora perfeita.
    Bagan entrou no meu segundo roteiro de Ásia há algum tempo, mas finalmente vai sair da cabeça para a prática.
    Em março vou pra lá e já quero todas as suas dicas! =)

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  3. Eneida - 07/11/16 - 15h13

    Estou nesse momento aqui na minha ultima de 4 noites em Bagan e apaixonada por esse país. Muito lindas as sus fotos e a Isabella enturmada com os locais. No quesito poucos turistas parece que em pouco tempo apareceram varios. Alguns templos maiores tem ate ônibus de turismo na porta mas nos menores ainda se usufrui de alguma tranquilidade.

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  4. Mariana - 07/11/16 - 16h25

    Dri, eu estava muito curiosa por esses posts, pq as fotos no instagram eram de chorar de lindas! Parece que foi incrível mesmo! E vocês têm mesmo motivos para se orgulharem da Bella e de sua criação! Vocês são uma família muito privilegiada e abençoada.
    beijos

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  5. Gabriela Portes - 07/11/16 - 17h11

    Dri, outro dia li uma frase que era assim: ” Que nada tire a minha capacidade de encantamento.” E foi exatamente isso que vc nos passou com esse post….que mesmo depois de tantas viagens e paises, sempre haverao povos e lugares a nos deslumbrar! Todos os seus posts sao demais, por serem alem de informativos, leves e pessoais, mas esse foi especial! Um beijao

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  6. Laura - 07/11/16 - 17h42

    Como estava ansiosa por esses posts de Myanmar! Minha lua de mel será pela Ásia em janeiro e foi depois de ver suas fotos em Bagan que decidi que o país estaria no meu roteiro. A cada vez que vejo fotos de lá fico mais encantada e louca para ver se é tudo verdade mesmo ou muito photoshop hahah. Comenta sobre o hotel tb, se der, é claro. Vou ficar no Aureum Palace tb!

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    • Adriana Miller - 07/11/16 - 19h38

      Você vai amar!!
      O hotel mais espetacular do mundo!
      Vai ser o post de amanhã!

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  7. Paula - 07/11/16 - 22h24

    Uau! Que post lindo, bem escrito, emocionante e com fotos tão maravilhosas! E que lugar incrível!

    Não sei se vocês fazem álbuns de fotos (fazem?) mas imagino que máximo vai ser quando a Bella (e em breve o Oliver) estiver um pouco mais velha e for relembrar sua infância vendo quantos lugares lindos visitou, as crianças de tantas culturas diferentes com quem brincou e as comidas de toda parte que pôde experimentar. A melhor coisa que levamos pra vida, independente de viagens (que são mesmo uma oportunidade sem igual), são as memórias que construímos. Confesso que esse post me deu vontade de fazer coisas novas e desbravar cada pedaço que ainda não conheci!

    p.s.: os vídeos no YouTube estão ótimos! Estou adorando também os vlogs. O do Halloween foi muito legal!!

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  8. renata - 08/11/16 - 11h26

    Nossa, que vida perfeita. filha perfeita, marido perfeito, familia perfeita. ai, que canseira.

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    • Adriana Miller - 08/11/16 - 11h58

      Não entendi o que você está fazendo por aqui então?!?!

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      • Diana - 09/11/16 - 23h08

        Nossa, que lindo e emocionante post. Acho que ultimamente teus posts andam bem mais poéticos, passando para o leitor toda a sua emoção da viagem, lindo isso. Acho também muito bacana a forma leve como apresenta Isabela ao mundo. Não posso generalizar, mas muitas mães e mulheres brasileiras deixam de viajar com ou sem filhos, por muita frescura. Obrigada pelo serviço que presta a nós leitores.

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  9. Ana Luiza - 11/11/16 - 12h07

    Que fotos incríveis, que post lindo! Fiquei emocionada e morta de vontade de conhecer! Obrigada por dividir! 😘

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