07 Apr 2010
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Templo de Karnak

Dicas de Viagens, Egito, Luxor

Assim que chegamos em Luxor, deixamos nossas coisas no albergue e queriamos sair pra explorar a cidade. Tanto o templo de Karnak quanto o Templo de Luxor ficam bem no centrão de Luxor, entao achamos que seria mais facil começar logo por ali.

O carinha do albergue deu a dica: taxi custa 20, mas de kombi custa 1 libra Egipcia! É só ficar na beira da estrada, e quando passar 1 van/kombi é só gritar “KARRRRNAK” (carregando bastante no R); se eles estiverem indo na direçnao certa, vao parar pra voces.

Entao tá, né? Pra falar a verdade acho que nem paramos muito pra pensar na situação; paramos na esquina da rua e a primeira kombi que passou gritamos Karnak em coro. A Kombi parou e nós entramos. E só quando todos os passageiros se viraram ao mesmo tempo pra tras pra ficar nos encarando fixamente é que nos demos conta da situação… Duas meninas adolescentes sacaram seus celulares e tiraram fotos nossas, a velinha ficou olhando pra minha bermuda com cara de brava, e os marmanjos adolescentes ficavam encarando e cochichando entre si. No minimo…. interessante. Mas foi inofensivo, em menos de 10 minutos a kombi parou na porta do templo e nos custou apenas 2 libras Egipcias (menos de 50 cents de dolar para nós dois).

Mas voltando a falar do templo de Karnak, esse museu a ceu aberto é muito mais que um templo, e sim um complexo extraordinario com varios santuarios, templos, obeliscos comemorativos, etc, todos dedicados aos deuses de Tebe (Luxor antiga) e a gloria dos Faraos.

Sua principal “função” é de representar o lugar onde o Deus Amun morava na terra. Então para fazer jus a sua grandeza e importancia, tudo por lá é em escala gigantesca, e o proprio complexo é enorme, com cerca de 2 kmº de area construida, e o templo principal, o do Deus Amum é o maior edificio religioso construido pelo homen em todo mundo (caberia cerca de 10 catedrais!).

Durante 1500 anos, e toda duração das dinastias do Novo Reino, o templo de Karnak foi o principal templo religioso em todo Egito, e segundo os hiroglifos decifrados, o templo de Amum funcionava como se fosse o “Vaticano” da epoca, sendo uma das instituições mais importantes e ricas do reino, com cerca de 80 mil pessoas trabalhando para o templo, uma infinidade de terras e fazendas, gado, barcos, cidades etc. Resultado de oferendas ao deus, impostos, comercio e a adoração dos Faraós.

Mas ao mesmo tempo é um lugar bem confuso de andar. É enorme. E poe enorme nisso! A grandissima maioria da area é feita de ruinas, algumas restauradas, outras nao, algumas com informação, outras nao.

Ficamos na duvida se deveriamos ter contratado um guia ou nao, mas no final decidimos seguir as informações do nosso livro-guia, ir tentando entender as coisas por nós mesmo e ter bastante tempo de ir e voltar, fazendo oque queriamos.

Mas isso depende muito de cada um. Nós ficamos cerca de 5 horas no templo, enquanto que viamos os onibus de grupos guiadas chegando e saindo em cerca de 1 hora.

Se eles aproveitaram mais essa 1 hora doque nós, nao sei dizer, mas foi bem legal poder fazer o que queriamos sem ter que ficar seguindo o guia.

Além disso, acabamos descobrindo que dia 5 de Abril é feriado nacional no Egito, dia em que eles comemoram o inicio da primavera e da epoca das cheias, entao Karnak estava LOTADO de grupos de passeios escolares e de familias vindas de todo Egito.

Como estavamos perambulando sozinhos entre as colunas e corredores, as pessoas nao ficavam apreendidas de nos abordar, e tivemos nosso dia de celebridade! Acho que tirei fotos com uns 20 grupos diferentes de crianças, familias completas e até alguns marmanjos, que pediam permissao primeiro pro Aaron (que estava adorando a situação e tirando sarro da minha cara!) e depois vinham me cercar!

Foi muito engraçado!

Mas ao mesmo tempo é bom ficar de olho! Tem que saber diferenciar entre os curiosos e as pessoas que simplesmente nunca viram um turista na vida, e os trambiqueiros que ficam escondidos atras de cada coluna ou templo!

Os trambiqueiros tb sao inofensivos, mas vao te encher o saco, te encurralar num canto pra pedir dinheiro (levamos um suto desses em Saqqara, pra nunca mais!).

Lá no fundo do templo fica o lago artifical sagrado, que era usado para purificação e rituais de sacrificio e aoferendas aos Deuses – e de frente pra ele esta o Escaravelho que simbolizado o Deus-Sol (Amun) e é tambem o simbolo da sorte.

Quando resolvemos ir embora o sol estava pino (MUITO calor) e o templo estava semi vazio (os onibus chegam cedo e vao embora rapido), entao tivemos um tempinho que algumas partes do templo eram praticamente todas nossas!

E é impossivel nao entrar num lugar desse e nao começar questionar tudo nessa vida… quem foram eles? como construiram essas mega estruturas ha 3 mil anos atras? Oque isso tudo significa?

Entao compramos mais um livro, na esperança de saber tudo (?!) sobre o Egito antigo (e a voltande de voltar pra casa e assistir Indiana Jones, A Mumia, Cleopatra, etc?! Hahahahah).

Adriana Miller
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07 Apr 2010
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Trem Noturno: Do Cairo a Luxor (e Answan)

Cairo, Dicas de Viagens, Egito, Luxor

Desde que começei a planejar essa viagem ao Egito, uma das partes que estava me deixando mais animada com a “aventura” era pegar o trem noturno que, beirando o Nilo o templo todo, conecta Alexandria, Cairo, Luxor e Answan em algumas horas.

Infelizmente, depois dos ataques terroristas a turistas no Egito em 1999 e 2005 o governo criou uma serie de regrinhas para garantir a segurança dos visitantes e afastar os radicais religiosos (que estavam afastando a principal fonte de renda do pais!), e uma delas é a restrição ao numero de trens que permitem turistas por dia.

Entao, por mais que se possa pegar trens rapidos de uma cidade a outra livremente, para viagens mais longas que conectam destinos turisticos, hoje em dia operam trens privados, com otima infraestrutura e que sao acompanhados/protegidos pela policia o tempo todo (que eles chamam de “Convoy”).

O principal meio de transporte entre essas cidade, e unica opção de trem noturno disponivel a turistas é o Sleeper Train da empresa Abella Trains. O trem é todo “primeira classe”, com cabines privadas com ar condicionado, com camas para duas pessoas, e inclui jantar e café da manha.

Os tickets sao vendidos apenas em dolares (US$60 por pessoa) e pessoalmente na estação de trem Ramses II (a estação central do Cairo).

Todas as instrucoes e reviews que li me pareciam super complicado, pois eles só vendem pessoalmente, tem que ser compado com no minimo 24hrs de antecedencia, nao fazem reserva e esgota rapidamente.

Como nao tinhamos tempo a perder, nao estava nem um pouco gostando da ideia de ter que desperdiçar uma manha inteira (ou mais!) tentando me achar na estação, fazendo mimica pra comprar ticket, etc. Entao decobri esse site aqui com algumas reviews e indicações de agencias locais que vendem os tickts do Sleeper Train.

Ainda nao chega a ser venda on line (vc tem que fazer uma transferencia pra conta deles. Meda) e incluem tantas taxas a mais, que acaba saindo 1/3 mais caro. Mas mesmo assim, pensamos, pensamos e resolvemos que valeira o preço do tempo pra conhecer a cidade.

Entao entrei em contato com a Osiris Travel, na cara e na coragem, e foram super solicitos dando todas as informações necessarias. Entao paguei o deposito mais uma taxa de entrega e na manha seguinte a nossa chega no Cairo, recebemos nossos tickets em mao.

Uma outra coisa que estava nos deixando um pouco tensos é o fato da estaçnao central estar em obras, e varios trens estao sendo desviados para outras cidades ou bairros, mas os trens turisticos estao sendo desviados para a estação Giza (Gizé – das piramides), e depois que já estavamos lá vimos o quanto é facil! (a estação de trem fica literalmente em baixo da estção de metro).

Entao no domingo a noite, chegamos cedo, ficamos matando hora na estação e batendo papo com outros turistas, até que nosso trem chegou!

OS trens sao antigos, e longe de serem o supra suma de modernidade e conforto, mas mesmo tempo de um “Q” de charme de viagem antiga, uma coisa meio Orient Express!

Cada carro/compartimento do trem tem seu proprio comissario-ferroviario, que é quem responde suas duvidas, seve sua janta, monta sua cama, te acorda de manha e serve café da manha (todas as refeições sao incluidas no preço, menos as bebidas).

Cada cabine privada tem uma poltrona que se converte em duas camas, com travesseiro, lençol e cobertor, bandejas pras refeições, ar condicionado e luzes individuais de leitura, um mini-lavabo (com toalhas e sabonete) e compartimento para bagagens (que couberam as nossas mochilas, mas pra quem estava viajando de malona, nao sei onde colocariam as coisas… no corredor, talvez?).

O unico ponto negativo foi mesmo banheiro, que era definitivamente assustador, e quando apwrtava a “descarga”, voce praticamente ve os trilhos em baixo!

Mas a cama era bem macia e dormi que foi uma beleza!

De manha acoramos a tempo de ver o sol nascendo no Nilo, rearrumar nossas cosias, tomar café da manha e pronto! Chegamos em Luxor prontos pra outra!

Definitivamente recomendo!!

Adriana Miller
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06 Apr 2010
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Museu Egipcio do Cairo

Cairo, Dicas de Viagens, Egito

O Museu Egipcio do Cairo é um dos lugares mais emocionantes e ao mesmo tempo mais decepcionantes que já fui.

Mais emocionante por que é o museu com mais reliquias Egipcias por metro quadrado, e muitas, muitas coisas interessantissimas sobre a vida de Nobres e Plebeus que viveram as dinastias dos Faraos, entre 4 mil e 2 mil anos atras.

Sem sombra de duvidas a melhor parte do museu é a seção inteira dedicada ao Rei Tutankamon, que contem todos os tesouros encontrados em seu tumulo, e que foi a primeira e grande unica descoberta de tumbas reais até hoje.

Ficar cara a cara com sua mascara funeraria, feita em ouro maçico, reproduzindo a perfeição suas feições e coberta de pedras preciosas foi hipnotizante. Foi um momento olho no olho com a mascara, aquela sobre a qual já li centenas de vezes, que já vi em milhoes de fotos e capas de livros e que ilustra basicamente tudo que existe sobre o Egito no mundo.

Foi legal entender alguns dos rituais, o significado e a importancia da morte e do renascimento e tambem as intrigas e consirações.

Mas por outro lado é um lugar bastante decepcionante porque mostra uma grande desconsideração com a historia Egipcia e mundial.

Lá dentro nao é permitido tirar fotos (mesmo, tem uns 3 pontons de check up onde revistam tudo seu) e nossa teoria é de que se permitirem fotos, as pessoas vao ver como o museu é destruido por dentro e ninguem vai querer pagar pra entrar!

Sao mumias em cima de mumias, sarcofagos em cima de sarcofagos, colunas, objetos, esculturas e afins cheios de poeira, lixo pelos cantos e sem placa de explicação – entao na maioria do tempo voce firambulando de uma lado pro outrom porque nao tem ideia oque é aquilo que vc esta vendo. Nao tem ar-condionado nem controle de umidade, o sol a pino refletindo nas pinturas originais, e as janelas todas abertas (se nao morriamos sufocados!) banhando as esculturas de poeira (que no Cairo é muita poeira!).

Entao os efeitos sao: pra quem nao gosta de historia o Museu do Cairo é extramente sem graça e chato; mais parece um deposito de quinquilharias esquecido pelo tempo.

E pra quem gosta de historia, dá uma dó de ver todo descaso, a falta de organização, sugeira e falta de explicação – a melhor explicação? Desrespeito.

Me chamem exagerada, mas algumas daquelas peças, esculturas e mumias foram conservados por 4000 anos (quatro mil!!) e vao acabar sendo destruidas nas maos de tuirtas mal educados e o descaso do governo. Supostamente estao construindo outro museu, maior  mais moderno, mas acabou virando mais uma obra faraonica, com verbas desviadas, corrupção e burocracia, e ninguem sabe quando o novo museu será aberto…

Mas vale a pena ir?

Claro que vale!!

O museu é todo dividido por partes e dinastias, seguindo uma ordem semi-cronologica que te ajuda e entender como os Deuses evoluiram, como a arte desenvolveu e os tesouros ficaram mais ricos.

Pra mim, a unica coisa que nao valeu MESMO, foi ter pago a mais (quase o dobro) pra entrar na “sala das mumias”, que apesar de ter umas mumias “ilustres” como Ramses II e Hatsheput, nao passam de meia duzia de mumias, sem muitas explicações sobre elas, num quartinho sem estrutura!

Adriana Miller
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