11 Jan 2017
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Good Bye 2016! Hello 2017!!

Ano novo e resoluções

Chegou o momento que “oficialmente” inicia meus anos, todos os anos: o post de retrospectiva do ano que passou.
O que começou como um exercício pessoal de recapitulação e agradecimento pelas oportunidades incríveis que a vida me deu, acabou virando também um post “tradicional” e muito esperado para os leitores cativos aqui do blog!

Então vamos lá!

2016, aaaaahhhhh, 2016!

Bem, a primeira coisa a falar, é que de um ponto de vista pessoal, 2016 foi um ano longo!

Eu passei 9 dos 12 meses do ano grávida – e ao mesmo tempo que tenha sido um bebê muito sonhado e esperado, a gravidez foi difícil. Muitos enjoos, um cansaço debilitante, dores aqui e acolá, e um verão raro de muito calor!

E assim que o Oliver nasceu e todos esses sintomas passaram, começou a “fase avançada” de cuidar de um recém nascido, se recuperar do parto, etc, etc.

Eu sei que esse post geralmente é um apanhado das viagens que fiz, mas não posso deixar de incluir essa nota pessoal, pois também tive viagens recusadas, viagens canceladas, pois simplesmente não consegui!

 

E então 2016 começou no Peru, mais especificamente em Lima, depois de passarmos uma semana viajando entre Macchu Pichu e Cusco.

Uns dias depois de descobrir que estava grávida, em Janeiro, finalmente conseguimos chegar até Andorra, esse mini-país-Principado escondido entre a França e a Espanha, no topo dos Pirineus.

E de quebra, ainda emendamos com Barcelona na Espanha.

Em Fevereiro comecei uma novo projeto no trabalho, que me levou algumas vezes à Suíça – Não deu tempo de turistar, nem rolou post na época, foi foram ótimas experiências profissionais!

E começamos Março com uma super viagem: Cingapura, Myanmar e Filipinas!

Cingapura é um país que não recebe o crédito que merece! A cada vez que volto, gosto mais de lá, e apesar de tão pequeno, a lista de cosias a fazer e conhecer não pára de aumentar!

De lá fomos direto pra Myanmar!

Ai gente, não tem como não ser clichê! Que lugar sensacional! Sem dúvidas “a” viagem do ano!

Depois de mais uma passadinha em Cingapura, cruzamos o Sudoeste Asiático direto para as Filipinas, na ilha de Boracay!

Tenho muita implicância quando as pessoas falam que precisam de “férias das férias” Hahahahahaha Mas fazer o que?! É uma modalidade de extensão de viagem que eu adoro e não dispenso!

Em Abril eu viajei bastante a trabalho, mas não saí do Reino Unido – trabalhei em Manchester, no norte da Inglaterra, ao longo de 6 semanas!

 

Em Maio outra viagem a trabalho me levou a Budapeste na Hungria.

Junho começou animado: não só meu enjoo finalmente acabou, e a primeira viagem do mês foi um fim de semana incrível com um grupo de amigas!

Passamos um fim de semana prolongado no Lago Como, no norte da Itália.

E uns dias depois, ainda em Junho, embarcamos para as Ilhas Maurício, para uma segunda Babymoon!

O país é um paraíso e a viagem foi uma delícia!

 

Em Julho minha barriga começou a ficar maior do que eu conseguia carregar, mas ainda assim consegui encaixar uma última viagem como família de 3: fomos a Disneyland Paris com a Isabella!

Então em Setembro, o Oliver finalmente chegou!!

Você gosta de aventuras?? Então tenha filhos! :-)

 

E finalmente depois de longos meses em cárcere privado sem viagens, fechamos o ano nos EUA, reunindo a família para o Natal em Pittsburgh, na Pensilvânia:

E o ano novo em Denver, no Colorado!

Essas duas viagens não tiveram posts, mas foram parte do #vlogmas, e fiz vídeos-diário todos os dias registrando a viagem!

 

Então o que esperar de 2017? Mais viagens, mas dessa vez como uma família de 4!

Em 2016 nós cancelamos 4 viagens (!!!) pois não estava me sentindo bem no começo do ano e outra no Natal por conta de uma atrapalhada nos passaportes do Oliver…

Mas logo que ele nasceu e garantimos que estava tudo bem e ele era 100% saudável, já comecei a planejar 2017 freneticamente!

Portanto, o que temos planejado por enquanto:

Fevereiro: Brasil! Vamos levar o Oliver pra conhecer o resto da família Brasileira e passar o mês todo por lá.

Abril: A Páscoa é sempre uma época ótima pra viajar pro Oriente Médio: conseguimos conciliar uma escapada do inverno Europeu, com temperaturas amenas no deserto! Então dessa vez o país escolhido é Qatar!

Maio: Em Maio temos 2 feriados prolongados aqui na Inglaterra, e foram justamente as viagens que não conseguimos fazer ano passado!

No começo do mês vamos para a Holanda ver os campos de Tulipas (já é o terceiro ano que planejamos essa viagem! Sempre acontece alguma coisa e temos que cancelar de última hora!).

E no fim do mês vamos para Mykonos, na Grécia!

Em Junho o Aaron tem um congresso em Vancouver no Canada, então o plano é irmos todos juntos e de lá voltar a Pittsburgh, para o aniversário de 100 anos de sua avó.

Em Julho eu volto a trabalhar, então por enquanto vamos deixar o resto do ano em aberto…

 

E por aí? Quem mais já fez planos para 2017?

Adriana Miller
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Além de todas as dicas que eu posto aqui no blog, você também pode me acompanhar nas redes sociais para mais notícias “ao vivo”:

 

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14 Dec 2016
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Vlogmas 2016: os primeiros dias!

Dia a dia, Natal, Pessoal, T.V. EveryWhere, Vida no Exterior

Como eu contei por aqui no começo do mês, esse ano eu estou participando do “Vlogmas”, que são uma série de vlogs diários, que acompanham o dia a dia de blogueiros e Youtubers.

Apesar de postar um vídeo aqui e outro ali ao longo dos anos, Youtube nunca foi minha mídia preferida – seja para postar, ou para assistir.

Até assistia um vídeo ou outro aqui e ali, mas nada muito frequente, até ter descoberto a existência do “Vlogmas” um tempinho atrás – e assim fui pulando de canal em canal, acompanhando o dia a dia de algumas pessoas. Mesmo em épocas nada a ver com o Natal, forma vários vlogs que me fizeram companhia nas noites insones de gravidez, viagens a trabalho quando eu não aguentava mais assistir CNN, e mais recentemente, durante as horas intermináveis de amamentação.

E sabe porque gostei tanto (e logo, resolvi participar esse ano)? Porque me lembrou de como era blogar “antigamente”. Contar sobre meu dia, o que estava fazendo da vida. Sem uma obrigação ao profissionalismo, sem mega produções nem a terceirização e grandes produções que assombra blogs e Youtubes hoje em dia.

Será que sou só eu, ou parece que hoje em dia todo mundo anda pra cima e pra baixo com toda uma equipe audio-cine-fotográfica captando todos os ângulos e efeitos especiais cinematográficos?

Mas no Vlogmas não! É só você, ali, com a câmera na mão, cenas fora de foco, falando e mostrando coisas triviais do dia a dia.

Estou adorando!

Tem dias que não dá tempo de editar os vídeos, e tem outros dias que simplesmente não tem nada pra filmar/mostrar – mas no saldo geral, esta sendo uma experiência bem legal!

Obviamente que nunca vou virar uma YouTuber profissa, muito pelo contrário, mas sei lá, me sinto descobrindo um novo mundo dentro desse universo da blogsfera!

Então pra quem ainda não assistiu, aqui esta a Playlist do Vlogmas, com todos os vídeos postados até agora (já são duas semanas de Vlogmas, afinal!):

E para não encher o saco de ninguém, não estou postando “avisos” nas redes sociais nem aqui no blog com muita frequência, então a única maneira de saber quando tem vídeo novo é assinando o canal (só clicar aqui), que não custa nada nem dá trabalho nenhum – ou então passando por lá de vez em quando!

Adriana Miller
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#Natal Everywhere!

Durante o mês de Dezembro estarei participando da Tag “Vlogmas” no Youtube, e publicarei mini vlogs diários mostrando o nosso dia a dia nessa época festiva!:

 

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01 Aug 2016
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A história de um bebê…

Baby Everywhere, Dicas de Maternindade, Gravidez, Pessoal

Esse é um post que eu debati por muito tempo se deveria ou não escrever.

É um assunto sério, pessoal, íntimo e muito delicado – mas ao mesmo tempo, é o tipo de situação em que eu acredito que quanto mais falarmos sobre o problema, menos mistificado ele será, e consequentemente menos traumático (e até mesmo vergonhoso pra muitas mulheres) ele poderá ser.

Uns dias atrás uma amiga muito querida me ligou chorando querendo apoio e um bom ombro para desabafar, e uma frase que ela me disse, reforçou a vontade de falar publicamente sobre isso: “Se acontece com todo mundo, porque ninguém fala sobre isso?!”

Há muitos anos atras da Luciana Misura contou a historia dela, e recentemente a Flavia Mariano também tem falado abertamente sobre os problemas dela. E todas essas mulheres, além de corajosas de colocar a cara a tapa e se expor dessa maneira, também ajudam centenas de outras mulheres e casais a tentarem entender por que isso acontece, e ter esperança de que eles também terão um final feliz.

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Pois bem, acho que já não é novidade pra ninguém que estou gravida de nosso segundo bebê. Só que na verdade, esse será nosso 4′ bebe.

Pois é, nos últimos 18 meses eu perdi duas outras gestações por motivos que só o destino explica.

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Em ambos os casos foram abortos espontâneos, que foram retidos pelo meu corpo, ou oque os médicos aqui chamam de “Silent miscarriage”, ou “aborto espontâneo silencioso”.

O que acontece? Bem, o bebê pára de se desenvolver, por algum motivo qualquer, e morre, mas o corpo da mulher permanece “gravido”, com a placenta viva, produzindo hormônios e sintomas.

Por um lado, evita-se o drama, e o maior medo de qualquer mulher gravida: não teve dor, nem sangramento, nem nada. Não teve cena de novela das 7. É um caso raro, mas que segundo meu Obstetra é relativamente comum, e pode até levar a complicações seríssimas, como infecção, e em casos extremos, até a morte materna (quando não existia ultrasom e a mulher passava meses achando que estava gravida, porem com um feto morto dentro do útero).

Da primeira vez, foi o maior choque de todos, obviamente.

A Isabella estava com um pouco menos de 1 ano e meio, tínhamos acabado de voltar de viagem ao Japão e começamos a conversar sobre “tentar” de novo – se tudo desse certo, o timing seria ideal, e o bebe nasceria perto do aniversario de 2 anos da Isabella, como eu sempre sonhei.

Mas nem deu tempo de parar pra pensar demais, e pimba, descobri que estava gravida. Assim no susto, de primeira.

Felicidade, comemoração. Aquela coisa toda.

Fizemos os primeiros exames e ultras, no mesmo hospital e obstetra com quem tive a Bella, e que está me acompanhando agora também, e estava tudo ótimo, perfeito e saudável.

Mas foi uma gravidez sofrida. Eu passei MUITO mal, muito mesmo, durante todo primeiro trimestre, e senti coisas que com a Isabella simplesmente passaram despercebidas. O cansaço, os enjoos, aquela vontade desesperadora de desistir da vida! On steroids!

Mas né? Estava gravida, estava feliz, e os planos familiares iam de vento em popa!

Com quase 12 semanas de gravidez (aos 47 do segundo tempo do primeiro trimestre! A fase mais esperada pelas gravidas!) em uma consulta de rotina, descobrimos que o bebe não tinha batimentos cardíacos. Fui levada para a ala de Medicina Fetal do hospital, fizeram uma ultra detalhada, e descobrimos que o bebe tinham parado de se desenvolver e falecido com umas 8 semanas.

Então meu medico recomendou uma curetagem logo para o dia seguinte – não fazia sentido esperar mais tempo algum, pois se em 3 semanas meu organismo não tinha dado sinais de expelir o embrião, e a placenta estava “viva” então era melhor fazer uma cirurgia e não correr riscos.

Nem precisa falar que foi a pior noite da minha vida né?

Repassei cada dia, cada hora e minuto das semanas anteriores… Sera que eu fiz alguma coisa errada? Foi aquela taça de vinho? Será porque eu comi um sei la oque? Não devia ter tomado aquele remédio ou passado aquele creme! Como sempre, os tabus que cercam os abortos espontâneos colocando coisas na nossa cabeça e culpando a mulher…

Enfim. O principal problema de aborto espontâneo são justamente essas dúvidas, esse instinto da mulher achar que fez alguma coisa errada. Que a culpa é dela.

Mas não, não é.

Meu obstetra recomendou fazermos um novo exame disponível (essa é uma área da medicina que tem se desenvolvido bastante!) em que poderíamos analisar o material genético do embrião – isso nos daria algumas respostas que poderiam evitar futuras perdas, ajudar a prevenir-las, ou curar algum problema mais sério. O exame nos diria se o bebe tinha algum problema genético, que é a principal causa de abortos espontâneos, um acontecimento totalmente aleatório e que não tem prevenção. Estima-se que cerca de 25% dos óvulos fecundados podem ter algum defeito genético incompatível com a vida. Ou então o exame nos diria se o feto apresentava alguma toxidade (por exemplo, caso eu tenha tomado algum remédio, ou contato com algum produto químico toxico que tenha afetado o embrião), ou se o bebe era perfeitamente saudável e normal – e então investigaríamos algum potencial problema físico em mim ou no Aaron.

Os resultados voltaram da melhor maneira possível: o bebe teve um problema genético, raro e aleatório. Nada que poderia ter sido curado, nem prevenido, e que provavelmente nunca mais se repetiria. Uma chance em milhares, segundo a relatório final.

A curetagem foi um sucesso e a recuperação ótima, e poderíamos seguir com a vida normalmente. Inclusive tentar engravidar novamente quando quisermos.

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A pressa para engravidar não era necessariamente nossa prioridade, mas também não nos preocupamos em prevenir nada, e então logo no mês seguinte, eu descobri que estava grávida novamente.

Aê! Felicidade, alivio, comemorações.

Maaaaas…. Pra mim, o pior efeito de ter passado por um aborto espontâneo foi a sequela psicológica que isso deixou em mim. Aquele medo constante de que “alguma coisa vai dar errado”.

Com 7 semanas fizemos uma ultra e o embrião estava saudável, coração batendo forte, porem medindo um pouquinho menor do que deveria estar…

Estávamos com viagem marcada para ir pra França com o pai do Aaron, e então marcamos outra ultra para uns dias depois de nossa volta a Londres.Com 7 semanas fizemos uma ultra e o embrião estava saudável, coração batendo forte, porem medindo um pouquinho menor do que deveria estar…

A viagem foi um arrasto.

Ate hoje quando vejo fotos daquela viagem eu consigo ver nos meus olhos o quanto estava triste e com medo. Acho que dentro de mim eu já sabia que já tinha perdido mais um bebê

Um dia, entrei sozinha numa capela escondidinha dentro do Mont Saint Michel e entreguei pra Deus – faça oque for melhor pra mim e minha família!

Voltamo pra Londres e não deu outra. Mais um aborto silencioso… Fizemos novamente o exame genético e descobrimos que mais uma vez o bebe tinha um problema raro e aleatório que era incompatível com a vida. As chances de acontecer de novo são 1 em 10.000, segundo o relatório – mas comigo, aconteceu 2 vezes seguidas.

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Mas naquela mesma noite, voltando pra casa ainda com os olhos inchados, meu telefone tocou e era um headhunter com uma ótima proposta de emprego e mudança de carreira.

Foi um sinal.
Tentamos, tentamos. Dois bebes perdidos em 3 meses.
Não era pra ser, e esse foi o sinal que Deus me mandou.

Prossegui com o processo seletivo (consegui! É meu emprego atual!) e engavetei sem pestanejar o plano de engravidar e ter ter filhos em idade bem próxima.

Além disso, queria dar tempo ao tempo, queria me recuperar fisicamente e ter tempo de processar tudo que aconteceu.

Umas semanas depois fomos para Nova Iorque, depois recebi a proposta do novo emprego, e a vida seguiu em frente!

Um ano depois de tudo que aconteceu, começamos a pensar nisso de novo.

Eu fiquei relutante – não só pelo medo de passar por aquilo tudo de novo, mas principalmente por medo de engravidar tao rápido de novo! Heheh

Estava adorando o novo emprego, começando um projeto super legal e sem saber o que fazer…

Mas né? A única certeza que eu tinha, era que engravidar não era mais certeza de que eu teria um bebê 9 meses depois…

Então resolvemos tentar.

E nada. E nada. E nada.

Eu sei que pode parecer drama, e sei que muita gente passa anos e mais anos tentando engravidar e fazendo tratamentos sem sucesso.

Pra gente, foram 5 meses. Falando assim não parece tanto tempo (e não foi), mas para um casal que tinha tentado engravidar 3 vezes na vida, e conseguiu de primeira em todas elas, cada mês frustrado, era um choque.

E ai começaram os outros medos: será que aconteceu alguma coisa? Será que nunca mais poderemos ter filhos?

O fim do ano foi atribulado de trabalho e viagens profissionais, e logo depois fomos passar o fim de ano no Brasil e Peru – mas já estava com consultas e exames marcados para assim que chegarmos em casa em janeiro pra ver se tinha alguma coisa errada!

Pois bem. Chegamos em Londres numa terça feira, minha sogra chegou la em casa na quinta feira, e no sábado era a festa de aniversario de 3 anos da Bella.

Acordei naquele sábado me sentindo inchada, sabendo que ia ficar menstruada a qualquer minuto. Mas a ansiedade falou mais alto e resolvi fazer um teste de gravidez antes da festa!

Tcharam!!!! POSITIVO!!!

Bem, de la pra cá, vocês já estão acompanhando nos diários e relatos de gravidez, assim como fiz com a gravidez da Isabella!

Foi destino? Foi porque “tinha que ser assim”? Talvez.
Foi triste, e foi traumático, mas principalmente me fez agradecer e apreciar ainda mais minha network, de amigos, familiares, médicos… mas principalmente minhas amigas que já passaram por isso, que me contaram abertamente de suas tragédias pessoais sem drama nem demagogia – sem julgamentos nem culpas.
Acontecem com todo mundo, e ponto final. E precisamos falar sobre isso sem medo!

Mas por fim, queria deixar um outro recadinho, e uma outra contribuição à sociedade.

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Vamos acabar com essa mania e costume horrível de meter o bedelho da vida alheia com perguntas e palpites indelicados e mal educados sobre “E ai? Vão ter filhos?”

Indelicado, inconveniente, mal educado, e muitas vezes simplesmente cruel.

Vale a leitura de um post ótimo que o Daniel Duclos escreveu uns anos atrás, e que traduz exatamente como eu eu me sinto (e a educação que recebi em casa!) sobre isso: Não é da sua conta!

Casais tem incontáveis motivos que os levam a não ter filhos – naquele momento, ou nunca. Por sua situação atual (ainda não é hora), por opção pessoal (não querem filhos e pronto), por infertilidade, ou por desgraças pessoais, questão profissionais, financeiras, etc, etc…

“Ah, mas é só curiosidade! Não tem mal nenhum”

Tem sim!

Se você não perguntaria socialmente quanto alguém ganha, quanto pesa ou quantas vezes por semana faz sexo, então porque acham normal perguntar uma coisa intima dessas??

Mas né? Tem gente que acha que não tem problema nenhum ficar fazendo comentários e contando piadinha machista/sexista/homofóbica/racista e o escambau, e não se dão conta mesmo do nível de inconveniência e falta de educação.
Ah, mas eu não me incomodaria se me perguntassem, então não vejo problema nenhum“.
Não interessa. De repetente você também não se incomoda de ver seu amigo sendo mal educado com um funcionário, ou o tio mala fazendo piadinha machista no almoço da família – mas isso não faz com que essas atitudes sejam corretas.

E o pior:

“Nossa, ta barrigudinha – vem bebê por ai?”. Não, mas obrigada por ressaltar o quanto eu engordei.

“Ta com cara de mamãe heim!?” – Pois é, obrigada por me dizer o quanto você acha que eu estou com cara de cansada, acabada e gorda (aliais, onde já se viu as pessoas acharem que “cara de mãe” é elogio??! Só mesmo quem nunca teve filhos, né?!?)

“E ai? Tao ficando velhos heim? Não vão ter filhos?” Ou a variável “Seu filho/a esta ficando muito velho, os irmãos não vão crescer amigos”, “O fulaninho ta querendo irmaozinho, heim!!”.

“Ah, não quer ter filhos? Você ainda vai se arrepender” – essa perola é geralmente reservada para mulheres, poque né?! Como ousa uma mulher não querer ter filhos? Não querer se “completar” nessa vida?! Ah, vah….!

Eu pessoalmente passei por varias situações super indelicadas, geralmente vindas de pessoas que sequer me conhecem (via blog ou mídias sociais), apontando que estava barrigudinha depois de ter passado por uma cirurgia para retirar um bebe morto (!). Ou a(s) pessoa(s) que comentaram que eu estava com “carinha redonda de mamãe” (argh! #DedoNaGarganta) quando na verdade já sabia que o feto estava com algum problema de desenvolvimento.

Ou principalmente quando não era nada disso, e apenas estava trabalhando mais que o normal, comendo mal e a cima do peso.

Fora os vários “e ai? Não vão mais ter filhos?” ao longo dos meses, quando estávamos tentando, mas sem saber se aconteceria de novo, ou se tínhamos algum problema. E mais recentemente, quando sim, já estava gravida, mas ainda na fase de incertezas, onde diariamente alguém apontava que eu estava “peituda”, ou com “cara redonda” ou “você engordou heim? Quem te acompanha repara mesmo!!”

Será que as pessoas não se dão conta do quão indelicadas e inconvenientes e mal educadas são?

Quando eu (ou qualquer outra mulher que você acha que tem o direito de perguntar sobre sua vida intima) realmente estiver gravida e pronta para contar pro mundo, todo mundo vai saber!

Ficar perguntando, incomodando e dando seu pitaco não ajudam em nada! Se ela ainda não falou nada e não te contou, é porque ela tem os motivos dela. Tem mulheres que saem contando pro mundo (e o Facebook todo) que estão grávidas assim que fazem xixi no palitinho. Ok, opção delas. Outras podem estar com crise no relacionamento, tendo problemas no trabalho, incertezas sobre a saúde do bebê, ou simplesmente não querem te contar agora! Respeite essa decisão tão pessoal de uma mulher/casal e não fique perguntando!
(até porque, pensa só: se ela esta guardando segredo da gravidez por enquanto, seja lá por qual motivo for, o que te leva a achar que só porque você foi indelicado ela vai te contar?! Assim, só pra você?! Do tipo: “ah, então tá bom… já que você me ofendeu e foi intrusivo, então deixa eu te contar um segredo aqui….“. Por favor né?!?!?)

 

Ah! E outra: o pessoal que fica dando pitaco no sexo do bebê!

Se um casal por acaso optar por não descobrir o sexo do bebê é porque eles não querem saber, querem uma surpresa na hora do parto, e não porque querem seus palpites, ok?

Se eles quisessem saber e ter certeza de terão menina ou menino, é simples: é só ir no médico, fazer um exame e pronto. Mistério resolvido.

Mas não. Muitos casais optam justamente pelo fator surpresa, o mistério e gostinho de suspense. E NÃO optaram por sua sabedoria em relação ao formato da barriga ou do nariz da mãe (ler acima sobre falta de educação em apontar atributos físicos da mulher em relação à gravidez!), sua intuição ou achismo.

Uma amiga (vizinha/conhecida/alguém da internet) resolveu não descobrir o sexo? Basta comentar “Nossa, que legal, já estou morrendo de curiosidade.” (ou algo do tipo). Juro que não dói guardar seu palpite pra você mesmo, e ainda vai evitar uma situação desconfortável e constrangedora com a grávida em questão.

E tenho dito!

#desabafei

P.S. Algumas das imagens desse post são da campanha da Ong Britânica “Tommys” que desenvolve pesquisas sobre aborto e oferece apoio a mulheres e casais que passaram por isso. Se você esta passando por isso e precisa de ajuda, o site deles é uma boa dica.

A campanha enumerava as muitas frases que as mulheres e casais que sofreram abortos ouvem, e que por mais que sejam “com boas intenções”, não ajudam em nada nem tapam o buraco deixado pela partida inesperada de seus bebês…

Adriana Miller
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