06 Apr 2010
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Museu Egipcio do Cairo

Cairo, Dicas de Viagens, Egito

O Museu Egipcio do Cairo é um dos lugares mais emocionantes e ao mesmo tempo mais decepcionantes que já fui.

Mais emocionante por que é o museu com mais reliquias Egipcias por metro quadrado, e muitas, muitas coisas interessantissimas sobre a vida de Nobres e Plebeus que viveram as dinastias dos Faraos, entre 4 mil e 2 mil anos atras.

Sem sombra de duvidas a melhor parte do museu é a seção inteira dedicada ao Rei Tutankamon, que contem todos os tesouros encontrados em seu tumulo, e que foi a primeira e grande unica descoberta de tumbas reais até hoje.

Ficar cara a cara com sua mascara funeraria, feita em ouro maçico, reproduzindo a perfeição suas feições e coberta de pedras preciosas foi hipnotizante. Foi um momento olho no olho com a mascara, aquela sobre a qual já li centenas de vezes, que já vi em milhoes de fotos e capas de livros e que ilustra basicamente tudo que existe sobre o Egito no mundo.

Foi legal entender alguns dos rituais, o significado e a importancia da morte e do renascimento e tambem as intrigas e consirações.

Mas por outro lado é um lugar bastante decepcionante porque mostra uma grande desconsideração com a historia Egipcia e mundial.

Lá dentro nao é permitido tirar fotos (mesmo, tem uns 3 pontons de check up onde revistam tudo seu) e nossa teoria é de que se permitirem fotos, as pessoas vao ver como o museu é destruido por dentro e ninguem vai querer pagar pra entrar!

Sao mumias em cima de mumias, sarcofagos em cima de sarcofagos, colunas, objetos, esculturas e afins cheios de poeira, lixo pelos cantos e sem placa de explicação – entao na maioria do tempo voce firambulando de uma lado pro outrom porque nao tem ideia oque é aquilo que vc esta vendo. Nao tem ar-condionado nem controle de umidade, o sol a pino refletindo nas pinturas originais, e as janelas todas abertas (se nao morriamos sufocados!) banhando as esculturas de poeira (que no Cairo é muita poeira!).

Entao os efeitos sao: pra quem nao gosta de historia o Museu do Cairo é extramente sem graça e chato; mais parece um deposito de quinquilharias esquecido pelo tempo.

E pra quem gosta de historia, dá uma dó de ver todo descaso, a falta de organização, sugeira e falta de explicação – a melhor explicação? Desrespeito.

Me chamem exagerada, mas algumas daquelas peças, esculturas e mumias foram conservados por 4000 anos (quatro mil!!) e vao acabar sendo destruidas nas maos de tuirtas mal educados e o descaso do governo. Supostamente estao construindo outro museu, maior  mais moderno, mas acabou virando mais uma obra faraonica, com verbas desviadas, corrupção e burocracia, e ninguem sabe quando o novo museu será aberto…

Mas vale a pena ir?

Claro que vale!!

O museu é todo dividido por partes e dinastias, seguindo uma ordem semi-cronologica que te ajuda e entender como os Deuses evoluiram, como a arte desenvolveu e os tesouros ficaram mais ricos.

Pra mim, a unica coisa que nao valeu MESMO, foi ter pago a mais (quase o dobro) pra entrar na “sala das mumias”, que apesar de ter umas mumias “ilustres” como Ramses II e Hatsheput, nao passam de meia duzia de mumias, sem muitas explicações sobre elas, num quartinho sem estrutura!

Adriana Miller
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06 Apr 2010
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A Citadela

Cairo, Dicas de Viagens, Egito

Num pais onde a história eh tão milenar e tão abundante é fácil que algumas coisas mais “jovens” se percam pelo caminho.

A Citadela eh uma dessas áreas do Cairo que por ter “apenas” 1.000 anos de história, acaba perdendo espaço para outras atracões mais Faraonicas da cidade.

O bairro murado esta localizado no topo de um morro, com uma vista panoramica da cidade, e é justamente por isso que foi escolhida para sediar a fortaleza da era Otomana da cidade, onde seus governantes ocuparam e dominaram por mais de 700 anos.

A construção da Citadela começou em 1.176 como uma forma de proteção contra as Cruzadas, sendo reformulada, destruida e expandida por diferentes dinastias e familias reais nos 700 anos seguintes.

A verdade é que nós nem tinhamos considerado passar por lá, mas mudamos de ideia quando estavamos no parque Al-Ahzar para o por do sol e nos deparamos com aquela vista! Entao reformulamos nosso planos e fomos na Citadela na manha seguinte.

A Mesquita que marca a silueta da Ciatdela e do panorama Leste do Cairo é Mohammed Ali, construida por cima da mesquita original (em 1830), para ceder o lugar de honra a uma construçnao mais nova, com arquiterura Otomana inspirada nas Mesquitas de Instambul.

No lado oposto da Mesquita, ainda dentro de seu terraço esta o relogio Frances que foi uma presente do Rei Louis-Philippe da França como agradecimento pelo Obelisco (que veio do Templo de Luxor) que hoje em dia adorna a Place de la Concorde em Paris – Infelizmente o relogio foi danificado durante a viagem, e nunca foi consertado!

Bem atras da Mesquita de Mohammed Ali esta a mesquita An-Nasir Mohammed, que é na verdade a unica mesquita original que sobrou e que ainda tem arquitetura Manluk (dinastia original que construiu a Citadela) e data de 1318. Por dentro, o predio parece bem pobrezinho, já que todo seu marmore e pedrarias foram retirados da estrutura original para construir a nova mesquita.

A Citadela ainda se espalha por outras areas dentro da muralha, mas hoje em dia esta predominantemente ocupada pelo Exercito Egipcio – alem disso o tempo era curto, e de lá fomos direto pro Museu Egipcio do Cairo!

A Citadela nao tem metro por perto, mas fica relativamente pertinho do centro da cidade. Nos fomos de taxi e pagamos 20 Libras Egipcias (cerca de 3 dolares). Uma coisa importante de enfatizar é que por ser uma area religiosa Islamica, tanto homens quanto mulheres devem estar sempre com joelhos e ombros cobertos (nao importa o quao quente esteja – e acreditem, esse lenço preto nos ombros estava me matando de calor! Quem chegar por lá de short/saia curta, só entrar com o cobre-corpo que eles alugam na hora, que alem de pavoroso, parecem que nao veem agua e sabao ha uns 50 anos).

Adriana Miller
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05 Apr 2010
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Cairo Coptico

Cairo, Dicas de Viagens, Egito

Apesar de ser uma cidade majoritariamente Islamica, Cairo tambem tem uma grande comunidade Cóptica (Cristã Ortodoxa), tendo sua “sede” no pequeno e murado bairro Cóptico.

Chegar lá é bem facil, pois a estaçao de Metro Mar Girgis para bem na porta (aliais, andar de metro no Cairo é uma experiencia a parte que merece post exclusivo!)

Originalmente, o bairro foi desenvolvido como uma cidade-fortaleza Romana, tendo como pricipal estrutura as torres Romanas, onde supostamente era a entrada dos Jardins da Babilonia.

Uma das torres ainda esta de pé, conforme instruções do emprador Trojano, por volta do seculo 3 d.c.

No mesmo patio que a torre esta o Museu Coptico, que foi totalmente reformado em 2006 e abriga a maior colção de arte Cóptica do mundo, e conta a historia do Critianismo da epoca que Cristianismo ainda nem existia…

Ali ao lado fica tambem a Igreja Suspensa, construida por cima do canal por onde passava o Rio Nilo ha 1800 anos atras. A igreja é a mais antiga do Egito e uma das primeiras estruturas Bizantinas de que se tem registro – era ali tambem que ficava a sede oficial do Papa Coptico, que hoj em dia mudou pra Alexandria.

Do outro lado do Bairro Coptico ficam o cemiterio Ortodoxo e a Catedral de Sao Jorge, e atravez de uma passagem subterranea se pode entrar na verdadeira e original cidade Coptica – um emaranhado de micro ruas conecatando uma casa, loja, igreja a outra. Entre elas esta a Igreja de Santa Barbara, que sedia a Cripta Sagrada, que foi o lugar onde a sagrada familia se escondeu/refugiou depois de ser exilado de Israel.

Infelizmente, fotos nao sao permitidas dentro de nenhuma das criptas, museus e Igrejas (apenas Sao Jorge pois ainda esta aberta para missas e serviços) e o bairro (que é cercado por muros) fecha as 5 da tarde (sendo que as Igrejas e museu fecham as 4), entao pra quem quer ver tudo, é importante chegar cedo!

Adriana Miller
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