01 Mar 2011
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Salamis e a Republica Turca do Chipre

Chipre, Dicas de Viagens, Republica Turca

O unico lugar que o Aaron fazia questão de conhecer em Chipre era Salamis – o unico lugar que ele reconhecia o nome, sabia da historia e já tinha visto fotos impressionantes. E foi também o mais dificil de chegar!

Salamis fica na parte Turca da ilha, que é na verdade um novo país e um novo continente (já que oficialmente a parte Turca é considerada Oriente Medio)! E pra nosso azar, Salamis ficava exatamente no extremo oposto de onde estavamos hospedados na ilha.

Além disso, tem toda a complicação de conseguir chegar lá, e mesmo depois de horas na estrada, não sabiamos se conseguiriamos ou não cruzar a fronteira, já que as informações pela internet não são muito concisas, e até mesmo nosso livro guia foi bem generico, e o recepcionista do hotel não deu muita bola e tentou nos convencer de fazer alguma outra coisa.

O problema principal é o embargo internacional que atinge a região Turca, e que manteve essa parte da Ilha completamente isolada do mundo por mais de 30 anos.

As fronteiras só foram abertas  em 2004 (para turistas e principalmente para Chipriotas Gregos, que eram terminanentemente proibidos de cruzar a fronteira) depois que Chipre entrou pra Comunidade Europeia.

Mas mesmo assim a fronteira só esta aberta em 4 pontos, que são supervisionados pelas Nações Unidas e com soldados armados até os dentes. Desses 4 pontos de fronteira, um é aberto apenas para pedestres (no centro da capital Nicosia que é dividia ao meio entre os dois paises) e mais 3 pontos em estradas, para veiculos comerciais e de passageiros: Agios Dometios, Pergamos e Strovilia. Tentar cruzar a fronteira em qualquer outro ponto da Ilha, fora das regioes autorizadas por ambos governos e a NU, da cadeia!

Então nós escolhemos cruzar a fronteira em Pergamos, pois achamos que parecia ser mais facil – segundo nosso mapa, bastava pegar a auto estrada principal atéeeee quase o final, depois uma outra estradinha e tal, e já já estariamos lá.

Mas é claro que na realidade a coisa foi bem diferente, e a tal “estradinha” acabou virando um vilarejo fantasma, que mesmo a apenas 20 mins de Lanarka (uma das principais cidades da Ilha), não poderia ter sido mais isolado do mundo e despreparado para o turismo.

Quando achávamos que nunca conseguiriamos descobrir qual seria o caminho correto, começamos a ver as placas identificando a “terra de ninguem” das Nações Unidas. Mas ainda assim, NENHUMA placa indica a direção correta!

Mas conseguimos chegar na fronteira, e a coisa é serissima!

Nos pediram para sair do carro e deram uma inspecionada no porta malas, porta luvas e afins, além de fazer algumas perguntas obvias de fronteira e carimbar nossa entrada.

Porém, por causa do embargo internacional (que foi aliviado, mas oficialmente ainda existe) não é recomendavel ter o carimbo do Chipre Turco no passaporte, e eu estava tensa por causa disso – por não ser uma região tão frequentada por turistas, não sabia se – caso pedisse pra não carimbassem meu passaporte, como fiz em Israel por exemplo – o guardinha ia fica ofendido e negar nossa entrada…

Mas nem precisamos falar nada, e assim que o guarda nos perguntou onde moravamos, ele deixou os passaportes de lado, e carimbou um papelzinho, e nos pediu pra guardar a 7 chaves, pois sem aquele papel/carimbo, não poderiamos sair pelo lado Chirpiota, e a unica saida do pais seria por um ferry pra Turquia (?!?!).

Ah, e ainda teve o tal do seguro do carro, e até agora não sei se é alguma coisa legitima, ou se fomos vitimas de um golpe na fronteira…. Mas aparentemente carros alugados no lado Grego não podem cruzar para o lado Turco, a não ser que tenham um seguro Turco, que o guardinha prontamente nos oferenceu por modicos 30 Euros…

Na duvida, eu que não ia ficar batendo boca com o guarda Turco, certo?

E assim que cruzamos a fronteira, foi li-te-ral-men-te como se tivessemos completamente trocado de continente mesmo!

Os hoteis, luxury Villas, “tavernas Gregas” e tudo que nos fazia lembar a Grecia e destinos turisticos do Mediterraneo, foi substituido por um cenario retirado diretamente do filme “Borat”…

Cidades fantasma, casas abandonadas, e os varios “checkpoints” das Nações Unidas e do Exercito Turco supervisionando as estradas.

E outra surpresa! TODAS as placas eram apenas em Turco! Direções, inctruções, e até o nome das cidades! Então nosso mapa se tornou 100% inutil, e não conseguiamos descobrir de jeito nenhum onde estavamos! Dica importante, compre um mapa que tenha todos os nomes e nomeclaturas em Grego E Turco (vende nos postos de gasolina ou pontos de informacao turistica).

Então continuamos dirigindo na direção que eu “sentia” que ia nos levar até lá (eu tenho OTIMO sentido de direçao e NUNCA me perco. Já o Aaron, mal consegue voltar pra casa depois do trabalho).

Até que por sorte, finalmente vimos uma placa com nome reconhecivel: Salamis! Graças a Deus o nome é o mesmo!!

E finalmente chegamos até lá… mas demorou TANTO e já estavamos tão exaustos do estresse da estrada Turca, que a animaçnao já não era a mesma…

Mas ainda assim, valeu demais a viagem!

Salamis é o maior e mais importante (e imponente) complexo arqueologico de Chipre, e foi a primeirissima capital jamais estabelecida na ilha, e foi um porto muito importante na luta dos Gregos contra os Persas – e diz a lenda que a cidade foi fundada (e consequentemente a Ilha “conquistada” pelo guerreiro Teucer, que após perder uma batalha contra os Troianos, ficou com vergonha de voltar pra casa.

Então Salamis tem herança Helenica, Romana, Bizantina e Ottomana, e todas essas civilizações deixaram sua marca no lugar, que é gigante (impossivel ver tudo a pé, Salamis era realmente uma cidade grande, e é bastante espalhada pela area).

Entre as ruinas que valem a pena visitar estão um “Sudatorium” (“quarto de suar”… um sauna Romana com aquecimento sub-solo!), uma latrina publica, um aqueduto e sistema de cisternas, um anfiteatro de 2 mil anos e que abrigava 15.000 espectadores.

Além de um ginasio Grego enorme, com direito a duas piscinas (uma de agua quente e outra de agua fria!) e um auditorio/coliseu, mercados, avenidas principais, casas, palcios, etc, etc.

O unico problema de lugares assim é que é precsiso muita imaginação e paixão por historia (mitologia, arquitetura e afins) pra conseguir realmente apreciar um lugar desses, pois muitas das coisas “visitaveis” são na verdade ruinas que não passam de um monte de pedras empilhadas…

Pra mim isso não foi um problema, e adorei cada cantinho, mas enquanto estavamos admirando uma das avenidas “colunadas” de Salemis ouvimos uma familia comentando pros filhos “aqui não tem nada, só mais um monte de pedras empilhadas…”.

E claro, no fim de tudo, a volta pra civilização foi igualmente exaustante, pois na ida pra SAlamis estavamos tão preocupados em achar o cmainho, que não prestamos atenção em como voltar pelo mesmo caminho e nos perdemos algumas vezes e demos algumas voltinhas desnecessarias… mas por sorte, conseguimos voltar por hotel antes de escurecer!

Adriana Miller
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28 Feb 2011
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Kourion e Apolo

Chipre, Dicas de Viagens, Pafos

Um dia de manha, resolvemos pegar o carro e ire em direcao a Lemesos, que a eh a outra grande cidade de Chipre, bem no sul do pais. Nossa intencao em ir ate la era visitar os Salt Lakes, onde – supostamente – era possivel visitar as salinas, e durante o inverno eh a “alta temporada” de migracao de gaivotas, flamingos e outros passaros “exoticos”, entao achamos que seria uma boa opcao de coisa “diferente” para fazer em Chipre; Alem disso desde que vimos o lago com os flamingos na Tanzania, mas taaaao longe da gente, fiquei morrendo de vontade de ve-los de perto. Entao esta certa que que o lago salgado da península Akrotiri seria o lugar perfeito!

O problema foi que quando finalmente conseguimos chegar ate la demos de cara com uma base militar e estradas fechadas. Mas mesmo assim conseguiamos ver o lago de longe e as “manchas” cor de rosa do Flamigos na beirada! Entao resolvemos seguir ate o final da estrada de terra, estacionar o carro e seguir a pe. Logo nos primeiros 30 segundos, demos de cara com uma area de cultivo de abelhas (ai!), uns caras com uniforme militar se arrastando no mato e um outro cara com um cao de caça! Que meda! Demos meia volta e saimos (literalmente) correndo, antes que as abelhas, os militares ou o pastor alemao nos visse dando mole por la!

Entao ficamos tao desolados que acabamos perdendo a entrada da estradinha que voltava para autoestrada, e enquanto tentavamos entender as placas e ler o mapa para achar algunas referencias, reconheci o nome: Kourion! Pronto, salvamos o dia!

Mais uma vez chegamos la e nao tinha mais NINGUEM em todo completo arqueologico!

O ponto mais marcante de Kourion eh sua vista pro mar, e dah para entender totalmente porque naquela “cidade” todos os templos, praças, anfiteatros e construcoes em geral ficavam de frente do mar! Se eu Fosse uma princesa Greco-Romana-Chipriota, tambem ia querer aquela vista no meu quarto! Embasbacante!

O principal complexo de ruinas eh o antigo palacio, e mais uma vez, uma das poucas coisas que sobraram da estrutura original foram os mozaicos perfeitos no chao de cada comodo, contando a historia doque se passou por la.

A segunda estrela de Kourion eh o anfiteatro, que tem como vista o mediterraneo! Como alguem consegue se concentrar em qualquer espetaculo com uma vista dessas?!

O anfiteatro original teria mais de 2.000 anos, mas oque vemos hoje ja foi reconstruido algumas vezes e eh usado para performances de teatro ate hoje!

E eh impressionante como a acustica eh perfeita! Noz fizemos algunas “performances” (estavamos sozinhos la, lembrem-se disso!), e um de nos dois ficava no degrau mais alto, enguanto o outro ia laaaa para baixo no palco. E entao tinhamos que falar alguna bobagem pro outro, sem sussurrar, mas sem gritar nem elevar a voz, e o outro tinha que tentar adivinhar oque dissemos.

E nao eh que deu certo! Quanto eu estava em cima falando alguma coisa, ele mal me ouvia, mas quando ele me dizia alguma coisa bem beixinho la em baixo eu ouvia perfeitamente! Impressionante! Que mane surround sound oque?!?! Tragedia Grega eh oque ha!

E quando achavamos que Kourion era soh aquilo la mesmo (pois nosso guia soh mostrava fotos do anfiteatro e dos mosaicos, e tudo ali em volta eram umas ruinas muito destruidas), resolvemos dar uma voltinha e demos de cara com a parte mais legal, e a area onde fica o templo e a praca de Kourion!

E se a vista ja era bonita antes, agora entao!!!! Uaaaaau!

O ceu azul, o mar turqueza e as colunas e arcos de marmore branco contrastando no meio… E mais uma vez, sem ninguem para nos atrapalhar!!!

Chipre nao tem a imponencia da Grecia nem a grandeza do Libano, mas aquela paisagem e a combinacao dos fatores (sol, ceu, mar e ruinas) fica tao perfeita que parece falsa!
Voce jura que alguem montou aquilo ali soh para atrair turistas…

O diferente de Kourion é que a cidade foi umas poucas por essas bandas a ter se mantido ativa por tantos seculos e mudanças, com origens Hellenisticas, Gregas, dapois caiu na mão dos Romanos, dos Persas, dos Ottomanos e das Cruzadas Cristãs, e ainda era uma cidade ativa até a idade media, quando Chipre foi parcialmente destruida por terremotos e aos poucos caiu no esquecimento.

E apesar de realmetne ser bem ruina, e dificil identificar oque era oque na antiga “cidade” foi legal descobrir o tanto de coisa legal que eles tinham por lá, e incluia um dos maiores marcados da ilha (Ágora), o anfiteatro, e banhos Romanos que incluiam uma piscina fria, uma aquecida, sauna a vapor (a tecnica Romana de esquentar agua no subsolo é o maximo!), um coliseu para lutas de gladiadores, uma Palestra (que eram os ginasios Gregos) usada pelos atletas Gregos e depois para treinamento dos Gladiadores Romanos, etc.

Ali perto (mas hoje em dia já não fazem parte do mesmo complexo) fica tambem o templo de Apollo, que adorava seu lado de Deus das florestas, e é datado do seculo 7 a.c. e foi um templo ativo até o seculo 4 d.c quando o imperador Romano Teodoros declarou guerra a pagãos e deuses não cristãos. Parte do santuario a Apolo é tambem uma Palestra/ginasio enooorme!

Adriana Miller
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25 Feb 2011
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Akteon Village

Chipre, Dicas de Viagens, Pafos

Quando finalmente chegamos no nosso hotel em Chipre, o Akteon Village foi como uma miragem… O voo de 5 horas sentadinhos na poltrona que não reclina da EasyJet foi um HORROR (note to self: nunca mais fazer voos longos de low cost!), e ainda tivemos que nos estressar na estrada dirigindo um jeep no lado errado da estrada com placas em Grego (historia que merece um post exclusivo!)…

Isso sem contar que não esperavamos nada do tal hotel. Tudo foi reservado tão de ultima hora, que nem deu tempo de pesquisar demais.

Entao tudo no Akteon foi uma grande surpresa! Começando pelo fato de que eu nunca ia imaginar que um “resort” que custou 45 Euros por noite, seria remotamente, de fato, um resort….

A arquitetura mediterranea das Villas tão bonitinhas… o quarto duplo com vista pro mar (ganhamos upgrade pro quarto com sea view pq era baixa temporada…), a vista do penhasco, a psicina, o bar… TUDO!

E posso repetir de novo? Quarenta e cinco euros! 45!! Nossa reserva foi atravez da Expedia, e imagino que na alta temporada possa custar bem mais…

Tudo bem que o hotel estava loooonge de ser 5 estrelas, mas não fez a menor diferença. Ficamos num self-catering flat (quarto-e-sala com mini cozinha equipada), relativamente simples, mas bem bonitinho, e com todos os essenciais. Ate resolvemos passar no mercado pra cozinhar no quarto um dia, oque foi bem legal!

Mas o Akteon tambem oferece programas de resort tradicional, e por 20 Euros a mais por dia voce pode optar por Full Board (eles nao fazem All Inclusive na baixa temporada), alem de ter toda aquela coisa de atividades, spa, agencia de viagem , agencia de aluguel de carro, etc, tudo sem nem sair de lá!

Entao tinhamos planejado aproveitar a primeira tarde na ilha pra dar umas voltinhas pelo centro de Pafos, mas desistimos… e resolvemos nos presentear com uma tarde de Dolce fa Niente, e curtir um pouco o resort… absorver os raios do sol na beira da piscina e de frente pro mar, esperando o sol baixar no Mediterraneo…

O Akteon Village fica nas redondezas de Pafos, que é uma das principais cidades do lado Grego da Ilha, e a apenas 30 minutos do aeroporto de Pafos.

Adriana Miller
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