08 Jul 2011
8 comentários

Vik – A Ponta sul da Islandia

Dicas de Viagens, Islandia, Vik

Apesar de ter apenas 400 habitantes, Vik eh considerada uma das principais cidades na Islandia, e sua principal caracteristica eh marcar a ponta mais ao sul do pais (na Ilha principal).

A cidadezinha nao oferece nada mais ao turista – um camping bem basico, um hotel bem basico, posto de gasolina, banco e meia duzia de lojas que ficam de frente pro mar.

Foi meio estranho estar numa cidade “balnearia” bem no verao e ter aquele clima de “praia” – afinal faziam 10 graus esse dia!

Mas Vik eh uma cidade balnearia sem duvida alguma, e seus habitantes tem muito orgulho de sua praia.

Mas apesar de nao ter muito sol, nem futivolei, nem mate Leao gelado, as praias de Vik tem uma caracteristica que eu nunca tinha visto em lugar nenhum: Areia preta!

Turistas do mundo todo saem a procura das praias com as areiasmais branquinhas, e nos demos de cara justamente com areais preta!

E nao eh cinza nao, eh preta mesmo.

E nao eh praia de pedregulho nao (como as “praias pretas” das Costa Amalfintana na Italia, que sao praias de pedra), eh areia fininha, fofinha, de “verdade”. Soh que eh tao preta, que as fotos ficaram todas com pinta de preto & branco!

Entao jantamos de frente pro mar, no unico restaurante da cidade e ficamos um tempao brincando na praia e curtindo o verao Islandes!

As areais pretas sao caracteristicas tipicas de ilhas vulcanicas, pois geralmente sao “farelo” de lava vulcanica. Outra lugar que tem varias praias de areias pretas famoso eh o arquipelago do Havai, nos EUA, ou em Tenerife nas Ilhas Canarias da Espanha (mas Vik eh a praia numero 1 da lista das top 10 praias de areia negra do mundo!).

Pra completar a paisagem de cartao postal no fundo da baia de Vik estao os 3 penedos Reynisdrangar, que segundo a lenda local, sao 3 trolls que viraram pedra ao olharem pro sol! (mas na verdade são tres colunas de basalto que endureçeram durante uma explosão de lava).

Bem ali do lado de Vik esta a penisulo Dyrholaey, meio fora do circuito e acessivel por uma estradinha de terra batida bem escondida numa curva.

Mas nos resolvemos dar uma esticadinha ate la porque sentimos que estavams na hora certa, no lugar certo: no mes de Junho, Dyrholaey concentra a maior colonia de Puffins do mundo, que se juntam justamente nas cavernas dessa penisula de areas pretas todos os anos em Junho para procriar.

Oque eu nao sabia eh que Puffins na verdade sao patos (eu sempre achei que fossem pinguins!) entao eles ficam o tempo todo dentro da agua congelada, e raramente sao vistos em terra firme!

Sorte que minha camera tem um zoom super potente e consegui chegar bem pertinho deles e ver que realmente aquela “mancha” escura de aves no meio do mar eram na verdade milhares de centenas de Puffins boiando…

Do outro lado da baia esta o penhasco  Lundadrangur que tem um buraco no centro, e em epoca de mare baixa, eh grande o suficiente pra passar com um veleiro ali em baixo!

E pra completar nosso momento National Geographic, quando ja estavamos indo em bora passamos por uma fazenda cheia de cavalos Islandeses, que pareciam ter sido treinados pra agradar turistas e posar para cartao postal!

OS cavalos Islandeses sao outra grande atracao do pais (muito hotel fazenda “tematico”, muitas atividades pra criancas, muitas ecursoes nas highlands andando a cavalo) e sao realmente impressionantes.

Eles parecem ser um pony grandao, ou entao um cavalo de perna curta…

Os cavalos Islandeses sao uma raca unica e desenvolvida unicamente na Islandia, resultado de muito inbreeding – originalmente eles foram trazidos pelos Vikings Noruegueses como ponys, e assim como a populacao humana, a populacao de cavalos nunca se misturou com outras racas, entao tem uma genetica pura, que foi evoluindo nos ultimos 1000 anos.

O resultado dessa evolucao “pura” eh uma raca de ponys “fortalecida”, onde ao longo dos seculos apenas os maiores, mais fortes e mais cabeludos sobrevivam as condicoes climaticas, alimentacao e o tipo de trabalho que eles faziam ilha, oque resultou nesses cavalos tao especificos – musculos bem volumosos, tronco grande, pernas curtas, e uma crina digan de comercial de shampoo!

E talvez justamente por serem originalmente ponys, eles sao bem calmos e deixam a gente chegar bem pertinho…

 

Planejando uma viagem para a Islandia?

Aqui você encontra todas as dicas e recursos para planejar sua viagem, e podemos cuidar dos detalhes práticos para você:

Adriana Miller
Siga me!
Latest posts by Adriana Miller (see all)
Adriana Miller
8 comentários
07 Jul 2011
23 comentários

As impressões de dirigir na Islândia

Dicas de Viagens, Islandia

A principal pergunta que todos os nossos amigos fizeram foi justamente sobre como foi dirigir na Islândia. Como eram as estradas, como era a caravana, como traçamos nosso roteiro e afins.

Posso afirmar que dirigir na Islândia foi muito mais facil doque imaginavamos, por dois simples motivos: O primeiro e mais importante, é porque não tem ninguem nas estradas. Então voce nêo precisa se preocupar com muitas regras de transito que você não conheçe, nem com engarrafamento e afins.

E a segundo motivo eh bem simples. A Islandia soh tem 1 unica estrada no pais todo – a Estrada numero 1, conhecida como “estrada anel” ou Þjóðvegur, que circunda o país inteiro e conecta as principais cidades.

A estrada 1 só foi inaugurada em 1974, em comemoração ao aniversario de 1.100 anos do “assentamento” Viking no país, e foi tambem a primeira vez em seculos que muitas partes mais isoladas do ilha tiveram contato com o resto do mundo. Nesse mesmo ano, país, descendo das geleiras do Vatnajokull, e impassável ate então.

Porém, uns anos depois da inauguração da ponte, um dos vulcões entrou em erupção, a geleira se moveu, e o rio mudou seu curso – então hoje em dia, a maior ponte da Islândia passa sobre um vale seco e cheio de areia!

Existem varias outras estradinhas no interior da Islandia, mas sao quase todas de terra batida ou pedrinhas (porem acessiveis) e outras tantas que são consideradas “Highlands” (e marcadas pela letra “F”, por exemplo, estrada F439) e terminantemente proibidas para turistas, a não ser que você esteja dirigindo um dos super jeeps com tração nas 4 rodas, pois as tais das estradas Highlands que conectam o interior – inabitado – do país cruzam geleiras, rios de agua derretida das geleiras, cachoeiras, zonas de proteção geológica e afins.

Ou seja, não é o tipo de lugar que você deveria enfiar seu Palio ou sua Happy Camper…

Mas a estrada 1 é bem boa – a estrada é inteirinha de mão dupla, sem acostamento e sem areas de proteção então é bom ficar atento pois geralmente quando víamos um outro carro, com certeza seria bem na hora de cruzar uma pontezinha de mandeira de mão única!

O asfalto é novissimo sempre, principalmente na area sul do pais, onde estão concentradas a maioria das geleiras e dos vulcões – volta e meia quando um deles entra em erupção, a região sofre com enchentes, inundações e desabamentos repentinos, que destroem tudo que encontram pela frente, inclusive a estrada e pontes no caminho (vimos em varias partes da estrada umas estruturaas de ferro contorcidas e irreconhecíveis – quase que uma coisa arte-moderna de ser – e depois descobrimos que eram restos de pontes destruidas nos desabamentos causados por erupções nas geleiras).

Então além do trabalho constante de manutenção, a estrada é relativamente nova (apenas 30 e poucos anos) e pouco usada – eu li em algum lugar que a estrada recebe cerca de 5.000 mil veiculos por ano apenas! Sendo a media de carros que cruzam as cidades do país (excluindo os arredores de Reykjavik, claro) não passa de 100 por dia na alta temporada!

Por isso não tivemos dificuldade nenhuma de achar nosso caminho e dirigir por lá.

Mas como não sabíamos disso antes da viagem, nós tambem alugamos um GPS pra caravana, como sempre faço quando alugamos carro em outros países. Provavelmente teríamos nos virado bem sem o GPS, mas foi uma mão na roda de poder verificar sempre que estavamos na estrada certa na direção certa, principalmente nas estradinhas secundárias.

Alem disso, ainda na fase de planejamento, eu comprei um mapa rodoviário da Islândia pela Amazon, que nos ajudou bastante a traçar um roteiro e decidir oque fazer a cada dia. Mas acabei comprando outro mapa assim que alugamos o carro, que era menos detalhado nas estradas secundarias (nem todas eram numeradas ou incluídas no mapa), mas em compensação eram bem detalhado nas “amenidades” das estradas, então antes mesmo de sair de manhã, sabíamos exatamente onde estava o proximo posto de gasolina, o proximo camping, o proximo supermercado, ponto de informação turística e afins.

E isso sim foi imprecindível, pois esse lado da estrutura da islandia é bem precário, e as vezes passavamos horas e mais horas sem ver uma alma viva e sabendo que o próximo posto de gasolina ficava a 200 km. Isso sem contar as vezes que os tais posts estavam fechados, ou eram 100% self-service e nós não conseguíamos entender as instruções em Islandês…

E pra falar a verdade, apesar de todas as coisas incríveis que nos vimos e fizemos enquanto estavamos na Islandia, a road-trip foi a melhor parte! A Islandia sem duvidas é um daqueles lugares onde o melhor da viagem não é o destino final e sim a viagem em si!

 

Planejando uma viagem para a Islandia?

Aqui você encontra todas as dicas e recursos para planejar sua viagem, e podemos cuidar dos detalhes práticos para você:

Adriana Miller
Siga me!
Latest posts by Adriana Miller (see all)
Adriana Miller
23 comentários
07 Jul 2011
27 comentários

Vatnajokullpjodgardur

Dicas de Viagens, Islandia, Vatnajokull

Tudo bem. Eu espero. Tenta mais uma vez pronunciar o titulo do post… Deu câimbra na lingua?

Bem, esse lugar impronunciaável é o parque nacional onde fica o vulcão Vatnajokull (depois descobri que Jokull significa vulcão em Islândes), onde esta o mais antigo e maior geleira da Islandia, da Europa e do mundo (fora das regiões articas, claro).

Ali no meio da geleira fica também outro vulcão, o Grimsvotn, que é o vulcão mais ativo da Islândia e que estava em erupção e causando caos na Europa ha apenas 1 mes atras…

Esse foi o ponto alto da nossa viagem, e se tivessemos passado mais tempo no país, provavelmente teriamos passado mais tempo por lá, explorando as inumeras atrações do parque.

A sede do parque fica em Skaftafell, onde passamos a noite no camping, e onde tudo acontece no parque: é dali que saem passeios, excursões, trilhas, tem lojinha de souvenir, agencia de informações turistica, e etc.

Então começamos o dia cedo, e fizemos uma trilha na geleira, com os guias do Glacier Guides na “lingua” da geleira Svinafellsjokull.

As geleiras são massas de gelo gigantestcas que cobrem as montanhas na Islandia, e existem a milhares de anos. Por causa dos efeitos da gravidade, e nos ultimos anos, o aquecimento global, as geleiras estão em constante movimento, “descendo” das montanhas e consequentemente criando essas “linguas” laterais.

A unica maneira de andar na geleira é acompanhado com guias treinados, e material apropriado, cordas, equipamento de segurança etc.

Não só porque andar no gelo é impossivel, as geleiras podem estar com pedaços descongelados, fendas no gelo, e varias armadilhas perigosissimas!

A lingua Svinafellsjokull fica no lado esquerdo do Grimsvotn, oque significa que foi uma das areas mais afetadas pelas recentes cinzas vulcânicas, então o gelo estava preto! Completamente coberto pelas cinzas, que fez com que toda experiencia fosse ainda mais especial!

Então os guias nos deram todo material de proteção, um treininho sobre como andar no gelo sem quebrar a perna, etc além de varios fatos interessantes sobre a geleira e suas linguas.

Eu não fazia a menor ideia, por exemplo, que foi essa geleira que serviu de cenario para uma das primeiras cenas do filme “Batman Begins” – que supostamente é no Tibet/Nepal, mas na verdade foi filmado na Islandia – até um monasterio falso foi constuido na lateral da montanha!

Incrivel assistir os clipes do filme e ver como a geleira foi transformada do dia pra noite por causa da erupção! Serão necessarias decas e mais decadas de chuva, vento, neve e gelo pra geleira voltar a ter esse aspecto azulado característico.

Uma das “aulas” que os guias nos deram durante o trekk foi justamente sobre as diferentes erupções ao longo dos anos/seculos, e como essas marcas formam estrias escuras no gelo glacial, criando camadas de gelo e cinza, que são minuciosamente estudadas por cientistas e geologistas, que assim conseguem determinar o padrão de comportamento de um determinado vulcão.

A geleira que nós vimos era completamente cinza/preta, e os gânulos de cinza vulcânica eram nitidas em cima do gelo, criando uma paisagem bem lunar… E depois de ver a tal da cinza vulcânica ao vivo e tão de pertinho, realmente não dá pra imaginar aviões voando no meio disso não!

Eu amei a experiência de caminhar (e “entrar”) em uma geleira!

No fim do dia, aproveitamos as longas horas de luz, e o ceu azul que resolveu dar as caras, e dirigimos um pouco mais pronorte e fomos conhecer o lago glacial Jokulsarlon, que é uma das principais atrações do parque, e sem duvida, a parte mais fotogenica da Islândia!

Jokursarlon é o maior lago glacial da Islandia, criado a alguns milhares de anos atras, quando a gelereia “migrou” para perto demais do mar, e sua “lingua” começou a derreter.

Então por causa das variações da temperatura da agua do mar, e a diferença de densidade, salinidade, etc, a geleira vai pouco a pouco “amoleçendo” e soltando Icebergs que criam uma paisagem sem igual!

O lago é enorme, e a geleira que o criou é ainda mais impressionante! E a melhor maneira de ver os Icebergs é de dentro do lado!

Uns barcos amfibios te levam bem pertinho da geleira e dos Icebergs, enquanto uma guia conta um pouco mais sobre a região e mais umas tantas curiosidades sobre o lago e a geleira.

Outro fato interessante: uma das cenas mais memoraveis do filme James Bond “Die Another Day”, onde James Bond protagoniza uma cena de perseguição no gelo.

Pois é, também foi gravado na Islandia! E foi filmado no gelo de Jokulsarlon mesmo, e a historia por tras da produção é interessantissima!

O lago só existe por causa da diferença da densidade da agua do mar e a agua que derrete da geleira. Então a agua salgada do mar, não congela, e vai formando os Icebergs. Então eles constuiram uma represa temporaria e fecharam a coneçnao do mar com o lago. Uns dias depois, a agua densa do mar, desceu, e a agua limpa da geleira ficou por cima e congelou.

Prontinho! Como num sonho Holliwoodiano!

E nós até vimos um dos Icebergs se desfazendo e caindo no meio do lago, causando aquelas ondas (geladas!) de estremecer! Uma coisa assim um pouco “Titanic” demais…

Até a Angelina Jolie já filmou uma das cenas da Lara Croft no Jokursarlon – que supostamente era na Siberia, mas a Islandia é muito mais acessivel, certo?

Apesar do sol que pegamos, o vento estava de matar, e fez muito frio! mas sem duvidas, revendo essas fotos, valeu a pena!

 

Planejando uma viagem para a Islandia?

Aqui você encontra todas as dicas e recursos para planejar sua viagem, e podemos cuidar dos detalhes práticos para você:

Adriana Miller
Siga me!
Latest posts by Adriana Miller (see all)
Adriana Miller
27 comentários