09 Aug 2012
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Viajando Gravida: 1o Trimestre

Baby Everywhere, Dicas (Praticas!) de Viagem, Gravidez

O Primeiro trimestre da gravidez eh o mais chatinho e o mais delicado – muitas mulheres se sentem muito mal, e qualquer mudanca na rotina soh piora os sintomas e multiplica a sensacao de inutilidade (eh muito cansaco!!).

Portanto, tecnicamente eh um periodo nao muito recomendado para viagens e mudancas drasticas de rotina, e um periodo em que em muitos casos as mulheres preferem nao viajar.

Esse foi tema polemico nos posts sobre o segundo e terceiro mes da minha gravidez, entao achei que esse post esclareceria algumas duvidas sobre como esta sendo a minha situacao (e claro, cada gravida e cada gravidez eh muito diferente e nao ha regras nem padroes).

No meu caso, isso foi uma das primeiras perguntas que fiz ao meu medico e tivemos uma conversa franca sobre minha situacao. Segundo ele, no meu caso especifico, nao existiam grandes complicacoes nem contra-indicacoes. Dentro do meu proprio limite (que coube a mim saber identificar), estava liberada pra viajar o quanto quisesse e precisasse!

Ate que se provasse o contrario, a gravidez estava progredindo saudavelmente e eu estava me sentindo bem fisicamente – e o principal:  EU estava me sentindo bem e queria poder continuar minha vida normalmente. Muitas mulheres se sentem “frageis” nessa fase, e isso eh uma coisa importante de se respeitar. Ta afim de ficar em casa com os pes pra cima sendo paparicada? Entao tem mais eh que ficar mesmo!

Porem, por precaucao medica, eu nunca saia de casa sem o numero da clinica e do telefone particular do medico, alem dos detalhes do meu plano de saude (que eh internacional e me cobre em qualquer lugar do mundo) e de viagem. Entao se alguma emergencia ocorresse, eu tinha a quem acudir mesmo longe de casa.

Outra coisa interessante que o medico falou eh que a unica contra indicacao no primeiro trimestre eh nao experimentar “novidades” que seu organismo pode nao saber como lidar muito bem num periodo em que o corpo passa por tantas mudancas. Entao viajar (assim como fazer exercicios por exemplo), eh uma atividade liberada, desde que seja algo que voce ja faca normalmente e seu corpo ja esteja acostumado.

Ou seja, se voce nunca fez um voo Transatlantico e nao sabe como seu organismo vai reagir (ar seco do aviao, aumento de pressao nos ouvidos, problemas de circulacao nas pernas, jet lag, poltronas apartadas etc), entao um voo longo se torna uma atividade nao-recomendada nesse periodo.

Como eu ja viajo praticamente toda semana (a trabalho e/ou a passeio), poderia continuar viajando sem problemas – e foi exatamente oque fiz, e nao tive nenhum problema, nenhuma complicacao nem efeitos desagradaveis.

Porem a cada novo voo (principalmente nos mais longos que fiz no primeiro trimestre – voos de 12 horas pra Namibia e mais voos de 13 horas pro Rio de Janeiro – ida e volta!) eu usei alguns truques que achei que ia facilitar minha vida e meu conforto durante e depois do voo. Todos sao puro senso comum, mas sempre funcionam!

Agua, agua, agua! Beber muita agua antes, durante e depois do voo – e mais que nunca evitar qualquer bebida com cafeina.

Meias de compressao. Meu maior receio era ficar com as pernas inchadas ou ate mesmo ganhar algumas varizes no processo, entao fui na farmacia e comprei meias de compressao especificas pra voos. Funcionaram perfeitamente bem. Como nunca fico (ou ficava, antes de engravidar) inchada em voos, nao sei dizer se o merito eh todo da meia, ou da minha predisposicao, mas de qualquer maneira achei que valeu a pena nao arriscar! Aqui eh Londres eh possivel achar meias especificas pra voos em qualquer farmacia (eu comprei as minhas na Boots), mas pra quem esta no Brasil a boa e velha meias Kendall, quebram o galho!

Lanches: Nessa fase de primeiro trimestre eu sabia que apenas 2 tipos de comida me acudiriam caso eu acordasse morrendo de fome no meio do voo, ou se sentisse enjoo: biscoitos “secos” e frutas. Entao levei umas macas e tangerinas na bolsa (que comprei na Boots depois de passar pela seguranca) e uns saquinhos de pretzels e biscoitinhos integrais. Acabei nem comendo tudo, mas acho que so de saber que tinha comida por perto durante um voo longo ja me deixou mais tranquila (eu sabia que era a sensacao de fome e estomago vazio que estava me deixando mareada nessa fase).

Conforto – Qual poltrona escolher: Ambos os voos longos foram de classe economica e tive que fazer uma escolha ao decidir qual assento queria: ou ficava no corredor com livre acesso ao banheiro (importantissimo!), ou ficava na janela pra poder dormir. Acabei optando pelo assento da janela, pois sabia que fisicamente ia me sentir mais confortavel por ter um lugar pra me enconstar, apoiar a cabeca, tirar um cochilo (eu sempre dou preferencia a poltronas na janela, do lado direito do aviao – eh mania!). Foi um saco ter que ficar pedindo pras pessoas se levantarem cada vez que eu queria ir ao banheiro, mas de maneira geral esse foi um pequeno detalhe perto do conforto geral dos voos longos.

Conforto – Oque vestir: Acho que nunca me vesti tao mal em voos quanto no primeiro trimestre!!! So pensava em ficar confortavel, e so de me imaginar sentada numa poltrona pequena, usando calcas e roupas que ja mal me serviam por horas a fio, ja me dava vontade de cancelar tudo! Entao em ambos os voos, viajei de calca molinha de Yoga, camisetona larga por cima, sapatilha nos pes (mais facil de tirar e por, e mais confortavel caso meus pes inchassem), um cardigan quentinho e cachecol. Alem da almofada de pescoco e tapa olhos. Fenomenal! Nada me apertou, nem incomodou e fiquei super confortavel o tempo todo. E a medida que a barriga for crescendo, esse item vai se tornar ainda mais importante.

Remedios: Durante a gravidez (e principalmente no comecinho) a lista doque se pode ou nao tomar eh reduzidissima, entao por precaucao eh sempre bom ter seu estoque por perto (seja la oque for que seu medico liberou). Eu tive umas semanas que sentia uma dor de cabeca chata, e sabia que so poderia tomar Paracetamol e nada mais. Meu nariz estava ficando meio entupido, mas soh soro estava liberado, etc, etc (cada uma tera sua propria listinha). Entao pra nao arriscar precisar de alguma coisa no aviao, ou no local de destino e nao ter, carreguei meu mini-estoque sempre na bolsa comigo. Ah! E ai eu inclui tambem repelente (tanto na viagem pro Brasil quanto pra Namibia) pois gravidas tambem tem uma seria de restricoes a quais repelentes podem usar (ja que sao quimicos muito fortes e absorvidos pela pele). Qualquer coisa que inclua DEET eh terminantemente proibido, entao comprei repelentes “organicos” para gravidas e bebes que sabia que nao encontraria em outros lugares.

Contatos de emergencia: Como disse acima, nunca entrei num aviao sem ter todos os contatos de emergencia a mao: Nome e telefone do medico/clinica que estou fazendo o pre-natal, numero de emergencia para noite/fim de semana, cartaozinho e police do seguro de saude, carteirinha de vacinacao e uma pesquisa previa de nomes e contatos de medicos que falam Ingles no meu local de destino (uma dica otima dada por uma midwife/parteira que agora sempre consulto antes de viajar – nada pior doque ficar doente e nao conseguir se explicar na sua lingua pro medico!). Gracas a Deus nunca precisei de nada disso, mas eh sempre bom estar preparada!

Jet lag: No geral eu nao sofro muito com jet lag, mas a adptacao varia bastante se estou viajando de leste pro oeste e vice versa, ou se eh uma viagem a passeio ou a trabalho. Durante esse periodo de primeiro trimestre eu estava tao cansada o tempo todo, que foi dificil separar oque era jet lag ou nao jet lag. Por sorte, como a unica viagem com fuso horario grande (de Londres pro Brasil) foi 100% ferias, eu pude descansar bastante, dormir e acordar quando quisesse, oque facilitou a adaptacao do fuso na volta pra casa e trabalho. E pra mim o mais importante foi tentar nao “forcar” demais uma adaptacao ao horario local, justamente pra evitar sofrer demais na volta pra casa (e rotina, reunioes, etc).

 

O moral da historia eh que nunca entre num aviao sem o conhecimento e aprovacao do seu medico, e se qualquer coisinha estiver fora do normal, ou voce ja nao estiver se sentindo muito bem, melhor deixar a viagem pra la e cancelar tudo doque colocar a sua saude e do bebe em risco – voce tera uma vida inteira pela frente pra fazer qualquer viagem que nao for feita nesses 9 meses!

Mas ao mesmo tempo, considerando que tudo esteja bem com mae e bebe, nao ha desculpas pra ficar de castigo em casa por 9 meses!

Gravidez nao eh doenca, e eu estou achando super importante manter minha vida o mais “normal” possivel durante essa fase – ja que tanta coisa vai mudar depois!

Agora que ja estou no segundo trimestre (que eh a fase mais traqnuila e oba-oba da gravidez), o ritmo continua animado, e tenho aproveitado demais esse periodo de verao Europeu pra viajar bastante! (quem acompanha o Instagram e Twitter ja deve ter percebido! @DriMiller em ambos! Segue lah!)

Entao daqui a uns meses volto pra contar sobre as mudancas e desafios de viajar gravida no segundo (e ultimo – para viagens) trimestre!

Adriana Miller
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