16 Mar 2015
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Dicas de viagem de avião com crianças: 2 anos e pouco

Avião, Baby Everywhere, Viajando com crianças

Viajar com a Isabella nos últimos meses significou grandes mudancas: em primeiro lugar a parte ruim – agora ela eh uma viajante pagante, e definitivamente eh uma realidade dolorosa ter que adicionar aquela terceira passagem no orcamento!

Mas por outro lado as viagens de aviao com uma crianca de 2 anos (mesmo as bem curtinhas) passaram a ser mais confortaveis para nos tres, e bem mais agradaveis e prazerosas, pois a verdade eh que depois que a crianca passa dos 8 ou 9 meses eles ja sao grandes demais para ficar confortavel no colo dos pais durante muitas horas seguidas, o que so tende a piorar depois que comecam a querer se mexer, engatinhar e andar pelo aviao (ou corer, no caso da Isabella!).

Entao por mais que tenhamos reclamado demais de ter pago os últimos voos com a Isabella, logo de primeira, assim que entramos no aviao e ela se posicionou em sua propria poltrona foi aquele alivio…!

Nossa, ha anos que nao assistia tranquilamente um filme durante o voo, ou que comia com as duas maos! Apesar de que a Isabella sempre foi uma boa “dorminhoca” em voos, no ultimo ano ela ficava muito sem posicao para dormir no meu colo, e passou a dormir pouquinhos nos voos diurnos – em compensacao, viajou tao tranquilona quando fomos para Pittsburgh em Janeiro, que dormiu mais de 5 horas direto durante o voo! #milagre #amem

Mas essa fase que ela esta tambem tras outros desafíos e preparacoes, novas técnicas e acessorios, principalmente porque ela esta numa fase super ruim para comer e eh super ativa durante o dia!

Entao ese post esta meio separado por partes… algumas coisinhas que tenho feito para facilitar o meu lado nas viagens e como lidar com as frescuras da fase atual (#grevedefome), alem de alguns acessorios e apetrechos para mante-la entretida e feliz durante os voos.

 

–          Comida e alimentacao:

A Isabella nunca foi de comer muito nem bater pratao de comida, mas sempre comeu de tudo, sempre comeu o que nos comíamos e sempre quería provar o que estivessemos comendo, do nivel de comer kebab na Turquia, tofu defumado no Japao e noodles com molho de curry na Coreia.

Mas com mais ou menos 1 ano e 7 meses ela pegou uma gripe terrivel, que emendou em alguns dentes nascendo, e ficou super doentinha, perder bastante peso, e apartir dai resolveu que comer nao eh para ela! Greve de fome total!

Ja tentei de tudo e todas as técnicas possiveis (Dispenso palpites e licoes de moral. Agredecida.), mas cheguei num ponto onde aceito que eh uma fase, rezo para passar logo e desde que ela continue saudavel, feliz e se desenvolvendo (o que nao falta naquela crainca eh energía 220 volts!) nossa rotina alimentar do momento reveza entre praticamente 4 ou 5 opcoes que ela come numa boa.

(“Come numa boa” no meu conceito: 1) eu nao passo horas cozinhando so para acabar frustrada e com raiva quando o prato acaba no chao da sala; 2) nao tenho que gastar horas do meu dia e o pouco tempo de qualidade que tenho com ela durante a semana brigando e tentando forcar ela a comer algo que nao quer; 3) opcoes que ela consiga comer sozinha sem transformar a casa numa zona de guerra – litte Miss independente so come se ela coseguir comer sozinha, Ai de quem tentar colocar uma colher na boca dela!; 4) minimamente balanceada e nutritiva).

Entao obviamente isso se transformou num problema para nossas viagens, pois com 2 anos e pouquinho ela nao aceita mais potinhos de comida pronta, mas tambem nao come mais qualquer comida de adulto (e muito menos comidas de aviao – cuidado com o pedido de “comida de crianca” em voos, pois geralmente sao potinhos para bebes e uma colecao de gulosiemas e porcarias nada nutritivas).

Entao boa parte da “preparacao” dos nossos voos gira em torno de qual comida levar para ela sobreviver durante o voo – mas claro sem esquecer que existem restricoes do que eh permitido levar no aviao, restricoes quanto a liquidos e a praticidade da coisa (nao adianta fazer seu melhor guizado e achar que a comissaria vai ter todo prazer do mundo em te ajudar a aquecer na temperatura ideal para servir pro seu filho que so come o temperinho da mamae. Sejamos praticas e realistas!).

Praticidade eh minha palavra chave! Comidas que sejam faceis de transportar, faceis para ela comer sozinha sem precisar de mil aparatos (cadeirao, babadores, talheres, pratos e potinhos, e limpar tudo isso depois!) e que durem relativamente bem durante a viagem e que nao causem problemas na seguranca do aeroporto!

Potinhos com frutas, saquinhos individuais com porcoes de biscoito integral, salsicha de frango ou almodengas ou nuggets e palitinhos de peixe (faco no forno para aleviar o peso na conciencia #NaoVaiPassarNoVestibularPorqueNaoEhOrganico). Iogurtes, queijo, suco e leite.

E so.

Ai durante o voo quando servem a refeicao, se ela estiver acordada, ela tem a opcao de comer mais alguma coisa – mas se nao quiser nem olhar praquela bandeja de comidas aleatorias, pelo menos ela ja se alimentou direitinho.

 

–          Apetrechos e acessorios (e quantas mudas de roupa levar no aviao!):

Como ela esta nessa fase de querer ser independente e fazer tudo sozinha, eu tambem levo seus copinhos de suco (que ela sabe abrir e fechar sozinha sem fazer uma lambanca), colheres e garfos e o babador de borracha (que tem aquela “bolsa” que segura migalhas e entornoes! Melhor invencao da vida pra essa fase!), alem de toneladas de lencinhos umedecidos (desses para limpar maos, boca e nariz).

E outra coisa que voltei a fazer eh levar varias mudas de roupa para ela no aviao com a gente. Quando ela era bem bebezinha eu levava dezenas de mudas de roupa, pois bebe se suja muito mesmo (fraldas explosivas, golfadas e afins), mas depois de um tempo ela raramente precisava tocar de roupa durante o dia.

Mas agora, nessa onda Miss independente, o resultado eh que ela se suja muito, o tempo todo!

Entao eu prefiro mil vezes deixar ela se sujar a vontade e trocar as mudas de roupa dela durante o dia, do que ficar tentando limitar as exploracoes dela, ou tentando limitar o que ela pode ou nao pode tentar fazer (tipo, comer sozinha. Se eu forcasse ela a comer sendo servida por mim, tipo ”aviaozinho de colher”, as refeicoes seriam infinitamente menos imundas, mas tambem bem mais frustrantes para todos nos, entao quero mais eh que ela experimente, teste seus limites e aprenda a fazer tudo sozinha por merito proprio. Mesmo que isso signifique que eu tenho que volta e meia lavar as manchas do suco de uva na camiseta dela na pia do aviao! #detestomasfaco).

 

–          Brinquedos e entretenimento!

Minha parte preferida da nova fase de nossas viagens! Saber que agora a Isabella eh nossa parcerinha de viagem e de voo, e me empolgo planejando as atividades dela no voo tanto quanto me empolgo baixando musicas e filmes para mim e comprando revistas para ler a bordo!

O principal e mais usado eh o iPad (ou qualquer tablet, DVD player ou laptop, ou o que voce tiver a mao!) com desenhos, joguinhos e fotos e videos (dela mesmo, ela adora!). Com essa idade (uns 2 anos) as crianças também já podem usar fones de ouvido (desde que próprios para crianças e com regulagem de volume), o que percebemos que ajudou bastante na concentração dela pra assistir desenhos e musiquinhas, além de não incomodar os outros passageiros. Nós usamos esse aqui que nos foi muito bem recomendado, ela adorou (muito confortável de usar na orelinha e cabeça dela – apesar da recomendação ser para 4 anos, ela usa desde os 2 anos e serviu numa boa) e está durando horrores!

A Isabella ainda nao esta na idade de conseguir asistir desenhos e filminhos inteiros nao (ou talvez nao seja da idade e sim dos nivel elevado de energía embutida!), entao ja ate baixei alguns desenhos da Disney e Pixar, mas ela nao da muita bola e nao presta atencao. Entao o que faco eh baixar serie inteiras da Peppa Pig, Galinha Pintadinha, Bichinhos Fofinhos, Dinotrem e Backyardigans, que sao seus desenhos preferidos.

Volta e meia alguem me pergunta como eu “faco para baixar” video e filmes no iPad e a resposta eh simples: eu compro no iTunes!

(momento licao de moral) Afinal tambem sou criadora de conteudo on line e assim como nao gosto de ver minhas fotos e textos copiados e pirateados por ai, tambem nao faco isso com material dos outros.

Entao ja tenho meu cartao de crédito cadastrado na loja de Apps da Apple e iTunes e volta e meia compro coisas novas para ela.

Mas tambem levo revistinhas de colorir e lapis de cor, cartelinha de adesivos, livros variados (aqueles de pagina dura, que duram mais, pois ela tambem prefere livros que ela consegue segurar e virar a pagina sozinha) e joguinhos de cartas, tipo jogo da memoria.

Entao eu ja deixei uma gaveta separada no quarto dela cheia de cacarecos e brindes para criancas (sabe desses que as pessoas colocam que lembrancinha de festa? Ou que encontramos em lojinhas de coisa baratinha?), e ai quando estamos fazendo a mala, ela pode ir la na gaveta e escolher o que quer levar para brincar no aviao. Colocamos todos em alguma bolsinha que ela so vai ter acesso ja dentro do aviao!

E os joguinhos de carta, tipo jogo da memoria sao um capitulo a aprte, porque ela AMA todos eles! Brincamos muito com eles em casa, mas eles sao tao praticos no aviao!

Eh so espalhar as cartas na bandeja da poltrona, ela vai achando o “amigo” da carta. Um dos jogos/atividades que mais “duram” com ela! Passamos horas brincando assim!

 

–               Conforto da crianca (na pratica):

Algumas dicas finais que uma leitora me perguntou por e-mil no outro dia:

* Desde que a Isabella comecou a ficar muito grande pra caber no bercinho ou bebe conforto do aviao (com 1 ano e pouquinho, porque ela eh bem altona pra idade), ja nao reservamos mais as poltronas da frente do aviao onde geralmente viajavamos com ela bebe, pois essas poltronas nao levantam os bracos, entao fica super apertado e desconfortavel pra ela dormir no colo.

Hoje em dia, com sua poltrona propria, tambem prefiro sentar nas fileiras de tras, pois assim levantamos os bracos dos 3 assentos e ela consegue deitar numa boa e dormer confortavelmente com a cabeca no colo de um de nos dois e os pes no colo do outro.

* O mesmo vale para os assentos na classe “economia premium” de algumas cias aereas. Se voce puder pagar a mais e viajar de primeira classe ou classe business, otimo. Mas caso contrario, va de economica mesmo, nas fileiras de tras. As classes de “economica Premium” apesar de oferecer mais espaco e poltronas mais confortaveis para adultos, sofrem o mesmo problema que os assentos das fileiras da frente (bulkhead) pois nao levantam os bracos entre as poltronas, e portanto se tornam bem desconfortaveis para criancas.

* Tanto eu quanto a Isabella temos praticamente um “uniforme” pra viajar de aviao: calca legging, blusas de algodao macio e moleton! Me da ate agonia de ver aquelas criancas (e adultos tambem, by the way) que se emperequetam todos pra entrar num aviao confinado e desconfortavel! Que judiacao fazer isso com uma crianca!

Pecas quentinhas, macias, elasticas e confortaveis! Ah! E uma mantinha ou cobertor extra, pra combater o ar condicionado do aviao (geralmente super gelado, principalmente em voos longos).

 

E por fim, aquilo que sempre digo em relacao a viajar com craincas: por pior que seja seu voo, se seu filho chorar por horas a fio, nao comer nada, sujar tudo, voce ficar um caco de cansada #quemnunca…. Sao apenas algumas horas e depois passa! E quando passar voce estará feliz da vida de ferias num lugar novo, curtindo todas e mostrando o mundo pros seus filhos! Foco na reta final e o resto entrega pra Deus!

Entao nessa fase atual de 2 anos e pouquinho, por um lado as viagens estao ficando mais faceis, pois alem de ter poltrona propria, ela ja interaje mais, ja sabe pedir o que quer e nao quer, o que reduz bastante a “tensao” de viajar com um bebe de colo sem saber se alguma coisa esta errada.

Mas por outro lado, ainda eh uma fase em que ela nao sabe se entreter, entao tambem acaba demandando bem mais da gente durante os voos.

Por que a realidade eh que nao da pra achar que ela vai ficar tranquila & feliz de passar 7,8,9 ou mais horas sentadinha em sua poltrona, sem fazer nada, sem fazer bagunca, nem barulho enquanto eu assisto um filme ou leio um livro tranquilamente. E se eu tentar “forcar” ela a ficar quieta, so vai piorar a situacao pra nos duas.

Entao enteragimos, muito. Brincamos o tempo todo, e cada vez que ela enjoa de alguma coisa, tiramos outro livro ou outro joguinho da mala e la vamos nos ler outra historia, fazer outro desenho ou dar um passeio pelo aviao.

Entao sim, eh claro que super cansativo! Mas a alternativa seria uma crianca tensa, infeliz, reclamona e birrenta, que simplesmente esta entediada fechada dentro do aviao (se voce nao gosta de passar 10 horas naquela poltrona sem fazer nada, porque uma crianca tem que gostar?!).

Entao nos vamos nos revesando ao longo do voo, e quanto um de nos joga alguma coisa com ela, o outro dorme, ou assiste um filme ou faz oque quiser. Quando ela enche o saco de seja la o que for que estiver fazendo, trocamos. Entao assim garantimos que ela esta sempre entretida e interagindo com um de nos, mas o outro esta tendo um tempinho pra relxar!

Claro que cada caso eh um caso, e cada crianca eh diferente da outra. Com a Isabella os jogos sao a melhor solucao para mante-la entretida (ela nao da a minima pra bonecas, carrinhos, bichinhos e “brinquedos”, e o que quer mesmo eh brincar com um de nos o tempo todo!). Outra solucao sao desenhos e apps curtinhas com musicas e atividades que durem de 5 a 10 minutos cada uma no maximo (a paciencia dela nao dura mais que isso, mas sei que vai melhorar com o passer dos proximos meses!).

Mas pra mim a moral da historia dessa fase eh simplesmente aceitar que da trabalho, e nao da pra esperar que ela consiga ficar sentada sem fazer nada por horas a fio, entao nosso dever eh fornecer esse entretenimento pra ela.

Adriana Miller
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12 Dec 2014
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Viajando com Criancas: Dicas para lugares “exoticos”

Baby Everywhere, Dicas Aleatorias & Genericas, Viajando com crianças

A opção de usar a palavra “exótico” no titulo do post tem um propósito (calma ), mas em geral qualquer destino que seja diferente do que as pessoas esperam, gera o mesmo tipo de duvida: Como a Bella se adaptou no lugar______ (insira destino ou atividade). O que tem para fazer com bebes/crianças no lugar _____ (insira destino ou atividade).

Isabella com mulheres Bereberes em Marrocos

Eu ate entendo que certos destinos mais “diferentes” gerem mais duvidas mesmo, mas nos últimos meses eu recebi (e respondi) as mesmas perguntas/duvidas mesmo estando em lugares bem “batidos” turísticamente – como foi o caso de Capri na Italia, o Valle do Loire na Franca, Nova Iorque, e ate mesmo nos mercados de natal na Alemanha. Só para citar alguns. Até mesmo nos comentários do meu outro post sobre Marrocos rolou um bate=papo sobre porque certas famílias simplesmente não gostam de viajar com os filhos.

Hora do “recreio” no parquinho da Mesquita na Turquia

Ou seja – eh tudo uma questão de ponto de vista. O que pode ser super diferente e “exótico” para uma pessoa/família, eh super trivial e corriqueiro para outra.

Dancando “Gangnan Style” em Seul, Coreia do Sul

E bem, vou contar o moral da historia antes mesmo de terminar o post: a meu ver a função e responsabilidade de fazer um destino funcionar para crianças (de qualquer idade) eh dos país das mesmas, não do destino em si.Afinal cada lugar lida com crianças de maneiras diferentes – os pais devem avaliar bem isso e tomar todas as precauções para que essas diferenças culturais afetem as crianças o menos possivel durante a viagem.

Takling to the monks

Então cabe a você (prezado pai ou mãe que me lê) decidir se você esta disposto ou não a encarar certas situações. Mas pode ter certeza que se você estiver bem preparado, sua crianças nem vai perceber a diferença!

Porque pensa só: todos, TODOS os lugares do mundo existem crianças. Savana na África. Crianças. Cidade grande na América central. Crianças. Vilarejo de esquimós no polo norte. Crianças.

Então para o próprio bem de seus filhos (e seu!) e de suas viagens, não entre nessa de que “lugar tal não é lugar de criança”, pois existem crianças em qualquer buraco do mundo. E ponto final.

E como disse acima, o que eh exótico para uma pessoa, não é exótico para outra pessoa.

Duas situações me vem a cabeça pra dar de exemplo:

A primeira foi ha muitos anos atrás, muito antes de ser mãe – quando estava planejando meu casamento, que foi no Rio de Janeiro. Muitos dos amigos do Aaron (principalmente os Americanos) não foram, ou foram sem as famílias, pois afinal “Brasil não é lugar de criança”.

Sim. Eu ouvi isso. De uma pessoa esclarecida, viajada, estudada numa das melhores universidades do mundo. Aliais, de um não. De varias.

“Claro que vou no seu casamento! Mas minha esposa vai ficar com as crianças… não dá pra levar crianças pro Brasil”.

Pois é… eu também!

Um dos amigos dele foi pro Rio, e levou a mulher e a filha, que na época tinha apenas 4 meses de idade – ate hoje as pessoas ainda falam deles como “aqueles loucos & aventureiros que levaram um bebe pro Brasil!” mais de 5 anos depois, numa das viagens pro EUA ano passado ainda ouvi alguém conversando com tal criança (que na época tinha 5 anos) de como ela era “aventureira” pois ja tinha ido até pro Brasil! (¿!) #CúmuloDoExotismo

(E nao, nao me venha com essa de que “Americanos sao ignorantes”, porque com certeza você já pensou o mesmo sobre algum outro país do mundo!)

Nice hat!

Nas ruas da Bósnia

Outra situacao desse tipo aconteceu ano passado quando viajamos pelos Bankans com a Bella, na época com 8 meses. La estava eu, com ela no canguru quando entrei numa loja na Bosnia e comecei a conversar com a vendedora, que tinha uma filha da mesma idade. Fiquei uns minutos conversando com ela, e quando disse que moravamos em Londres, ela suspirou e comentou como tinha vontade de conhecer Londres, mas completou: “Agora so daqui a muitos anos. Meus filhos nao podem sair da Bosnia… Inglaterra nao eh lugar de crianca”

Bósnia. Inglaterra.

Pois é, reveja seus conceitos.

Fushimi Inari Shrine

Mas ok, então como manter sua sanidade mental – e segurança, rotina, alimentação, brincadeiras & diversão e afins – durante viagens “não clichê” que envolvam obrigatoriamente um resort com kids club na Praia ou Disney?

E lembre-se do que comentei no começo do post – cabe a você, pai e mãe garantir os “confortos terrestres” de seus filhos, seja lá onde for.

 

  • Segurança & Saúde:

Para mim, o mais óbvio de todos. A única coisa que me impediria de ir, ou levar mina filha a determinado lugar é a segurança física dela. Violência urbana, guerras e conflitos. E claro, riscos para a saúde e sua vida. Não preciso elaborar muito né?

Espero um dia na minha vida pode conhecer as montanhas do Afeganistão (e nao estou fazendo uma “ironia exagerada” não. As montanhas do Afeganistão são lindíssimas!), mas imagino que nos próximos anos isso nao seja possivel…

Pais com surto de Ebola?

Regiões montanhosas com ar muito rarefeito? (mas nao esqueca que mesmo aos pes do Everest e no Kilimanjaro existem muitas criancas – mas elas estão fisicamente acostumadas com isso, minha filha nao, e nao eh uma coisa que EU possa fácilmente mudar).

Ou seja, adoraria escalar outra montanha, mas os riscos da altitude elevada são um perigo para saúde – alem de que nessa idade, ela teria que nos acompanhar numa mochila – e sinceramente eu nao tenho o preparo físico para pasar 7 dias subindo montanhas com uma criança nas costas – as mulheres no Nepal fazem isso numa boa, eu… nao).

Também adoraria fazer outro safari, mas geralmente as empresas não permitem crianças menos que 5 anos.

Ou seja, se existe algum risco ou perigo, melhor deixar para depois.

E claro, tem também  lugares que nos parecem mais inseguros no ponto de vista da saúde, pois “o que fazer se meu filho ficar doente?”. Mais uma vez, estar preparado é chave. Afinal gripes, dor de barriga, infecção de ouvido e afins podem acontecer em qualquer lugar e a qualquer momento – mas são pequenas tragédias se acontecem quando estamos longe de casa.

Farmacinha básica com remédios de emergência (é só pedir pro pediatra), bom seguro de saúde, lista de médicos que falem inglês no seu destino (prática que adotei quando viajava grávida e desde então não deixei mais de fazer). Outra coisa que faço quando planejo viagens mais “exóticas” com a Isabella é sempre ficar em hotéis de rede/internacional – praticamente uma garantia de que eles saberão lidar com emergências gringas, poderão de auxiliar a encontrar um médico no meio da noite, como descrever uma dor pro farmacêutico e afins.

 

  • Alimentação:

Ja falei em vários posts que sou relax no quesito alimentação. Claro que no dia a dia faço de tudo para que a Isabella seja o mais saudável possivel, mas se tiver que recorrer a papinhas prontas, comida congelada ou besteiras aqui e ali, não acho o fim do mundo.

Não sou dessas mães que acham que a criança vai desenvolver um terceiro olho só porque comeu um chicken nuggets, e também não acho que ela não vai passar no vestibular só porque não comeu comida “caseira” todos os dias.

Tanto para mim, quanto para ela, uma “alimentação balanceada” significa comer de tudo. Inclusive coisas que sabemos muito bem que – em excesso – nos fazem mal. (Adoro uma coca cola ou guaraná num copão de gelo acompanhando meu haburguer com batata frita. Então para que ser hipócrita?!)

Então fico sem saber o que responder quando recebo comentários/perguntas/emails do tipo “meu filho só come a comidinha com o temperinho de casa – não sei o que fazer pois vamos viajar” (e se vier cheia de diminutivos então, me tira do serio! Hahahah).

É mesmo cara-pálida?

Ou seja, não seja extremista nem caia na onda do “terrorismo nutricional” onde acabamos tão apavorados de pensar que algo “não eh saudável” #CulpaDoInstagram que privamos nossos filhos de experimentar sabores, texturas, temperos e ingredientes diferentes.

Para vida toda! Tem coisa mais irritante que adulto fresco?! E você acha que a “frescura” começou quando? Aos 37 anos que não foi! (e se você é desses que virou sem-lactose-sem-carboidrato-sem-açúcar-sem-gordura-sem-nada depois de velho….. ai cruzes!)

Mas enfim, perdendo o fio da meada.

Ninguém no mundo conhece seu filho melhor que você mesmo(a), então faca um bom exercício de consciência: será que meu filho vai comer tal coisa em tal lugar? E se não comer? E ai?

Tenha um plano A, um plano B e um plano C.

No Japão a Isabella estava numa fase super aventureira a mesa, e geralmente comia o que via os adultos comendo – tofu com curry? Check! Sashimi de salmao? Check. Noodles de arroz com molho de camarão seco? Check.

Hoje em dia eu tenho certeza que ela não ia querer nem olhar, pois esta numa fase super chata! Então nosso plano A, B, e C seriam optar com comer no hotel, levar comida, escolher opções mais internacionais e etc.

Mas como o pediatra dela sempre me diz: criança que tem comida em casa não passa fome. Se ela estiver com fome, ela vai comer.

Então como eu nunca sei como ela vai reagir durante as viagens, minha técnica sempre eh:

Café da manha reforçado: cereal com leite, iogurte, frutas, ovos. E sempre levo uma “marmitinha” na bolsa de fraldas, para emergências durante o dia: frutas (levo de casa uns potinhos vazios para guardar durante o dia opcoes tipo salada de frutas ou uvas ou morango, mirtilho etc), pães ou bolos e dependendo do clima (se for lugar frio) ate mesmo ovos (cozidos).

Se ela resolver comer o que nos comermos, to no lucro. Caso contrario, pelo menos ela terá uma boa seleção de opcoes saudáveis que ela sempre come.

O mesmo vale para o jantar, mas geralmente no fim do dia acho mais fácil encontrar uma opção mais “internacional” (nem que seja no room service do hotel!)

SE possivel eu levo comida (entre 6 e 18 meses levei comida – comprada pronta – em todas as viagens). SE possivel eu cozinho para ela (apenas quando ficamos na casa de família ou casa alugada com amigos).

Mas vocês nunca vao me ver planejando uma viagem em relacao a “tem que pasar na feira para comprar legumes frescos, depois cozinhar tudo no vapor, peneirar, bla bla bla”.

Ate uns meses atrás esse processo era mais fácil, pois era só levar (ou comprar já no destino) comidas prontas e papinhas de bebe. Mas com quase 2 anos prefiro que ela coma comidas mais “de verdade”.

 

  • Conforto e comodidades da vida moderna

Uma das coisas que mais mudou no meu estilo de viajar depois que a Isabella nasceu foram justamente os hotéis que escolhemos.

Tento contrabalancear: quanto mais diferente do nosso dia a dia for um destino, mais “internacional” e confortável o hotel precisa ser.

Porque afinal, cabe a mim garantir que ela estará confortável e terá acesso as coisas que esta acostumada no dia a dia, então meus pre-requesitos na escolha do hotel são:

Hotel que forneça berço

Hotel com café da manha

Hotel com opcoes de restaurantes e/ou room service

Hoteis de redes internacionais onde sei que o nível de Inglês falado pelos funcionários será bom o suficiente para nos auxiliar no dia a dia da viagem – seja na hora de reservar um taxi pro aeroporto, recomendar um restaurante ou passeio, e ate mesmo no caso de emergência (toc toc toc) nos orientar em relação a médicos, hospitais e afins.

A Isabella é uma criança levada e muito ativa, mas fácil de “administrar”, então desde que ela tenha uma boa noite de sono e sua rotina da hora de dormir seja constante, o resto do dia ela fica numa boa.

O café da manha, restaurante e room service eh para nos salvar nos momentos mais chatos para comer (que eh a “fase” atual dela) e salvar os país também! Afinal nem sempre da para sair para jantar no fim do dia ou alguma programação mais elaborada para família toda, então muitas vezes recorremos ao room service de hoteis mesmo depois que ela ja estava dormindo.

 

  • Rotina:

Não adianta tentar brigar demais com a mãe natureza: crianças gostam e precisam de rotina.

Mas não estou falando dessa coisa militar de “lanche as 10:15, almoço as 12:30, soneca as 2:00 etc” não. Para gente o que funciona melhor é manter o dia a dia na mesma ordem, sempre.

Quando ela acorda, a primeira coisa é mamadeira com leite (ai, amo essa fase de “Ma-maaaaeeee Bella acodô! Leite fufufu-avor” – o ‘por favor’ nem sempre sai espontaneamente! hhheeheh), só depois da mamadeira eh que trocamos a fralda. Ai dou algum livrinho para ela se distrair enquanto troco a roupa dela e penteio o cabelo.

Ela brinca um pouco enquanto eu e Aaron nos arrumamos, e ja vamos direto pro café da manha do hotel.

Como tento sempre fazer com que ela coma o máximo possivel no café da manha quando estamos viajando, ela não lancha pela manha – mas entre 11:30 e meio dia já começamos a procurar opcoes para almoçar. Se passar muito desse horário, sei que ela vai ficar irritada demais para comer – e consequentemente vai dormir menos.

Paramos para comer (que pode ser um simples “sentar na grama” enquanto ela come as frutas que trouxe do hotel, ou um banquinho na calcada enquanto comemos um cachorro quente de barraquinha).

Geralmente ela cai no sono logo depois de comer, e dorme entre 1 e 2 horas depois do almoço.

Dependendo da viagem, se der, voltamos pro hotel ou pro quarto para ela dormir no berço. Mas geralmente ela dorme no carrinho mesmo.

A tarde, depois que ela acordar, ela sempre fica mais ativa, então as atividades tem que ser mais físicas ou estimulantes – em Marrocos, para mina surpresa, ela adorou passear pelos Souks (muitas cores, muita gente fazendo gracinha para ela, muita coisa diferente ao mesmo tempo) sem querer sair do carrinho. Ja no mercado de natal na Alemanha, ela as vezes queria sair do carrinho, as vezes pedia colo e as vezes ficava numa boa sentadinha.

A noite, jantamos em algum restaurante (almoço costuma ser corrido quando viajamos, e deixamos o jantar como a refeição principal) ou no hotel, e na hora de dormir, tudo segue a mesma rotina e ordem de sempre: leite, depois banho (levo o sabonete dela com alguns brinquedinhos), lemos uma historinha, e cama (no “saco de dormir” que ela usa em casa e já está acostumada).

Ao longo das viagens aprendemos que essa ordem ajuda a administrar o jet lag, possíveis frescuras alimentícias, o humor e a energia dela.

Mas eh claro que cada criança é diferente – mas vai por mim. Mantenha a rotina e tudo ficara bem. A ordem dos fatores SEMPRE altera o resultado!

 

  • “Instrumentos” e “ferramentas”

Quanto mais velha for a criança – ate uma certa idade – mais difícil será mantê-la entretida por muito tempo. Sem sombra de duvidas a viagem MAIS fácil que fizemos com a Isabella foi a primeira, quando ela tinha apenas 9 semanas de vida! As pessoas ficavam apavoradas de nos ver viajando com um bebe tão pequeno, mas era tão simples e fácil viajar com um bebe que só mama no peito e fica paradinho no colo!

Hoje em dia é um arsenal de guerra, mas na boa, por mais que reclame sempre, eu prefiro ter tudo sempre a mão (Aaron é um santo, eu reclamo muito das nossas tralhas! Gosto de viajar leve, mas em 2 anos, ainda não consegui! Prefiro estar preparada com tudo que possa vir a precisar).

Jogo da memoria e sua bolsinha preferida

A começar por um bom carrinho, que é uma dica-repetição aqui no blog em quase todos os posts “genéricos” sobre viagens com a Isabella. Carrinho confortável = bebe confortável e feliz por mais tempo.

Nos usamos nosso amado Bugaboo Bee, mas quando ele empenou na volta de uma viagem e compramos um “guarda chuva” de quebra galho, imediatamente a primeira diferença foi que a Isabella não conseguia pegar no sono, e quando dormia, dormia por menos tempo! Ou seja, ficava irritada antes do almoço pois estava cansada mas não conseguía pegar no sono, e acordava irritada pois não estava descansada o suficiente a tarde (e portanto também ficava mais irritada no fim do dia e atrapalhava nossos planos de jantar).

Outro “instrumento de manutenção de crianças” é uma daquelas mochilinhas com coleira.

(pausa para as reações de horror das mães!)

(vai lá, pega um copo de agua para acalmar suas palpitações)

Não, eu não considero minha filha como um cachorro, não se preocupem.

Mas eu sei que ela eh uma criança muito ativa, gosta de andar e correr para cima e para baixo e não gosta de dar a mão na rua.

Então eu faço uma escolha simples: posso privar minha filha de andar (gastar energia, se exercitar), explorar os lugares, e se sentir parte da viagem ou obrigar que ela fique o tempo todo reclamando no carrinho. Posso correr o risco de que ela corra pro meio da rua numa cidade movimentada, ou se perca na multidão de um mercado de rua.

Ou então posso ate mesmo deixar de fazer certas coisas pois “minha filha não para quieta no carrinho” e não consigo viajar com ela.

Ooooooou posso enfrentar os olhares horrorizados das pessoas na rua – que sinceramente, não me afeta/incomoda. Se ela estiver segura e feliz, eu to feliz.

Para mim a escolha eh simples.

Hoje em dia a Isabella não aceita mais ficar amarrada no carrinho por 10 horas seguidas, e por mais que sempre tente encaixar um jardín/parque/parquinho na programação do dia, nunca da para prever que horas será o próximo chilique e gritos de suplício “Bella chão? Sim? Acabou sentar? Sim?” (ahahah! To amando essa fase dela começar a falar e se expressar!). Então a mochilinha-coleira esta sempre a postos para aquele momento que ela precisa de uma meia horinha “independente” andando por ai.

Não precisamos dela quando estávamos nos jardins dos castelos na Franca, nem passeando pelo Central Park em Nova Iorque, mas foi essencial nos templos do Japão, no Souk de Marrakech ou no calçadão de Ipanema no Rio.

Dando um pouco de agua pra Peppa Pig durante o por do sol em Marrakech

E claro: brinquedos, livros, iPad, caderninhos de colorir e afins.

Por um lado essas “ferramentas” ajudam a manter um certo grau de familiaridade da criança numa ambiente tão diferente (a historinha preferida na hora de dormir, o ursinho preferido para acalmar o choro etc), mas são ÓTIMOS para os país também!

Jantar romantico em Carpi, um oferecimento: Galinha PIntadinha!

Jantar romântico na Itália? Galinha Pintadinha. Voo com turbulência? Jogo de quebra cabeça da Peppa Pig no iPad. Por do sol no restaurante em Marrocos? Cartas do jogo de memoria dos animais. Dia de chuva na beira da Praia na Turquia? Maratona “Fireman Sam” no iPad.

Claro que volta e meia ouço aqueles comentários “meus filhos nao brincam com eletrônicos!”. Ah eh mesmo?! Que bom para voce! A minha filha nasceu em 2013 e tentar evitar que ela não tire vantagem da tecnologia de sua geração é uma besteira.

Mas depois não me venha com “não consigo sair para jantar, meu filho não para quieto!”

Claro que tento diversificar com outras opcoes de brinquedos (ate porque nessa idade ela cansa rápido do iPad), mas no meu “Hall of Fame” da maternidade as invenções do Sr Steve Jobs estão ranqueadas logo abaixo da invenção da fralda descartável!

No voo pra Marrocos sentamos bem do lado de uma família com um menino da mesma idade da Isabella, que chorou sem-para as 3 horas de voo. Tudo bem que o voo não era longo, mas no mundo de uma criança de 2 anos, ficar parado e sentadinho por 3 horas seguidas não existe! E eles não tinha um livro, um brinquedo, um joguinho, NADA pra distrair o menino! Morri de pena da mãe, sendo fuzilada com olhares de ódio dos outros passageiros e acabei dando o meu iPad pra menino jogar durante o resto do voo.

 

  • Atividades:

“O que tem para fazer com crianças no lugar _______(Insira destino)”. Tudo que VOCÊ oferecer ao seu filho.

Claro que isso depende demaaaaaais da idade da criança, mas ainda não captei a preocupação nem a diferença (ou seria vantagem?!) entre deixar minha filha explorar os corredores de um mercado árabe ou leva-la a um “museu da criança”?

Pelas ruinas de Pompeia

Entre passar a tarde num parquinho, ou deixa-la passear pelo Central park. Entre as luzes de Harajuku em Toquio ou um “aquário”? (fato: levamos a Isabella no Aquario de Seul, na Coreia, e tudo que ela quis fazer foi subir e descer as escadas. Mas nas ruas de Toquio ou jardins dos Templos de Quioto ela brincou, interagiu e pareceu mais interessada e engajada!)

Ruas de Shybuya, Toquio

Ou porque alguns pais acham que uma criança NÃO gostaria de conhecer um Castelo de verdade por dentro? Ou não acharia um mercado de natal estimulante?

Sei lá, de repente você tem razão. É, voce mesmo, me julgando e pensando que “espera so ate ela fazer X anos?!” “Coitada dessa crianca, nao pode nem ir no parquinho?!”.

No Aquario de Seul, Coreia do Sul

O tempo é o melhor remedio, e pode ser que tudo mude daqui a uns anos. (e por isso que esse blog nao se chama “Guia definitivivo como sobre criar seus filhos. Eu sou melhor mae que voce” HAHAHAHAHAHA)

Ate hoje (eu sei, ela tem apenas 2 anos…. Mas ja foram mais de 20 paises visitados em 5 continentes, entao tenho um certo embasamento empírico…) ainda não passei por uma situação onde não tinha NADA para fazer com a Isabella.

“Bella, vamos contar quantas pedrinhas cabem na sua mochila?” (Jardins de castelos no Vale do Loire)

“Bella? Cade a mamae? Achou!” (me escondendo atrás da pilastra num templo em Seul)

“Quais as cores do azulejo na parede?” (dentro da mesquita em Marrakech)

“Vamos subir as escadas? Da a mao para mamae” (nas ruinas de Pompeia).

Sim, é muito mais cansativo quando VOCÊ tem que brincar com SEU filho, e as vezes é ooooootimo entrar num parquinho, e deixar ela solta nos brinquedos sem ter que ficar inventando mil coisas ao mesmo tempo #ClicaNoInstagram – mas esses são os momentos de descanso numa viagem, nao a atividade principal.

Parquinho no Brooklyn, Nova Iorque

Minha cabeça funciona assim: prefiro subir e descer as escadas do mesmo templo no Japao 592 vezes e IR AO JAPÃO do que limitar minhas opcoes a “atividades de criança” apenas e nao ver nada de diferente no mundo. Ou pensar que já que não vou conseguir seguir todas as 649 dicas do guia de viagem, então melhor nem ir.

Para mim é simples, mas muita gente discorda. E tudo bem. Cada um sabe o que eh melhor para seus filhos.

Adriana Miller
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15 Sep 2014
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Bolsa de mão e dicas de viagem com crianças entre 1 e 2 anos

Avião, Baby Everywhere, Dicas (Praticas!) de Viagem, Dicas de Viagens, Fazendo as Malas, Viajando com crianças

Desde que a Isabella começou a ficar mais “móvel”, nossas viagens mudaram bastante. Eu sempre achei que o simples fato de ter um filho fosse revolucionar tudo – mas a verdade e que durante a viagem propriamente dita, durante seus primeiros meses de vida, quase nada mudou.

Quando fomos para os EUA e logo depois pro Brasil ano passado, e ela já estava engatinhando, já foi bem diferente. Mas foi nossa viagem para o Japão e Coreia no começo desse ano que realmente abriu um novo capítulo!

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Agora não vai voamos com um bebê de colo, e sim uma mini-pessoa. Ela tem preferências, vontades, gostos e desgostos. E mais: não-para-quieta-nem-um-segundo!

O voo para Tóquio, e a volta por Seul foram tranquilos, mas bem cansativos. Então pensei e repensei mil vezes se queria mesmo ir pro Brasil esse ano com a Isabella, já que o Aaron não poderia nos acompanhar, e eu teria que aguentar o ritmo frenético sozinha.

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Maaaaas, minha filosofia desde o começo sempre foi: por pior que seja a “viagem”, é o que me espera do lado de lá que vale a pena! Então não tinha como deixar de ver minha família esse ano! Tinha que respirar e fundo e ir, e ponto final!

Então desde que comprei as passagens comecei um processo de me preparar para o vôo de ida – para conseguir voar direto, sem escalas, entre Londres e Rio, eu teria que encarar um voo diurno com a Isabella no meu colo! Cliquei o botão de “compra” e na tab ao lado estava Googlando “como entreter um toddler em um voo de 11 horas”!

Mas estava preparada para o desafio! E esse preparo todo se resumiu a um ítem indispensável: a bolsa de fraldas da Isabella que fez as vezes de mala de mão!

Ai peguei carona no post que fiz outro dia sobre a minha mala de mão, e tantas mães-leitoras deixaram comentários do tipo “Ué? Você não leva fralda?” “E as mamadeiras!?!?!” e afins.

Bem, pra começar que o post em questão foi sobre uma viagem que fiz SEM a Isabella, então minha bolsa era só minha mesmo. Então resolvi fazer um post atualizado sobre tudo que levo na mala de fraldas em nossas viagens no últimos meses.

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Pra começar que a bolsa mudou. Comprei uma maior e com mais compartimentos, e umas divisórias mais “inteligentes” (comprei essa aqui da marca BabyGear, mas esta esgotada no momento, mas tem essa aqui que é praticamente idêntica. Mas quase comprei essa aqui, que é igual, porem em formato de mochila).

(P.S. Essa bolsa é bem grandona, então geralmente só levo em viagens (ou seria idela para quem tem gêmeos, ou dois ou mais filhos, e continuo preferindo a bolsa de fraldas original da Isabella para o dia a dia, pois é menor e mais compacta mesmo! Ainda uso bastante essa aqui da Kipling)

Sobre os ítens levados, continuam essencialmente os mesmos – bebês e crianças precisam de muitas coisas constantemente, e aprendi por experiência própria que essa história de “ah, não precisa levar muita coisa” é papo furado. Estar bem preparado é o segredo, e quando temos crianças na mistura, as emergências são imprevisíveis, e num voo de 11 horas cruzando o Atlântico, você não terá muitas opções para improvisar!

Começando pelo básico, algumas mudas de roupa.

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Não tantas quanto quando ela era bebêzinha… as fraldas explosivas são cada vez mais raras, mas em compensação ela faz muito mais sujeira da nora de comer e comer, rola no chão e fica imunda. Então sempre levo pelo menos uma muda extra sempre que saio de casa. Num voo de 11 horas, levei 3 mudas.

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E na mesma técnica que sempre uso, cada muda de roupa já montadinha é embalada no saquinho plástico “zip”, então já fica tudo separado e você não precisa ficar procurando a peça X ou Y no avião escuro e no assento apertadinho!

Além de que esses sacos dão um “vácuo”, o que economiza espaço (e sua principal função é também já embalar as possíveis roupas sujas!).

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E também as comidas. Bom era o tempo em que ela mamava apenas no peito, ou algumas mamadeiras com leite em pó extra eram mais que suficiente.

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Agora, dependendo do horário do voo, preciso levar várias refeições, frutas, lanchinhos, biscoitos, copinho de agua e suco, mamadeira pra leite, colheres, babador e afins.

Como nosso voo é diurno, e ainda temos o período de pré embarque, levei 3 refeições completas (papinha salgada + papinha de frutas, todos eles de sabores e marcas já testadas e aprovadas). Mais algumas papinhas de frutas extra para o lanche, e umas frutas frescas.

(essa malinha é ótima pois as divisórias laterais, além de super espaçosas, ainda tem isolamento térmico, então mantém a comida mais fresca por mais tempo)

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E as fraldas. Ah, as fraldas!

Um dos primeiros voos da Isabella me disseram: nessa idade não precisa levar mais que X fraldas, uma para cada x horas. Bem, ela bateu todos os recordes de fraldas explosivas do universo (pode comprovar no livro Guiness! Tá lá, eu garanto!) e acabei usando TO-DAS as fraldas! Sendo que última foi trocada enquanto esperava na fila da imigração na entrada para os EUA. Traumatizante.

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Então agora eu calculo o numero de fraldas que ela usaria durante um dia normal, e DOBRO a quantidade. Depois ainda coloco mais uma 2, pro santo!

Ainda carrego sempre uma necessaire já equipada: 2 fraldas, saquinhos plásticos, trocador descartável e uma mini pomada de assaduras.

Então principalmente em viagens de avião, é só alcançar dentro da malinha, sem nem precisar olhar, e tudo que eu preciso já estará lá!

E por fim a parte mais importante nessa fase (e para a sanidade mental da mãe!): os brinquedos e “entretenimento” de voo!

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Comprei alguns brinquedinhos novos que só dei pra ela já dentro do avião, justamente para serem surpresa, novidade, e consequentemente prenderem a atenção dela por mais de 5 minutos de cada vez.

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Os grupos de brinquedos e “surpresas” foram todos embalados individualmente ou pequenos grupos, e assim eu ia tirando um ou outro de dentro da bolsa ao longo do voo.

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Também comprei novos livrinhos (ela adora esses livros que levantam os flaps, tem coisas escondidas! Fica entretida por horas!), cartas e cartões (ela aadora ficar empilhando e colocando as coisas em ordem), e por fim, para aquele momento de desespero: um iPad muito bem recheado de varias temporadas de Peppa Pig!

E quando achei que a bolsa ia explodir, ainda coloquei uma mantinha por cima, só se por acaso fizesse muito frio no avião!

O voo foi bem mais tranquilo do que achei que seria, mas realmente muito cansativo – ela ficou numa boa, se comportou, não chorou e todas as cosias que temos medo (crianças sempre se adaptam muito bem!) mas estar muitíssimo bem preparada, e principalmente com muita disposição, foram imprescindíveis!

Nós não paramos nem um segundo, e sempre que ela ficava de saco cheio de ficar assistindo desenhos ou brincando, lá ia eu dar um gazilhão de voltas pelo avião, caretas no espelho do banheiro e visitas as aeromoças na cozinha.

E não adianta tentar resistir – seu filho vai ficar irritado, impaciente e de saco cheio. Então deixe para descansar depois de chegar no seu destino final!

 

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Algumas dicas práticas que andaram me perguntando esses dias:

– Escolhendo os assentos:

Sempre, sempre, sempre dê preferência as poltronas da frente do avião, as chamadas “bulkhead”. Algumas cias aéreas te dão direito a elas automáticamente, só por estar viajando com um bebe de colo, outras cobram uma taxa adicional (por causa do espaço extra para pernas) ou uma taxa de reserva (caso contrário voce pode esperar até o momento de check in, mas corre o risco de outra família já ter roubado seu lugar.

Caso você tenha que pagar a mais para ter esse espaço extra, pague! Garanto que vai ser o dinheiro mais bem investido da viagem!

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Quando ela era bebêzinha, essa área era ótima para coloca-la no bercinho, mas hoje em dia, como ela não cabe mais, esse espaço é melhor ainda para deixa-la “livre”, brincando no chão, em pé, etc e bem, com mais espaço pra tudo – e toda essa tralha que listei aí em cima! (se bem que a British Airways – disparado a melhor cia para viajar com crianças pequenas! O serviço deles é incrível! – tem uma opção de “bebê conforto” para crianças maiores).

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– Trocadores e fraldários:

A Isabella é bem alta, e os trocadores do avião já estão começando a ficar beeeem apertados pra ela, mas não chega a ser um problema.

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E quando é a minha vez de usar o banheiro, bem, não tenho outra opção né? Ela vai comigo e fica de plateia!

– E na hora das refeições, como você fez?

O problema de viajar com crianças no colo (pois ela ainda não paga por seu voo) é a falta de espaço generalizada. E a não ser que seu filho tenha uma rotina ultra-mega regradinha, fica difícil prever qual horário que a refeição será servida, e se ela vai estar dormindo ou não (as vezes tem turbulência e atrasa, ou se vc estiver sentado numa ponta do avião e o serviço começar pela outra ponta, etc).

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Por sorte a Isabella estava dormindo tanto no almoço quanto no jantar do voo, então consegui fazer um misto de comer com a bandeja equilibrada no meu joelho na hora do almoço (porque ela dormiu numa posição ruim e estava “ocupando” muito espaço no meu colo.

Na janta, ela também estava dormindo, mas como estava deitada mais direitinha, consegui abrir a bandeja.

Mas claro, isso só dá certo se você estiver sentada nas poltronas da frente, próprias para viajar com bebê de colo.

Caso você esteja numa poltrona normal, ou os horários das sonecas de seu filho não coincidir com os horários que a refeição for servida, então por isso mesmo que é super importante estar prevenida! Barrinhas de cereais, frutas, biscoitos, ou o que mais vocie prefira comer ao longo do dia. E você também pode pedir que  sua bandeja seja servida num horário diferente. Nem todas as cias aéreas aceitam isso, mas não custa nada perguntar.

– Minha bolsa e o que vestir:

Eu sempre me visto super confortável em voos longo, é praticamente um uniforme: legging, sapato baixo, camisa/camiseta larguinha e cumprida, e um casaquinho mais compridinho e também eum lenço ultra fofinho! (não entendo quem viaja toda montada e emperequetada!).

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E quando a viagem também envolve crianças, é sempre bom ser uma roupa escura (pois vc vai se sujar, vai sentar no chão etc, etc) e muito, muito confortável! Afinal, não tem como negar, você vai passar o voo todo super desconfortável (mesmo se estiver viajando de executiva), então se a calça te apertar, se a blusa for muito decotada e afins, a situação só vai piorar!

Ah! E não esqueça de levar um muda extra (pelo menos uma blusa extra) pra você, pois acidentes acontecem e nada pior que ficar fedendo a _____ (insira aqui alguma coisa excretada de seu filho)!

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