16 Feb 2010
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Dubai: Ao vivo

Dicas de Viagens, Dubai, Emirados Arabes

A intençao inicial era de ter atualizado os blog ao vivo durante a viagem (quase) todos os dias, mas será que só eu acho um absurdo que um resort 5 estrelas numa das cidades mais modernas do mundo, nao tenha wi-fi nos quartos? E mais absurdo ainda que a internet custe quase 30 dolares por dia e seja apenas a cabo?!

Entao nao rolou…

Mas nesse exato monento estamos presos dentro do aviao, ha exatas 2 horas e meia, causados por uma “problema tecnico” no freio do aviao (panico!), sem novas noticias de quanto tempo ficaremos aqui.

Temos uma conecao em Paris (já falei como odeio a Air France?!), mas como é a volta das ferias, a verdade é que nao me incomodo muito. Porem mais da metade do nosso aviao sao turistas indo passar suas ferias na Europa e tem um pessoal nada feliz aqui do lado…

Por sorte, ao ligar meu notebook descobri uma rede de wifi aberta e de graça onde estou me deliciando lendo blogs, Tweets e afins! Mas já começou aquela fase onde as pessoas começam a reclamar, os comissarios ficam de mau humor, as crianças choram… uma beleza!

Entao deixo aqui um pequeno teaser do que vem pela frente! Pra quem tinha duvidas se valia a pena ou nao vir pra Dubai, a resposta é facil : SIM!!!!

Muitissimo a pena! E o mais legal é que eles sao tao loucos e excenticos que podemos voltar quantas vezes quiser e sempre teremos a impressao de estar numa cidade novinha!

Adriana Miller
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05 Jul 2017
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Vistos, caos e o tal do Trump…

Pessoal, Pittsburgh, USA, Washington DC

Esse blog já existe ha mais de 13 anos, e uma coisa nunca mudou: esse é meu diário digital onde registro os principais causos da vida.

Muita coisa mudou na vida inernetica nos últimos anos, e a realidade é que as mídias sociais hoje em dia ganham maior foco nos acontecimentos e interações do dia a dia.

Mas umas semanas atras eu passei por um sufoco, e apesar de ter relatado os acontecimentos nas mídias sociais (me acompanhe no Instagram e InstaStories), uma leitora das antigas me lembrou: “Não esqueça de escrever sobre isso no blog! mais uma historia de perrengue para ser registrada para a posteridade!“.

E não é que ela tem toda razão! Então lá vai!

Bem, pra começar pelo principio, como muitos de vocês sabem eu tenho dupla nacionalidade (Portuguesa), e como Europeia, não preciso de visto para viajar aos EUA – basta se registar no programa ESTA a cada dois anos, pagar a taxa (14 dólares), e tudo certo. Venho seguindo esse processo desde 2002, e nunca tive problemas.

Meu ultimo ESTA foi feito em Junho de 2015, uns dias antes de viajarmos para Las Vegas, então no fim de semana que estava em Paris, recebi uma mensagem automática avisando que meu ESTA tinha expirado – e ate ai tudo bem. Ainda faltavam mais duas semanas ate a próxima viagem aos EUA, então assim que cheguei em casa, logo na segunda feira de manha, entrei no site para renovar meu registro.

Porem, logo na última seção do ESTA reparei umas perguntas novas – e uma delas incluía a pergunta de se que já tinha visitado certos países do Oriente Médio (que coincidem com a lista do “Muslim Ban” do Trump), incluindo a Síria.

Bateu um certo panico, pois sim, eu já fui a Síria. Passei apenas 1 dia por la – mas tenho carimbos no passaporte, posts e fotos nas redes sociais e o escambau.

A parir dai foi aquela correria! Estava em casa com o Oliver e ligando e mandando mensagens freneticamente pro Aaron!

E a pergunta era bem especifica: Você já esteve na Síria depois de Março de 2011? Corre pra catar os posts no blog. Mas sera que eu postei na época da viagem? Ou só postei sobre a Síria bem depois?! E as fotos? E meu passaporte antigo? Ainda tenho ou tive que deixar no consulado?!

Acabou que sim. Estive na Síria no começo de março de 2011, então tive que ticar a caixinha da pergunta… Imediatamente apareceu uma mensagem de “ATENÇÃO” na tela, e aquilo não me soou a boa coisa.

Mas mesmo assim completei o formulário, paguei a taxa, e sabia que tinha ate 72 horas para saber se meu ESTA tinha sido aprovado ou nao.

Mas eu sabia que tinha caído na malha fina, e naquela altura, não tinha tempo útil suficiente para esperar o prazo inteiro… Então uma meia hora depois voltei ao site do ESTA para conferir o status, e la estava: ESTA negado. Sem mais nem menos.

Então imaginem a situação! Com marido e 2 filhos Americanos, com a família toda morando la, se eu não pudesse mais entrar nos EUA seria uma pequena tragedia para nossa família!

E toca a catar informações no Google, Aaron ligando para o suporte a Americanos da embaixada de Londres, e os dois desesperadamente tentando descobrir se eu realmente estava sendo banida do pais, ou se teria alguma outra solução. Ate que descobri que sim, eu perdi meu direito a isenção de visto do programa ESTA, mas poderia aplicar para um visto normal (tipo B).

Então preenchi o formulário on line, paguei a dolorosa taxa de 160 dólares e descobri que teria que ir a uma entrevista presencial na embaixada, antes que eles pudessem aprovar ou não meu pedido de visto.

Mas ai apareceu um outro problema: nossa viagem era no dia 13 de Junho, e a primeira entrevista disponível na Embaixada de Londres era no dia 20 de Junho!

E da-lha a clicar num link aqui, outro link acola, ligar pra embaixada Americana, Google, foruns e tudo mais que apareceu na minha frente. Ate que descobri que por ser residente do Reino Unido, poderia fazer a entrevista no consulado de Belfast, na Irlanda do Norte (que faz parte do reino).

Ótimo nê? O único problema é que o único horário disponível era no dia seguinte, as 8 e pouco da manha. Se perdesse aquele, ai só no final de Junho de novo (e perderia a viagem).

Para complicar mais ainda, o Aaron estava indisponível, numa reunião. Mas no reflexo, marquei assim mesmo e dane-se! A gente se vira!

Comprei um voo para Belfast e marquei um hotel em Belfast – mas ai começou a segunda maratona contra o tempo: com o Aaron trabalhando o dia todo, quem ficaria com o Oliver durante o dia?! (eu ainda estava de licença maternidade, e portanto ele ainda não estava indo a escolinha). A baba só podia num dia pela manha, a babysitter de backup não podia, a outra também não, e outra só podia na parte da tarde.

Eu sei que parece que eu estou fazendo uma tempestade em copo d’agua, mas gente, foi muita coisa pra fazer, pensar, planejar e coordenar em questões de minutos!

Mas ok, conseguimos organizar a logística das crianças, o Aaron cancelou umas coisas de trabalho para conseguir coordenar tudo em casa, e la fui eu pra Irlanda, assim, no susto!

Pedi ajuda no instagram e vários leitores me deram dicas sobre o que levar, quais documentações a embaixada costuma pedir, e quais perguntas geralmente fazem nas entrevistas de visto. Então cheguei no consulado Irlandês com bastante antecedência e levei minha pastinha recheada de coisas e documentos para provar que eu passei apenas 1 dia na Síria, não tenho nada a ver com a guerra, e estava na região a trabalho, que por acaso era para um empresa Americana com escritórios em todo Oriente Médio.

E olha, confesso que estava bem nervosa viu! Nunca tive problemas antes, mas sei la nê? Sempre acho que as autoridades Americanas são muito intimidantes, e no fundo, por mais que não quisesse perder a viagem que íamos fazer dai a alguns dias, meu medo maior era mesmo de cair numa malha fina qualquer, não conseguir provar que fuçinho de porco não é tomada, e não conseguir mais entrar no pais do meu marido e filhos!

Mas…. UFA!

A entrevista foi relativamente simples, mas me perguntaram MUITO sobre a Síria e o Oriente Médio, o que eu fazia, porque gerenciava aquela região do mundo, pediram pra ver e-mails corporativos que provassem as reuniões que eu disse que tinha ido participar (gracas a Deus consegui achar isso tudo, imprimi e levei!), e me perguntaram a mesma coisa varias vezes, de maneiras diferentes – bem para testar se eu estava mesmo dizendo a verdade ou não.

Mas correu tudo bem, e na mesma hora a atendente do consulado me disse que o visto tinha sido aprovado e que seria estampado no meu passaporte no dia seguinte.

Mas isso já era quarta feira, o visto ficaria pronto na quinta feira. Me deram a opção de pagar um upgrade na entrega (não em relação as datas de entrega, mas para ser entregue em casa, em vez de ter que ir buscar na embaixada em Londres).

Voltei pra casa e foi aquela tensão esperando o momento que iria receber a mensagem do frete avisando que meu passaporte tinha sido enviado – o que não aconteceu ate sexta feira a tarde! E nossa viagem era na terça feira seguinte as 9 da manha (ou seja, eu estava com menos de 2 dias uteis para receber o passaporte!).

Foi uma tal de dar refresh no site do frete para ver se tinha alguma atualização, e nada. Sábado de manha não me aguentei e liguei pra eles.

Mas ainda assim, meu tracking estava aparecendo no sistema, mas sem nenhum status nem update. Ou seja, já estava despachado com a empresa de entrega, mas o sistema ainda não estava indicando onde estaria meu passaporte.

Domingo acordei e primeira cosia que fiz foi ligar de novo – novo status no sistema: esta no depósito central, com entrega prevista para terça feira!

NÃAAAAOOOO Meu voo era na terça de manhã!!

Ligamos pro seguro, ligamos pra cia aérea, e não tínhamos como mudar o voo sem pagar uma bela multa e levar um belo prejuízo (basicamente teria que comprar um novo voo). Mas mesmo assim eu liguei para outro numero que achei no site da empresa do frete e consegui falar com uma menina muito prestativa: na verdade ela não tinha como me ajudar, mas disse que ia colocar um aviso no código de rastreamento do meu passaporte, e me deu o numero direto do deposito da região de Londres, e me aconselhou a ligar as 7 da manha na segunda feira, assim que eles abrem. Se meu passaporte tivesse sido transferido para o deposito de Londres durante a tarde de domingo, eu poderia ir la buscar, em vez de esperar pela entrega na terça feira.

Então na segunda feira as 7:01 da manha, eu já estava ouvindo a musiquinha de espera do call center da empresa!

E tcha-ram! Meu passaporte já estava com o motorista e a previsão de entrega era naquele mesmo dia (segunda feira!).

Ainda assim liguei para mais dois números diferentes da mesma empresa (obrigada Google!), só pra conferir que tinham me dado a informação certa, até que finalmente consegui convencer uma atendente a ligar para o motorista e confirmar que ele vinha entregar mesmo naquele dia (pois eu tinha um prazo para conseguir minimizar a multa do voo).

E olha, vou te dizer viu?! Quando eu quero ser chata e insistente, sai da minha frente! E não é que consegui falar com o motorista e ele confirmou que estaria na minha casa entre as 4 e 5 da tarde!

MARAVILHA!!!!!

O único problema é que eu tinha que levar a Isabella numa reunião na sua escolinha nova as 3:30 da tarde (não tinha como cancelar), e como moro numa casa, e não tenho mais porteiro, ele precisaria de alguém em casa para assinar o recebimento do pacote!

Então o Aaron cancelou suas reuniões na parte da tarde e veio pra casa mais cedo pra ficar no plantão passaporte, enquanto levei a Isabella na escola.

E finalmente as 4:30 da tarde meu passaporte chegou!! O Aaron tirou ate um selfie com o motorista e lhe deu uma bela gorjeta!! Hahahahaha

Geeeeente que estresse!!!

E ai corre pra fazer minha mala, ligar pra locadora do carro e trocar por um carro maior (pois a principio o Aaron ia viajar sozinho com as crianças, minha sogra ia encontrar com ele em Washington, e eles iam dirigir ate Pittsburgh; então ao adicionar mais um adulto, precisamos de um carro maior), e resolvemos reinstaurar um parte do plano original e passar duas noites em Washington DC, para minimizar as horas de viagem das criancas.

Mas quando começou essa confusão toda, na semana anterior, nos cancelamos as reservas de AirBnB que tínhamos feito, e claro que os mesmos apartamentos que pesquisei, não estavam mais disponíveis!

Mas o Booking.com nos salvou e consegui um outro apartamento de ultima hora!

Quando finalmente tudo ficou pronto, reservado, malas feitas etc e fomos dormir, ja passavam das 2 da manha! E as 5:30 tocou meu despertador, e as 6 o taxi chegou para nos legar ao aeroporto!!

Heim? Heim? Se essa não é a definição exata de “47 do segundo tempo”, então eu nem sei mais o que seria!!

E afinal, o que seria da vida sem um pouco de emoção, né?!

Mas ainda assim rolou o estresse da entrada no pais – afinal conseguir um visto na te da a garantia de que vao te deixar entrar em lugar nenhum!

Levei toooooooda documentação que me pediram na entrevista da embaixada separados numa pastinha, e ate tínhamos um “plano B” sobre o que o Aaron e minha sogra iam fazer com as crianças caso eu fosse levada para a salinha dos deportados para ser entrevistada separada deles!

Nunca se sabe, nê?!

E eu ainda fiz uma cena dramática na fila da imigração quando o pre-screening eletrônico deu negativo no meu passaporte e tivemos que entrar na fila especial (apesar de ser estrangeira e não ter green card nem nada disso pra entrar nos EUA, por ser casada com um Americano e mãe de dois Americanos, nós sempre entramos na fila de cidadãos mesmo, como “família” mesmo não sendo Americana, então geralmente passar na imigração na entrada dos EUA é super fácil e rápido pra mim).

Mas quando passamos na maquininha dos cidadãos e o meu passaporte não foi aprovado automaticamente, como sempre, o guardinha nos direcionou pra outra fila, e me bateu um pânico! Tirei o Oliver do carrinho e coloquei no canguru e entrei na fila de mão dada com a Isabella! Hhahahaha

Tá, foi uma dramalhão Mexicano (eu ficava falando pro Aaron que precisava estar “fisicamente” anexada a dois cidadãos! Que iam ter que arrancar meus filhos Americanos de mim! hahahah! E ele morria de rir da minha cara!), mas pelo menos a gente se divertiu na hora da tensão!

Mas foi tudo bem! O guardinha da policia federal/imigração só perguntou porque eu tinha um visto de turistas em vez de um ESTA, e quando eu respondi que meu ESTA foi negado por causa de uma viagem a Síria, ele só perguntou em que eu trabalhava e quanto tempo eu passei na Síria (mas isso tudo enquanto ele já estava tirando minhas impressões digitais e carimbando meu passaporte), e pronto. Mais nenhuma pergunta, nem nenhum estresse!

Eu ainda acho que se tivesse entrado sem eles, sem o resto da família, eu teria levado uma dura – mas sei la né? Por via das duvidas a “pastinha da Síria” já esta separada com meus documentos e pretendo levar em todas as viagens aos EUA!

Então agora tenho um visto de turista de 10 anos, então pelo menos não preciso me preocupar mais com isso por um bom tempo!

Se um dia poderei tirar o ESTA de novo?! Bem, não sei? Só se eles mudarem as regras novamente né?

Algumas perguntas que recebi no Instagram e InstaStories durante o processo:

  • Se você é casada com Americano, porque não tem o Green card?

Green Card é apenas o “apelido” do visto de residência. Como não sou nem nunca fui residente dos EUA, não pedi, nem quis, nem precisei de um Green Card. Casamento não me da acesso automático nenhum a visto nenhum.

  • Vocês são casados ha tanto tempo, porque não tem o passaporte Americano ainda?

Idem da resposta acima. Casamento não da acesso automático a visto nenhum e muito menos cidadania. Se um dia quisermos morar nos EUA, eu poderia pedir um visto de residencia (green card), e depois de (muitos) anos morando nos EUA poderia pedir a cidadania. É um processo longo e caro, e apenas ser casada não me da direito a nada automaticamente.

 

Obrigada pelo apoio moral e dicas que vocês me deram no Instagram durante esse sufoco!

E aqui está: mais um perrengue pra posteridade do blog!

Adriana Miller
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Adriana Miller
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05 Oct 2016
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Bem vindo ao mundo, Oliver!

Baby Everywhere, Gravidez, Oliver

Acho que já não é mais novidade pra ninguém que me acompanha por aqui e nas redes sociais, que o novo integrante da nossa família já chegou, com seu grande debut no dia 14 de Setembro de 2016.

Nem dá pra acreditar que ele já está completando 3 semanas de vida! Realmente é difícil de lembrar como era a vida antes dele, e já é assustador pensar no quanto o tempo esta passando rápido!

Eu não escondi de ninguém que as últimas semanas da gravidez foram bem difíceis: estava fazendo muito calor, eu estava super cansada, cheias de dores e afins e não via a hora de tudo acabar. Mas as últimas semanas da gravidez se arrastaaaaaram! Parecia que não ia acabar nunca, e eu ia ficar grávida pra sempre!

A comparação de “tempo-espaço” entre as últimas semanas da gravidez e as primeiras semanas do Oliver são dignas de pesquisa astrofísica!

Mas vamos ao que interessa, o relato do parto e como tudo aconteceu!

Mas primeiro, vamos voltar uns dias: a última semana de gravidez, a semana 39 foi quando minha mãe chegou aqui em Londres, e eu dei uma bela relaxada; estava super tensa em pensar como íamos administrar a Isabella na hora do parto. Tínhamos vários planos A, B, C e o alfabeto inteiro com amigos, babá, vizinhos e muita gente que poderia ajudar na hora H, mas ainda assim eu estava com medo de alguma coisa dar errado, ter um parto rápido e fulminante (Rá!) e não dar tempo de organizar tudo… enfim. Tensa.

Mas como vocês viram no vlog da semana 39, depois que ela chegou eu dormi praticamente o dia todo, todos os dias, até que na segunda feira, dia 12 nós passamos horas e mais horas (umas 4 ou 5) andando sem parar por Londres. Começamos cedo pra levar a Isabella pra escola (andando), depois fomos pra Oxford Street, com direito a Primark, Selfridges, John Lewis, algumas outras lojas aleatórias e terminamos nossa maratona com um chá da tarde.

Eu voltei pra casa morta com farofa e mal consegui subir as escadas pra chegar no meu quarto e dormir a tarde toda.

Então na terça feira, eu decidi não sair de casa e apenas descansar… No máximo editei alguns vídeo pro canal do YouTube entre uma soneca e outra, mas sentia que meu corpo precisava de um trégua.

Então no fim do dia 13, depois do jantar e colocar a Isabella pra dormir, eu comecei a sentir umas cólicas. Nada muito forte nem consistente, mas que ia e voltava a cada 20 ou 30 minutos, mas não estava contando o tempo certinho ainda não.

Tomei banho, relaxei e fomos assistir alguns episódios de Homeland no Netflix – eu ainda não tinha falado nem pra minha mãe nem pro Aaron que estava com cólica; estava com medo de ser alarme falso e não queria que eles ficassem ansiosos nem nervosos.

Ao longo do episódio que estávamos assistindo as cólicas foram ficando mais contantes, e com algumas contrações Braxton-Hicks (contrações de treinamento) ao mesmo tempo, e foi então que avisei ao Aaron que estava sentido alguma coisa.

Então resolvemos assistir outro episódio, só pra ver se a cólica ia passar ou se alguma outra coisa ia acontecer.

Deu 11, meia noite, 1 e 2 da manhã e continuamos assistindo Homeland e contando o tempo entre as contrações, que estavam super irregulares, variando entre 30 minutos e 5 minutos entre cada uma. Mas umas 2 da manha resolvemos ir dormir mesmo assim, descansar um pouco e ver o que ia acontecer.

Pra falar a verdade eu não estava acreditando que realmente estava em trabalho de parto. Estava sentindo cólicas e contrações, mas nada que não fosse comparável com uma cólica menstrual normal, e dessa vez minha bolsa não estourou, e nem foi nada super rápido e repentino, como tanta gente (inclusive meu obstetra) me falava que costumava ser o segundo parto.

Resultado? Não consegui dormir. Estava com a cabeça a mil, e cada vez que demorava um pouco mais entre uma contração e outra, eu já ficava desolada achando que era alarme falso e que não seria dessa vez que entraria em trabalho de parto.

Umas 4 da manha eu acordei o Aaron e ligamos pro hospital e conversei com uma das midwives (enfermeira parteira), que me tranquilizou e disse que eu poderia ir até o hospital ser examinada, mas que seria melhor ficar em casa mais um pouco e descansar.

Mas é claro que não conseguia descansar nada, pois estava muito ansiosa! Então comecei a me arrumar, tomei banho, sequei o cabelo, finalizei minha mala, tomei café da manha e tentei me manter ocupada.

Quando deu umas 6 e pouco da manha, resolvi que era hora de ir pro hospital. Me dei conta que daí a pouco tempo a Isabella ia acordar pra ir pra creche, e não queria estar em casa – não queria atrapalhar a rotina dela (por não estar me sentindo 100%), e não queria correr o risco de que alguma coisa mais “forte” começasse a acontecer enquanto eu estivesse em casa com ela.

E assim como fizemos no parto com a Isabella, resolvemos ir andando pro hospital – a manha estava linda e ensolarada, o ventinho fresco, e eu sabia que uma boa caminhada ajudaria a acelerar as contrações. Acho que nunca andei tão devagar na minha vida! As contrações realmente se aproximaram bastante com a caminhada (a cada 3 ou 4 minutos), e pressão ia ficando cada vez mais baixa na minha barriga, o que também dificultava minha caminhada!

Assim que chegamos no hospital, fizemos checkin on quarto e comecei a ser monitorada para ver se realmente estava tendo contrações de verdade e qual a frequência exata. As contrações ainda estava muito irregulares, mas depois de ser examinada, a midwife confirmou que já estava com 4 pra 4 centimetros de dilatação e com o cervix completamente afinado e amolecido – então já estava definitivamente em trabalho de parto e já acabando a “fase 1” (são 3 “fases” no total”).

Daí pra frente foi um jogo de espera… não tínhamos muito o que fazer além de esperar o trabalho de parto avançar e progredir. E já tinham se passado 12 horas desde que tive os primeiros sinais, então já era minha esperança de um segundo parto mais rápido! (com a Isabella foram quase 22 horas).

Quando deu quase meio dia meu obstetra veio me examinar de novo e ainda estava nos 3 centímetros, então foi hora de avaliar as opções: continuar esperando, ir dar uma voltinha, ou tomar anestesia. Eu estava tentada a esperar e ir dar uma volta, mas estava exausta, acordada a quase 36 horas e com contrações intensas o suficiente que não me deixavam dormir…

Então resolvi tomar anestesia para conseguir descansar. Fomos transferidos para a sala de parto e começaram os exames pré epidural. o processo ainda leva cerca de 1 hora, mas logo que tudo foi feito, o alívio é praticamente imediato!

Dormi um pouco e quando vieram me examinar de novo, já estava com 6 centímetros e contrações consistentes a cada 3 ou 4 minutos. No caminho certo! Meu médico estourou a bolsa para que a cabeça do bebe  fique em contato direto com o cérvix fazendo mais pressão.

O resto da tarde foi mais do mesmo: dormir, acordar e esperar. O trabalho de parto estava progredindo como deveria estar, e estava dilatando 1 centimetro por hora. A estimativa era que estaria pronta pra começar a empurrar lá pelas 8 da noite.

A peridural que eu tomei, assim como no parto da Isabella, é o que aqui chamam de “walking epidural”, ou seja, é uma dose “analgésica”, onde se elimina a dor da contração, mas não a sensação do corpo. Então eu podia andar, ir ao banheiro, e sentia a “contraçã0” do útero durante as contrações, e principalmente, sentia a pressão da cabeça do Oliver descendo! Muito incrível e fascinante!!

Mas a pressão foi aumentando, aumentando e a sensação era que ele ia cair pelas minhas pernas!

Então meu médico voltou para me examinar (eram 5:45) e eu já estava com o cérvix totalmente dilatado (10 centímetros) e a cabeça do Oliver já estava na “estação 1”, ou seja, já praticamente coroando e nascendo!!

Então começaram a preparar a sala, e me deram um pequena dose de hormônio para aproximar as contrações (que estavam a cada 4 minutos, e precisavam estar a cada 2 minutos para a fase de empurre, para que o bebe não fique preso no canal vaginal).

O momento que fica tudo pronto, e o médico avisa que você pode começar a empurrar é tão surreal!!! O Oliver ainda nem tem 3 semanas e só de lembrar já dá vontade de passar por isso tudo de novo!!

Comecei a empurrar as 18:00 horas, e logo no primeiro “push” já senti a cabeça (quase) saindo! Mas eu estava TAO cansada! Nao estava conseguindo me concentrar e concentrar a força nos músculos certos! Mas umas 2 ou 3 contrações depois a cabeça saiu, o médico me orientou a parar de empurrar (nesse momento eles verificam a posição dos ombros e se o cordão umbilical esta no pescoço do bebê – afinal isso não é impedimento para parto!).

Quando estava tudo ok, dei mais um empurrão e pronto!! Ele nasceu e veio direto pros meus braços!! “Apenas” 22 horas depois que comecei a sentir as primeiras contrações.

Não existe momento igual!!! Ficamos ali nos examinando, nos olhando… enquanto esperávamos o cordão umbilical acabar de pulsar, então o Aaron cortou o cordão umbilical, e eu já comecei a amamentar enquanto o médico e enfermeiras terminavam de me limpar e arrumar (dessa vez não quis fazer episiotomia, mas tive uma pequena laceração interna e tive que levar alguns pontos – opinião pessoal: a recuperação da laceração é bem mais tranquila do que da episiotomia!).

Nem sei quanto tempo passou até que a enfermeira viesse pegar o Oliver do meu colo para medir, pesar e fazer os testes iniciais. Foi tudo bem rápido e ele já voltou pro meu colo, por dentro do roupão, e ali ficamos, fazendo “pele com pele” e amamentando durante o período de recuperação.

Ainda ficamos por lá mais umas 2 horas em observação, e umas 8 e pouco voltamos para o nosso quarto.

O Aaron foi rapidinho em casa para ficar com a Isabella, enquanto minha mãe veio me ver e conhecer o netinho!

Jantei, e continuei com o Oliver na pele. Que delicia!! Estava exausta, mas ao mesmo tempo, a adrenalina era tanta, que eu não queria que aquele momento passasse nunca!!

Umas 11 da noite o Aaron voltou, e finalmente resolvemos (tentar) dormir.

O Oliver deu uma choramingada umas 3 e pouco da manha, e mamou de novo… fiquei de olho no “relógio” (que na verdade era nada mais nada menos que o Big Ben bem ali na minha janela!), para ter uma ideia de quanto tempo ele mamou, e quando deu umas 4, chamei a enfermeira para me ajudar a trocar a roupa dele (que até então ainda estava peladinho dentro da minha roupa), e ele dormiu no meu lado.

Não lembro que horas acordamos, mas era cerca de 6 ou 7 da manhã. Comemos o café da manhã e tomei o melhor banho da vida!! Hahahha Estava precisando daquele banho! (como ele ficou essas horas todas fazendo pele com pele dentro da minha roupa, sem nem fralda, eu fui “batizada” algumas vezes, só com umas toalhas pra colher os acidentes! hahahaha).

Recebemos alta logo cedo de manhã, mas tivemos que esperar o resultado de uns exames de sangue, o que acabou demorando horas, e eu já estava louca pra ir pra casa!

Mas claro, o momento mais esperado da manhã foi a chegada da Isabella!!

Como eu sonhei com esse momento!! Meus filhos se conhecendo pela primeira vez!! O sorrisão dela quando me viu e viu seu irmãozinho foram inesquecíveis!!

Então a Isabella subiu na cama comigo e ficamos os 3 ali, de chamego, ela admirada com o irmão (ficou impressionada que ele não tem dentes, e como o cabelo dele é pequenininho! Fofa!), e algumas horas depois, a Isabella não queria ir embora de jeito nenhum!

Já tínhamos recebido alta a algumas horas, mas não podia ir embora sem o resultado do exame de sangue do Oliver (meu sangue é fator negativo, então precisávamos saber o tipo sanguíneo dele, caso eu precisasse ser vacinada com a anti D), então o Aaron voltou pra casa com minha mãe e a Isabella para almoçarem juntos, enquanto eu fiquei esperando no hospital.

E assim que ele voltou e tudo já estava resolvido com os exames do Oliver, voltamos pra casa!

Foi surreal estar em casa como uma família de 4!

Quando chegamos em casa também aproveitamos pra dar o presente da Bella, que dissemos pra ela que foi o Oliver que trouxe, para agradece-la por ser tão boa irmã! Ela amou o presente e isso foi a atração do resto da tarde!

E pronto, dá pra frente, nas últimas 3 semanas temos nos adaptado ao “novo normal” da família, e já nem dá mais pra lembrar como era a vida antes dele!

O Oliver nasceu dia 14 de Setembro de 2016, pesando 3 quilos e meio e medindo 59 centímetros!

 

Adriana Miller
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