19 Apr 2010
23 comentários

Petra

Dicas de Viagens, Jordania, Oriente Médio

Nosso passeio a Petra, na Jordania comecou cedo, MUITO cedo, quando a agencia veio nos buscar as 4 da manha de sabado.

A viagem ideal do Egito para a Jordania, sairia de Dahab e Taba, no lado Leste da Penisula do Sinai, mas algumas agencias tambem fazem o percurso via Sharm El Sheikh, para turistas mais guerreiros (oi!).

Depois de umas 3 horas no micro-onibus, chegamos na cidade de Taba, que eh a “ultima” fronteira da costa do mar Vermelho do Egito – dali conseguiamos ver a olho nu as margens de Israel, Jordania e Arabia Sudita! A viagem de ferry demoraria apenas uns 40 minutos, mas como o mar estava muito movimentado (lembra que uns dias antes nosso ferry foi cancelado por causa das ondas e vento?), entao acabamos demorando mais de 1 hora e meia, muito chaqualhantes, numa lancha ateh que aterrisamos na cidade balnearia de Aqabah, a Jordania.

Antes mesmo de sair do barco, um policial Jordanio recolheu todos os passaportes, e conferiu um a um com a informacao que jah tinha sido fornecida pela policia Egipcia no dia anterior – todos os gastos e burocracias de registro e visto foram feitos/pagos pela agencia que contratamos e estavam incluidos no preco do passeio. (na verdade tivemos que atrasar nossa viagem por 1 dia, pois nao sabiamos desse esquema de registro com a policia Egipcia – como a area eh bastante sensivel, politicamente falando, ninguem pode cruzar a fronteira sem conhecimento previo da policia imigratoria Egipcia e Jordaniana).

De lah, foram mais 2 horas de onibus cruzando o deserto Wadi Rum em diracao a Petra.

Estima-se que Petra foi estabelecida no seculo 6a.c. como capital dos Nabateus, o povo nomade nativo da regiao, que depois de muitos milenios perambulando no deserto, acharam o vale de Petra, que ficavam estrategicamente posicionado no roteiro comercial que conectava o Oriente com o Mar Vermelho, porem protegido por Canyons e vales que permitiam que eles estivessem escondidos e protegidos dos inimigos.

A estrutura de aquedutos e cisternas criadas pelos Nabateus, permitiu que as enchentes (que criaram os canyons e fissuras nas rochas de Petra) fosse controlada, permitindo protecao e irrigacao para a cidade que foi contruida.

Tudo que se ve hoje em dia em Petra sao na verdade monumentos funerarios, uma vez que os Nabateus viviam em tendas moveis e casas de madeira, mas assim como os Egipcios, veneravam os mortos, e acreditavam na grandiosidade da vida a pos a morte.

Aos redor da cidade de Petra eh possivel visitar inumeros “templos” e tumbas – as dos ricos eram talhados na pedra, e eram verdadeiros palacios. Jah as dos pobres, eram apenas buracos na rocha.

Petra prosperou como uma das principais cidades do Oriente Medio por dezenas de seculos, ateh que foi invadida e parcialmente destruida pelos Romanos – e entao abandonada pela Nabateus, que voltaram a ser nomades pelo deserto.

A cidade ficou entao “perdida” e esquecida por mais algumas centenas de anos, ateh que em 1812 o explorador Suico Johan Ludwig, que passou meses disfarcado de Arabe, morando no deserto com os nabateus, em busca da cidade perdida (jah nao se fazem mais exploradores como antigamente, heim?) – a cidade, toda cor de rosa, por causa de suas formacoes rochosas, foi entao descrita como “quase tao antiga quanto o proprio tempo” (“Half as old as time itself”) e passou por decadas de escavacoes e reconstrucoes.

A cidade foi entao descoberta pelo Ocidente e o mundo dos passeios turisticos, quando fez uma aparicao no filme “Indiana Jones e a ultima Cruzada” em 1989. E a procura por turistas aumentou ainda mais depois que foi eleita uma das novas 7 maravilhas do mundo em 2007.

A cidade eh enorme, com cerca de 46km2 de extencao, totalmente recortada pelos “Siqs” (que sao os corredores naturais formados pela acao de agua e vento na rocha de Petra) e tem quase todas as suas paredes decoradas com tumbas e templos, mercados e mini-cidades, que sao totalmente livres para serem exploradas pelos turistas.

As principais atracoes sao a tumba “Tesouro”, que eh o cartao postal de Petra, super bem conservado (por estar protegido do vendo entre os Siqs) e logo a primeira imagem que se ve ao entrar na cidade (depois de cerca de 2km andando pelos corredores do Siq).

O segundo templo principal eh o “Monasterio”, que foi parcialmente reconstruido pelos Romanos e transformado num templo Cristao (dai o nome), mas por estar meio isolado da rota padrao, escapa ao roteiro de varios turistas (inclusive nos, que nao conseguimos achar a tempo!).

As “Tumbas Reais” sao um mini complexo de templos e tuneis, que estima-se que foram enterrados os membros da familia real.

O legal de andar meio sem rumo por Petra, e ver as tumbas que nao foram terminadas, e entender melhor os metodos de escavacao usados pelos Nabateus! As tumbas e estruturas eram construidas de cima pra baixo, e os blocos de pedra retirados da parede eram entao usados na construcao de aquedutos e cisternas, que por sua vez, permitiam a expansao da cidade pelo deserto.

Jah no final da rota “turistica” eh possivel tambem visitar a parte da cidade que foi construida pelos Romanos, como um anfiteatro que abrigava mais de 3 mil pessoas, com direito a cabines separadas “VIPs” para os Senadores e Imperador, palco e altar de sacrificos (!), alem da rua do mercado (Colonade street) cercada de colunas Romanas e com pavimento de paralelepipedos.

Passamos boa parte do dia em Petra, que infelizmente nao foi o suficiente para ver tudo – mas ao mesmo tempo, como muitos outros sitios arqueologicos, depois de um tempo, tudo parece meio igual… entao ateh mesmo os passeios de mais de 1 dia na Jordania, acabam dedicando apenas 1 dia a Petra, e os outros dias a outras partes do pais. Mas a cidade tambem pode ser facilmente explorada “independentemente”, e por quantos dias voce quiser!

No fim da viagem, ainda passamos mais umas horinhas na cidade balnearia de Aqabah, que eh cercada e hoteis e resorts de luxo, parques arborizados e mercados arabes.

Ficamos incrivelmente impressionados com a organizacao (levando-se em conta que era um mercado!), e principalmente pelo fato de que ninguem ficava enchendo o saco pra entrar nessa ou aquela loja, e – o melhor – as coisas tinham etiqueta de preco! Entao nao precisavamos ficar brigando o tempo todo por qualquer coisinha. Mas em compensacao, por ter uma economia bem mais desenvolvida que o Egito, os precos sao bem mais “Europeus”, e tudo eh bem mais caro que o Egito!

Voltamos ao nosso hotel exatas 22 horas depois de sair do Egito! A viagem foi meio louca, e muito, muito corrida. Mas valeu muito, muito apena!

Como disse em outros posts, fizemos nossa viagem com a empresa Sharm-Club, que eh uma agencia Egipcia que organiza passeios e excursoes na penisula do Sinai.

Esse passeio foi bem carinho (em comparacao com os gastos que tinhamos no Egito), e custou 180 Libras (Britanicas) por pessoa – porem incluiu TUDO: translado de Sharm ateh Taba, ferry do Egito pra Jordania, Visto da Jordania, onibus ateh Petra, taxas de entrada em Petra, guia em Ingles o tempo todo, almoco no Marriott de Petra, onibus de volta, ferry de volta e visto de entrada no Egito.

Entao, acreditem, essa viagem foi uma barbabada! Eu cheguei a pesquisar a possibilidade de uma viagem “independente” ateh lah, oque alem de ser impossivel de fazer em apenas um dia, ainda sairia praticamente pelo memso preco (sem contar a dor de cabeca de ter que fazer todos esses “pedcos” de viagem). E por ter sido organizado por uma agencia Egipcia ainda saiu praticamente metade do preco do mesmo passeio se tivesse sido contratado com uma agencia Inglesa!

Adriana Miller
23 comentários
19 Apr 2010
9 comentários

Jordania

Dicas de Viagens, Jordania, Oriente Médio

A Jordania eh um pais que tinha tudo pra dar errado; mas por motivos quase inexplicaveis deu super certo.

Pensa bem: Um pais pequeno, sem grandes riquesas naturais (o pais eh quase totalmente coberto pelo deserto da Arabia), sem grandes riquesas historicas (e consequentemente turisticas – em comparacao com os vizinhos) e confinado entre a Arabia Saudita, Israel, Palestina, Siria e Iraque!

Mas ao contrario doque se possa imaginar inicialmente, a Jordania eh considerado o “Primeiro mundo” do oriente medio, dando exemplo de organizacao, relacoes internacionais e desenvolvimento.

Um dos meus maiores incentivos pra conhecer a Jordania eh a Rainha Rania, que pra mim representa  meu ideal de musa do mundo moderno!

Inclusive, ela eh a unica “celebridade” que eu sigo no Twitter (@QueenRania) e acho o maximo ver como eh o dia a dia de uma Rainha, morando num pais Arabe, mae de 4 (QUATRO) filhos e comandando tantas iniciativas pro-educacao, pro-igualdade das mulheres no Oriente medio, e varias outras cosias legais que ela faz.

Um dia ela posta uma foto dela fazendo discurso ao lado do Bill Clinton, e no dia seguinte ela posta uma foto do jantar da familia (o rei, a rainha e os 4 principes e princesas jantando em frente a TV como qualquer outro ser normal da face da terra).

Mas o verdadeiro motivo que arrasta multidoes de turistas a Jordania todos os anos eh a cidade perdida de Petra, que foi eleita uma das novas 7 maravilhas do mundo moderno.

O passeio que fizemos (e depois conto com calma) soh foi possivel pois estavamos passando uns dias na penisula do Sinai no Egito, que fica logo ali do outro lado do Mar Vermelho.

Passamos pouquissimo tempo na Jordania (apenas 1 dia), mas pra quem tinha acabado de passar dias super intensos no Egito, foi um alivio, e deu bem pra perceber que a Jordania esta ha anos luz de desenvolvimento em comparacao com o Egito!

Nao fomos perseguidos na rua, ninguem tentou tirar vantagem, nao tivemos que ficar brigando pelo preco de nada!

A impressao que ficou eh que a Jordania seria um otimo “Middle East for dummies” por ser um lugar “exotico” na medida, mas sem um grande choque cultural!

Alem de Petra, pra quem for pra regiao com mais tempo, a Jordania ainda tem o Deserto Wadi Rum (o deserto do filme “Lawrence of Arabia“), a capital Ama e a margem Leste do Mar Morto.

Adriana Miller
9 comentários