17 Sep 2014
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Pompeia (depois de tantos anos e com crianças!)

Dicas de Viagens, Italia, Pompeia, Viagens pela Italia

Ano passado, o British Museum em Londres, recebeu uma exposição incrível: inteiramente sobre Pompeia, sua história e ruínas, e desde então fiquei morrendo de vontade de voltar a cidade.

E como o Aaron nunca tinha ido, já começamos a planejar uma viagem para a região para esse ano!

É sempre incrível poder voltar a lugares assim… Ter o privilégio de conhecer Pompeia já é indescritível, e ainda mais voltar depois de tantos anos, e acompanhada de meu marido e filha, não tem igual!

Chegar até lá foi bem fácil a partir de Sorrento, cidade que usamos de base. Sorrento e Pompeia fazem parte da rede Circunvesuviana de trens, que conectam várias cidade da área, custa apenas 2,20 Euros e a viagem demora cerca de meia hora.

Pompeia é uma cidade única! Na primeira vez que fui, estudei a história minuciosamente, comprei guias e já cheguei sabendo tudo que precisava saber e o que queria ver por lá, e essa empolgação não mudou nem um pouco dessa vez e apesar de que sabíamos que seria difícil conseguir explorar as ruínas livremente com a Isabella a tiracolo, ainda assim fomos.

Claro que foi bem mais difícil: o calor estava super intenso, com aquele sol a pino do verão Italiano, e Pompeia simplesmente não é o tipo de lugar que tenha muitas sombrinhas, ou árvores nem nada disso.

Sem falar, nas pedras e pedregulhos pelo caminho, e ruas e calçadas impossíveis de serem encaradas com um carrinho de bebê.

Mas ao mesmo tempo, nosso dia acabou sendo bem melhor do que imaginamos que seria! Foi um passeio limitado e focado, sabendo muito bem o que queríamos ver por lá, seguindo os melhores roteiros “acessíveis” (pedimos um mapinha com essa informação na entrada) e muitas vezes nos dividimos – um de nós ficava brincando com a Isabella na sombrinha em algum lugar, ou “estacionado” numa sombrinha enquanto o outro ia sozinho explorar a área tal das ruínas.

Eu sei que a primeira vista, Pompeia parece ser o lugar mais “anti crianças” do mundo, e obviamente que com 1 ano e 7 meses a Isabella não fazia a menor ideia de onde estava – mas adorou subir e descer as pedras e escadinhas, brincar de pique esconde nas colunas milenares, catar pedrinhas no anfiteatro Romano.

Por isso que sempre digo: qualquer viagem pode ser kids friendly e feitas com crianças, e cabe aos pais saberem se adaptar e tornar o dia agradável para os pequenos.

Se ela fosse um pouquinho mais velha, eu teria focado em explicar (“ludicamente”) como era a vida dos Romanos, o fato que podemos entrar nas casinhas e ruas e as diferenças das cidades de hoje em dia.

Mas como ela ainda é muito bebêzinha, focamos em deixar ela solta a maior parte do tempo possível, andando pra cima e para baixo, subindo e descendo e fazendo as coisas que ela gosta (ela é muito ativa e não pára quieta!).

E claro, muita água, muito suco, muitas frutas e muito filtro solar!

Mas confesso que achei que já conhecer Pompeia ajudou nesse processo. Afinal Pompeia é uma cidade inteira em ruínas, então você poderia passar dias por lá (sem exageros!) entrando em cada ruazinha, cada ruína, tentando explorar cada canto.

Mas como não tínhamos todo tempo do mundo, e ainda tínhamos a Isabella, fomos objetivos no que não podia deixar de (re) ver!

Claro que também passamos bastante tempo perambulando por lá, que é uma das coisas mais legais de se fazer, mas pra dois apaixonados por história como nós, queríamos visitar as ruínas que nos mostram bem como era a vida a mais de 2000 anos atrás!

Logo na entrada da cidade, como em quase todas as cidades Romanas está o Forum, que era o epicentro da cidade – o principal mercado, onde eram feitos os julgamentos e decisões, e onde a vida de Pompeia era decidida.

De lá também se tem vistas incríveis do Vesúvio bem ali do lado, e hoje em dia é onde fica o galpão onde estão armazenadas as relíquias encontradas nas ruínas e escombros das casas, além de algumas “estátuas” dos corpos encontrados nas cinzas.

Uma coisa que eu adorei foi finalmente ter visto o “Cane” (cachorro), a estátua de um cachorro que foi encontrado nas rúnias, pois foi deixado preso por uma corrente (quando fui da última vez, o “cane” estava viajando por outros países em exposições).

Até então os arqueologistas e historiadores achavam muito estranho o fato de que não havia resquícios de animais na cidade! Mas hoje em dia a teoria é que os animais fugiram da cidade antes dos humanos, assim que começaram a sentir o cheiro de gás pré-erupção, e apenas sobraram os que estava presos, ou como o “Cane” acorrentados.

Tem também os anfiteatros e coliseus de Pompéia, que apesar de serem pequenos por comparação a outras cidades Romanas, estão super bem conservados. Mas o que eu gosto mesmo em Pompeia é que nos arredores das duas ruínas (anfiteatros e Coliseu) é possivel ver os bairros e ruas de “entretenimento” da cidade, pois é onde ficavam os restaurantes, bares e bordéis de Pompeia.

É uma coisa meio surreal né, pensar que ha milhares de anos atrás os humanos já gostava de fazer as mesmas coisas que a gente faz hoje em dia!

Mas em vez de pegar um cineminha com o namorado ou amigos, os Pompeianos iam no coliseu assistir um leão matar um cristão, ou iam assistir uma peça de drama ao vivo – e logo depois iam comer fora nos muitos restaurantes da cidade, ou nas casas de vinho!

Outro ponto muito interessante é o bordéu, ou o “Lupanar” e sua arte erótica! A especulação é que como Pompeia era um centro comercial muito importante na época, recebia muitos visitantes que não falavam o mesmo dialeto de latin que se falava por lá. E além disso, as prostitutas eram geralmente prisioneiras trazidas da Grécia, Turquia ou norte da África e não falavam a mesma língua que seus clientes.

Então as paredes do bordéu são forradas de cenas “eróticas” que serviam de menu – antes de entrar num quartinho, o cliente olhava as fotos, escolhia o que queria e pronto! Negócio fechado!

E por fim, “i morti”, ou “os mortos”, que são um dos principais diferencias das ruínas da Pompeia – o fato de que foram encontrados “vida”, que ajudou os historiadores a tentar entender um pouco melhor o que aconteceu por lá.

Então durante as escavações um dos arqueólogos começou a reparar que entre os escombros e a cinza solidificada, volta e meia eles encontravam uns buracos de “ar”, como se fossem bolhas de ar em formatos estranhos. Mas como aquilo não era condizente com a solidificação daquele tipo de cinza, eles resolveram colocar gesso dentro de uma das bolhas pra ver qual o formato que sairia da “forma”.

E pronto! Encontraram os seres humanos que não conseguiram fugir de Pompeia e morreram asfixiados pelo gás, soterrados pelos prédios e afins.

É possível ver famílias inteiras, com adultos crianças e bebês, com os detalhes de suas roupas, as sandálias de couro romanas e até mesmo as expressões faciais.

É meio mórbido, mas fascinante!

Acabamos não ficando o dia inteiríssimo lá em Pompeia não, e depois que a Isabella acordou de sua soneca da tarde, pegamos o trem de volta para Sorrento e fomos curtir a piscina do hotel com ela!

Ah! E ela ganhou um enorme gelatto como prêmio de bom comportamento! :-)

Adriana Miller
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Adriana Miller
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12 Aug 2005
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Pompeia

Dicas de Viagens, Pompeia, Viagens pela Italia

Pompeia (Pompeii) era uma cidade no Golfo de Napoles, na subida da montanha do Vesuvio.
Fundada pelos Oschi (nao sei o nome em Portugues) foi conquistada e reconquistada por Gregos, Otomanos e finalmente (mais ou menos no seculo VI antes de Cristo), foi conquistada pelos Romanos, e foi a apartir daí que a cidade começou a prosperar.
Ao longo dos seculos foi se transformando na cidade mais importante da Regiao (na epoca era maior que Napoles), por estar estrategicamente localizada no golfo, e por ter uma terra vulcania muito fertil. A cidade tb era importante porque estava localizada ahi uma academia militar Romana, disfarçada de “club da Juventude” onde os jovens ragazzos podiam ir se divertir com esportes (reparem como os Romanos era sutis…) como arremeço de lanças, corrida carregando armas, lutas de gladiadores, etc… e quando se davam conta já estavam convocados pelo exercito Romano e seguiam mundo a fora conquistando territorios.

Porém, no ano 62 depois de Cristo, o Vesuvio começou a dar sinais de vida, e um terremoto destruiu parcialmente a cidade. Como a cidade era muito prospera e rica, em alguns anos já estava quase tudo reconstruido.
No entando a erupçao verdadeira só aconteceu no dia 24 de agosto do ano 79 D.C., durando varios dias e destruindo as cidades de Pompeia, Herculano e Stabiae.
Quando vc chega lá em Pompeia, vc ve que realmente o Vesuvio esta MUITO longe… a cidade nao estava exatamente construida aos pés do vulcao…. E porque essas tres cidades foram atingidas e as outras nao? Porque Stabiae desapareceu totalmente, Herculano foi totalmente destruida e Pompeia se conservou tao bem?
Simples… Vento.

As casas de uma regiao residencial e o Vesuvio ao fundo
A direçao do vento levava bolas de lava ardente diretamente a Herculano e Stabiae, e para pompei gás toxico e cinzas.
Oque aconteceu com Pompei foi: o vento levava gas toxico que pouco a pouco, com o passar dos dias foi matando a populaçao; os que sobreviveram fujiam na medida do possivel, mas como já estavam intoxicados, acabavam morrendo tambem.
Quando o vento começou a trazer as cinzas, a cidade foi totalmente soterrada, matando quem ficou por lá (poucos) e escondendo a cidade poe 17 seculos. Durante muitotempo, nada foi construido por lá, pq a populaçao acreditava que a area tinha sofrido alguma maldiçao, um castigo dos deuses ou algo parecido, até que ela foi totalmente esquecida.

As ruinas foram descobertas no final do seculo XVII quando tentaram construir um aqueduto que passaria por aí. Começaram a fazer as escavaçoes e por falta de tecnicas e cuiados destruiram uma das areas mais importantes da cidade, o Forum.

No final do seculo XVIII, as escavaçoes foram reiniciadas, com novas tecnicas, e ao longo das decadas retiraram a cidade do esquecimento (ainda nao termminaram de escavar tudo).

Uma das coisasa mais curiosa de Pompeia, é a existencia de “vida”. Além das casas (algumas quase intactas) que mostravam bem como era o estilo de vida da populaçao, templos, termas, lavanderias, restaurantes, teatros, arenas, clubes de sexo (os Pompeinos eram adeptos às orgias, adoraçao a deuses do sexo e instrumentos de “mediçao”), etc.. E principalmente PESSOAS.

Uma familia dormindo
Durante as escavaçoes, os arqueologos começaram a reparar que am alumas areas das ruinas, a “pedra” (resultado do acumulo de cinzas por 18 seculos) tinham buracos, eram ocas… E um deles teve a brilhante ideia de botar gesso dentro, e fazer um molde pra ver oque era, antes de destruilas. O resultado é que foram descobertas dezenas de pessoas, e animais…. Familias inteiras, adultos, crianças, animais… Alguns escondidos em cantos das casas (como o menino que aparece em posiçao de prece), outros dormindo, e outros griando de terror…

A cinza toxica aderia à pele e ia cobrindo e matando as pessoas lentamente. Uma vez mortos, e com outros metros de cinzas cobrindo seus corpos, a area se sedimentou, os corpos apodreceram no seu interior e o espaço que um dia foi ocupado por seres humanos agonizantes ficou pra sempre.
Hoje em dia sao estatuas, nada artistico ou muito claro (lembrem-se que isso tudo foi feito lá em 1800 e antigamente), mas dá praver exatamente quais eram mulheres, homens, bebes… os que morreram dormindo e os que foram sorpeendidos vivos… Muito impressionante, e que torna tudo muito real… Dá pra ver exatmente as expressoes faciais, as dobras das roupas, as tiras das sandalias romanas entre os dedos com tiras amarradas no tornozelo… dava arrepios…

Mas tambem tem umas coisas engraçadas, como a faixa de pedestre, que sao uma spedras gigantes do meio da rua, pra diminuir a velocidade das carroças, as cozinhas com compartimentos pra agua quente, agua fria, etc. O restaurante estilo “self service” e os banheiros publicos, onde as pessoas iam fazer xixi (numero 2 tinha que ser feito em casa) e depois usavam a “amonia” (potente desinfetante) pra lavar as ruas da cidade.

Faixa de pedestre

Restaurante

Anfiteatro

Parece ter sido uma cidade legal, bem divertida.
Tinha um anfiteatro grande o o pequeno, e entre eles, uma pracinha cheias de bares. A arena com lutas de gladiadores (animais Vs prisioneiros de guerra), o clube da juventude e o templo das orgias.

Nao muito diferente as cidades de hoje em dia, guardada as devidas proporçoes, claro.

As fotos nao podiam faltar…

Adriana Miller
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