28 Sep 2010
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African Walking Company

Dicas de Viagens, Kilimanjaro, Tanzania

Nossa viagem foi contratada atraves da Exodus, uma agencia Inglesa especialista em pacotes de aventura. Mas como o Kilimajaro eh uma are protegida, turistas (e locais) soh podem entrar no parque se acompanhados por guias treinados e registrados, e portanto a Exodus tem parceria com um agencia receptiva local, a African Walking Company (nao achei um link especifico pra eles…).


O servico prestado nao poderia ter sido melhor e foi bom saber que fomos acompanhados por especialistas locais o tempo todo.

A equipe que nos acompanhou era enorme, oque definitivamente justificou o preco alto que pagamos pela viagem. E para falar a verdade, quando estavamos lah e nos demos conta na estrutura de apoio que rola no background para garantir que tudo vai ser perfeito durante nossa estadia, eu achei ateh que na verdade o preco que pagamos nao tinha sido suficiente e justo, para tipo de trabalho que aquele pessoal faz!


No total eramos 9 turistas e subimos o Kilimajaro com uma equipe de apoio de nada mais, nada menos que 31 pessoas!!!

Entre eles estavam o guia lider, que atuava como o super chefe da operacao nao soh liderava o trekking, como tambem dava as cordenadas paro pessoal da cozinha, pro pessoal do acamapamento, fazia reunioes com nosso grupo todos os dias de manha e de noite, e ainda fazia suas rondas de seguranca e primeiros socorros, para garantir que estavamos todos fisicamente e mentalmente bem o tempo todo. Era ele tambem quem carregada e verificava diariamente o kit de primeiro socorros incluindo equipamento cardiaco, seringas com esteroides e varias outras coisas assustadoras!


Alem do guia lider, tambem tinhamos mais 5 guias asistentes, que eram os caras que nos acompanhavam ao longo da caminhada, e se dividiam no grupo, para garantir que teriamos um acompanhamento personalizado o tempo todo (e assim cada um podia seguir no seu ritmo).

Um outro personagem principal do grupo era o cozinheiro chefe! Um dos principias efeitos da altiture eh a falta de apetite e enjoo, que consequentemente pode piorar todos os outros sintomas (se vc nao se alimentar bem e beber pelo menos 4/5 litros de agua/liquidos por dia, gastando uma media de 5 mil calorias por dia, nao da pra aguentar o ritmo).  Eu nao tinha nenhuma expectativa em relacao a comida, e achava que iamos comer biscoito Maria com macarrao instantaneo e atum em lata todos os dias que ja mata meu apetite mesmo no nivel do mar, entao imagina la em cima?!

Mas para nossa surpresa a comida foi OTIMA, super balanceada, nutritiva e gostosa todos os dias! Entao apelidamos o James, nosso cozinheiro chefe de “engenheiro estomacal”, porque ele definitivamente foi muito mais que simples cozinheiro!!

O café da manha sempre tinha porridge, panquecas com geleia e/ou mel, ovos, torradas, biscoito, café e cha. E o almoco e jantar sempre incluiam uma sopa com algum prato principal (com bastante carboidrato, afinal gastavamos uma media de 5000 calorias ao dia!, carne, peixe, salada, pao, etc). E isso sem falar que sempre eramos recepcionados no acampamento por um cha da tarde tipicamente Ingles, com cha, café, bolo, biscoitos  e pipoca!! E pra mim, que nao como carne de porco, e um outro cara vegetariano, sempre tinhamos opcoes diferentes caso preferissemos!

Foi incrivel, e era so o cheirinho da sopa invadir a tenda-refeitorio que eu ficava logo morrendo de fome!! E realmente acho que isso teve um papel muito importante na adaptacao do grupo, e que ninguem sofreu nada muito grave por causa da altitude, e todos nos aguentamos bem ate quase os ultimos dias.

E alem deles, ainda tinhamos toda equipe de apoio, ou os porters, que sao os homens e mulheres que fazem com que tudo funcione perfeitamente! Sao eles que carregam nossa bagagem, nossas barracas, toda estrutura de apoio, a comida, a agua potavel e o banhero quimico.

Entao ao longo de cada dia, iamos conhecendo um pouco mais de cada um deles, e aprendendo um pouco mais sobre a vida na Tanzania, que foi uma das partes mais legais da viagem!

Na ultima manha na montanha, jah descendo, fizemos uma “ceremonia da gorjeta, onde o grupo de turistas e o grupo de apoio se junta para fazer mini discursos de agradecimento, e nos demos gorjetas extras para todos eles, como eh a pratica normal no Kilimajaro. (esse link abaixo tem um videozinho que fiz no ultimo dia. Depois vou tentar consertar o link, pra aparecer o video aqui).

httpv://www.youtube.com/watch?v=19n1SxRwAn8

Kilimanjaro

Eles nos agradeceram por vir visitar seu pais e por ter cuidado bem da montanha (o turismo no Kilimanjaro eh a princiapal industria da regiao, que gera muitos empregos e sustenta familias e cidades inteiras sem a presenca dos turistas, millares de pessoas perderiam seu ganha pao). E por outro lado nos agradecemos toda ajuda fisica e psicologica que recebemos do grupo, reconhecendo o trabalho duro que acontece por tras da cena e o esforco que cada um deles fez para garantir que nos teriamos a melhor impressao possivel do Kilimajaro, da Tanzania e da experiencia como um todo!

Eu e Makeke, no topo da Africa - sem ele me ajudando a cada passo no ultimo dia, jamais teria chegado ate o final!

E no final, tiramos muitas fotos, fizemos filminhos, trocamos e-mails e para encerrar a ceremonia todo grupo de apoio se juntou para cantar a musica-hino da montanha, com o Kilimajaro coroando a paisagem!

Antes da viagem, eu e o Aaron estavamos pensando em como seria nosso grupo, quem seriam os outros turistas que viajariam com a gente, mas na verdade esquecemos que as pessoas que realmente fizeram a diferenca foi o resto do grupo!

Eram horas e mais horas por dia andando e andando, sem muito oque fazer a nao ser conversar (ainda que bem limitado, pq a falta de ar deixava qualquer papo menos dinamico!) e ir conhecendo cada um deles. Como o guia lider, Makeke: ele ja subiu o KIlimanjaro – ate o final – 74 vezes (sem contar as outras centenas de vezes em que estava com grupos que nao chegaram ate o topo- coisa que pra ele nao conta!) e trabalha na montanha ha mais de 10 anos. Comecou como carregador, e por 5 anos subia e descia a montanha carregando malas de turistas enquanto fazia um curso de Ingles nas horas vagas.

Quando seu nivel de Ingles ficou bom o suficiente, ele fez um curso pra ser guia assistente e com ajuda e patrocinio de um de seus clientes, ele pode ficar 6 mese sem trabalhar e tirar o certificado de guia do Kilimanjaro.

Agora seu proximo passo eh conseguir juntar dinheiro pra voltar pro curso oferecido pelo governo por mais uns meses, e o emprego de seus sonhos eh ser guia de safari! Ele vai casar em novembro com uma menina do Kenya, e acha que ser guia no Kilimanjaro ocupa tempo demais na sua vida, e quer poder estar em casa pra comecar uma familia.

E tem tambem o Venice, um dos Guia assistentes, que era maratonista da Tanzania, viajou o mundo correndo maratonas, e foi assim que aprendeu Ingles. Mas acabou machucando seu joelho e nunca mais conseguiu patrocinio pra correr – mas como gosta de fazer exercicios e natureza, agora trabalha no Kili.

E muitas e muitas outras historias como essas, algumas mais outras menos comoventes, mas que ajudou a ter uma otima ideia de como eh a vida real num pais como a Tanzania, e a importancia da conservacao ambiental pro desenvolvimento da regiao.


Adriana Miller
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