20 Jul 2004
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Era uma vez um canteiro de obras chamado Madrid…

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Não sei se é a candidatura aos jogos olímpicos de 2012 ou o principio do fim da mamata dos financiamentos da Comunidade Européia, só sei que a cidade está um caos!

Para todos os lados que se olhe (e não digo isso de maneira figurada ou no meu característico exagero) são andaimes, tapumes e buracos.

Eu já me considero praticamente um peão de obras ou no mínimo amiga intima deles, pois o lugar onde moro fica na porta de uma das linhas de Metro, e lógico essa linha está fechada para obras. Todas as ruas ao redor estão esburacadas (obra de metro, dããããã…) e além de não precisar de despertador de manhã (de segunda a segunda, ou vc acha que fim de semana tem moleza?!) por que eles fazem questão de me acordar bem cedinho, eu ainda tenho uma nova surpresa a cada dia: Nunca sei qual a rua que vai estar fechada no dia seguinte, então cada manhã sou obrigada a fazer um novo percurso p/ o metro de Atocha (o da explosão).

   

 

Inclusive hoje de tarde fomos fazer uma excursão ao museu do Prado* e era impossível ouvir as explicações do professor tamanho era o barulho da obra na rua!!!

   

 

*Museu do Prado:

O mais famoso museu Espanhol e tem a maior e melhor coleção de obras espanholas dos séculos 11 ao 19.

Seus principais artistas são El Grego, Velazques e Goya.

   

 

El Grego, como o próprio nome diz, não era espanhol e sim Grego. Com forte influência Italiana renascentista, El Grego foi “adotado” pela corte a pela igreja espanhola, porém como tinha um estilo muito particular foi dispensado pelo Rei Felipe II e se exilou em Toledo, onde passou o resto da vida criando “arte moderna” p/ conventos e afins. Suas obras, de caráter religioso foram consideradas ofensivas pela igreja, pois não seguia a cabo as escrituras da Bíblia. Ele incluía alguns abjetos modernos (da época) e não mantinha a proporcionalidade do corpo humano como os demais renascentistas faziam. Seus personagens tem uma cabecinha pequenininha, um corpo enorme e mãos muito expressivas.

   

 

Velazquez já é um pouco mais recente, e apesar de ser o artista oficial da família real espanhola, ele não era finaciado pela igreja, portanto suas obras têm muitos elementos pagãos e até um pouco assustadores. Todas as pinturas fazem menção à algum Deus da Mitologia Grega, e seus dois quadros mais famosos são dignos de um trem fantasma da Disney. O primeiro “As tecedeiras” (ou algo assim em espanhol) retrata uma cena da mitologia em que a Deusa da tecelagem é desafiada por uma mortal; mas na verdade Velazquez faz um jogo de imagens e ilusão ótica que faz com que vc não consiga distinguir quem é tecedeira e quem já é parte do tapete. O segundo, “As meninas” além de mostrar crianças reais espanholas MUITOS feias e seus brinquedinhos típicos (anões fantasiados de bonecos!), faz um jogo de imagem que inclui o próprio Velazquez (ele aparece no quadro) mas vc não consegue distinguir se ele esta pintando as crianças atraves de um espelho, as crianças de costas brincando, o casal real, e por aí vai…. Vc pode ficar horas olhando p/ o quadro e nunca vai conseguir entender oque estava passando pela cabeça dele quando fez o quadro. Pelo menos foi oque o professor de arte da Universidad de Madrid disse, porque eu nem tentei…

   

 

O ultimo, Goya, ficou famoso não por seus quadros em si, porque ele não fazia quadros, e sim “esquetes” para tapeçaria. Por isso, como não precisava ser perfeccionista nos detalhes (já que são imperceptíveis num tapete) sem querer ele acabou sendo um dos pais do Ilusionismo moderno.

   

 

Dridri também é cultura….

Heheheheheh

 

Adriana Miller
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19 Jul 2004
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Marbella e Granada

Dicas de Viagens, Granada, Marbella, Viagens pela Espanha

Merbella é conhecida na Espanha por ser o paraíso dos milionários, ricos e famosos.

Com suas praias paradisíacas no mar Mediterrâneo (fica no extremo sul da Espanha, quase África) e hotéis de luxo, essa pacata cidade é banhada todos os anos no verão por zilhões de pessoas vinda de toda a Espanha e norte da Europa.

A palavra de ordem é: toste no sol durante o dia, e acabe com sua saúde durante a noite.

Além das praias, oque faz de Marbella ser tão popular, é a sua noite claro. A cidade disputa pau a pau o titulo de balada mais “wild” da Espanha (e logo, do mundo) com Ibiza. A diferença entre elas é que Ibiza é mais modinha, todo mundo vai, e teoricamente qualquer um pode ir.

Se vc quer ir p/ Marbella e não tem um Porche ou uma Ferrari, esquece… Hotel no mínimo 4 estrelas… Restaurante só Lagosta p/ cima… E por aí vai…

  

(A explicação do que eu estava fazendo lá, são cenas dos próximos capítulos…. Hehehhehe)

  

Granada, por sua vez, uma pouco mais ao norte geograficamente, é famosa por duas coisas: a Primeira é a Serra Nevada, que é uma dos principais pontos de Ski da Espanha, e a segunda é sua historia.

Granada foi a sede do Império Muçulmano na Espanha e a ultima cidade a ser conquistada de volta e incorporada ao reino espanhol. Além de sua famosa fortaleza Árabe (Alhambra) e a ainda muito forte influência árabe na cidade.

Não só por sua historia, arquitetura e culinária, mas também pela recente enxurrada de emigrantes árabes que invadem a Espanha, principalmente nessa região. Até as placas de transito, nomes de rua e direções nas estradas nos arredores da cidade são em Espanhol e em Árabe. Uma confusão….

  

Desculpem, mas dessa vez nao rolou fotinhos… Uma pena… mas depois vcs vão entender porque….não se preocupem…

 

Adriana Miller
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13 Jul 2004
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Pamplona e o “Running of the Bulls”

Dicas de Viagens, Pamplona, Viagens pela Espanha

Pamplona…
Por onde começar…

A primeira impressão é: os espanhóis realmente sabem fazer festa! Uma festa espanhola, para espanhóis, com muitos espanhóis se divertindo.

Foi a primeira coisa que notei; Na Itália todas as festas “populares” não passam de meros teatros e encenações p/ atrair turistas japoneses; Algumas cidades chegam a encenar seus atos “medievais” em inglês, porque sabem que não tem italianos ali, só turistas, e é esse o objetivo principal da teatrada.

Já aqui o negocio é diferente. Acho que é por isso que as fiestas espanholas são legendárias no mundo todo; Se os espanhóis se divertem tanto, todo mundo tb quer participar.

Comparações numero 1:
– Para mim as festas italianas são como o carnaval do Rio: Para inglês ver. Carioca de verdade detesta aquilo lá.
– A festa de San Fermin em Pamplona (não posso generalizar ainda, pq não conheço nenhuma outra) são como o carnaval em Salvador. Do povo e para o povo.
E é serio!
Comparações numero 2:
– Carnaval em Salvador tem Abada. Pamplona tem “uniforme”; Todo mundo se veste igual, é muito engraçado! Camisa e calça branca, com um lenço vermelho no pescoço e um cinto vermelho. Todo mundo mesmo! De bebezinhos de colo, crianças, adultos e velhos, bem velhinhos…


– É uma festa de rua. As pessoas ficam zanzando pelas ruas 24 horas por dia, bebendo, cantando, dançando se divertindo. Simplesmente contagiante.
– O primeiro e único objetivo de todos que estão lá, é se divertir. Correr com os touros é só pano de fundo.

Mas em que consiste essa festinha afinal, certo?!
Resumidamente é o seguinte. Durante as festividades de San Fermin, que como não podia deixar de ser, envolve touradas e matança de animaizinhos inocentes, mas o ponto alto da festa é que diferentemente de outras touradas, os touros estão nas ruas!! Isso mesmo! O trajeto entre o curral e a “Plaza de Toros” é feito no meio da cidade, com milhares de pessoas correndo envolta.
A cidade é um ovo. Em cinco minutos daria p/ ver tudo que tem lá, se tivesse alguma coisa p/ ver. Ou seja, não tem Hotel, albergue, nada. A galera vai p/ la e dorme no parque. Faz parte da festa. A maioria das pessoas (eu por exemplo) nem se preocupa em reservar hotel, o parque faz parte da experiência, e para falar a verdade ninguém vai p/ lá p/ dormir!!



Eu fui p/ lá com o Thomas e o Greg, que eu conheci respectivamente na Grécia e em Castelraimondo (estudamos juntos) e ambos continuam viajando pela Europa, e mochileiro que se preze não perde Pamplona nem por nada no mundo!!

Chegamos. Deixamos as mochilas na estação, fomos p/ a cidade e surpresa! Não estamos vestidos de San Fermin!!! Compramos nossa fantasia, compramos alguns litros de sangria e fomos p/ a praça, vendo o mundo passar, e com a esperança de que a sangria ia ajudar a esquentar um pouco (estava um frio do caramba!!!).

Quando a noite cai (aqui só escurece as 10:00 da noite), as ruas, que já estavam cheias, ficam lotadas. Os bares são um do lado do outro, todos lotados e basicamente é isso que tem p/ fazer: pular de bar em bar, boate em boate esperando o dia clarear, pois a corrida dos touros é só as 8 da manhã.

Como ninguém é de ferro, depois de vários litros de sangria, acabamos nos convencendo que seria necessário algumas horas de sono. Onde fica o parque mais próximo? Pior noite de “sono” da minha vida!!! Mas tudo bem, faz parte da festa. 8 horas, hora de voltar p/ as ruas do centro e achar um lugar com uma boa vista da corrida.

8 em ponto os auto falantes anunciam a liberação dos touros; salve-se quem puder!! É engraçado ver a reação de medo das pessoas!! Mas o trajeto total dura apenas 3 minutos…
Ok! 24 horas p/ a próxima corrida… E assim por diante…

Adriana Miller
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