A grande maioria dos guias e sites que sequer mencionam Beirute, descrevem a cidade como a “Paris do Oriente Medio”. Então já vou começar o post dizendo que discordo.
Realmente Beirute foi a cidade mais “Europeia” que já conheci no Oriente, e na verdade me lembrou demais cidades do sul da Italia ou Espanha, com toda su arquitetura Mediterranea, seu espirito festeiro de quem não se preocupa demais com os problemas pois sabe que no final tudo dá certo.
De Paris mesmo, não vi nada. Mas na verdade eu discordo da comparação, simplesmente porque geralmente discordo com comparações em geral. A gente sempre ouve falar na “Paris do Leste”, ” A Veneza do Norte”, a ” Nova Iorque da Asia” e outras comparações do tipo. Mas eu acho que cada cidade tem seus proprios méritos, e ninguem deveria ter que viver a sombra de outra grande cidade.
Não que uma comparação com Paris não seja um grande elogio, mas Beirute é Beirute, e merece ter seu brilho proprio e ser admirada pelo que tem a oferecer e pelo que é, e quem sabe um dia não ouviremos falar por ai sobre a “Beirute do Norte” ou a “Beirute da Asia” ou algo parecido…
Afinal são poucas as cidades do mundo (se é que existe alguma outra) onde voce pode caminhar na praia enquanto admira as montanhas nevadas e as estações de esqui. Onde o maior e mais caro relogio Rolex do mundo faz parte da mesma historia de uma praça que foi interamente destruida por bombardeios, e ruinas Romanas, ruinas Fenícias, igrejas catolicas, ortodoxas e mesquitas dividem o mesmo quilometro quadrado!
A verdade é que a cidade é relativamente pequena, e de facil locomoção, mas ainda esta aos poucos tentando se reerguer depois de quase 3 decadas de guerras sangrentas e destruidoras.
O centro historico já foi inteiramente reconstruido, e hoje em dia é uma região interamente peatonal, e tanto o governo quanto a população fieram questão (e morrem de orgulho) de não ter caido no erro de seus vizinhos do Golfo e ter reconstruido uma cidade que cresce “pra cima”, coberta de vidros, neons e arquitetura arrojada. Então a Beirute de hoje é exatamente igual a Beirute de antigamente, só que melhorada.
Os predios mantiveram suas fachadas originais, com janelas de estilo Arabe e pedras em tons terrosos, mas ganharam interiores modernos e garagem subterranea.
A area hoje em dia é cercada pelos melhores restaurantes da cidade, e ruas que se iluminam e recebem visitantes e locais até as altas horas da madrugada.
E ao bom estilo Libanes, até mesmo a guerra pode trazer algum salto positivo, como as recen descobertas ruinas de um “banheiro” publico Romano, com todo seu sistema de circulação e aquecimento de agua; e um mercado Fenicio com arcos, caves e colunas milenares.
Ainda ali no centro esta o Souk – que do original sobrou apenas uma pequena cupula e alguns pedaços de mosaico arabe no chao.
Mas sua reconstrução não trouxe shoppings gigantescos, e sim uma versão moderna de um Souk Arabe, que reflete o estilo de vida do seculo 21. O Souk ainda é divido em “especialidades” como o Souk de joias, o Souke de comidas, etc, mas em vez dos esterotipos que esperariamos ver brigando por clientes nas ruas de Instambul ou do Cairo, na verdade vemos lojas que variam da Zara e H&M a Armani e Hermes.
E a poucos passos esta o Mediterraneo, com seus 4 quilometros de “Corniche” que bordeia a cidade num calçadão que começa na Marina e segue até a “Pigeon Rock” (“Rocha dos pombos”), onde estão concentrados os hoteis de luxo, os apartamentos de frente rpo mar da elite, o calçadão, os pescadores, e claro, a vista das montanhas nevadas!
A area surpresa da cidade é o bairro Hamra, e principalmente a rua Hamra – que é o bairro dos artistas, estudantes e mochileiros. Muitas lojinhas, cafes, restaurantes, agencias de viagem, albergues e hoteis baratinhos – o paraiso dos mochileiros e dos que procuram uma experiencia mais “autentica” e “caotica” em Beirute.
Mas oque eu achei mais interessante na cidade foi justamente o contraste da prosperidade do Oriente Medio com as marcas da destruição da guerra, que querendo ou não, estão por todos os cantos da cidade, e não dá pra evitar.
Um dos principais “monumentos” a guerra é oque sobrou do hotel Holiday Inn (que fica exatamente atras ao Phoenicia, e era a vista da minha janela todas as manhas) – o hotel era recem inaugurado quando a guerra civil começou em 1975. Por ser o predio mais alto da cidade na epoca, acabou sendo ocupado pelo exercito e seus atiradores de elite usavam as varandas dos quartos de hospedes pra mirar e atacar os inimigos.
Inimigos esses que por sua vez sabiam que os atiradores estavam ali – entao o predio foi alvo de incontaveis bombardeios, tiroteiros, incendios e toda sorte de artimanhas de guerra. Porem, por causa de sua construição de primeira linha e estrutura anti-terremoto, a estrutura do predio nunca foi abalada, e o esquelo do Holiday Inn continua lá, nem nunca ter sido recuperado, reconstruido nem destruido, cumprindo seu papel de “lembrete” da destruicnao da guerra, e assim quem sabe a nova geração de Libaneses não conseguem evitar que isso aconteça novamente?
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Dri,
Muito bacana e informativo o post! Adorei conhecer mais sobre a cidade.
E me diz uma coisa.. O “beirute” que a gente come no Brasil teve origem na cidade?
Bjs.
Mas sabe que eu nao sei oque eh um “beirute” de comer…?!
Vou fazer um post sobre a comida Libanesa, que eh delixiosa e basicament oque a gente conhece como “comida arabe” no Brasil.
Dri,
Sabe o que mais gosto nos seus relatos de viagens? A sua pecepção histórica/cultiral da cidades/países que voçe conhece. O seu capricho em falar sobre determinado monumento, hotel ou o que seja é incrivel!
Acredito que esse seja um dos grandes diferenciais do seu blog.
Já falei uma vez isso em um email que te escrevi, mas volto a falar aqui: você é uma verdadeira inspiração!
Bjs
Ah… muito obrigada Ana!!
Oi Adriana! Tudo bem?
Descobri o seu blog através de outro blog que eu costumo acompanhar e fiquei fascinada! Sinto-me como se estivesse a viajar também :) É sem dúvida um blog que eu vou seguir fielmente.
Eu sou estudante de Portugal e daqui a 3 semanas vou fazer erasmus em Palermo, na Sicilia. Não me é totalmente desconhecido porque já lá estive no ano passado, mas ainda assim, a ansiedade cresce de dia para dia. Estou até um pouco preocupada. Normal, né?
Eu criei um blog com o mesmo intuito que este começou. Registar tudo, ficar perto da família, dos amigos, tudo… e a intenção é ganhar um formato idêntico a este. Vamos ver se consigo, né!?
De qualquer forma, deixo o meu blog, caso queira dar uma espreitada: http://bagsandamoleskine.blogspot.com
Está apenas a começar!
Continue com este trabalho formidável que eu acompanho aqui todos os dias! :)
Beijo *
Oi Sara, boa sorte!!
Sucesso com o blog e seu Erasmus! Espero que vc se divirta tanto e tenha uma esperiencia tao boa quanto foi a minha!
Oi Dri, existe mais uma cidade onde vc pode andar na praia e ver as montanhas nevadas: Vancouver/ Canadá.
oie, adorei o post. Muitas fotos bonitas! É impressão ou as ruas são um pouco vazias? E a noite? Deu pra fazer alguma coisa lá? beijos, Dani
As ruas nao sao lotadas nao, mas tambem nao sao toa vazias assim nao… Na verdade Beirute tem bastante fama de cidade festeira. Eu fiz alguns passeios a noite, sai pra jantar e tal, mas como estav viajando sozinha e a trabalho nao deu pra fazer nada muito emocionante por la nao. Mas a regiao central e a regiao de Hamra aparentemente ficam lotadas e bem animas tarde da noite. Eu estava em Hamra no sabado, e realmente as ruas, bares e restaurantes estavam todos lotados. Bem legal!
comentei no post errado, mas adorei que vc usou a expressão “peatonal”… no Brasil não é muito difundida nem existe (pq é seria calçadão e aqui tá super vinculado a praia e tal) mas é a típica palavra que resume o sentido, né? Tipo boring…
Viajei, agora… mas é que eu adoro reparar como a sua escrita é influenciada pela sua condição world traveler… e ela fica super presente, sabia?
Bjo!
[…] o pais, era na verdade conhecida como a “Paris do Leste”. Mas eu já comentei aqui que não gosto dessas comparações, né? Sempre acho que a cidade que tenta ser a “não sei oque” de “não sei […]
Oi Adriana!!
Seu post me ajudou muito. Preciso de uma informação que provavelmente vc possa me ajudar. Como faço pra ligar a cobrar de Beirute para o Brasil? A Embratel e nem a Anatel souberam me responder.
Muito obrigada!!!
Nossa… nao faco a menor ideia! :-)
Oi Adriana!! Tudo bem?
Adorei seu post, me ajudou muito. Estou procurando uma informação que de repente vc pode me ajudar. Preciso saber como ligar a cobrar de Beirute para o Brasil. Tentei descobrir com a Embratel e com a Anatel, porém eles não souberam me informar.
BEijoss
Ana
Olá Adriana, tudo bem? gostei muito dos seus comentários e gostaria de tirar uma dúvida.
Estou vendo alguns roteiros para o Líbano e percebi que nenhum deles tem mais de um dia de passeio em Beirute, porque isso acontece? Nos roteiros apenas a acomodação é em Beirute, durante o dia fazemos passeios nas cidades vizinhas como Byblos entre outras.
Oi Giovanna,
Provavelmente porque Beirute é um cidade realtivamente pequena, e sem grandes atrativos turisticos se vc esta fazendo uma escursão.
Os pacotes devem incluir uma “geral” pelos principais pontos da cidade e depois focar no resto do pais, onde as principais atrações estão.