Pequim eh sem duvidas uma cidade de superlativos – por mais que nao tenha o ambiente cosmopolita e moderno de Xangai ou Hong Kong, Pequim tem tantas outras atracoes milenares e imperdiveis, que eh facil ficar meio perdido na cidade, sem saber exatamente como dividir seu tempo.
Pra piorar aidna mais a situacao do turista, a cidade eh enorme e super espalhada. O sistema de metro eficiente ajuda, mas nao soluciona. E sem contar na quantidade enorme de novas construcoes e atracoes que surgiram nos ultimos anos por causa das Olimpiadas de 2008.
Entao, entre todos aqueles lugares que voce ja chega sabendo que nao pode perder, eh impossivel ignorar os tantos parques e templos que vemos espalhados pela cidade, que deixam sempre aquele sensacao de “nossa, olha aquele pavilhao! oque sera que eh aquilo? Vamos la ver?” – e foi assim que passamos praticamente todo nosso tempo em Pequim.
Nao tinhamos um roteiro nem “programacao” detalhada, e queriamos justamente aproveitar a cidade como nos parecesse melhor – indo descobrindo Pequim aos poucos, indo na contra mao da correria da cidade de 20 milhoes de habitantes.
Claro que isso tambem significou que em 4 dias na cidade, nao tivemos tempo de ver absolutamente tudo que a cidade tem a oferecer – oque, realisticamente, seria impossivel! – mas voltamos de la com aquela sensacao boa de que realmente conhecemos a cidade!
Entao alguns dos nossos lugares preferidos foram os parques e os templos. Apesar de ser inverno, e os jardins estarem congelados e sem flores, demos muita sorte com o clima, oque significou que apesar do frio, os parques estavam sempre lotados de gente curtindo sua fotossintese invernal – familias, idosos praticando Tai Chi e ate aula de Tango nos vimos!
Parque Beihai (Palacio de Inverno)
O Parque Beihai, fica imediatamente no noroeste da Cidade Proibida, e durante muitos seculos, fez parte do complexo Imperial de palacios e jardins.
Ele foi construido para servir de parque/palacio de Inverno a familia Imperial, que morava na CIdade proibida e frequentava o palacio de verao, apenas nos meses mais quentes do ano.
As principais atracoes de Beihai sao seus lagos e o templo Bai Tai, uma Dagoba construida em pedra branca, que fica bem no topo da ilha Ilha Qiónghuá, no centro do lago principal.
A Stupa abriga um relicario Budista, e eh ate hoje um local de prestigio nas cerimonias Budistas, abrigando por exemplo, as cinzas de monges cremados.
Uma das coisas mais legais que vimos foi que na subida para a Stupa, existem uns outros mini templos pelo caminho, e todos eles sao rodeados de mensagens, bilhetinhos e oferendas – e apesar de nao conseguirmos entender nada, eles criaram otimas oportunidades fotograficas!
O parque foi construido no seculo X, mas so foi desconectado da Cidade Proibida e aberto ao publico depois da queda do Imperialismo, em 1925.
Mais da metade dos 69 hectares do parque sao ocupados por lagos artificiais, interligados por canais – e demos sorte de ver os lagos completamente congelados, servindo de ringue de patinacao para familias locais, que nao se deixaram abater pelo inverno!
Templo do Ceu ( Tiantan )
Um dos templos mais iconicos da China, o Templo do Ceu eh tambem o maior complexo de templos Taoistas do pais, construido em 1420 pela Dinastia Qing.
O principal intencao religiosa do templo era relacionado a colheitas, onde as familias Imperiais realizavam cerimonias de colheita no inicio da primavera, e cerimonias de agredacimento pelos frutos no Outono.
O pavilhao principal, e que simboliza o parque, eh o templo “Sala de Oracao pelas Boas Colheitas”, uma construcao imponente com 30 metros de diametro e 38 metros de altura – interamente construido e talhado em placas de madeira e pintado a mao. A construocao inteira nao utilizou nenhuma viga, nem nenhum outro material de suporte – e esta de pe ha 600 anos!
O simbolismo do templo eh super interessante, nso contando um pouco mais sobre as crencas e misticismos Chineses. Uma cosia que eu achei muito interessante por exemplo, eh que todos as escadas que nos levam ao templo, sao organizados em grupos de 9 degraus, ja que o numero 9 eh considerado o numero da sorte do Taoismo.
E todos os templos e pavilhos foram construidos com uma acustica perfeita de “eco”, e portanto a voz dos monges e do imperador poderia ser perfeitamente ouvida em qualquer posicao dentro do tempo, e ia se repetindo e propagando aos poucos!
O parque estava incrivelmente decorado para as celebracoes do ano novo Chines, que aconteceria cerca de 1 semana depois, e a paisagem do parque com o ceu perfeitamente azul foi o contraste perfeito para as lanternas Chinesas!
Parque Jingshan
O Paruqe Jingshan eh mais um parque que originalmente fazia parte do complexo Imperial da Ciadade Proibida.
Na verdade, quando a capital Chinesa foi transferida para Pequim e as construcoes da Cidade Proibida se iniciaram, os idealizadores da capital notaram um grave problema: Pequim nao tinha colinas nem lagos suficientes para trazer a boa fortuna ao Imperador.
Entao o Parque Jingshan foi iteramente construido a mao para fornecer o simbolismo Feng Shui necessario para que Pequim pudesse ser uma capital prospera.
O solo escavado na construcao dos palacios da Cidade Proibida e seu fosso protetor, foram transferidas para o norte, criando – manualmente – a colina de 46 metros de altura.
Entao segundo as regras do Feng Shui, residencias sempre devem ser construidas ao sul de colinas, e o Parque vizinho, o Beihai, providenciava os lagos e riachos necessarios para que a boa energia possa fluir livremente.
Mas o melhor mesmo do Parque eh a vista Magnifica da Cidade Proibida – la de cima eh possivel ter uma melhor perspectiva sobre como a “cidade” eh organizada, como cada construcao se intercala e relaciona com as outras, alem de claro, deixar bem claro da magnitude e imponencia da Cidade Proibida e a Praca Tianemen!
Ah, e em dias claros e de boa visualizacao, ainda eh possivel ver muito alem da Cidade Proibida, com uma vista total de Pequim, incluindo algumas de suas novas construcoes, como o ginasio Olimpico “O Ovo” de um lado e a Torre CCTV do outro.
Os Hutongs de Pequim
E apesar de nao serem exatamente parques nem templos, outra parte da cidade que nao da pra ser ignorada sao os Hutongs, que sao pequenas casas e ruelas que foram se espalhando ao redor da Cidade Proibida, e sao na verdade a Pequim “original”.
Ou seja, quando Pequim foi transformada em Capital, a populacao “proletaria” vivia a margem da Cidade Proibida, desenvolvendo pequenas comunidades que vivam de comercio e servicos que serviam a nova cidade.
Depois do fim do Imperialismo, os bairros de Hutongs diminuriam drasticamente, seja pela instauracao de um regime igualitario socilaista (onde boa parte dessa populacao foi transferida para blocos de apartamentos socialistas), ou seja mais recentemente, pelo crescimento da classe media Chinesa.
Mas nos arredores da Cidade Proibida, eles ainda existem, e hoje em dia sao considerados patrimonios da humanidade, com muitas dessas casinhas Hutongs restauradas e transformadas em hoteis e restaurantes de luxo.
Entao em nossos passeios entre templos e parques no centro de Pequim, sempre optavamos pelos triciclos e tuk’tuks, pra fugir do caos do transito, e de quebra, pra escapar das avenidas principais, sempre acabavamos pegando atalho pelas ruelas dos Hutongs, que era sempre uma aventura…!
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Fotos sempre belissimas!! País exuberante!!
Oi Dri!
Sensacionais esses posts sobre a China, já começo a mudar minha opinião sobre visitá-la.
Mais uma vez, parabéns pelas fotos lindíssimas e muito bem tiradas!
beijo,
Incrivel!!! Depois de passar metade de 2011 decorando o seu blog (tailandia, camboja e vietna), estou de volta pesquisando sobre a China. Tenho certeza que mais uma vez o blog vai ser fundamental para planejar a viagem!!!! Lindas fotos!
Dri,
No momento estou em Pequim. Como este blog, além de compartilhar conosco as aventuras de vocês, também serve de fonte de pesquisa para viagens, acho que convém alertar a galera que o lê.
Hoje, após visitar o Parque Jingshan, muito bonito, por sinal, acabamos descobrindo que não é mais possível entrar na Cidade Proibida pelo portão norte, à frente do parque.
Com o propósito de ganharmos tempo, e tendo visto que vocês, bem como outros viajantes se deslocaram de riquichá no centro de Pequim, resolvemos pegar um apenas para contornar a Cidade Proibida até o portão sul, e assim já passar pela experiência de andar num.
Combinei por 30 yuans, caríssimo pelo caminho curto e por conta do custo do transporte em Pequim. Todavia, como era na frente de um lugar turístico, aceitei.
A aventura começou como a de vocês, cortando caminho pelos hutongs. Todavia, no meio do caminho, o motorista começou a desviar das ruas que margeiam a Cidade Proibida. Depois se encontrou com um comparsa que foi nos seguindo até que, no meio do caminho, numa ruela, ele sugeriu que eu e minha esposa nos separássemos, indo apenas um em cada riquichá.
Estranhei, mas passei pro outro tuk-tuk, pois estava realmente apertado.
Aí a estória começou a ficar pior, pois as ruas estavam cada mais desertas e apertadas. Um andando bem na frente do outro, como forma de evitar que um dos dois descesse.
Saldo final: nos deixaram no meio de um hutong, isolados da multidão e, quem sabe, numa área cheia de comparsas, mas há uns 2 quarteirões da Cidade Proibida. O combinado, 30 yuans, viraram 300 por pessoa. Ou seja, fomos estorquidos em 600 yuans (R$ 200,00).
O dinheiro é o de menos. A experiência desagradável foi capaz de tirar o meu humor e disposição quando da visita à Cidade Proibida. Fica o alerta!
Nossa! Que absurdo!!!
Obrigada pelo aviso – realmente não dá pra baixar a guarda nunca… infelizmente!