Durante a fase de planejamento da viagem a Provence, nós sabíamos que mesmo com uma semana inteira, não teríamos tempo suficiente pra conhecer a região toda – além de que ainda queríamos curtir a Villa que alugamos e colocar o papo em dia com nossos amigos.
Mas uma certeza tínhamos: se fosse pra escolher apenas um passeio ali por perto, nossa opção seria a cidadezinha medieval Gordes e seus arredores!
Parece conto de fadas: no alto de uma montanha, com a vista das planices cobertas de vinhedos e lavanda em toda sua volta, fica um castelo do século 12 todo em pedra em tons de areais, cercado por um pacto vilarejo, com todas as casas no mesmo tom.
Não é a toa que Gordes entrou na lista do “Les Plus Beaux Villages de France” (“Os mais belos vilarejos da França”, e reparem a quantidade de cidadzinhas só na Provence!), e é daqueles lugares que voce de fato, se sente na França!
Apesar de minúscula (a população oficial mal passa dos 2 mil habitantes) a cidade tem uma história fascinante e milenar, que começou com a presença de uma estrada Romana que passava bem ali, até que no século 8 uma abadia/monastério foi fundada no alto da montanha, que acabou dando origem a fundação do primeiro castelo construido na cidade, no século 11.
A cidade é bem pequenininha, e dá pra ser conhecida em algumas poucas horas – mas isso sem contar o tempo gasto nas inúmeras lojinhas de produtos de lavanda, azeite e linho.
E também aproveitamos o dia ensolarado com um ventinho fresco, pra almoçar na varandinha de um café antes de seguirmos a estrada a caminho da Abadia de Sénanque (Gordes e Sénanque ficam na mesma estrada).
Se algum dia na vida você já pesquisou sobre a Provence, com certeza já viu fotos da Abadia de Sénanque!
Porque? Bem, está longe de ser um das igrejas mais impressionantes da França, mas essa igreja do século 12 é cercada de campos de lavanda!
A Abadia ainda funciona como monastério, onde vários monges e freiras moram e trabalham, e portanto tem horários de visitação super restritos, e ao longo do ano eles vivem da lavanda e abelhas (vários produtos de mel e lavanda na lojinha!!! hehehehe).
Infelizmente nós demos azar de ter pego uma primavera super atípica e fria na Europa, e portanto a temporada da lavanda estava atrasada… os campos estavam cheios, mas as flores ainda não estavam cheirosas e nem coloridas…
Mas em compensação, tudo que não vimos de lavandas, vimos de campos e mais campos tingidos de vermelho, com as papoulas em flor!
Foi meio que por acaso, mas a estradinha que conecta Pernes Les Fontaine com as outras cidades (na direção de Avignon) estavam com as papoluas beirando as estradas, então um dia não resistimos, paramos o carro numa entradinha e tiramos dezenas de fotos!
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Esses campos de papoulas me lembraram o Mágico de Oz! Lindo!
Há muito tempo que venho querendo conhecer essa região da França. É um destino tranqüilo para crianças? Como foi para as crianças maiorzinhas do seu grupo, elas curtiram?
Minha filha tem dois anos e sempre viajamos com ela, desde os três meses, mas ainda não saímos do Brasil com ela (estamos com muita vontade). Gostaria de saber como é a aceitação de bebês e crianças pequenas na Europa e nos Estados Unidos. O pessoal trata bem, com naturalidade, ou fazem cara feia para a simples presença da criança? Digo isso porque aqui no Brasil eu acho as pessoas super bebefóbicas! Qualquer lugar que não seja especificamente dirigido para bebês as pessoas te criticam por estar com uma criança, ainda que ela não esteja incomodando em nada. Tudo “a mãe é louca por estar trazendo para cá”… Não que eu vá ficar me importando com isso, mas é um saco às vezes.
Parabéns pelo blog e pela linda bebê!
Olha, curtir, curtir eu não sei, pois todas as crianças do grupo são bem novinhas (o mais velho tem 2 anos), então nem sei se eles se deram conta do que estava acontecendo… hehehe
Mas em momento algum foram problema ou nos impediram de fazer alguma coisa planejada.
Sempre incluímos tempo extra pra imprevistos e pra deixa-los andando, correndo e explorando cada cidadezinha – toda cidade na Europa tem um parquinho, um jardim florido, castelos etc… enfim, nessa idade eles ainda precisam de muito pouco pra ser feliz! :-)
Sobre essa coisa de ser bebêfóbico, te entendo! Mas olha, também não nos incomodamos muito, nem tampouco percebemos nada…
Acho que no geral os Europeus são menos neuróticos com filhos e crianças, e elas estão em todas as partes. O bom é que por aqui a mentalidade é que filhos não impedem, apenas complementam a familia, então os pais geralmente não deixam de fazer nada que fariam sem os filhos, só porque tem filhos. Sabe?
Comemos nos restaurantes que quisemos, visitamos vinículas, castelos e cidades antigas. Com ou sem crianças, não tivemos dificuldades alguma.
(mas claro, sejamos realistas: não dava pra fazer nenhum roteiro super corrido, limitamos os passeios a 1 ou 2 lugares por dia no máximo, limitando as horas de carro, – tentando – respeitar rotinas e horarios de comer e dormir, e claro, bastante tempo pras crianças maiorzinhas brincarem e explorarem. Acho que é assim que se criam bons hábitos e crianças “bem educadas”. Quando é hora de brincar os adultos as respeitam. Quando era de se comportar num ambiente adulto, eles se comportam. Não existe receita milagrosa, mas no geral, deu super certo!)
Então eles curtiram! : ) Concordo totalmente com você, nessa idade eles precisam de muito pouco para ser feliz! Era isso mesmo que eu queria saber: se rola de deixar a criança correndo, andando pelos jardins, etc. Nessa fase é disso que eles gostam mesmo. Minha preocupação é que fosse o tipo de viagem que a criança tivesse que ficar o tempo inteiro no colo ou no carrinho, o que seria meio penoso para ela, nessa idade (e para as nossas colunas).
Concordo com tudo o que você falou sobre viajar com eles, por isso que desde cedo comecei a viajar com a minha. Claro que tem que ter adaptações (e essas adaptações mudam com a idade), tudo exige maior planejamento e algumas coisas ficam mais limitadas mesmo, mas continua sendo uma das coisas mais legais de se fazer na vida :). E a criança vai mesmo aprendendo. Minha filha não é uma criança calminha, é daquelas elétricas, sabe? E mesmo assim temos conseguido viajar sem maiores estresses (às vezes coisas acontecem, mas imprevistos fazem parte da maternidade) e ela se comporta super bem! Às vezes até melhor que em casa, pois adora ambientes novos, fica muito mais entretida. Nós adaptamos os destinos e os roteiros à idade dela e tudo corre bem.
O que acontece no Brasil é uma bola de neve. Já não há a cultura de envolver as crianças nas atividades da família (afinal, temos mucamas para ficar com eles), então não se vê tanto crianças em qualquer lugar. Com isso, quem se aventura acaba encontrando um ambiente hostil, com todo mundo de olhando e abanando a cabeça para qualquer som que a criança emita. E isso desanima e desestimula ainda mais. Mas é só preconceito mesmo, acho que crianças e pais educados e com bom senso perturbam muito menos que certos adultos grosseiros e mal educados.
Dri,
adorei o roteiro, acho que ficaria bacana um mapinha mostrando o circuito. Mas isso é só uma dica ;)
Acho tão legal essa mentalidade européia de criar os filhos e acho ótimo que tu assimilastes isso. Me lembro que quando fui assistir um ballet da Royal em Londres ao meu lado sentou uma menininha de no máximo uns 4,5 anos e eu ainda pensei “será que ela irá aguentar?” Pois ela assistiu e curtiu todo o espetáculo! E digo mais, em um certo momento ela perguntou à mãe pq elas não estavam sentadas na plateia baixa (visto que de lá se enxergaria melhor), a mãe respondeu com sinceridade: “pq lá estava muito caro e não poderíamos vir as duas” e assunto encerrado.
Me empolguei no comentário, mas achei que era pertinente :-)
Parabéns pelo post, as usual :D
Bjks!
Amanda #tiaseverywhere
Oi Amanda, ótima ideia! Quando acabar a serie de posts vou postar o roteiro direitinho e ai vou incluir um mapa! :-)
Também gosto bastante dessa mentalidade “relax” dos Europeus em relação a família. E porque não, né? Crainças deveriam apenas somar e não virar um obstáculo na vida dos pais!
Dri Estou aqui acompanhando sua nova fase mamãe e adorando.
Estou amando também as dicas de como voar sozinha com um baby e até me encorajando para quem saber ter o meu (sem deixar de viajar por isso) rs
Acho que esse tipo de viagem que vc fez com sua família o ideal para crianças. É relaxante e ao mesmo tempo fascinante.
Em relação da mentalidade européia de viajar com os filhos, li o livro “crianças francesas não fazem manha” onde uma americana relatava a diferença entre franceses e americanos na hora de criar os filhos. Depois de ler este livro acabei concluindo que nós brasilieros, assim como os americanos somos um pouco “neoróticos” com a criação dos filhos.
Mais uma vez palmas para você que conseguiu assimilar que para serem felizes os filhos não precisam que os pais se anulem, só precisam estar do lado deles.
E vamos viajar!
Bjs
Dani Bispo
Adoro o seu site, quero louvá-la muito bom gosto…
Eu não resisti deixar meu comentário…Eu gosto de papoilas…
Eu gosto de lavandas ou seja em Portugal, são alfazemas…
Eu gosto de como se expõe…A sua fluência em abordar todos os assuntos de maneira simples e de grande útilidade… Bonito…Felicidades para si e para a sua família…
Muitas felicidades Adriana
Poxa estive recentemente na Provence e não conheci Gordes e a Abadia… Que pena! Mas também só tive três dias, foi super super resumido rs
[…] de Les Baux é muito diferente, mas sua presença na lista das cidades mais bonitas da França (“Les Plus Beaux Villages de France”, assim como Gordes) garante que essa cidadezinha esquecida no tempo continue no topo da lista de quem visita a […]
[…] 1 dia: Abadia Sénanque pela manha (quando fomos eles só abrem pela manha) e depois fomos para […]
Oi Adriana, lindas fotos. Quero fazer uma viagem e visitar a Abadia em julho proximo. Mas gostaria de ficar numa cidade de base. Qual você sugere? Fica mais perto de onde? Obrigada