16 Dec 2013
33 comentários

SAL: Carreira Internacional, como fazer “valer a pena”?

Trabalho

A leitora Mariana me mandou um e-mail outro dia sobre carreira internacional, e achei que valia um post de “Servico de Atendimento ao Leitor”, que andava desaparecido aqui no blog!

Eu ja fiz varios posts sobre dicas de recursos humanos, e alguns outros esclarecendo duvidas sobre seguir uma carreira internacional, mas o que me chamou a atencao na pergunta da Mariana foi justamente o equivoco, ou a percepcao (errada) que as pessoas geralmente tem sobre a carreira.

Como conseguir uma carreira internacional de fato atualmente?

O ponto é que, com a tecnologia e a economia atuais, as empresas têm cortado cada vez mais os custos relacionados a tudo, especialmente com relação à “luxos” como viagens para funcionários. Tudo o que pode ser resolvido via skype, e-mail, telefone, etc. é de fato feito.

Aí vem a minha dúvida: aonde de fato pode-se conseguir cargos internacionais que valham a pena, em empresas que parecem mesmo estar dispostas a deslocar funcionários?

O banco em que você trabalha parece ser uma empresa nesse sentido. Não que alguém vá trabalhar em uma empresa só para ficar se hospedando em bons hotéis, afinal, o propósito é trabalhar, mas acho que você entende o que quero dizer. Na sua opinião, uma carreira internacional depende mais da própria empresa? Do cargo? E como procurar o cargo e a empresa certa? Porque pelo que vejo, como falei, não são todas as empresas que oferecem esse tipo de oportunidade.”

A duvida da Mariana tocou no principal equivoco de quem sonha com uma carreira internacional, seja la em qual area ela for. Aquele mundo de glamour, viagem mundo a fora, hoteis de luxo, reunioes high-profile em locais exoticos.

Mas claro, a realidade nao eh bem assim.

Ela tocou num ponto importantissimo: a realidade eh que no mundo de hoje, sao rarissimas as situacoes que realmente valem a pena uma empresa deslocar fisicamente um funcionario de ponto A ao ponto B.

Muito pelo contrario! Cada vez mais as empresas estao investindo fortunas em conectividade, tecnologia “remota” e afins, que diminuem o mundo, sem envolver viagens. Pois alem do custo obvio de uma viagem de funcionario, ainda existe o custo “nao contabilizado” de horas longe do escritorio, dificuldades de acessar sistemas, e todas as outras coisas “praticas” que atrapalham que um determinado trabalho seja feito no dia a dia de um funcionario “viajante”.

Entao se voce esta estudando e lutando por uma carreira internacional, pode ter certeza absoluta que voce passara seus dias sentado na sua mesa/cubiculo, logando em video-conferencias, participando em conference calls em horarios desumanos (sempre tem um lado do globo que sofre mais com o fuso horario alheio), correndo atras de prazos e deadlines que involvam diferentes horarios de trabalho mundo afora, e lidando com diferencas e conflitos culturais (que soam ainda mais exagerados quando todo mundo esta tentando se comunicar em sua segunda ou terceira lingua!).

Ou seja, o dia a dia de uma “carreira internacional” eh exatamente igual ao dia a dia de qualquer outra carreira domestica – e provavelmente ainda mais dificil, pois voce tera que lidar com dificuldades multi-culturais que seus colegas nao terao.

Eu por exemplo, que viajo bastante a trabalho, ainda assim faco 80% de meu trabalho remotamente, via e-mail, video, Blackberry, web conference, e o que mais estiver disponivel entre um pais pro outro, sem sair de minha mesa.

Mas e esses 20%? Como consegui estar na posicao onde estou hoje em dia, e ser  – literalmente – paga para viajar?

Bem, vamos dar um passo pra tras.

Tecnicamente eu ja trabalho “internacionalmente” a mais de 10 anos – por acaso ou nao, isso foi acontecendo aos poucos e eu fui agarrando as oportunidades, pois realmente sempre foi uma coisa que quis fazer e uma area que quis me especializar (ja contei mais sobre isso nesse post aqui).

E pensando bem, os primeiros 6 ou 7 anos dessa carreira internacional foram passados sentada atras de uma mesa, sem nunca colocar os pes pra fora da cidade (no maximo uma ou outra viagem – bem chatas! – a SP ou Rio Grande do Sul quando ainda trabalhava no departamento de exportacao de uma multinacional no Rio).

Mas indo direto ao ponto, sobre o que realmente fez a diferenca e transformar uma carreira internacional em de fato, internacional?

No meu caso, projetos.

Mais uma vez foi por acaso, nao tao acaso assim. Eu tenho uma base em economia e matematica (uma grande vantagem em relacao a meus colegas de RH que geralmente sao de humanas), e um “dom” com sistemas (#nerd).

Me da uma planilha de Excell e estou no paraiso! Se a planilha for extracao de um sistema, entao, melhor ainda! :-)

E sou organizada, adoro projetos. Adoro listas, e timelines, e tudo explicadinho passo a passo. Ah! E apresentacoes! Treinamento, reunioes, o que for. Nao tenho a menor vergonha de falar em publico.

E aos poucos isso foi me dando um “destaque” na area, e fui me envolvendo em projetos dentro de RH – e como ja trabalhava numa area internacional, dentro de RH,  muitos desses projetos acabavam envolvendo outros paises.

E assim comecou. E assim permaneci.

Ou seja, como disse acima, 80% do meu trabalho eh feito sentada na minha mesa, de cara pro meu computador, como todo mundo. Os outros 20% sao projetos.

Mas ai, o fato de viajar ou nao viajar entram varios outros fatores, mencionados pelo e-mail da Mariana.

Em primeiro lugar, porque projetos geralmente tem orcamentos especificos, que tendem a ser mais generosos que orcamentos de dia a dia. Entao quando o “projeto” demanda que eu esteja num determinado pais para uma determinada reuniao (ainda que a mesma possa ser feita por video conferencia, por exemplo), geralmente dinheiro nao eh um impecilho, pois o objetivo final eh o resultado do projeto (e quem trabalha com projetos sabe que muitas vezes – principalmente no inicio – o orcamento disponivel eh meio terra de ninguem, e se nao usar, perde!)

Todo o resto que eh BAU (“Business as Usual” em Ingles, ou dia a dia em bom portugues), nao paga nem o onibus ate a esquina.

Outro fator eh a senioridade e nivel corporativo. Hoje em dia eu ocupo uma posicao senior, de “tomada de decisoes”, entao se torna muito mais importante que eu esteja presente nessas reunioes em outras cidades e paises.

Os outros 10 funcionarios que trabalham pra mim em minha equipe, rarissimamente viajam, pois nao so o que fazem eh gerealmente mais pro dia a dia, eles nao tem um poder de decisao na empresa, e portanto sua presenca nao eh tao necessaria. Ja aconteceu varias vezes de alguns deles viajarem comigo, ou em meu lugar, mas isso eh raro, e requer muito mais aprovacoes de custo.

Ou seja, todos eles tem anos de experiencia em RH Internacional, mas raramente saem do escritorio.

(E acreditem, eles nao gostam de viajar! Eh um sacrificio arrastar alguem comigo numa viagem!)

E tem tambem essa coisa do “contato humano” que eh tao importante e valorizado em Recursos Humanos, mas nao tao importante em outras areas. Alguem que tenha mais ou menos o mesmo cargo que eu em Financas ou Tecnologia na minha empresa, por exemplo, provavelmente nunca colocara os pes no aeroporto, pois nao sao areas onde o “cara a cara” faz diferenca. Ja em RH isso eh beeeem diferente, e muitas coisas que poderiam ser facilmente resolvidas por e-mail, nao sao, simplesmente porque nao podem ser.

E claro, a empresa em si tambem influencia bastante nesse ponto.

Empresas multinacionais tendem a ter orcamentos de viagem,  e politicas corporativas de viagem muito mais “generosas” que empresas menores. Mas obviamente que o banco onde eu trabalho nao selcionou o Ritz de Paris, ou o Armani de Milao pensando nos pobres coitados de Recursos Humanos!! A politica de viagem corporativa foi desenvolvida pensando nos banqueiros, e executivos que geram muitos bilhoes de dolares pra empresa – e como nao podem descriminar internamente, a partir de um certo nivel corporativo, todos passam a ter direito de usufruir da mesma politica (mas ainda assim, dentro dessa politica existe uma “segrecacao” corporativa, que limita gastos diarios com alimentacao, acomodacao, e ate mesmo quem pode viajar de classe executiva ou quem vai na economica).

E ainda assim nem tudo sao flores. Por exemplo, na minha equipe de projeto, tenho um gerente de projeto que eh contratado (ou seja, ele nao eh funcionario permanente do banco), e apesar de estar presente em 95% das viagens que faco, ele nao tem direito a mesma politica de viagens, e portanto viaja de Easyjet e Ryanair, e fica hospedado no Ibis, enquanto o resto da equipe esta no Ritz.

Injusto? Sim! Mas eh a realidade!

Ou seja, ele esta no cargo certo, trabalhando pra empresa certa, mas ainda assim nao se beneficia das mesmas regalias.

Ou seja, viajar ele viaja, e adora, afinal essa eh a carreira que ele construiu. Mas nao da pra negar que o nivel de conforto eh bem diferente, e nao da pra negar que isso tem um grande impacto quando estamos trabalhando longe de casa!

Ah e outra coisa: eu me tornei uma especilista em EMEA (Europe, Middle East & Africa) e moro em Londres, o que torna facílimo (e relativamente barato, corporativamente falando) viajar dentro da região. Se eu estivesse lá do outro lado do mundo, viajar pra Milão pra participar de uma manhã de reuniões, ou decidir ir pra Paris de um dia pro outro seria super raro (assim como nesses anos todos eu fui pouquissimas vezes pro Oriente Médio e Africa do Sul – apenas quando foi estritamente necessário).

Todo o relacionamento que tenho com a America Latina e Asia, sao 100% por telefone, e-mail, video e afins – o custo benefício de me mandar pro outro lado do mundo (infelizmente!) ainda não compensou. Apesar de ser o mesmo cargo, mesmo projeto, mesma empresa e mesmo orçamento. A dinâmica simplesmente não é a mesma, então não rola. E isso também é importantíssimo! Meus equivalentes (e até superiores) baseados nos EUA ou na Asia também não viajam tanto quanto eu, por exemplo.

 

Entao voltando ao meu ponto inicial, o maior equivoco de quem quer seguir esse tipo de carreira eh achar que de cara a vida vai ser repleta de viagens, hoteis e restaurantes bacanas.

Quando acontece, eh otimo – nao vou negar, e voces NUNCA, nunca vao me ver reclamando!

Mas nunca, jamais, deveria ser o “objetivo” final de quem quer trabalhar internacionalmente, pois a decepcao sera grande!

Para trabalhar nessa area (seja Recursos Humanos, Projetos, Financas, Marketing, ou o que for) voce tem que gostar de linguas, de culturas, das diferencas do mundo.

De achar fascinante um relatorio de imposto de renda do Libano, ao mesmo tempo que acha super interessante o genio explosivo do Gregos, a bagunca dos Italianos e os alemaes certinhos – e melhor ainda quando estao todos na mesma linha telefonica tentando chegar a um concenso!

Ter oportunidade de presenciar tudo isso ao vivo atravez do meu emprego nao tem preco, mas ainda assim eu adoro demais meu dia a dia no escritorio, aprender sobre diferentes culturas e saber me moldar a cada uma delas, sendo verdadeiramente uma profissional internacional.

Adriana Miller
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  1. Daniele Polis - 16/12/13 - 17h44

    Adorei o post!
    Lidar com as diferenças realmente é a parte mais difícil.
    Eu tenho trabalhado desde 2007 com outros países, mais especificamente latinos. Desde 2011 tenho trabalhado com chineses e coreanos, e as diferenças são absurdas!

    Sem contar as noites que já rodei em claro porque tinha que trabalhar no fuso deles… mas com certeza aprendi demais :)

    Estou aqui batalhando e me esforçando para ter uma carreira internacional :) O primeiro passo já foi dado :D

    Responder
  2. Dani Bispo - 16/12/13 - 18h10

    Uau! “Escolha um trabalho que você ame e não terás que trabalhar um único dia em sua vida…”

    Responder
  3. Joseane - 16/12/13 - 18h18

    Uau! que post magnífico Dri.
    Muito bem explicadinho, muitos acreditavam que era oba, oba? Ninguém imagina como foi pra vc construir tudo isso.
    Não é tão simples assim como parece ser, tem muita ralação por trás das viagens

    Responder
  4. Flávai - 16/12/13 - 19h02

    Eu gosto dessa categoria de post… sou a favor de mais post =)
    No aspecto profissional digamos que eu infelizmente ainda não consegui meu lugar ao sol. Acho que a realização profissionalmente é uma mistura esforço, capacidade e SORTE.
    E sorte não depende da gente. =/

    Responder
  5. Flávai - 16/12/13 - 19h03

    teste

    Responder
  6. dani - 16/12/13 - 20h20

    pois e, concordo com a Joseane. Eu acompanho seu blog desde la do inicio e vi como foi tudo. As vezes sentada no meu escritorio pensava como seria legal levar a vida assim viajando pra caramba, mas depois eu pensava bem na realidade (que e diferente do blog, onde voce coloca mais a parte boa) e tudo tem dois lados. Voce foi pra algum lugar pra trabalhar, certo? Entao por mais que o lugar seja maravilhoso, vc esta ali a trabalho. Durante um tempo meu marido ficou viajando a trabalho. No inicio ele achava o maximo, ia todo empolgado…depois de um tempo so de pensar em arrumar tudo e ir pro aeroporto mais uma vez, ele ja tava de saco cheio. Ate a falta de rotina, se for intensa, vira uma rotina ne?
    O ideal e fazer o que gosta e vejo que voce desde o inicio encontrou o seu caminho e faz o que lhe da prazer, isso e o melhor dos mundos.
    bjs

    Responder
  7. Mari - 16/12/13 - 23h42

    Dri, muito obrigada!
    O post ficou excelente, muito bem explicadinho.
    Que legal dividir conosco um pouco mais da sua experiência. Essa visão mais panorâmica é o que nos faz falta às vezes.

    Grande abraço,
    Mariana.

    Responder
  8. Larissa Lyra - 17/12/13 - 01h16

    Eu, sinceramente, não levo o menor jeito pra esse tipo de trabalho. Me canso horrores nas minhas viagens anuais a lazer. Ficar para lá e pra cá definitivamente não dá pra mim, nem mesmo pra passear.

    Responder
    • Adriana Miller - 17/12/13 - 09h06

      Pois é, assim como toda carreira, é necessário um certo “talento” para esse estilo de vida :-)

      Responder
  9. Carolina Ribeiro - 17/12/13 - 11h39

    Muito legal o post, Dri !! Não tenho interesse pela parte de RH de uma empresa, mas meu curso na faculdade é voltado para o cenário internacional, e agora que sou estagiária na área que quero, vejo que muitas das coisas que você falou no post é verdade: não espere iniciar uma carreira repleta de viagens e luxo.
    Todos iniciam de baixo para cima e vai construindo sua carreira de acordo com seus talentos :)

    http://autoracarolinaribeiro.blogspot.com.br/

    Responder
  10. Naiara - 17/12/13 - 12h31

    AMEI o post!!!! Conquistar um carreira, independente de ser internacional ou não, leva tempo e demanda muito esforço. Penso que as vezes as pessoas se deixam levar pelo glamour de viajar a trabalho e esquecem que é trabalho e não turismo…

    Responder
  11. Naiara - 17/12/13 - 12h33

    Dri,

    E quando já se tem experiência, como se inserir no mercado internacional? Por onde começar??? Vc acha que é utopia alguem querer mudar de emprego e país ou é possível?
    Eu quero muito fazer isso…

    Responder
    • Vanessa - 17/12/13 - 16h55

      Desculpa a intromissão, Dri e Naiara, mas li a pergunta da Naiara e me deu vontade de responder por eu ter passado por esta situação. Há 7 anos, no Brasil, eu trabalhava na área de informática. Tinha um emprego considerado ótimo pela sociedade (ah, sociedade, me poupe!), com um salário que pagava minhas contas e mais uns luxinhos. Mas eu ODIAVA tudo. ODIAVA o trabalho, ODIAVA São Paulo, ODIAVA a vida que levava. Resolvi vir para Londres. À princípio, comecei a procurar emprego na área de informática mesmo, que era o que eu sabia fazer e tinha experiência para colocar no CV. Mas na primeira entrevista (que eu sequer fui), desisti: se eu tinha virado a mesa era bom virar de uma vez! Fui trabalhar em restaurantes para poder pagar as contas enquanto ia atrás dos meus sonhos. Não sou rica e não podia me dar ao luxo de decidir o que queria da vida passeando pelos parques! Fiz mestrado em literatura (trabalhando em restaurantes full time, sempre morrendo de cansaço) e hoje sou uma felicíssima tradutora. A frase que colocaram acima (“Escolha um trabalho que você ame e não terás que trabalhar um único dia em sua vida…”) se aplica bem a mim.

      Utopia é uma palavra que não se aplica a estes casos. Utopia é querer algo que é realmente impossível. E por que mudar de emprego ou país (ou os dois) seria impossível? Claro que não é, muitas pessoas fazem isso (eu, inclusive) e essas pessoas não são superiores ou têm mais sorte do que ninguém. O que elas têm é coragem de largar tudo (essa é a pior parte) e a garra e a determinação para enfrentar os momentos difíceis (quem disse que não era difícil para mim carregar uma bandeja em um restaurante com duas graduações em faculdade excelente e um mestrado?). Quem diz que isso utopia, sorry dizer, é quem não tem coragem de assumir as vontades e se esconde atrás dessa grande mentira. Fica mais fácil mentirmos para nós mesmos até o final da vida, né? Mas não no meu caso…

      E tudo deu certo no final. Se eu tivesse ficado lá em SP, no meu emprego infeliz e naquela cidade que me matava a cada dia? Nunca saberia o que teria acontecido se eu tivesse tentado.
      Se tudo desse errado, eu voltava para o Brasil e para minha área, oras. Nosso país e nossa experiência no CV a gente sempre tem na manga e sempre pode voltar atrás (mas garanto que raramente alguém usa o “voltar atrás”).

      E se te jogarem pedras, construa teu castelo com elas!

      Responder
  12. Ana Molina - 17/12/13 - 13h44

    Muito legal este post, porém é importante esclarecer que a entrada no mercado daí aconteceu porque você tem cidadania européia. Além disso, acho que o business environment europeu é bem diferente do sul/latino americano, então, a entrada no universo internacional é um pouco mais complexa e restrita.

    Responder
  13. Pedro (Viaje com Pedro) - 17/12/13 - 14h19

    Ótimo post, Adriana! Eu meio que vivo uma realidade parecida com a sua, também em Londres, mas na gerência hoteleira. Ou seja, o que chamam de carreira internacional. Mas ainda assim, trabalhando em hotel, não quer dizer que tudo são viagens. Como você mesma disse, é ralação como em qualquer lugar do mundo, mesmo. Lidando com coisas do dia a dia. E, ao contrário do que muitos imaginam, mesmo trabalhando em hotelaria, você não tem o privilégio de viajar a lugares do mundo todo se hospedando de graça. :-(

    Responder
  14. Verônica R - 17/12/13 - 14h36

    Adoro o SAL!!! Eu gosto muito quando vc fala de Rh recrutamento, carreira(internaional ou não). Agora mesmo estou passando por um processo seletivo e vou ter que dar uma aula de avaliação para 3 coordenadores (em inglês). Fico muito nervosa e adiando terminar o planejamento. Não sou expansiva e preciso pensar positivo pq se não eu acho que não vou conseguir. Se tiver alguma dica para apresentações/avaliações, vou ficar feliz

    Responder
  15. Mi - 17/12/13 - 16h49

    Naiara, vc tá perguntando se ela acha utopia mudar de emprego e país? Oi? Vc não leu o post ou o blog pra saber que é JUSTAMENTE isso q ela fez? Sinceramente, cada pergunta por aqui (em quase TODOS posts rola uma pergunta sem noção) q a pessoa podia resolver na boa lendo o post com atenção ou os inúmeros recursos do blog. Tem que ter uma paciência de Jó para aguentar alguns comments por aqui. Vamos ser ter um MÍNIMO de iniciativa gente? #prontofalei

    Responder
    • - 17/12/13 - 23h34

      :)))

      Responder
    • Luciana - 18/12/13 - 16h09

      Pois e, blogueira tem que ter muita paciência :)

      Responder
    • Lili - 23/12/13 - 18h14

      Mi, você deveria respeitar mais as dúvidas dos outros. Ainda que ela tenha lido o blog inteiro, teria todo o direito de ter dúvidas, afinal todos nós sabemos que lá fora nem tudo são flores, muito pelo contrário.
      E quem lê o blog da Dri a algum tempo sabe um pouco da história dela na Europa, lógico que ela é extremamente competente, mas foi uma sortuda também de ter surgido uma boa oportunidade num momento oportuno!
      E cabe a Dri responder ou não as perguntas idiotas ou não.

      Responder
  16. Vanessa - 17/12/13 - 16h55

    Desculpa a intromissão, Dri e Naiara, mas li a pergunta da Naiara e me deu vontade de responder por eu ter passado por esta situação. Há 7 anos, no Brasil, eu trabalhava na área de informática. Tinha um emprego considerado ótimo pela sociedade (ah, sociedade, me poupe!), com um salário que pagava minhas contas e mais uns luxinhos. Mas eu ODIAVA tudo. ODIAVA o trabalho, ODIAVA São Paulo, ODIAVA a vida que levava. Resolvi vir para Londres. À princípio, comecei a procurar emprego na área de informática mesmo, que era o que eu sabia fazer e tinha experiência para colocar no CV. Mas na primeira entrevista (que eu sequer fui), desisti: se eu tinha virado a mesa era bom virar de uma vez! Fui trabalhar em restaurantes para poder pagar as contas enquanto ia atrás dos meus sonhos. Não sou rica e não podia me dar ao luxo de decidir o que queria da vida passeando pelos parques! Fiz mestrado em literatura (trabalhando em restaurantes full time, sempre morrendo de cansaço) e hoje sou uma felicíssima tradutora. A frase que colocaram acima (“Escolha um trabalho que você ame e não terás que trabalhar um único dia em sua vida…”) se aplica bem a mim.

    Utopia é uma palavra que não se aplica a estes casos. Utopia é querer algo que é realmente impossível. E por que mudar de emprego ou país (ou os dois) seria impossível? Claro que não é, muitas pessoas fazem isso (eu, inclusive) e essas pessoas não são superiores ou têm mais sorte do que ninguém. O que elas têm é coragem de largar tudo (essa é a pior parte) e a garra e a determinação para enfrentar os momentos difíceis (quem disse que não era difícil para mim carregar uma bandeja em um restaurante com duas graduações em faculdade excelente e um mestrado?). Quem diz que isso utopia, sorry dizer, é quem não tem coragem de assumir as vontades e se esconde atrás dessa grande mentira. Fica mais fácil mentirmos para nós mesmos até o final da vida, né? Mas não no meu caso…

    E tudo deu certo no final. Se eu tivesse ficado lá em SP, no meu emprego infeliz e naquela cidade que me matava a cada dia? Nunca saberia o que teria acontecido se eu tivesse tentado.
    Se tudo desse errado, eu voltava para o Brasil e para minha área, oras. Nosso país e nossa experiência no CV a gente sempre tem na manga e sempre pode voltar atrás (mas garanto que raramente alguém usa o “voltar atrás”).

    E se te jogarem pedras, construa teu castelo com elas!

    Responder
  17. Terezinha - 17/12/13 - 17h45

    Parabéns Adriana! Vc é uma mulher e tanta! Acompanho seu blog. E o que acho mais interessante é que vc enfrenta tudo, praticamente sozinha e com bom humor. Vc é perfeita, para mim. Sucesso sempre é o que desejo pra vc.

    Responder
  18. Naiara - 18/12/13 - 11h31

    Querida Mi eu ja li o blog inteiro…

    Perguntei porque já tenho uma carreira aqui e ao contrario dela nao tenho cidadania europeia, o que com certeza foi um ponto a favor…

    Sinceramente vc não deveria se meter, não agregou em nada o seu comentário…

    Responder
    • Vanessa - 19/12/13 - 14h44

      Bom, Naiara, a questão do passaporte europeu ou do visto é realmente importante. Básico, eu diria. Mas há sempre soluções. Aqui no Reino Unido, por exemplo, há (ou havia, eles sempre mudam as regras) um visto para quem termina a graduação ou pós aqui. É um visto de trabalho de 2 anos, não renovável. Mas se a pessoa conseguir um emprego nesse período em que a empresa aceite ser a “patrocinadora” do visto de trabalho (tem uma burocracia envolvida aí), pronto! A pessoa vai ficando até se qualificar para a residência. Esse foi mais ou menos o meu caso. Não tinha passaporte europeu, mas adquiri a cidadania britânica este ano por estar aqui há 6 anos com visto de trabalho. Cada país tem a sua regra, e de repente um país x tem vistos que se apliquem a você. O segredo é ir atrás. Na época, um grande amigo meu me ajudou muito: o Google kkkk. Eu navegava horrores pelos sites de imigração para o Reino Unido e deu no que deu! Boa sorte.

      Responder
      • Adriana Miller - 19/12/13 - 15h55

        Esse visto foi cancelado em 2011, e nenhum dos “High skilled Visa” existem mais, então hoje em dia só consegue ficar no UK depois de graduação/pós graduação é quem consegue um emprego com sponsor direto após a formatura (que também tem se tornado cada vez mais difícil, pois o Home Office restringiu demais as qualificações – e preço – necessárias para as empresas serem patrocinadoras).

        Responder
  19. Muito legal esse post!!!
    Também tinha essa dúvida, já que aqui na França, onde moro, tanto a empresa na qual trabalho quanto as de pessoas conhecidas, eles limitam sempre que possível as viagens, e quando isso acontece, é easy jet (com direito a uma bagagem, quand même!) e hotel no máximo categoria Novotel… Não dá nem para acumular milhas… :( Um amigo foi recrutado como gerente de RH para trabalhar com projetos para a Africa, prometeram viagens à Africa, mas ele está há mais de 6 meses e não rolou nadinha…

    Responder
  20. TT - 19/12/13 - 13h17

    Dri, estou sempre aprendendo com seu blog. Área totalmente diferente da minha, mas foi bom conhecer sobre o assunto. Bj

    Responder
  21. Mi - 19/12/13 - 14h15

    Vanessa- perfeita a colocação, exatamente isso. Naiara- o seu segundo conentário acabou provando exatamente meu ponto: vc rspondeu sua própria pergunta com dados do blog.

    Responder
  22. Lili - 23/12/13 - 18h15

    Dri, os comments estão entrando fora da ordem e com data de 16/12/2013, pois neste momento que escrevo é dia 23/12/2013. Não é pra aceitar este comment.

    Responder
  23. Magda - 23/12/13 - 23h56

    Excelente post! E comentários muito esclarecedores também!
    Obrigada! xx

    Responder
  24. Andrea - 26/12/13 - 16h02

    Adriana, achei este post muito bom. Voce fala de coisas que não se lê por aí normalmente e dá um depoimento pessoal o que traz mais confiabilidade e veracidade ao que escreve. Parabéns!
    Agora, fiquei com uma curiosidade. Voce consegue separar bem o que é trabalho e o que é pessoal? Pergunto isso porque muita gente tem esse “dilema”. Eu mesma (trabalho em empresa também), às vezes me pego lendo alguma coisa na internet, comprando alguma coisa, checando algum blog, etc. E, dependendo (do momento, do lugar, etc.) isso não pega bem. Vi que voce é muito focada no trabalho e, ao mesmo tempo tem blog, facebook, instagram, etc, e está sempre postando atualizações (pra sorte dos leitores). Voce consegue fazer isso somente fora do horário de trabalho? Tem alguma dica de como separar cada atividade para seu momento/local adequado? Bj, Andréa.

    Responder
  25. Bia - 12/01/14 - 23h18

    Oi Dri! muito legal seu post, saber a sua história! eu sempre tive o sonho de ter uma carreira internacional e acredito que aos poucos estou chegando lá. Até o ano passado só viajava dentro do Brasil e fui contratada por uma empresa americana e já fiz minha primeira viajem para os Eua. Estou bem feliz! Sucesso pra vc! bjs

    Responder
  26. […] A vida tá cheia de exemplos de gente que descobriu que o seu plano inicial não era viável e se realizou em outra área, que mudou de profissão e tá trilhando um caminho jamais imaginado no Brasil, enfim… O que […]

    Responder