“Doha” – a resposta que nós demos às indagações sobre “onde seria nossa próxima viagem” nas últimas semanas, trouxe um misto de reações. Variando entre o desdém de “não tem nada lá” ao “uh? Onde é isso?!”, nós vimos de tudo: muita gente que amou, outros nem tanto e muitos comentários de estranhamento. “Já conectei num voo no aeroporto de lá, e todo mundo te olha estranho”, foi o mais repetido.
O Reino do Qatar é tão distante quanto frequente na vida de muitos viajantes: dificilmente será a primeira opção de alguém (por enquanto), mas ao mesmo tempo, está tão presente em vários roteiros, pois o país (quer dizer, seu aeroporto) é frequentemente ponto de escala entre a Ásia e o resto do mundo. Nós mesmos fizemos uma paradinha no aeroporto de Doha à caminho de nossa Lua de Mel na Tailândia ha muito anos atras!
Mas a impressão que tive foi que pouca gente que passou por lá prestou atenção (eu inclusive) até que o país ganhou a honra de sediar a Copa do Mundo de 2022 – “Heim?! E os Qataris tem time de futebol?!” Foi a minha reação!
Então se prepare – essa pequena península está prestes a virar sensação, e muito bem merecido!
Mas não dá pra culpar ninguém pela falta de atenção dedicada ao país até agora: eles competem com potências Árabes como Dubai e Abu Dhabi, são vizinhos do super cultural e “exótico” Sultanato de Omã, e estão rodeados por áreas polêmicas como Irã, Iraque e afins.
Mas o que tem de pequenos, têm de poderosos: Qatar é dona do maior renda per capita e poder aquisitivo do mundo, e além das reservas imensas de petróleo, eles também são donos da maior reserva de gás natural do planeta. Ou seja, dificuldade financeira e crise provavelmente não fará parte da realidade dos Qataris por um bom tempo!
Mas realmente é um país que assusta por suas diferenças e leis e costumes restritas. São considerados “liberais” por seus únicos vizinhos (Arábia Saudita), mas quando comparados com outros “concorrentes” do Oriente Médio (e visto pelos olhos de ocidentais!), o Qatar é um dos países mais fechados do mundo.
A maioria esmagadora das mulheres anda coberta da cabeça aos pés (entre as muitas variações de abayas, niqabs, hijabs e burqas) e os homens usam os tradicionais robes brancos. A poligamia é o mais comum, e a maioria das famílias é composta por 1 marido e muitas esposas; os locais são proibidos por lei de consumir bebidas alcoólicas (que são raramente encontradas a venda, e nunca em lugares públicos), entre vários outros temas e diferenças polêmicos.
Além de que tudo é muito recente né?
Depois de passar pelas mãos de colonizadores Persas, Sauditas e Britânicos, eles finalmente declararam sua independência na década de 70 e não pararam mais! De uma vilarejo sem recursos no meio do deserto árido, foram catapultados à nação mais rica do mundo!
Enquanto estávamos por lá, uma seguidora comentou no Instagram que “tinha problemas” com a artificialidade dos países do Golfo… Claro que todos tem direito à sua opinião pessoal, e simplesmente não viajar à determinados lugares.
Mas por outro lado eu fiquei pensando, pensando… E quer saber, eu tenho é uma mega admiração por esses povos! A capacidade de reinvenção, de superação deles é incrível! Olha só tudo que construíram em 50 anos?!?!
Claro que não tem a história e tradição centanárias da Europa, ou templos milenares da Asia, a natureza opulente da América do Sul…. Mas e daí?!
Desenvolveram sua marca registrada nesse mundão, e olha, conseguir prosperar naquelas condições realmente não é pra qualquer um!!
Mas então, porque prá lá?!
Por vários motivos na verdade: primeiro é que o Oriente Médio nessa época do ano é ótima para quem mora na Europa: garantia quase que absoluta de sol e temperaturas quentes. Vôos relativamente rápidos (cerca de 6 ou 7 horas apenas) e quase nada de fuso horário (2 horas do Reino Unido, e 1 hora da Europa Ocidental). E para nós, que já conhecemos bem a região, gostamos da mistura entre o diferente & exótico que a região oferece, mas com os confortos ocidentais de bons hotéis, restaurantes, bons serviços, etc, etc principalmente para viagens em família.
Doha na Prática:
- Nós voamos num voo direto entre Londres e Doha pela British Airways, mas tanto a Qatar Airways quanto a Eitihad Airways, voam para praticamente todos os cantos do mundo!
- É impraticável não alugar um carro em Doha! Por ser menos turística, a cidade simplesmente não tem táxis circulando, e você ficaria dependente de motoristas independentes ($$), serviços de carro dos hotéis ($$) ou ilhado em algum lugar. Além disso, as distâncias são muito longas e literalmente no meio do nada, cercado por deserto e sol à pino. Aprendemos a nossa lição depois de algumas viagens a Dubai e Abu Dhabi, então alugar um carro nem foi questionado como essencial. Não foi necessário carteira de habilitação internacional (aliais, nunca nos pediram isso, em lugar nenhum do mundo!)
- E vale mencionar que o pais é um verdadeiro canteiro de obras! Estradas abrindo, fechando, pontes e viadutos sendo derrubados e reconstruídos como que por esporte! Resultado – ninguém sabe ao certo como ir ou chegar a determinados lugares, e o próprio GPS e Google Maps ficavam loucos! Era um tal de “vire à esquerda”, “pegue a segunda é direita”, “siga pela estrada X”, etc que simplesmente não existiam mais (ou ianda!)! Então aprendemos que tínhamos que falar com o Concierge do hotel todos os dias antes de sair pra passear, ele verificava sites locais etc, e nos dava as coordenadas de como chegar do ponto A ao B. Mas a cidade é relativamente pequena e fácil de se orientar, então logo logo pegamos o jeito, e já sabíamos, bem de maneira geral, como achar certos pontos.
- Apesar de Qatar ser uma península na Golfo Pérsico, não vimos tantas praias por lá (muito mar, mas pouca praia propriamente dita), e a maioria delas são particulares e fazem parte de resorts ou condomínios de luxo. Então se sua intenção realmente for a praia, fique de olho na escolha do hotel.
- Nos falaram que podíamos ir às praias publicas normalmente (com biquini, shorts, etc), mas que todas elas são bem desérticas – ou seja, teríamos que levar tudo (canga, toalhas, cadeiras, água, lanches etc) pois a maioria delas não tem esse tipo de infra. Então acabamos ficando com uma baita preguiça e não encaramos as praias públicas.
- De resto, a cultura é bem Árabe, muçulmana e fechada (para nossos padrões né?), realmente bem menos internacional do que os Emirados Árabes (me lembrou bastante o Bahrain!), então vale a pena ficar de olho nas regrinhas básicas de etiqueta local:
- Mulheres não precisam burca, mas recomenda-se que você se vista de maneira “modesta”: saias longas ou calças, braços cobertos. Claro que vimos muitas turistas ocidentais vestidas e circulando como se estivessem nas areias de Ipanema, mas eu pessoalmente gosto de respeitar os locais. Se isso te incomoda, não vá. Simples assim.
- Para os homens, não aborde mulheres diretamente. Não peça informações, e muito menos as toque (seja para cumprimentar, para pedir licença, ou o que seja).
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- Tulum – Mexico - 25/03/2019
- Roteiro de Chicago – O que fazer em um fim de semana Chicago - 21/03/2019
- Rendezvous Cay – Belize - 20/03/2019
Oi Dri! Estava lendo seus posts sobre Bahrain (que vc linkou nesse post) e fiquei curiosa, vc voltaria para lá agora nesse mesmo esquema que fez em Abu Dhabi e Doha (férias de “verão” em resort)?
Sim!! Com certeza!
Engraçado que quando fui lá (a trabalho), eles estavam nesse mesmo esquema “default” de mega construções do Oriente Médio, e lembro de me falarem que várias redes de hotéis estavam “construindo” praias por lá.
E aos poucos, ao longo dos últimos anos bários resorts abriam em Bahrain e todos parecem lindos!!
Na época Bahrain simplesmente não tinha praias, apesar de ser um ilha!
Mas com certeza é um lugar que eu adoraria voltar!!
Doha foi minha escala pela Qatar para ir do Brasil para a Ásia, mas infelizmente não tive tempo para programar uma saída do aeroporto. Mas não senti que estavam me olhando torto não. Achei, inclusive, muito legal observar toda a diversidade de culturas no aeroporto. Tenho muita curiosidade para conhecer mais do Oriente Médio.
Adorei saber sobre esse local! Parabéns,Adriana!
Sigo seu blog há uns 3 anos e adoro “viajar” com você!!
Te sigo também no YouTube; continue com os vídeos sobre viagens, lifestyle… enfim, CONTINUE!!!
bjos da conterrânea!
Habemus posts no blog!!!! Aeeee
Tava com saudade!!
E o guia, afinal, co seguiu ?
Parabens pelo belo Post! Estou agora na contagem regressiva para Doha! Malas fechadas, porque eu sou dessas, kkk mas nao marquei ainda o transfer do aeroporto ate o hotel!…
Já estávamos a ressacar com a falta dos seus posts. Bem-vinda de volta ao blogue :)
Oi Dri,
Morei em Oman e super concordo com voce.
Mesmo seguindo vc nas redes sociais estava com saudade dos posts. Aguardando os proximos e torcendo por uma visitinha aqui no Canada.
Se não for pra sentir estranhamento em algum momento da vida, não entendo muito o propósito de viajar… é compras? ahahaha Achava que não ia gostar dessa região do Golfo por ser “falso”, mas fui porque sabia que pelo menos a cultura diferente ia me fazer gostar de alguma coisa lá. Confesso que fiquei um pouco viciada nesse misto de cultura diferente + hotéis e restaurantes ótimos e faço parada obrigatória em toda viagem pra Ásia. Você, como sempre, muito assertiva em suas colocações, Dri. Acho que as pessoas tinham que começar a se perguntar “porque não?” na hora de escolher um lugar, como você, ao invés de ficar pensando sempre nos mesmos destinos para as férias. O blog sempre deixa saudade! Beijos
ps: o que é esse cabelão de gente grande da Isabella? Lindos demais esses dois!
Dicas legais, estou indo pra Doha primeiro de novembro, tenho amigos Qataris e em Amãm na Jordânia, comigo sempre foram amorosos , meu amigo é primeiro tenente do exército Qatari, muito educado….uma coisa legal é que todos falam inglês fluente, os mais jovens tb tem uma mente muito aberta, boa parte deles conhece muitos lugares do mundo estudam em Londres Estados Unidos, isso faz deles mais modernos e simpáticos a todos os povos, vestir com vestes longas ser discreta, e ler as leis são primórdiais, no mais, tem uma cultura linda, só nos resta aproveitar. Obrigada pelas dicas!