11 Feb 2019
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Kosovo – Porque pra la?

Europa, Kosovo

Momento confissao: Uma das principais atracoes da nossa viagem a Macedonia foi justamente a possibilidade de dar uma esticadinha ate Kosovo! Viagem 2 em 1?! Eh pra ja!

Ainda mais em se tratando de um lugar tao desconhecido como Kosovo.

Afinal eh de comer ou de passar no cabelo??

A verdade eh que eu cresci no auge da guerra da Yuguslavia no comeco dos anos 90, e como moravamos em Portugal na epoca, a guerra e a crise de refugiados era ainda mais proxima, e mais dolorida.

A guerra no Kosovo foi a minha primeira experiencia e exposicao a crueldade do ser humano – eu era grandinha o suficiente pra entender o estava acentecendo, mas novinha o suficiente para ficar extremamente impressionada, e nunca mais esquecer as historias que viamos na TV, artigos no jornal e conversas na escola. Foi tambem a primeira vez que me dei conta de que guerras eram “reais”, e nao estavam apenas nos livros de historia de seculos passados. Nao era uma coisa barbara da idade media, de “pessoas de atigamente”, como se fosse brigas de gladiadores Romanos, e sim uma coisa que ainda acontecia, e uma coisa que acontecia a criancas iguais a mim, e a familias iguais as minha.

Entao foi uma viagem extremanente pessoal e emocional. Eu estava la com duas amigas, e nos 3 nos pagamos varias vezes chorando timidamente, ao ouvir os relatos do nosso guia Jeton (mas seu apelido eh Tony), que eh apenas 2 anos mais velho do que eu.

Eu so conseguia pensar: se a guerra do Kosovo me marcou tanto, apenas por assistir na televisao, imagina as marcas, traumas e impressoes que deixou em pessoas como ele, que tambem era tao crianca quanto eu, mas que em vez de assistir tudo na TV, ele assistiu ao vivo, na sala de casa.

E essa foi uma das historias que ele nos contou, quando soube que apesar de nos 3 sermos Brasileiras, na verdade moravamos em Londres, na Inglaterra. Ele descreveu com tantos detalhes, mas tanta alegria, a gratidao eterna que tinha ao exercito Britanico, e que lembrava como se fosse ontem o momento que as forcas armadas Britanicas chegaram a sua cidade, dias depois de ter assistido sua casa ser destruida por bombas Servias, e levaram todos os sobreviventes para acampamentos de refugiados.

E foi assim que o Tony viveu praticamente toda sua vida – sob a protecao de exercitos estrangeiros, trabalhando como tradutor, motorista, e o que mais fosse preciso. Muitos anos depois, ele se formou em Ciencias Politicas, mas devido a situacao ecnomica do pais, ele trabalha como guia turistico, para tentar ajudar os visitantes como nos, a entender melhor o passado e o presente do pais.

Mas nao pense que a viagem foi uma experiencia triste ou ruim nao! Muito pelo contrario!

Pra mim, me “auto-declarar” uma pessoa que “ama viagens” é isso aí: não basta tirar fotos na praia, monumentos famosos ou contar carimbos no passaporte.

Amar viajar é sair da zona de conforto, é morrer de vontade de conhecer um lugar que na verdade não tem “nada” pra ver – mas se emocionar ao ouvir as histórias de tragédia pessoal das pessoas que viveram uma guerra horrível e ainda sofrem pra conquistar sua independência do dia a dia e uma nova cultura própria.

Kosovo vai ficar marcado em mim pra vida!

Madre Teresa de Calcuta – motivo de orgulho dos Balkans

Mas o que tem pra fazer por la?

Sinceramente? Quase nada…

Eh um desses lugares que a gente visita nao pra tirar fotos em frente ao monumento famoso, e sim pra entender as experiencias da populacao, e entender um realidade tao diferente da nossa. Entender melhor e aprender a valorizar nossos privilegios.

Ao longo do nosso passeio, visitamos duas cidades: Pristina, a capital de Kosovo, e Prizren, na regiao das montanhas.

Pristina eh uma cidade que ainda tem muitas marcas da guerra que sofreu. Nao tem aquele charme “pos” guerra que vemos em outras partes dos Balkans e Leste Europeu, e muito de sua historia foi totalmente apagado pela guerra, e nao reconstruido ainda, devido a situacao ainda fragil da politica e economia do pais.

Estatua nas ruas de Pristina que homenageia todas as “heroinas” da guerra de Kosovo: as milhares de mulheres que foram vitimas de abuso sexual durante o conflito.

Sua princial “atracao” eh a escultura “Newborn” (que significa “recem anscido” em Ingles), pois Prístina é a capital “recém nascida” da Europa (só 10 anos de idade), então essa escultura se tornou o símbolo da capital. A cada ano, no aniversario da independência do pais (que ainda nao eh reconhecida internacionalmente) eles decoram e pintam as letras com cores, imagens e símbolos diferentes.

Quando eu visitei o pais, em 2017, a pintura era de um “muro”, que representa o “aprisionamento” que os Kosovares estão sentindo no momento, pois mesmo depois de quase 10 anos de independência, muitos países (inclusive o Brasil!) não reconhecem Kosovo como nação. Eles não podem sair de suas fronteiras sem vistos, não tem representantes na ONU e o país ainda é parcialmente governado pela NATO.


Achei a energia e o simbolismo da escultura incrível, e desejo que Kosovo cresça e apareça no mundo! (As letras N e W tombadas tb são parte do protesto).

Depois ainda fomos para Prizren, que fica escondido nas montanhas, e portanto foi parcialmente protegido pela destruicao da guerra.

Em Prizren, a cultura Albanesa e muculmanda ficou ainda mais presente, e a cidade eh cheia de caracter e historia!

O Tony nos levou a uma mesquita o centro da cidade, e em seu restaurante preferido, onde comemos um tipico churrasco Kosovar (diferentes tipos de linguica, queijos caseiros, e paes feitos na hora!), e algumas lojinhas de souvenir.

Mas apesar dos pesares, visitar Kosovo nao foi dificil nem complicado.

O pais nao tem nenhum aeroporto, e pouquissimos hoteis, entao eles dependem do turismo de pessoas como nos, que foram visitar outros paises dos Balkans e se interessaram por eles e resolveram dar uma esticadinha ate la.

Nos fizemos uma day trip, bate e volta saindo de Skopje na Macedonia, e as estradas foram tranquilas e nao tivemos prolemas.

Brasileiros, Europeus, Canadenses e Australianos nao precisam de visto para entrar no pais (na verdade, Kosovo so exige visto de uma meia duzia de paises bem especificos, e todo o resto do mundo eh bem vindo), mesmo apesar de que eles nao sao reconhecidos como nacao independente pela maioria deles, e nao tem permissao para viajar para nenhum outro pais do mundo sem ter que passar por um extensivo processo de visto.

Eu recomendo demais os servicos do Tony e sua agencia, e espero um dia voltar ao Kosovo e encontrar um pais livre e reconstruido, que possa oferecer a sua populacao a liberdade que eles merecem!

E pra quiser assistir o vlog da viagem que fiz, esta aqui:

Adriana Miller
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Adriana Miller
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08 Feb 2019
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Skopje – Macedonia

Europa, Macedonia

As vezes o Aaron me pergunta se eu escolho os destinos de minhas viagens baseado num tabuleiro do jogo “War” – e minha resposta eh que as vezes sim!

E por incrivel que pareca, por mais linda que seja a torre Eifel ou as praias das Maldivas, geralmente sao os lugares mais inesperados e menos turisticos que deixam uma marca ainda maior nas experiencias da nossa vida.

Entao quando me juntei com duas amigas igualmente apaixonadas por destinos “exoticos” e fora do comum, e comecamos a planejar uma viagem de amigas, na hora concordamos! Vamos para a Macedonia!

Heim? Quem? Onde?

Ha uns anos atras eu trabalhei e gerenciei uma equipe de Gregos, e parte da responsabilidade do time era toda a regiao dos Balkans. E nao eh de hoje que declaro meu fascinio pelos Balkans. Eles tem uma cultura tao unica, uma historia tao sofrida e recente, e sao tao diferentes do resto da Europa.

E a Macedonia – ou melhor, FYROM: Former Yuguslavian Republic of Macedonia – era uma das pecas que faltavam pra encaixar o quebra cabeca dos Balkans e entender um pouco melhor essa regiao tao fascinante.

E para a nossa surpresa, planejar a viagem pra la foi super facil a partir de Londres: voamos direto para Skopje com a Wizz Air (que sempre tem otimas opcoes de voos para o Leste Europeu e Balkans.

A Skopje, a capital da Macedonia, foi nosso destino principal mesmo.

A cidade tem aquele misto de mundo velho Europeu, mas com uma boa dose de “conflito de culturas” entre Ocidente e Oriente, leste e Oeste, misturando a arquitetura bem classica europeia com os bairros muculmanos da cidade.

E essa eh a principal marca dessa regiao dos Balkans que formava a antiga Yuguslavia: o contraste entre a forte influencia Ocidental-Europeia, e uma igualmente forte influencia muculmanda.

A Macedonia ainda esta tentando reencontrar seu espaco, reconhecer sua independencia, e recuperar a auto estima, nesses ultimos 20 anos apos o fim dos conflitos e o fim da Iuguslavia, e nossos passeios por Skopje tentou entender um pouco sobre essas diferentes facetas da cidade.

Comecamos logo pela praca “Macedonia” (Macedonia Square), e suas estatuas exageradas! Aliais, logo aprendemos que essa eh uma das marcas registradas da Macedonia: eles gostam de contar sua historia em forma de estatuas, e quanto maior, melhor.

A principal, bem no centro da praca, eh a estatua de Alexandre, o Grande – o rei Grego (mas que na verdade era originalmente Macedono, ja que na epoca o imperio Grego se expandia por boa parte dos Balkans – logo, apensar de “Grego”, ele eh etnicamente Macedono). A estatua eh tao descomunalmente enorme, que mal coseguimos aprecia-la de perto…

Mas nada como uma grande estatua para causa um grande impacto – a estatua e fonte de Alexandre o Grande, foi inaugurada no aniversario de 20 anos da independencia da Macedonia da Yuguslavia, e o fim da guerra.

E apesar de ser uma pais relativamente esquecido e obscuro na historia (e turismo) moderno, os Macedonos tem muito orgulho de sua historia milenar, e nao se envergonham de se gabar do suas personalidades ilustres e seus feitos historicos.

Outra personalidade que ganhou estatuas, nomes de pracas, Avenidas e afins pelo pais afora, eh a Madre Teresa de Calcuta: a freira, benfeitora, ganhadora de Premio Nobel da Paz e Santa Catolica, que apesar de ter ganhado o mundo gracas ao seu trabalho de caridade na India, ela nasceu e cresceu e comecou seu trabalho como freira e bem feitora na Macedonia.

(Curiosidade trivial sobre a Madre Teresa: Ela eh uma das figuras mais disputadas e polemicas dos Balkans, por causa de todo conflito da regiao nos ultimos seculos e decadas. Quando fomos a Albania eles tambem se dizem “donos” da Madre Teresa, ja que quando ela nasceu, o territorio pertencia a Albania, logo ela nasceu “Albanesa”. Porem, Kosovo tambem reclama a nacionalidade da Madre Teresa, pois ela nasceu na Provincia Albanesa de Kosovo – que apesar de tecnicamente ser territorio Macedono (geograficamente falando), na epoca era considerado parte de Kosovo.)

O coracao de Skopje eh o rio Vardar, e sua ponte principal, a “Ponte de Pedra” (com muitas outras estatuas!) divide a cidade entre o centro cristao “Europeu” e o centro muculmano “Oriental”.

No Lado Europeu, vemos edificios, museus e palacios dignos de qualquer outra capital do continente: O Museu de Arqueologia, a Opera, os palacios do governo e o museu do Arquivo Nacional.

E no centro muculmano esta a fortaleza Otomana da cidade (Fortaleza Kale), e um mercadinho oriental estilo Souk, que te faz jurar que voce esta no Norte da Africa ou em pleno Oriente Medio!

Nos nao seguimos nenhum roteiro, e percebemos logo logo, que Skopje nao eh o tipo de lugar que voce vai para ticar pontos turisticos da lista, pelo contrario!

Entao passamos a primeira metade do passeio explorando as pracas e a margem do rio Vardar pelo lado Europeu, e depois cruzamos a pnte e fomos explorar o lado Muculmano, fechando nosso dia com um enterdecer magnifico no alto da fortaleza, e uns bons drinks no por do sol no rooftop de um hotel no mercado Muculmano!

 

Nos ficamos hospedadas bem ali no coracao da praca Macedonia (e da cidade!), no hotel Marriott Skopje, e nao poderia ter sido melhor!

Alem da localizacao imbativel, o hotel tem um servico muito bom, quartos espacosos, um otimo spa, e muito pertinho de bares e restaurantes!

Fizemos otimas refeicoes pela cidade, sempre por ali pertinho do hotel e nas pracas principais!

 

E quem quiser assistir o vlog da viagem que fiz na epoca, esta aqui:

 

Adriana Miller
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Adriana Miller
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04 Feb 2019
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Dicas de viagem para Capadocia – Como chegar, hotel, passeios, voo de balao, onde comer etc

Capadocia, Oriente Médio, Turquia

Conhecer a Capadócia era um sonho antigo, e que simplesmente não saia do papel. Difícil de chegar, não daria pra levar as crianças e com timing difícil, pois é muito lotado e quente na alta temporada (primaverao e verao), mas de clima arriscado na baixa temporada (outono e inverno)…

Quando resolvemos planejar uma viagem pro meu aniversário em 2018 ano (enquanto meus pais estavam em Londres e podiam ficar em casa com a Isabella e o Oliver), na mesma hora pensei: Capadócia!!

Quando reservamos a viagem, nem imaginavamos que essa seria a nossa ultima viagem  antes da mudanca para os EUA, e em se tratanto de um destino em que sempre sonhamos e tentamos fazer acontecer sem sucesso, sem duvidas a Capadocia teve um gostinho especial!

Esse post e dicas estao saindo super atrasados, mas nao tinha como nao incluir no repertorio aqui do blog!

  • Logistica e como chegar:

A logistica de planejar uma viagem para a Capadocia eh sem duvidas a aprte mais dificil da viagem. Essa foi nossa terceira vez na Turquia, e muitos anos de outras tentativas, e a viagem simplesmente nunca saia do papel.

A Capadocia eh uma regiao enorme, bem no centro da Anatolia Turca, e apesar do voo rapido (e relativamente barato) a partir de Instanbul, conseguir conciliar voos, epoca do ano, custos e disponibilidade de tempo, sempre tornou a viagem incompativel com nossos planos.

Nos chegamos na Capadocia a partir de Londres, e no total, entre voos, conexoes, fuso horario e afins, foram 12 horas de viagem e um dia inteiro perdido no processo.

E mesmo se voce ja estiver na Turquia e quiser incluir a Capadocia no roteiro de uma viagem mais extensa pelo pais, separe pelo menos 1 dia inteiro para esse processo e logistica (seja por terra, encarando as muitas e muitas horas de estrada, seja por ar, sempre tendo que conectar e trocar de voo de volta em Istanbul).

O mais facil, sem duvidas eh por aviao, e a Capadocia eh servida por dois aeroportos: Nevşehir-Kapadokya Airport (NEV),  e Kayseri’s Erkilet Airport (ASR), que foi por onde nos voamos.

Nevşehir-Kapadokya eh considerado o “melhor” aeroporto, por ser mais proximo a Goreme (a cidade base, e mais turistica da regiao) e fica a 40 minutos de carro. Porem Keyseri tem muito mais opcoes de voos, tanto saindo de Istanbul, quanto de outros destinos na Europa e Oriente Medio, e fica a apenas 1 hora de distancia do centro de Goreme.

O mais facil eh usar sites de busca de passagens e procurar, dependendo do seu tempo, ponto de partida, orcamento etc, qual o aeroporto acaba oferencendo melhores opcoes.

Para o transfer entre o aeroporto e a Capadocia o mais facil eh simplesmente requisitar um transfer direto com seu hotel – a maioria dos hoteis por la oferecem o servico de graca ou por um custo super baixo (nos pagaos 5 Euros por pessoa, e valeu muito a pena, alem de nao ermos nos preocupado com nada! Saimos do aviao e ja tinha alguem nos esperando).

 

  • Dica de Hotel:

A escolha do hotel foi outro ponto especial. A Capadocia nao eh um lugar muito caro nesse sentido, e eh facil achar hoteis bem baratinhos (e lembrando que fomos em Fevereiro, que eh baixa temporada).

A maioria dos hoteis ficam em duas cidades principais: Goreme e Uchisar. Nos optamos por Goreme, por ter mais opcoes de hoteis, ser mais proximo ao local de saida dos baloes, e por ser o “centro” da Capadocia, e pudemos fazer todos os outros passeios a pe, independente, sem depender de ter que contratar guias, excursoes, negociar taxis etc.

Nos queriamos um hotel que fosse bem tradicional – com quartos “cavernas”, cavados na pedra, como sao as casas historicas da regiao. Outra requisicao era a vista! Queriamos ter uma vista legal do vale de Goreme, ver os baloes sobrevoando a cidade, assistir o nascer e por do sol, etc.

Entao nossa escolha foi o Sultan Caves Hotel, e amamos a escolha!

O hotel nao eh de luxo, mas super caracteristico e tradicional, os quartos super espacosos, banheiros modernos, muito bem localizado em Goreme, com um otimo restaurante, e o melhor: um terraco lindo na cobertura do hotel, com uma vista incrivel do vale da Capadocia!

Nossa segunda opcao tinha sido o Museum Hotel, que fica em Uchisar – mas nao achei que a discrepancia de precos em relacao aos outros hoteis da regiao justificava o “luxo” do hotel, alem de ser um tico mais afastado das partes mais turisticas (queriamos poder fazer tudo a pe).

Mas fica a dica pra quem quiser uma viagem super especial, lua de mel, etc e queira um hotel a altura!

 

  • Quanto tempo ficar, passeios e oque fazer por la:

Esse eh o X da questao!

Se voce for procurar “listas” do que tem pra fazer na Capadocia, provavelmente conseguiria ocupar uma semana inteira por la. Mas a realdiade, e que a maioria das pessoas vai ate la pelo passeio de balao mesmo, e esse foi o nosso caso.

Porem voar de balao eh uma atividade muito dependente das condicoes climaticas, e muito voluvel ao tempo. Ou seja, nao ha garantias de que voce vai conseguir voar de balao, mesmo que passe uma semana inteira por la!

Entao, como o seguro morreu de velho, se planeje para passar no minimo 2 ou 3 noites por la, para aumentar suas chances de conseguir pegar uma manha com voo de balao.

Originalmente, iriamos passar 3 noites na Capadocia, e mais uma noite em Istanbul, mas acabamos tendo que mudar nossos voos de ultima hora, e so conseguimos passar duas noites por la.

Eu resolvi reservar o voo de balao direto para nossa primeira manha na Capadocia, ainda que soubesse que chegariamos super tarde na cidade (chegamos no hotel ja passavam da meia noite, e tivemos que acordar as 5 da manha).

E que SORTE! Conseguimos voa de balao sem problemas, com um amanhcer lindo e claro, e no dia seguinte, nada!

Acordamos cedo pra asistir o nasceu do sol e os baloes voando na paisagem da Capadocia, mas por causa das condicoes do vento, todos os voos de balao foram cancelados! (chegamos a ver os balor inflados no horizonte, mas nenhum deles chegou a subir!).

Ou seja, se tivessemos deixado para aquele segundo dia, teriamos chegado a ir ate la, entrado nos baloes, e teriamos voltado spro hotel extremamente frustrados!

E confesso que ainda assim fiquei chateada por nao ter assistido o voo dos baloes na paisagem… que talvez teria sido possivel se tivessemos passado mais 1 dia e 1 noite por la. Mas dos males o menor, ne? Pelo menos fizemos um voo de balao incrivel!

Nos reservamos nosso voo de Balo direto com o hotel tambem, e eles cuidaram de todos os tramites por nos. Voamos com a Butterfly Ballons, que tem otimas resenhas on line, e custou 130 Euros por pessoa (acho que na alta temporada custa 160 Euros por pessoa).

Muita gente me perguntou sobre o “medo” de voar de balão: e olha, NÃO dá medo nenhum!
Eu tenho um medo de altura paralisante, nem vou na varanda na casa das pessoas (nunca fui na varanda do meu antigo apartamento – e era apenas no segundo andar!!!).

Mas esse foi meu segundo voo de balão, e realmente me senti muito segura o tempo todo!
A cesta do balão é bem grande e “sólida”, e o voo, incluindo decolagem e pouso, são incrivelmente suaves… não tem tremedeira, não tem solavanco! Não tem nada a ver com voo de avião ou de helicóptero, você não se sente “voando”, e sim”flutuando”… o balão é 100% guiado pelo vento, mas não voa em dias de ventania, então nenhum movimento – curvas, subidas, descidas etc- são bruscas nem repentinas!

Eles nos dão um mini treino de segurança antes do voo (que foi exatamente igual na Turquia e em Myanmar, então deve ser o padrão internacional mesmo), que basicamente explica a posição de aterrisagem e o básico sobre como o balão voa.
Foi tão bom, tão tranquilo! Tão libertador!!

Se você nunca quis fazer um voo de balão, por causa de medo de altura, não tenha!! Prometo que se eu consegui, você também consegue e não vai se arrepender!!

Durante o dia, no nosso primeiro dia por la, depois do voo de balao, fomos andando ate o “museu a ceu aberto” visitar as casas-caverna da Capadocia, que ocupou uma tarde.

E no dia seguinte ficamos flanando por Goreme, visitamos algumas lojas de souvenir e tapetes turcos (onde compramos um tapete para nossa casa nova!), e andando pelas ruelas da cidade sem rumo.

O bom de ter ido na baixa temporada, eh que a cidade estava bem vazia, e apesar do frio, o clima estava bem gostoso.

Porem a desvatagem da baixa temporada, foi que justamente porque a cidade estava tao vazia, a maioria das lojas e restaurantes estavam fechados, e muitas areas de Goreme pareciam cidade fantasma…

Nao usamos guias nem fizemos excursoes por la, e achei super desnecessario. Goreme eh relativamente pequena, e super facil de navegar. Todos os hoteis, lojas e restaurantes falam ingles super bem e muitos se viram no espanhol e ate mesmo portugues.

 

  • Capadocia com criancas?

Outra pergunta que recebo o tempo todo eh sobre visitar a Capadocia com criancas. Todas as vezes que falei sobre a nossa viagem (no vlog, no Instagram), eu fui bem explicita em relacao a que uma das nossas principais dificuldades de planejar uma viagem a Capadocia, era justamente o fato de nao querermos levar as criancas pra la.

Eu sempre falo sobre as dores e delicias sobre viajar com criancas e bebes, e o segredo esta na expectativa x realidade.

E a minha expectativa era poder viajar de balao, acordar pra assistir e tirar fotos do anscer do sol as 4 da manha, fazer caminhadas nas cavernas das monatanhas etc. E sabia que na idade dos meus filhos (na epcoa com 5 anos e 1 ano e meio), esses passeios seriam impossiveis de fazer com eles.

Entao ao longo dos anos, eu preferia simplesmente nao ir, do que passar por todo perrengue de chegar na Capadocia e nao poder fazer essas coisas, pois essa era a minha expectativa.

Quando fomos ao Myanmar, por exemplo, nos levamos a Isabella, e sabiamos que uma das principais atracoes do pais era tambem o voo de balao – mas ficamos num hotel com uma infraestrutura super legal que oferecia servico de babysitter. Alem disso, ficamos dias suficientes em Bagam, e sabiamos que em ultimo caso, poderiamos voar em dias separados, por exemplo.

Entao quando me perguntam se eu acho que eh viavel visitar a Capadocia com criancas pequenas, a minha resposta eh sempre “Sim, mas depende”, pois depende justamente de quais as suas expectativas para a viagem, e seu nivel de frustracao de nao conseguir fazer certas atividades que sao cruciais por la.

Se eu recomendo? Bem, no meu ponto de vista, e para as minhas expectativas, nao. Nao recomendo uma viagem para Capadocia com criancas pequenas (relembrando que na epoca a Isabella tinha 5 anos e o Oliver 1 e meio).

(E eu sou super a favor a levar nossos filhos pra qualquer lugar do mundo! De Qatar a Coreia do Sul, a Marrocos. Mas sempre com as expectativas certas. Os unicos dois lugares do mundo onde eu sempre soube que nao queria levar as criancas foram Machu Picchu, no Peru, e Capadocia na Turquia.)

 

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Adriana Miller
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