Uma das coisas mais importantes durante a pesquisa sobre o Kilimanjaro é conhecer as diferentes trilhas que existem pra chager lá em cima. Algumas são consideradas bem faceis, com acomodação fixa (tipo umas cabaninhas comunitarias), bares e maquinas de coca-cola, enquanto outras são bem mais longas, ou mais ingremes, mais lotadas de turistas ou mais isoladas…
No total são seis rotas pre estabelecidas, e por ser um parque nacional e protegido, visitantes não podem subir a esmo e fazer qualquer caminho que queiram (até porque pode vir a ser muito perigoso), e as trilhas são: Marangu, Mechame, Lemosho, Shira, Rongai e Umbwe – e tem tambem a Mweka, que é usada apenas para descidas.
As trilhas Marangu, Mechame e Umbwe sobre o Kilimajaro pelo sul, e são as rotas mais comuns e com mais infraestrutura turistica. As trilhas Shira e Lemosho sobrem o Kili pelo Oeste e são mais curtas, pois começam numa elevação maior, e a Rongai é a unica trilha que sobre pelo lado norte e é tambem a mais vazia e seca (a unica que pode/deve ser escalada nos periodos de chuva).
– Trilha Marangu: A trilha “Coca-Cola”:
A rota Marangu é conhecida como a “trilha Coca-Cola” por ser a mais bem estabelecida e com mais infraestrutura turistica (inclusive com maquinas que vendem coca-cola!) – é tambem a trilha mais antiga e por isso oferece trilhas bem demarcadas e acomodação fixa, em cabanas (huts) e dormitorios.
A grande maioria das agencias “cool” (ou seja, menos turistas e mais “aventureiras” ou profissionais) não recomendam essa rota, justamente por ser turistica demais, geralmente lotadas e por oferecerem poucas “vistas” da area, já que a trilha sobre e desce pelo memso caminho.
– Trilha Mechame: a Trilha “Whiskey”:
A rota de subida Mechame tem se popularizado cada vez mais nos ultimos anos, e por isso ganhou o apelido de “Whiskey” – é popular, mas não é qualquer um que aguenta.
Essa trilha é considerada mais dificil que a Marangu, apelsar de ter uma estrutura parecida, mas os dias são mais longos (=mais horas de caminhada por dia) e a trilha é mais ingreme. Por isso tambem os programas de subida são mais longos, e o recomendado é no minimo 6 dias, sendo que 7 seriam o ideal, pois a aclimatização nessa rota não é das melhores.
As avaliações da “vista” durante essa trilha são otimas, mas por ser tão lotada, acabou perdendo parte de sua beleza natural e “selvagem”.
– Trilha Lemosho:
A trilha Lemosho é uma das mais recomendadas, apesar de ser bem longa. Por subir o Kilimajaro pelo lado Oeste, ela ainda é relativamente vazia e oferece vistas priviegiadas.
O period0 recomendado para subida é de 8 dias, no minimo, pra agarantir uma boa climatização, e também porque essa trilha é mais longa que as outras.
– Trilha Shira:
A trilha Shira também sobe pelo lado Oeste, e apesar de ser uma das rotas originais do Kili, é uma das menos recomendadas.
Pra começar que essa trilha é mais curta que as outras, pois só começa numa altitude bem elevada (3.600 metros de altitude), oque significa que de cara a maioria das pessoas não conseguem passar mais que um dia por lá, pois os efeitos da altitude são imediatos desde o primeiro dia (em todas as outras trilhas se leva pelos menos uns 3 dias até chegar nessa altitude, oque dá bastante tempo pro organismo ir se acostumando aos poucos com a falta de O2).
Depois disso, a rota Shira se junta na mesma trilha que a Lemosho, mas muitas agencias classificam essa trilha como a rota dos “preguiçosos”, pois metade do caminho foi feita de jipe.
Essa rota tambem é usada por agencias que querem oferecer uma “amostra” do Kilimajaro pra turistas que estão viajando pela reginao (fazendo Safari, por exemplo) e querem experimentar um pouco da experiencia Kili – então é só dirigir até o Portao Shira e babar com as vistas!
– Trilha Rongai:
A trilha Rongai é a unica que sobre a montanha pelo lado Norte da montanha, perto da fronteira com o Kenia.
Essa trilha é a mais remota e “selvagem” de todas, e a unica que passa pelo maior numero de “ambientes” diferentes ao longo da subida. Apesar da subida não ser tao bonita e diversificada quanto o lado Oeste da montanha, por ser tão mais vazia que as outras promete uma experiencia mais “autentica”.
Essa também é a trilha mais recomendada pra quem quer escalar o Kili durante as epoca de chuva, pois é a rota mais “seca” e que recebe menos chuva ao longo do ano.
O lado negativo da nossa agencia é que eles não oferecem uma grande variedade de pacotes com as diferentes trilhas. Pra quem tem uma prefrencia bem especifica por uma determinada rota deve procurar agencias mais especializadas no KIlimanjaro.
No nosso caso, na verdade não tinhamos nenhuma preferncia especifica, e por causa do pacote e datas oferecidas para o passeio Kilimajaro + Safari acabamos fechando a viagem que sobe a montanha pela rota Rongai, apesar de que durante nossas pesquisas eu estava mais inclinada pelas descrições da rota Lemosho.
Mas na verdade isso não faz muita diferença, e oque importa mesmo é o tempo que se passa na subida, pois o corpo precisa de um bom periodo de aclimatação, e ir aos pouco, se acostumando com a falta de oxigenio no ar.
A filosofia dessa escalada/trilha, seja qual for sua rota escolhida, e subir pouco a pouco por dia, sem grandes esforços, e evitar areas muito ingremes (que cansam mais), e o programa do dia, todos os dias é “climb high, sleep low”, ou seja, escale alto, mas durma baixo, entao todos os dias vamos subir, subir, subir, passar o dia numa altitude alta, e depois descer mais algumas centenas de metros e dormi num acampamento que fica num lugar mais baixo – e é essa oscilaçnao na quantidade de oxigenio no ar que ajuda o corpo a se adaptar.
P.S. Esse post foi agendado, pois nesse momento já estou lá em cima!