O Museu Egipcio do Cairo é um dos lugares mais emocionantes e ao mesmo tempo mais decepcionantes que já fui.
Mais emocionante por que é o museu com mais reliquias Egipcias por metro quadrado, e muitas, muitas coisas interessantissimas sobre a vida de Nobres e Plebeus que viveram as dinastias dos Faraos, entre 4 mil e 2 mil anos atras.
Sem sombra de duvidas a melhor parte do museu é a seção inteira dedicada ao Rei Tutankamon, que contem todos os tesouros encontrados em seu tumulo, e que foi a primeira e grande unica descoberta de tumbas reais até hoje.
Ficar cara a cara com sua mascara funeraria, feita em ouro maçico, reproduzindo a perfeição suas feições e coberta de pedras preciosas foi hipnotizante. Foi um momento olho no olho com a mascara, aquela sobre a qual já li centenas de vezes, que já vi em milhoes de fotos e capas de livros e que ilustra basicamente tudo que existe sobre o Egito no mundo.
Foi legal entender alguns dos rituais, o significado e a importancia da morte e do renascimento e tambem as intrigas e consirações.
Mas por outro lado é um lugar bastante decepcionante porque mostra uma grande desconsideração com a historia Egipcia e mundial.
Lá dentro nao é permitido tirar fotos (mesmo, tem uns 3 pontons de check up onde revistam tudo seu) e nossa teoria é de que se permitirem fotos, as pessoas vao ver como o museu é destruido por dentro e ninguem vai querer pagar pra entrar!
Sao mumias em cima de mumias, sarcofagos em cima de sarcofagos, colunas, objetos, esculturas e afins cheios de poeira, lixo pelos cantos e sem placa de explicação – entao na maioria do tempo voce firambulando de uma lado pro outrom porque nao tem ideia oque é aquilo que vc esta vendo. Nao tem ar-condionado nem controle de umidade, o sol a pino refletindo nas pinturas originais, e as janelas todas abertas (se nao morriamos sufocados!) banhando as esculturas de poeira (que no Cairo é muita poeira!).
Entao os efeitos sao: pra quem nao gosta de historia o Museu do Cairo é extramente sem graça e chato; mais parece um deposito de quinquilharias esquecido pelo tempo.
E pra quem gosta de historia, dá uma dó de ver todo descaso, a falta de organização, sugeira e falta de explicação – a melhor explicação? Desrespeito.
Me chamem exagerada, mas algumas daquelas peças, esculturas e mumias foram conservados por 4000 anos (quatro mil!!) e vao acabar sendo destruidas nas maos de tuirtas mal educados e o descaso do governo. Supostamente estao construindo outro museu, maior mais moderno, mas acabou virando mais uma obra faraonica, com verbas desviadas, corrupção e burocracia, e ninguem sabe quando o novo museu será aberto…
Mas vale a pena ir?
Claro que vale!!
O museu é todo dividido por partes e dinastias, seguindo uma ordem semi-cronologica que te ajuda e entender como os Deuses evoluiram, como a arte desenvolveu e os tesouros ficaram mais ricos.
Pra mim, a unica coisa que nao valeu MESMO, foi ter pago a mais (quase o dobro) pra entrar na “sala das mumias”, que apesar de ter umas mumias “ilustres” como Ramses II e Hatsheput, nao passam de meia duzia de mumias, sem muitas explicações sobre elas, num quartinho sem estrutura!