Pra quem cresceu em lugares onde castelos nao fazem parte da paisagem do dia a dia (alo Brasil!), a palavra “castelo” ou “palacio” por si so ja tras uma imagem e fantasia propria, aquela coisa bem conto de fadas, ou ate mesmo das princesas da Disney.
E as vezes no “mundo real” de viagens por ai, muitos dos castelos nem sempre correspondem a esse idela de “faz de conta” de como imaginamos que seria um castelo.
Bem, no Château de Chambord isso nao eh um problema, e de cara voce ja se sente transportada para as paginas dos livros de sua infancia e nao tem como pensar: isso sim eh um castelo!
Que Cinderela oque?! Eu quero eh morar no Castelo Chambord!
A chegada eh dramática: a pesar do dia bem feio e nublado que pegamos, a agua do lago que cerca parte do Castelo estava calminho, oferecendo um reflexo fenomenal das torres do Castelo e a escuridao das nuvens!
E ao longo dos seculos os diferentes nobres e monarcas que tiveram posse de Chambord nao pouparam esforco, e nao economizaram nos exageros: cada novo dono acrescentava alas, aumentava as torres e ampliava o drama das escadarias, conferindo ao exterior do Castelo um ar rebuscado, porem uniforme – os lados opostos do palacio e suas torres nao sao simetricos, contribuindo ainda mais para o quao único esse lugar eh! (e técnicamente nunca foi concluido, e ainda eh considerado um Castelo “inacabado”)
Ja o interior eh uma outra cena: históricamente Chambord nada mais era do que os aposentos de caca do rei Francis I no seculo 15, que mantinha sua residencia entre os castelos de Blois e Amboise, mas frequentava Chambord durante as temporadas de caca ao longo do ano e para entreter seus rivais e cuidar de negocios.
Eu achei tao interesante o contraste entre um palacio como Chenenceau, por exemplo, que foi sempre cuidado e reformado por mulheres, em comparacao com Chambord que sempre foi um territorio puramente masculino.
Chambord eh enorme por dentro, com tetos altissimo, muitas galerías com “exposicoes” de armaduras, trofeus e carcacas de presas, e praticamente nenhum movel e nenhum ambiente “aconchegante” e familiar.
O vao central eh ocupado por uma escadaria dupla de pedra macica muito impresionante (difícil nao se perder entre as subidas e descidas), e a cada lance da escada voce eh recebido com lareiras enormes e impresionantes.
Nos andares eh possivel visitar alguns quartos e antigos aposentos, que eran mantidos para abrigar o Rei e seus convidados, mas a maioria dos ambientes foram depedrados durante a revolucao Francesa, e pouca coisa original sobrou.
Mas o que eu gostei mesmo foi da cobertura e terraco do Castelo, onde eh possivel andar entre as torres, escadas e esculturas que decoram o telhado de Chambord, oferecendo uma visao incrivel dos arredores e do parque que completa o Castelo.
La em cima, temos uma ideia melhor de seus 11 tipos diferentes de torres, 3 tipos diferentes de chamines, e as centenas de imagens individuais de suas gárgolas decorativas, o que fez com que algumas pessoas se refiram so seu teto como um “arranha ceus” medieval, por se assemelhar a vista do skyline de uma cidade grande moderna – que foi justamente o pedido feito pelo Rei Francis I durante sua construcao: ele quería que Chambord se parecesse com a vista de Constantinopla (hoje, Instanbul) a distancia!
Para os amantes de arquitetura essa visao la de cima eh super interesante, pois mostra bem o porque Chambord marca um estilo bem especifico na arquitetura renascentista Francesa: pela primeira vez um Castelo foi construido num estilo “palacio”, com o puro intuito de entreter e ser visualmente bonito, em vez de ser funcional, com muralhas, torres de defesa, e fosso de protecao.
Alguns historiadores dizem que essa mudanca na arquitetura Francesa foi influencia de Leonardo Da Vinci, e a influencia da arquitetura e estética de Milao do seculo 15, ja que na época Leonardo Da Vinci morava em Amboise (uma das residencias oficiais do Rei) e era o artista preferido de Francis I, a poucos quilómetros de distancia de Chambord.
Château de Chambord
Château, 41250 Chambord, France
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Adriana Miller, Carioca. Profissional de Recursos Humanos Internacional, casada e mãe da Isabella e do Oliver.
Atualmente morando em Denver, Colorado, nos EUA, mas sempre dando umas voltinhas por ai.
Viajante incansável e apaixonada por fotografia e historia.
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