A opção de usar a palavra “exótico” no titulo do post tem um propósito (calma aê), mas em geral qualquer destino que seja diferente do que as pessoas esperam, gera o mesmo tipo de duvida: Como a Bella se adaptou no lugar______ (insira destino ou atividade). O que tem para fazer com bebes/crianças no lugar _____ (insira destino ou atividade).
Isabella com mulheres Bereberes em Marrocos
Eu ate entendo que certos destinos mais “diferentes” gerem mais duvidas mesmo, mas nos últimos meses eu recebi (e respondi) as mesmas perguntas/duvidas mesmo estando em lugares bem “batidos” turísticamente – como foi o caso de Capri na Italia, o Valle do Loire na Franca, Nova Iorque, e ate mesmo nos mercados de natal na Alemanha. Só para citar alguns. Até mesmo nos comentários do meu outro post sobre Marrocos rolou um bate=papo sobre porque certas famílias simplesmente não gostam de viajar com os filhos.
Hora do “recreio” no parquinho da Mesquita na Turquia
Ou seja – eh tudo uma questão de ponto de vista. O que pode ser super diferente e “exótico” para uma pessoa/família, eh super trivial e corriqueiro para outra.
Dancando “Gangnan Style” em Seul, Coreia do Sul
E bem, vou contar o moral da historia antes mesmo de terminar o post: a meu ver a função e responsabilidade de fazer um destino funcionar para crianças (de qualquer idade) eh dos país das mesmas, não do destino em si.Afinal cada lugar lida com crianças de maneiras diferentes – os pais devem avaliar bem isso e tomar todas as precauções para que essas diferenças culturais afetem as crianças o menos possivel durante a viagem.
Então cabe a você (prezado pai ou mãe que me lê) decidir se você esta disposto ou não a encarar certas situações. Mas pode ter certeza que se você estiver bem preparado, sua crianças nem vai perceber a diferença!
Porque pensa só: todos, TODOS os lugares do mundo existem crianças. Savana na África. Crianças. Cidade grande na América central. Crianças. Vilarejo de esquimós no polo norte. Crianças.
Então para o próprio bem de seus filhos (e seu!) e de suas viagens, não entre nessa de que “lugar tal não é lugar de criança”, pois existem crianças em qualquer buraco do mundo. E ponto final.
E como disse acima, o que eh exótico para uma pessoa, não é exótico para outra pessoa.
Duas situações me vem a cabeça pra dar de exemplo:
A primeira foi ha muitos anos atrás, muito antes de ser mãe – quando estava planejando meu casamento, que foi no Rio de Janeiro. Muitos dos amigos do Aaron (principalmente os Americanos) não foram, ou foram sem as famílias, pois afinal “Brasil não é lugar de criança”.
Sim. Eu ouvi isso. De uma pessoa esclarecida, viajada, estudada numa das melhores universidades do mundo. Aliais, de um não. De varias.
“Claro que vou no seu casamento! Mas minha esposa vai ficar com as crianças… não dá pra levar crianças pro Brasil”.
Pois é… eu também!
Um dos amigos dele foi pro Rio, e levou a mulher e a filha, que na época tinha apenas 4 meses de idade – ate hoje as pessoas ainda falam deles como “aqueles loucos & aventureiros que levaram um bebe pro Brasil!” mais de 5 anos depois, numa das viagens pro EUA ano passado ainda ouvi alguém conversando com tal criança (que na época tinha 5 anos) de como ela era “aventureira” pois ja tinha ido até pro Brasil! (¿!) #CúmuloDoExotismo
(E nao, nao me venha com essa de que “Americanos sao ignorantes”, porque com certeza você já pensou o mesmo sobre algum outro país do mundo!)
Nas ruas da Bósnia
Outra situacao desse tipo aconteceu ano passado quando viajamos pelos Bankans com a Bella, na época com 8 meses. La estava eu, com ela no canguru quando entrei numa loja na Bosnia e comecei a conversar com a vendedora, que tinha uma filha da mesma idade. Fiquei uns minutos conversando com ela, e quando disse que moravamos em Londres, ela suspirou e comentou como tinha vontade de conhecer Londres, mas completou: “Agora so daqui a muitos anos. Meus filhos nao podem sair da Bosnia… Inglaterra nao eh lugar de crianca”
Bósnia. Inglaterra.
Pois é, reveja seus conceitos.
Mas ok, então como manter sua sanidade mental – e segurança, rotina, alimentação, brincadeiras & diversão e afins – durante viagens “não clichê” que envolvam obrigatoriamente um resort com kids club na Praia ou Disney?
E lembre-se do que comentei no começo do post – cabe a você, pai e mãe garantir os “confortos terrestres” de seus filhos, seja lá onde for.
Para mim, o mais óbvio de todos. A única coisa que me impediria de ir, ou levar mina filha a determinado lugar é a segurança física dela. Violência urbana, guerras e conflitos. E claro, riscos para a saúde e sua vida. Não preciso elaborar muito né?
Espero um dia na minha vida pode conhecer as montanhas do Afeganistão (e nao estou fazendo uma “ironia exagerada” não. As montanhas do Afeganistão são lindíssimas!), mas imagino que nos próximos anos isso nao seja possivel…
Pais com surto de Ebola?
Regiões montanhosas com ar muito rarefeito? (mas nao esqueca que mesmo aos pes do Everest e no Kilimanjaro existem muitas criancas – mas elas estão fisicamente acostumadas com isso, minha filha nao, e nao eh uma coisa que EU possa fácilmente mudar).
Ou seja, adoraria escalar outra montanha, mas os riscos da altitude elevada são um perigo para saúde – alem de que nessa idade, ela teria que nos acompanhar numa mochila – e sinceramente eu nao tenho o preparo físico para pasar 7 dias subindo montanhas com uma criança nas costas – as mulheres no Nepal fazem isso numa boa, eu… nao).
Também adoraria fazer outro safari, mas geralmente as empresas não permitem crianças menos que 5 anos.
Ou seja, se existe algum risco ou perigo, melhor deixar para depois.
E claro, tem também lugares que nos parecem mais inseguros no ponto de vista da saúde, pois “o que fazer se meu filho ficar doente?”. Mais uma vez, estar preparado é chave. Afinal gripes, dor de barriga, infecção de ouvido e afins podem acontecer em qualquer lugar e a qualquer momento – mas são pequenas tragédias se acontecem quando estamos longe de casa.
Farmacinha básica com remédios de emergência (é só pedir pro pediatra), bom seguro de saúde, lista de médicos que falem inglês no seu destino (prática que adotei quando viajava grávida e desde então não deixei mais de fazer). Outra coisa que faço quando planejo viagens mais “exóticas” com a Isabella é sempre ficar em hotéis de rede/internacional – praticamente uma garantia de que eles saberão lidar com emergências gringas, poderão de auxiliar a encontrar um médico no meio da noite, como descrever uma dor pro farmacêutico e afins.
Ja falei em vários posts que sou relax no quesito alimentação. Claro que no dia a dia faço de tudo para que a Isabella seja o mais saudável possivel, mas se tiver que recorrer a papinhas prontas, comida congelada ou besteiras aqui e ali, não acho o fim do mundo.
Não sou dessas mães que acham que a criança vai desenvolver um terceiro olho só porque comeu um chicken nuggets, e também não acho que ela não vai passar no vestibular só porque não comeu comida “caseira” todos os dias.
Tanto para mim, quanto para ela, uma “alimentação balanceada” significa comer de tudo. Inclusive coisas que sabemos muito bem que – em excesso – nos fazem mal. (Adoro uma coca cola ou guaraná num copão de gelo acompanhando meu haburguer com batata frita. Então para que ser hipócrita?!)
Então fico sem saber o que responder quando recebo comentários/perguntas/emails do tipo “meu filho só come a comidinha com o temperinho de casa – não sei o que fazer pois vamos viajar” (e se vier cheia de diminutivos então, me tira do serio! Hahahah).
É mesmo cara-pálida?
Ou seja, não seja extremista nem caia na onda do “terrorismo nutricional” onde acabamos tão apavorados de pensar que algo “não eh saudável” #CulpaDoInstagram que privamos nossos filhos de experimentar sabores, texturas, temperos e ingredientes diferentes.
Para vida toda! Tem coisa mais irritante que adulto fresco?! E você acha que a “frescura” começou quando? Aos 37 anos que não foi! (e se você é desses que virou sem-lactose-sem-carboidrato-sem-açúcar-sem-gordura-sem-nada depois de velho….. ai cruzes!)
Mas enfim, perdendo o fio da meada.
Ninguém no mundo conhece seu filho melhor que você mesmo(a), então faca um bom exercício de consciência: será que meu filho vai comer tal coisa em tal lugar? E se não comer? E ai?
Tenha um plano A, um plano B e um plano C.
No Japão a Isabella estava numa fase super aventureira a mesa, e geralmente comia o que via os adultos comendo – tofu com curry? Check! Sashimi de salmao? Check. Noodles de arroz com molho de camarão seco? Check.
Hoje em dia eu tenho certeza que ela não ia querer nem olhar, pois esta numa fase super chata! Então nosso plano A, B, e C seriam optar com comer no hotel, levar comida, escolher opções mais internacionais e etc.
Mas como o pediatra dela sempre me diz: criança que tem comida em casa não passa fome. Se ela estiver com fome, ela vai comer.
Então como eu nunca sei como ela vai reagir durante as viagens, minha técnica sempre eh:
Café da manha reforçado: cereal com leite, iogurte, frutas, ovos. E sempre levo uma “marmitinha” na bolsa de fraldas, para emergências durante o dia: frutas (levo de casa uns potinhos vazios para guardar durante o dia opcoes tipo salada de frutas ou uvas ou morango, mirtilho etc), pães ou bolos e dependendo do clima (se for lugar frio) ate mesmo ovos (cozidos).
Se ela resolver comer o que nos comermos, to no lucro. Caso contrario, pelo menos ela terá uma boa seleção de opcoes saudáveis que ela sempre come.
O mesmo vale para o jantar, mas geralmente no fim do dia acho mais fácil encontrar uma opção mais “internacional” (nem que seja no room service do hotel!)
SE possivel eu levo comida (entre 6 e 18 meses levei comida – comprada pronta – em todas as viagens). SE possivel eu cozinho para ela (apenas quando ficamos na casa de família ou casa alugada com amigos).
Mas vocês nunca vao me ver planejando uma viagem em relacao a “tem que pasar na feira para comprar legumes frescos, depois cozinhar tudo no vapor, peneirar, bla bla bla”.
Ate uns meses atrás esse processo era mais fácil, pois era só levar (ou comprar já no destino) comidas prontas e papinhas de bebe. Mas com quase 2 anos prefiro que ela coma comidas mais “de verdade”.
- Conforto e comodidades da vida moderna
Uma das coisas que mais mudou no meu estilo de viajar depois que a Isabella nasceu foram justamente os hotéis que escolhemos.
Tento contrabalancear: quanto mais diferente do nosso dia a dia for um destino, mais “internacional” e confortável o hotel precisa ser.
Porque afinal, cabe a mim garantir que ela estará confortável e terá acesso as coisas que esta acostumada no dia a dia, então meus pre-requesitos na escolha do hotel são:
Hotel que forneça berço
Hotel com café da manha
Hotel com opcoes de restaurantes e/ou room service
Hoteis de redes internacionais onde sei que o nível de Inglês falado pelos funcionários será bom o suficiente para nos auxiliar no dia a dia da viagem – seja na hora de reservar um taxi pro aeroporto, recomendar um restaurante ou passeio, e ate mesmo no caso de emergência (toc toc toc) nos orientar em relação a médicos, hospitais e afins.
A Isabella é uma criança levada e muito ativa, mas fácil de “administrar”, então desde que ela tenha uma boa noite de sono e sua rotina da hora de dormir seja constante, o resto do dia ela fica numa boa.
O café da manha, restaurante e room service eh para nos salvar nos momentos mais chatos para comer (que eh a “fase” atual dela) e salvar os país também! Afinal nem sempre da para sair para jantar no fim do dia ou alguma programação mais elaborada para família toda, então muitas vezes recorremos ao room service de hoteis mesmo depois que ela ja estava dormindo.
Não adianta tentar brigar demais com a mãe natureza: crianças gostam e precisam de rotina.
Mas não estou falando dessa coisa militar de “lanche as 10:15, almoço as 12:30, soneca as 2:00 etc” não. Para gente o que funciona melhor é manter o dia a dia na mesma ordem, sempre.
Quando ela acorda, a primeira coisa é mamadeira com leite (ai, amo essa fase de “Ma-maaaaeeee Bella acodô! Leite fufufu-avor” – o ‘por favor’ nem sempre sai espontaneamente! hhheeheh), só depois da mamadeira eh que trocamos a fralda. Ai dou algum livrinho para ela se distrair enquanto troco a roupa dela e penteio o cabelo.
Ela brinca um pouco enquanto eu e Aaron nos arrumamos, e ja vamos direto pro café da manha do hotel.
Como tento sempre fazer com que ela coma o máximo possivel no café da manha quando estamos viajando, ela não lancha pela manha – mas entre 11:30 e meio dia já começamos a procurar opcoes para almoçar. Se passar muito desse horário, sei que ela vai ficar irritada demais para comer – e consequentemente vai dormir menos.
Paramos para comer (que pode ser um simples “sentar na grama” enquanto ela come as frutas que trouxe do hotel, ou um banquinho na calcada enquanto comemos um cachorro quente de barraquinha).
Geralmente ela cai no sono logo depois de comer, e dorme entre 1 e 2 horas depois do almoço.
Dependendo da viagem, se der, voltamos pro hotel ou pro quarto para ela dormir no berço. Mas geralmente ela dorme no carrinho mesmo.
A tarde, depois que ela acordar, ela sempre fica mais ativa, então as atividades tem que ser mais físicas ou estimulantes – em Marrocos, para mina surpresa, ela adorou passear pelos Souks (muitas cores, muita gente fazendo gracinha para ela, muita coisa diferente ao mesmo tempo) sem querer sair do carrinho. Ja no mercado de natal na Alemanha, ela as vezes queria sair do carrinho, as vezes pedia colo e as vezes ficava numa boa sentadinha.
A noite, jantamos em algum restaurante (almoço costuma ser corrido quando viajamos, e deixamos o jantar como a refeição principal) ou no hotel, e na hora de dormir, tudo segue a mesma rotina e ordem de sempre: leite, depois banho (levo o sabonete dela com alguns brinquedinhos), lemos uma historinha, e cama (no “saco de dormir” que ela usa em casa e já está acostumada).
Ao longo das viagens aprendemos que essa ordem ajuda a administrar o jet lag, possíveis frescuras alimentícias, o humor e a energia dela.
Mas eh claro que cada criança é diferente – mas vai por mim. Mantenha a rotina e tudo ficara bem. A ordem dos fatores SEMPRE altera o resultado!
- “Instrumentos” e “ferramentas”
Quanto mais velha for a criança – ate uma certa idade – mais difícil será mantê-la entretida por muito tempo. Sem sombra de duvidas a viagem MAIS fácil que fizemos com a Isabella foi a primeira, quando ela tinha apenas 9 semanas de vida! As pessoas ficavam apavoradas de nos ver viajando com um bebe tão pequeno, mas era tão simples e fácil viajar com um bebe que só mama no peito e fica paradinho no colo!
Hoje em dia é um arsenal de guerra, mas na boa, por mais que reclame sempre, eu prefiro ter tudo sempre a mão (Aaron é um santo, eu reclamo muito das nossas tralhas! Gosto de viajar leve, mas em 2 anos, ainda não consegui! Prefiro estar preparada com tudo que possa vir a precisar).
Jogo da memoria e sua bolsinha preferida
A começar por um bom carrinho, que é uma dica-repetição aqui no blog em quase todos os posts “genéricos” sobre viagens com a Isabella. Carrinho confortável = bebe confortável e feliz por mais tempo.
Nos usamos nosso amado Bugaboo Bee, mas quando ele empenou na volta de uma viagem e compramos um “guarda chuva” de quebra galho, imediatamente a primeira diferença foi que a Isabella não conseguia pegar no sono, e quando dormia, dormia por menos tempo! Ou seja, ficava irritada antes do almoço pois estava cansada mas não conseguía pegar no sono, e acordava irritada pois não estava descansada o suficiente a tarde (e portanto também ficava mais irritada no fim do dia e atrapalhava nossos planos de jantar).
Outro “instrumento de manutenção de crianças” é uma daquelas mochilinhas com coleira.
(pausa para as reações de horror das mães!)
(vai lá, pega um copo de agua para acalmar suas palpitações)
Não, eu não considero minha filha como um cachorro, não se preocupem.
Mas eu sei que ela eh uma criança muito ativa, gosta de andar e correr para cima e para baixo e não gosta de dar a mão na rua.
Então eu faço uma escolha simples: posso privar minha filha de andar (gastar energia, se exercitar), explorar os lugares, e se sentir parte da viagem ou obrigar que ela fique o tempo todo reclamando no carrinho. Posso correr o risco de que ela corra pro meio da rua numa cidade movimentada, ou se perca na multidão de um mercado de rua.
Ou então posso ate mesmo deixar de fazer certas coisas pois “minha filha não para quieta no carrinho” e não consigo viajar com ela.
Ooooooou posso enfrentar os olhares horrorizados das pessoas na rua – que sinceramente, não me afeta/incomoda. Se ela estiver segura e feliz, eu to feliz.
Para mim a escolha eh simples.
Hoje em dia a Isabella não aceita mais ficar amarrada no carrinho por 10 horas seguidas, e por mais que sempre tente encaixar um jardín/parque/parquinho na programação do dia, nunca da para prever que horas será o próximo chilique e gritos de suplício “Bella chão? Sim? Acabou sentar? Sim?” (ahahah! To amando essa fase dela começar a falar e se expressar!). Então a mochilinha-coleira esta sempre a postos para aquele momento que ela precisa de uma meia horinha “independente” andando por ai.
Não precisamos dela quando estávamos nos jardins dos castelos na Franca, nem passeando pelo Central Park em Nova Iorque, mas foi essencial nos templos do Japão, no Souk de Marrakech ou no calçadão de Ipanema no Rio.
Dando um pouco de agua pra Peppa Pig durante o por do sol em Marrakech
E claro: brinquedos, livros, iPad, caderninhos de colorir e afins.
Por um lado essas “ferramentas” ajudam a manter um certo grau de familiaridade da criança numa ambiente tão diferente (a historinha preferida na hora de dormir, o ursinho preferido para acalmar o choro etc), mas são ÓTIMOS para os país também!
Jantar romantico em Carpi, um oferecimento: Galinha PIntadinha!
Jantar romântico na Itália? Galinha Pintadinha. Voo com turbulência? Jogo de quebra cabeça da Peppa Pig no iPad. Por do sol no restaurante em Marrocos? Cartas do jogo de memoria dos animais. Dia de chuva na beira da Praia na Turquia? Maratona “Fireman Sam” no iPad.
Claro que volta e meia ouço aqueles comentários “meus filhos nao brincam com eletrônicos!”. Ah eh mesmo?! Que bom para voce! A minha filha nasceu em 2013 e tentar evitar que ela não tire vantagem da tecnologia de sua geração é uma besteira.
Mas depois não me venha com “não consigo sair para jantar, meu filho não para quieto!”
Claro que tento diversificar com outras opcoes de brinquedos (ate porque nessa idade ela cansa rápido do iPad), mas no meu “Hall of Fame” da maternidade as invenções do Sr Steve Jobs estão ranqueadas logo abaixo da invenção da fralda descartável!
No voo pra Marrocos sentamos bem do lado de uma família com um menino da mesma idade da Isabella, que chorou sem-para as 3 horas de voo. Tudo bem que o voo não era longo, mas no mundo de uma criança de 2 anos, ficar parado e sentadinho por 3 horas seguidas não existe! E eles não tinha um livro, um brinquedo, um joguinho, NADA pra distrair o menino! Morri de pena da mãe, sendo fuzilada com olhares de ódio dos outros passageiros e acabei dando o meu iPad pra menino jogar durante o resto do voo.
“O que tem para fazer com crianças no lugar _______(Insira destino)”. Tudo que VOCÊ oferecer ao seu filho.
Claro que isso depende demaaaaaais da idade da criança, mas ainda não captei a preocupação nem a diferença (ou seria vantagem?!) entre deixar minha filha explorar os corredores de um mercado árabe ou leva-la a um “museu da criança”?
Pelas ruinas de Pompeia
Entre passar a tarde num parquinho, ou deixa-la passear pelo Central park. Entre as luzes de Harajuku em Toquio ou um “aquário”? (fato: levamos a Isabella no Aquario de Seul, na Coreia, e tudo que ela quis fazer foi subir e descer as escadas. Mas nas ruas de Toquio ou jardins dos Templos de Quioto ela brincou, interagiu e pareceu mais interessada e engajada!)
Ruas de Shybuya, Toquio
Ou porque alguns pais acham que uma criança NÃO gostaria de conhecer um Castelo de verdade por dentro? Ou não acharia um mercado de natal estimulante?
Sei lá, de repente você tem razão. É, voce mesmo, me julgando e pensando que “espera so ate ela fazer X anos?!” “Coitada dessa crianca, nao pode nem ir no parquinho?!”.
No Aquario de Seul, Coreia do Sul
O tempo é o melhor remedio, e pode ser que tudo mude daqui a uns anos. (e por isso que esse blog nao se chama “Guia definitivivo como sobre criar seus filhos. Eu sou melhor mae que voce” HAHAHAHAHAHA)
Ate hoje (eu sei, ela tem apenas 2 anos…. Mas ja foram mais de 20 paises visitados em 5 continentes, entao tenho um certo embasamento empírico…) ainda não passei por uma situação onde não tinha NADA para fazer com a Isabella.
“Bella, vamos contar quantas pedrinhas cabem na sua mochila?” (Jardins de castelos no Vale do Loire)
“Bella? Cade a mamae? Achou!” (me escondendo atrás da pilastra num templo em Seul)
“Quais as cores do azulejo na parede?” (dentro da mesquita em Marrakech)
“Vamos subir as escadas? Da a mao para mamae” (nas ruinas de Pompeia).
Sim, é muito mais cansativo quando VOCÊ tem que brincar com SEU filho, e as vezes é ooooootimo entrar num parquinho, e deixar ela solta nos brinquedos sem ter que ficar inventando mil coisas ao mesmo tempo #ClicaNoInstagram – mas esses são os momentos de descanso numa viagem, nao a atividade principal.
Parquinho no Brooklyn, Nova Iorque
Minha cabeça funciona assim: prefiro subir e descer as escadas do mesmo templo no Japao 592 vezes e IR AO JAPÃO do que limitar minhas opcoes a “atividades de criança” apenas e nao ver nada de diferente no mundo. Ou pensar que já que não vou conseguir seguir todas as 649 dicas do guia de viagem, então melhor nem ir.
Para mim é simples, mas muita gente discorda. E tudo bem. Cada um sabe o que eh melhor para seus filhos.
Adriana Miller, Carioca. Profissional de Recursos Humanos Internacional, casada e mãe da Isabella e do Oliver.
Atualmente morando em Denver, Colorado, nos EUA, mas sempre dando umas voltinhas por ai.
Viajante incansável e apaixonada por fotografia e historia.
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