Assim que chegamos em Luxor, deixamos nossas coisas no albergue e queriamos sair pra explorar a cidade. Tanto o templo de Karnak quanto o Templo de Luxor ficam bem no centrão de Luxor, entao achamos que seria mais facil começar logo por ali.
O carinha do albergue deu a dica: taxi custa 20, mas de kombi custa 1 libra Egipcia! É só ficar na beira da estrada, e quando passar 1 van/kombi é só gritar “KARRRRNAK” (carregando bastante no R); se eles estiverem indo na direçnao certa, vao parar pra voces.
Entao tá, né? Pra falar a verdade acho que nem paramos muito pra pensar na situação; paramos na esquina da rua e a primeira kombi que passou gritamos Karnak em coro. A Kombi parou e nós entramos. E só quando todos os passageiros se viraram ao mesmo tempo pra tras pra ficar nos encarando fixamente é que nos demos conta da situação… Duas meninas adolescentes sacaram seus celulares e tiraram fotos nossas, a velinha ficou olhando pra minha bermuda com cara de brava, e os marmanjos adolescentes ficavam encarando e cochichando entre si. No minimo…. interessante. Mas foi inofensivo, em menos de 10 minutos a kombi parou na porta do templo e nos custou apenas 2 libras Egipcias (menos de 50 cents de dolar para nós dois).
Mas voltando a falar do templo de Karnak, esse museu a ceu aberto é muito mais que um templo, e sim um complexo extraordinario com varios santuarios, templos, obeliscos comemorativos, etc, todos dedicados aos deuses de Tebe (Luxor antiga) e a gloria dos Faraos.
Sua principal “função” é de representar o lugar onde o Deus Amun morava na terra. Então para fazer jus a sua grandeza e importancia, tudo por lá é em escala gigantesca, e o proprio complexo é enorme, com cerca de 2 kmº de area construida, e o templo principal, o do Deus Amum é o maior edificio religioso construido pelo homen em todo mundo (caberia cerca de 10 catedrais!).
Durante 1500 anos, e toda duração das dinastias do Novo Reino, o templo de Karnak foi o principal templo religioso em todo Egito, e segundo os hiroglifos decifrados, o templo de Amum funcionava como se fosse o “Vaticano” da epoca, sendo uma das instituições mais importantes e ricas do reino, com cerca de 80 mil pessoas trabalhando para o templo, uma infinidade de terras e fazendas, gado, barcos, cidades etc. Resultado de oferendas ao deus, impostos, comercio e a adoração dos Faraós.
Mas ao mesmo tempo é um lugar bem confuso de andar. É enorme. E poe enorme nisso! A grandissima maioria da area é feita de ruinas, algumas restauradas, outras nao, algumas com informação, outras nao.
Ficamos na duvida se deveriamos ter contratado um guia ou nao, mas no final decidimos seguir as informações do nosso livro-guia, ir tentando entender as coisas por nós mesmo e ter bastante tempo de ir e voltar, fazendo oque queriamos.
Mas isso depende muito de cada um. Nós ficamos cerca de 5 horas no templo, enquanto que viamos os onibus de grupos guiadas chegando e saindo em cerca de 1 hora.
Se eles aproveitaram mais essa 1 hora doque nós, nao sei dizer, mas foi bem legal poder fazer o que queriamos sem ter que ficar seguindo o guia.
Além disso, acabamos descobrindo que dia 5 de Abril é feriado nacional no Egito, dia em que eles comemoram o inicio da primavera e da epoca das cheias, entao Karnak estava LOTADO de grupos de passeios escolares e de familias vindas de todo Egito.
Como estavamos perambulando sozinhos entre as colunas e corredores, as pessoas nao ficavam apreendidas de nos abordar, e tivemos nosso dia de celebridade! Acho que tirei fotos com uns 20 grupos diferentes de crianças, familias completas e até alguns marmanjos, que pediam permissao primeiro pro Aaron (que estava adorando a situação e tirando sarro da minha cara!) e depois vinham me cercar!
Foi muito engraçado!
Mas ao mesmo tempo é bom ficar de olho! Tem que saber diferenciar entre os curiosos e as pessoas que simplesmente nunca viram um turista na vida, e os trambiqueiros que ficam escondidos atras de cada coluna ou templo!
Os trambiqueiros tb sao inofensivos, mas vao te encher o saco, te encurralar num canto pra pedir dinheiro (levamos um suto desses em Saqqara, pra nunca mais!).
Lá no fundo do templo fica o lago artifical sagrado, que era usado para purificação e rituais de sacrificio e aoferendas aos Deuses – e de frente pra ele esta o Escaravelho que simbolizado o Deus-Sol (Amun) e é tambem o simbolo da sorte.
Quando resolvemos ir embora o sol estava pino (MUITO calor) e o templo estava semi vazio (os onibus chegam cedo e vao embora rapido), entao tivemos um tempinho que algumas partes do templo eram praticamente todas nossas!
E é impossivel nao entrar num lugar desse e nao começar questionar tudo nessa vida… quem foram eles? como construiram essas mega estruturas ha 3 mil anos atras? Oque isso tudo significa?
Entao compramos mais um livro, na esperança de saber tudo (?!) sobre o Egito antigo (e a voltande de voltar pra casa e assistir Indiana Jones, A Mumia, Cleopatra, etc?! Hahahahah).