28 Apr 2011
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Annapurna – Treinamento

Annapurna, Dicas de Viagens, Nepal

Nos meses que antecederam a viagem ao Kilimanjaro, uma das minhas principais preocupações era meu preparo fisico.

Não que eu fosse um saco de batatas, mas sei lá né? Nunca tinha feito nada naquele nivel, nunca tinha estado em altitude elevada, e tudo que eu lia a respeito era que seria a coisa mais dificil de se fazer na vida.

E realmente foi! Conseguir chegar em Uhuru Peak foi o maior desafio da minha vida, e acho dificil qualquer outra coisa conseguir se comparar. Mas no geral, a viagem foi bem tranquila fisicamente.

Logico que fiquei exausta todos os dias, afinal passar de 6 a 9 horas subindo ladeira todos os dias não é exatamente facil, mas eu imaginava que seria muuuuuito pior doque foi!

Na minha cabeça eu passaria os dias em sofrimento, com caibras fatais, falta de ar e enjoos de me virar do avesso. Mas nada disso aconteceu. Não sofri nenhum efeito com a altitude, não sofri com grandes dores (tudo doía, mas não o suficiente pra me impedir de seguir em frente) e o mais importante, consegui respirar bem, mesmo a 5.895 metros de altitude!

Então quando comecei a planejar como seria meu treinamento pro Nepal, pelo menos eu já sabia mais ou menos oque esperar.

Mas tive alguns problemas. Primeiro que tive muito menos disciplina, posi sabia que sobreviveria sem grandes dificuldades.

Mas o grande problema mesmo foi que na descida do Kilimanjaro eu machuquei meus joelhos, e apssei os ultimos meses fasendo fisioterapia e exercicios de fortalecimento muscular.

Por sorte a lesão não foi tão grave a ponto de me impedir de escalar mais nada, mas me impediu de fazer o exercico que mais gosto, que é correr.

Então toda aquela rotina pre-Kili de acordar 6 da manha pra correr na beira do Tamisa foi por agua abaixo, e o maximo que fiz foi tentar encaixar a academia na hora do almoço umas 3 vezes por semana (isso quando eu estava no escritorio, né, porque nos ultimos meses viajei bastante a trabalho).

Meu foco continuou sendo as subidas/ladeiras, então subia na esteira com meu iPod e ficava andando rapido com inclinação alta na esteira até a hora de voltar pro meu escritorio.

E claro, muitos exercicios de fisioteriapia e alongamento.

Se isso tudo vai ser suficiente eu não sei, mas acho que só a diferença de altitude (o ponto maximo que chegaremos no Annapurna é de 3.500 metros de altitude, um pouco mais que a metade da dificuldade do Kili) já vai ajudar bastante e exigir menos de mus musculos e pulmão.

Mas só vou poder confirmar isso na volta!

Adriana Miller
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25 Apr 2011
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Annapurna: Lista de equipamentos (e oque levar na viagem)

Annapurna, Dicas de Viagens, Nepal

Toda preparacao pra esse viagem tem um gostinho de nostalgia, pois agora ja me sintomais “experiente” do que era antes do Kilimanjaro (impossivel nao ficar comparando os dois o tempo todo!).

Sem falar que dessa vez, eu ja sei oque esperar, oque vou realmente usar ou nao, oque eh frescura e o que eh essencial. E ainda bem! Porque os trekkings no Nepal (pelo menos do jeito que estamos fazendo) eh bem mais independente, e nao recebemos tantas informacoes sobre o clima, oque usar etc, como foi na Tanzania.

Mas por outro lado, teoricamente voce nem precisa levar nada pra escalar no Nepal. Aparentemente Kathamandu eh lotada de lojas de aluguel de equipamento – ja li alguns comentario sque basta chegar la com sua escova de dentes e botas e pronto! Todos o resto por der alugado por la a preco de banana!

Esse nao eh nosso caso ja que ja tinhamos tuod que precisavamos pra viagem (eu tive que comprar mais alguma coisas ja que levei varias coisas emprestasdas na viagem do Kili).

Mas recaptulando, TUDO que estou levando para esses 17 dias de viagem (incluindo os 10 dias na montanha) sao:

Roupas tecnicas:

Jaqueta corta vento a prova d’agua (também conhecida como “shell” pois é oque vai por cima de tudo)

Jaqueta termica de pena de ganso

– Jaqueta mais leve, de fleece (que siva como a camada intermediaria)

Camisetas (de maga curta e longa) feitas de material esportivo, que repele agua e suor (evitando que o suor fique em contato com a pele)

Calça a prova d’agua e corta vento (que tambem vai por cima de tudo)

Calça para caminhada (cargo)

Calça de fleece ou de lã

– Lingerie/roupa de baixo para esporte (com material anti umidade e suor)

Para proteger a cabeça:

– Chapeu de abas e/ou bone (boa parte da escalada será acima das nuvens, então o sol será constante e impiedoso)

– Gorro que cubra as orelhas

Gola “role” de fleece (para proteger e esquentar o pescoço)

Lanterna de cabeça (alguns dias começamos a caminhada antes do sol nascer – e pra achar o “banheiro” no meio da noite!)

Mãos:

Luva fina (de dedos) de fleece ou lã Merino de grado medio

Pés:

Botas de caminhada, a prova d’agua

Meias de lã de espessuras diferentes (media e grossa)

– Meia de seda pra usar por baixo da meia de lã (pro proteger a pele da textura grossa das meias de lã)

– Chinelo / sapatos extras pra descansar os pés depois da caminhada

Acessorios:

– Mochilona (que será a bagagem)

– Mochila menor pra carregar suas coisas durante o dia (agua, barra de cereais, casaco extra, camera fotografica, etc) de cerca de 30 a 40 litros

– Pochete: Nao sei se sobreviveria sem ela! Foi muito bom ter tudo que precisava sempre a mao, sem ter que ficar tirando e recolocando a mochila 500 vezes ao longo do dia na chuva.

– Oculos de sol

Garrafa de agua de metal (as de plastico acumulam bacterias e deixam a agua com mal gosto)

Toalha de viagem (daquelas fininhas que secam mega rapido)

Lençol para o saco de dormir (já que o nosso será alugado)

– Sacos platico Zip pra separar as roupas e proteger de sugeira/chuva/roupa suja

As coisas que eu retirei da minha lista pois sei que nao vou usar ou precisar foram:

– “Bengala” de caminhada – Nao consegui pegar o jeito da coisa… achei que ter que cordenar os passos, com a respiracao, mochila, camera e afins e ainda ter que segurar duas bengalas, tava atrapalhando meu style

Camel back (compartimento de agua – 1 ou 2 litros – que vai atras da mochila com o estoque de agua do dia) – Achei de deu um gosto horrivel de plastico na agua, e nao consegui me adaptar a beber por aquele canudinho.

Gaiters (uma proteção que vai por cima da bota e da calça, pra evitar que agua/neve entre na bota) – foi super util no Kilimanjaro, mas nao vamos ter que caminhar em terreno solto nem em nevel alta, entao dessa vez os Gaiters sao dispensaveis.

Luva tipo Mitts para neve (daquelas que não tem dedo e sao acolchoadas) – achei mais util ficar com as maos nos bolsos e colocar os “hand warmers” dentro das luvas doque ficar andando e tentando segurar minhas coisas, tirar fotos, abrir a carrafa de agua e etc usando essas luvonas enormes!

Balaclava (aquele gorro que cobre parte do rosto) – Um bom gorro de la ou fleece que cubra bem a cabeca e as orelhas eh mais que suficiente. Acho que a Balaclava talvez seja mais util pra homens, mas pra mulheres de cabelo comprido, soh atrapalha (e deixa uns nos fabulosos na parte de tras da cabeca!)

E pra completar, alem disso tudo ainda estou levando algumas outras mudas de roupa pra usar nos dias que estaremos na India e no Sri Lanka.

A principal diferenca vai ser a temperatura – a previsao media para esse fim de semana em Delhi e Jaipur eh de 40 graus, e o Sri Lanka vai estar um pouco mais fresquinho, uns 35 graus, mas com chuva forte todas as tardes (pegamos o comecinha da temporada de moncoes)

Por causa das diferencas culturais e religiosas desses paises, foi facil escolher oque vestir: saias e vestidos longos, com camisetas/blusas que cubram os ombros.

Reparem que nao to levando nenhuma calca jeans! Totalmente inutil e dispensavel numa viagem dessas.

Entao estarei bem coberta, mas um pouco fresquinha pelo menos…

E pra completar o pacote, nao posso esquecer, CLARO da parafernalia nerd, incluindo minhas duas cameras fotograficas, meu laptop, o Kindle (com 4 novos livros!), o Pebble, o mini tripe, baterias extras para as cameras (eu tenho 3 baterias pra camera grandona, e 2 para a pequena), e todos os cabos do laptop, carregador das cameras, etc.

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Adriana Miller
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21 Apr 2011
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Trekking nos Himalaias – Por onde começar?

Annapurna, Dicas de Viagens, Nepal

O Aaron tinha o sonho de escalar os Himalaias. Com os anos passando, a idade avançando e o fisico de atleta de outrora ficando pra tras, ele desistiu de tentar de fato escalar qualquer coisa entre a cadeia de montanhas mais altas do mundo. Mas ainda assim, sempre manteve a região na sua bucket list.

Mas mesmo que voce não tenha 6 meses a sua disposição e um preparo fisico de tri-atleta, oque não faltam são opções de roteiros e circuitos pelos Himalaias (Indiano, Nepales, Butão e Tibet) – e ai começa a duvida…

São literalmente centenas de opções, então qual escolher??

Quando finalmente decidimos fazer essa viagem, marcamos passagem e afins, então começamos a quebrar a cabeça pra decidir e pesquisar onde ir e oque fazer exatamente.

Imediatamente desconsideramos os roteiros desconhecidos, areas de conflito politico (Tibet) ou que dificultariam demais nossa vida e nossos custos (como é o caso do Butão! Chegamos a considerar ir pra lá mais o pais tem um dos turismos menos acessiveis do mundo – e de proposito!). Então a decisão foi tomada e iriamos pro Nepal!

Pesquisas on line ajudam, mas precisávamos de uma ajuda mais “profissional” então consultamos guias especializados, como por exemplo o “Trekking in the Nepal Himalaya” do Lonely Planet, e começamos o processo de escolha por eliminação. Escolher nossa trilha no Kilimanjaro foi facil, afinal sao apenas 6 opcoes, mas no Nepla sao literalmente centenas!!!

As duas regiões mais populares são a região ao redor do Everest e da montanha Annapurna. Pra minha surpresa, o Aaron descartou qualquer coisa na região do Everest (eu jurava que todo alpinista que se preze tem loucura pelo Everest, não?!), pois achava que era comercial e “batido” demais. Então tomamos a decisão de ir pra região do Annapurna e ver quais opções teriamos por lá.

Primeiro passo era determinar nosso tempo disponivel: Queriamos uma viagem relativamente rapida (de 2 semanas a 20 dias incluindo tudo), e eu principalmente não queria ficar quase um mes inteiro sem poder tomar banho nem usar um banheiro decente, então de cara sabiamos que não seria possivel fazer nenhum circuito completo.

O Circuito do Annapurna completo demora no minimo entre 20 e 30 dias (sem escalada do pico propriamente dito, que precisa de meses de tentativa e erro. Esse periodo todo é só pra chegar no acampamento base!), e o circuito do Everest demora entre 15 e 20 dias (pois é mais turistico, e portanto melhor infra estrutura pra ajudar na adaptação – e também é apenas pra chegar no acampamento base, sem escalar pico nenhum), então sabiamos que não ia dar pra fazer nenhum dos dois circuitos completos.

Mas como o Nepal tem uma estrutura de trekking bem desenvolvida, com trilhas bem marcadas e infra estrutura turistica, também existem inumeras opções de semi-circuitos pra fazer na região, e mini trekkings entre vilarejos, que podem variar entre uma simples caminhada entre duas cidades em algumas horas durante o dia, ou semi-circuitos mais completos, entre 6 e 15 dias.

Um coisa que eu fui prestando muita atenção nas pesquisas sobre as diferentes opções de semi-circuitos era a classificação da “paisagem” – e entao bati o martelo na opção classificada como “cenario excelente”, que nos proporcionaria as melhores vistas.

Então vamos fazer o semi-circuito Ghorepani-Poon Hill, que é uma das opções começando o circuito no lado esquerdo do Annapurna, e que é a area que tem as melhores vistas do Annapurna e do Machapuchare (eu só penso “naquilo” – as fotos!).

No total serão 8 dias na montanha (10 no total, pois temos que chegar de Kathmandu a Pokara – 1 dia na ida e um dia na volta) e escolhemos o metodo de “tea house”, que aparenta ser um pouquinho (bem pouquinho mesmo!) mais confortavel que acampar. Alem disso,  acampamento é fortemente desincorajado nos Himalaias por causa dos residuos de lixo e impactos no meio ambiente.

As “Tea Houses” são huts ou chalés comunitarios que são criados, organizados e gerenciados pelo população local de um determinado vilarejo, e que representam a principal fonte de renda daquele lugar. Então além de ser mais ecologicamente correto que acampar, também ajuda a economia local, pois eles fornecem hospedagem e alimentaçnao durante todo circuito.

Eu não sei muito bem oque esperar dessa experiencia. Por um lado sei que vai ser muito mais facil que o Kilimanjaro, mas por outro lado teremos outros tipos de dificuldades, pois será uma viagem menos “paparicada” (eu sei que é dificil de acreditar que fomos paparicados no Kili depois de ler posts como esse, mas realmente fomos muito bem tratados o tempo todo!), e apesar de termos contratado um guia e um carregador para nos acompanhar, vamos estar relativamente independente, sem fazer parte de um grupo e sem ter uma agencia que vai cuidar de todos os minimos detalhes e “tomar conta” de nós dois.

Sem duvida alguma vai ser uma experiencia unica e mal posso acreditar que o dia esta chegando!!

Adriana Miller
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