Pamplona…
Por onde começar…
A primeira impressão é: os espanhóis realmente sabem fazer festa! Uma festa espanhola, para espanhóis, com muitos espanhóis se divertindo.
Foi a primeira coisa que notei; Na Itália todas as festas “populares” não passam de meros teatros e encenações p/ atrair turistas japoneses; Algumas cidades chegam a encenar seus atos “medievais” em inglês, porque sabem que não tem italianos ali, só turistas, e é esse o objetivo principal da teatrada.
Já aqui o negocio é diferente. Acho que é por isso que as fiestas espanholas são legendárias no mundo todo; Se os espanhóis se divertem tanto, todo mundo tb quer participar.
Comparações numero 1:
– Para mim as festas italianas são como o carnaval do Rio: Para inglês ver. Carioca de verdade detesta aquilo lá.
– A festa de San Fermin em Pamplona (não posso generalizar ainda, pq não conheço nenhuma outra) são como o carnaval em Salvador. Do povo e para o povo.
E é serio!
Comparações numero 2:
– Carnaval em Salvador tem Abada. Pamplona tem “uniforme”; Todo mundo se veste igual, é muito engraçado! Camisa e calça branca, com um lenço vermelho no pescoço e um cinto vermelho. Todo mundo mesmo! De bebezinhos de colo, crianças, adultos e velhos, bem velhinhos…
– É uma festa de rua. As pessoas ficam zanzando pelas ruas 24 horas por dia, bebendo, cantando, dançando se divertindo. Simplesmente contagiante.
– O primeiro e único objetivo de todos que estão lá, é se divertir. Correr com os touros é só pano de fundo.
Mas em que consiste essa festinha afinal, certo?!
Resumidamente é o seguinte. Durante as festividades de San Fermin, que como não podia deixar de ser, envolve touradas e matança de animaizinhos inocentes, mas o ponto alto da festa é que diferentemente de outras touradas, os touros estão nas ruas!! Isso mesmo! O trajeto entre o curral e a “Plaza de Toros” é feito no meio da cidade, com milhares de pessoas correndo envolta.
A cidade é um ovo. Em cinco minutos daria p/ ver tudo que tem lá, se tivesse alguma coisa p/ ver. Ou seja, não tem Hotel, albergue, nada. A galera vai p/ la e dorme no parque. Faz parte da festa. A maioria das pessoas (eu por exemplo) nem se preocupa em reservar hotel, o parque faz parte da experiência, e para falar a verdade ninguém vai p/ lá p/ dormir!!
Eu fui p/ lá com o Thomas e o Greg, que eu conheci respectivamente na Grécia e em Castelraimondo (estudamos juntos) e ambos continuam viajando pela Europa, e mochileiro que se preze não perde Pamplona nem por nada no mundo!!
Chegamos. Deixamos as mochilas na estação, fomos p/ a cidade e surpresa! Não estamos vestidos de San Fermin!!! Compramos nossa fantasia, compramos alguns litros de sangria e fomos p/ a praça, vendo o mundo passar, e com a esperança de que a sangria ia ajudar a esquentar um pouco (estava um frio do caramba!!!).
Quando a noite cai (aqui só escurece as 10:00 da noite), as ruas, que já estavam cheias, ficam lotadas. Os bares são um do lado do outro, todos lotados e basicamente é isso que tem p/ fazer: pular de bar em bar, boate em boate esperando o dia clarear, pois a corrida dos touros é só as 8 da manhã.
Como ninguém é de ferro, depois de vários litros de sangria, acabamos nos convencendo que seria necessário algumas horas de sono. Onde fica o parque mais próximo? Pior noite de “sono” da minha vida!!! Mas tudo bem, faz parte da festa. 8 horas, hora de voltar p/ as ruas do centro e achar um lugar com uma boa vista da corrida.
8 em ponto os auto falantes anunciam a liberação dos touros; salve-se quem puder!! É engraçado ver a reação de medo das pessoas!! Mas o trajeto total dura apenas 3 minutos…
Ok! 24 horas p/ a próxima corrida… E assim por diante…