29 Jun 2016
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Lago de Como – Roteiro de fim de semana (e algumas dicas práticas!)

Italia, Lago Como, Viagens pela Italia

Umas semanas atrás eu e mais 3 amigas fomos passar um fim de semana prolongado no norte da Itália, na região do Lago de Como para uma despedida de solteira.

Foi um fim de semana bem mulherzinha, só de amigas, com boa comida, bebida e muitas, muitas gargalhadas!

O Lago de Como é um dos 3 “grandes lagos” Italianos: Lago Maggiore, Lago di Como e Lago di Lugano, e o Lago de Como se tornou o mais famoso, graças às suas Villas maravilhosas, que servem como pano de fundo de incontáveis filmes, hotéis de luxo e mansões de celebridades.

Mas claro, nada disso á atoa, e a beleza do lugar é sensacional! Dezenas de vilarejos centenários, debruçados sobre as águas verdes do lago, e entre as montanhas que sobem para os Alpes. Cenário de filme. Mesmo.

A intenção não era, de jeito nenhum, bater ponto nem tickar da lista todas as cidades do lago (são muitas, e quase todas “valem a pena”!), e sim curtir, comer, conversar e relaxar. Claro que com muitos passeios entre um relaxamento, pratos de pasta e garrafa de prosecco, e outro, mas sem pressa nem pressão.

Então depois de um pouco de pesquisa, recomendações de amigos e locais, definimos nossas “top” cidades, e espalhamos os passeios entre elas ao longo dos 3 dias que passamos por lá.

 

Bellagio

Uma das principais e mais icônicas da região, que inspira arquiteturas ao redor do mundo (vide o hotel em Las Vegas!) e considerada uma das mais bonitas e pitorescas, a perfeita cidadezinha fofa Italiana.

A cidade tem uma posição privilegiada na geografia do lago, que é o maior entre os 3, e que tem um formato em “Y” – Bellagio fica na ponta do meio do “Y” e por isso é a mais bem localizada em relação às suas vizinhas, tendo abundância de links de transportes, hotéis e restaurantes.

Estando em Bellagio, ou ali perto (de preferência no mesmo lado “em terra” de Bellagio), já é meio caminho andado pra facilitar sua vida por lá!

Nosso hotel ficava bem ali do lado, cerca de 10 minutos de carro, e foi simplesmente perfeito (mais detalhes em breve!), pois evitamos os preços altos nos hotéis velhos de Ballagio, mas pudemos ir até a cidade várias vezes para jantar, passear, fazer compras, e principalmente, pegar os ferries e barcos que vão até as cidades vizinhas do lago.

Falar que Bellagio é fofíssima é redundante… Cada esquina parece ter sido pintada a mão (ou com filtros do Instagram em mente!), e apesar de ser a principal do lago, está longe de ser grandona!

Fácil, fácil de ser explorada a pé em algumas horas, mesmo com toda calma do mundo…

Na nossa primeira noite por lá, a concierge do nosso hotel recomendou o restaurante do Hotel Suisse para nosso jantar, e foi sem dúvidas a melhor refeição da viagem! (se não da vida!). O hotel não é lá essas coisas, mas a localização é imbatível (bem na pracinha central de Bellagio e de frente pro Lago), com o restaurante na varanda superior. Foi daquelas dicas certeiríssimas de local, que nunca saberíamos através de livros e guias…

 

 

Tremezzo

Tremezzo foi uma de nossas opções iniciais para hospedagem (e o hotel que desencadeou nossa vontade de visitar a região!), mas acabamos desistindo em prol de uma localização melhor e um hotel mais moderno

Mas claro que não podia ficar de fora da nossa hit-list!

A Villa Carlotta é o cartão postal de Tremezzo, e mesmo de longe, vindo de barco desde Bellagio, já dá pra entender porque!

A mansão do século 17 se debruça sobre o Lago, se destacando com suas escadarias e cor branca – mas é ao entrarmos em seus jardins que o encanto realmente começa… E isso que nós estivemos lá num momento de dia nublado e um pouco de chuva!

Os jardins da Villa Carlotta tomam conta da paisagem de Tremezzo e tivemos que literalmente marcar no relógio um horário pra sair de lá… se não íamos acabar o dia todo perambulando entre suas flores e estatuas!

E claro, estando em Tremezzo, não pudemos deixar de incluir no nosso roteiro um almoço no Grand Hotel Tremezzo, exatamente ao lado da Villa Carlotta.

O serviço e imponência do hotel corresponderam a todas as nossas expectativas, e o almoço de pasta trufada com a vista do Lago e a piscina flutuante do hotel só nos deixaram ainda mais encantadas com a cidade!

 

Lenno

Bem ao lado de Tremezzo está Lenno, outra mini cidadezinha-fofa-saída-de-livro, como quase todas ao redor do Lago de Como!

Confesso que inicialmente não estava nos nossos planos, até que nos foi recomendada pelo concierge do nosso hotel e também pelo nosso motorista!

Lenno é uma gracinha, mas sua principal atração mesmo é a Villa del Balbienello, outra mansão milionária, situada nas beiras do lago e com um jardim impressionante!

Mas a Villa Del Balbienello é tão incrível que volta e meia serve como cenário para filmes famosos; Recentemente sedeou a cena final do filme “Casino Royale” do James Bond, e também foi cenário para a cena do casamento de Anakin Skywalker, em “O Ataque dos Clones” da série Star Wars!

Nós perdemos a balsa que ia de Tremezzo até Lenno e acabamos pegando um táxi – o motorista no deixou em frente a sorveteria “La Fabbrica del Gelato”, prometendo ser a melhor do mundo!

Até brincamos que deveria ser de algum parente seu, mas olha, outra dica certíssima de local, porque realmente um dos melhores gelatos da vida! Até voltamos mais cedo da Villa del Balbienello só pra dar tempo de passar la de novo e tomar mais um gelato antes de pegar a balsa!

 

Varenna

A vizinha de frente de Bellaggio não fica atrás de nenhuma das outras cidades mais conhecidas da região.

Varenna tem uma vibe bem mais de “pescadores” do que Bellagio e Tremezzo por exemplo, com uma “orla” com bares, restaurantes e gelaterias que se espalham numa “orla” na beira do lago por toda extensão da cidade.

Varenna também tem as ruínas de um castelo do século 12 (o Castello di Vezio), lá no topo da montanha, mas que demanda praticamente uma visita só para isso…

Então nós preferimos usar nosso tempo na incrível Villa Monastero – uma construção menos imponente que a Villa Carlotta, mas em compensação, com um jardim que beira as margens do Lago, com uma vista sem igual!

 

Menaggio

Por fim, Menaggio era a última cidade na nossa lista, mas que acabamos não tendo tempo de visitar por causa dos horários dos ferries, versus, nossa vontade de conseguir curtir o máximo possível do fim de semana!

Mas fica a dica pra quem estiver programando uma viagem por lá para tentar incluir no roteiro também!

 

Dicas Práticas para visitar o lago de Como:

  • Quanto tempo ficar?

Nós passamos 3 dias inteiros por lá, e confesso que mal conseguimos ver tudo que queríamos (que já não era uma lista muito ambiciosa…)… O que o lago tem de lindíssimo, também tem de difícil de ser explorado, e se a visita for nos meses de baixa temporada (outono e inverno  – de Setembro a Maio) a tendência é piorar.

O lago é enorme, então carro só é viável se você só pretender visitar cidades que fiquem no mesmo “lado” do lago.

De resto, é impossível não depender dos barcos e ferries pra tudo, o que significa que é bem difícil conseguir visitar mais de uma cidade por dia (os horários dos ferries são péssimos e bem limitados).

Acho que o ideal seriam 5 dias, basicamente 1 dia para cada cidade “top 5” da região central, e ainda conseguir curtir um certo “dolce fa niente” Italiano com um gelatto ou um prosecco na mão!

 

  • Como se locomover e explorar as cidades?

Bem, aproveitando a deixa acima, barcos e balsas são as principais opções. Você pode contratar barcos particulares ou taxi-boats (por algumas centenas de Euros por dia – de repente vale a pena para grupos maiores) o que permite mais flexibilidade de horários, mas acaba custando bem mais.

Além disso, nem todas as cidades tem serviço de ferry, demandando que você pegue um ônibus (que geralmente passam 1 vez por hora, sem horário muito certo pra passar) ou taxi até a cidade-porto mais próxima (daí a importância da escolha do hotel) para só então conseguir pegar um ferry.

Mas claro que não é impossível, e eles até que tem uma bom esquema de ferry turistico, chamado de “Navetta Centro lago”, que é um barco que circula por todas as cidades principais ao longo do dia.

O barco vai e vem, as vezes pula um ou dois portos, e só para nas cidades principais. Ou então vai parando em todas, e demora bem mais que a viagem de ida, por exemplo…. Usamos o serviço por 3 dias e ainda assim não consegui entender a lógica do roteiro…

E isso porque estávamos na alta temporada, no meio do verão e quando o turismo (e os barcos) estão a todo vapor! (não pesquisei muito, mas os relatos que ouvi sobre o serviço durante o inverno é que é bem pior…).

Mas o serviço é barato (apenas 15€ Euros por pessoa para usar o barco no estilo hop-on-ho-off o dia inteiro, quanta vezes quiser/conseguir), e com planejamento, dá pra usar numa boa.

Mas todos os dias tínhamos que fazer o dever de casa e marca bem os horários de saída e chegada de todos os ferries das cidades que queríamos visitar pra onde tínhamos que voltar no fim do dia antes do último ferry (se você perder o último ferry e estiver do lado errado no lago, já era… serão possivelmente algumas horas de estrada e algumas centenas de Euros em taxi até chegar no hotel…).

Por isso que apesar de querermos visitar Menaggio durante os 3 dias que passamos por lá, simplesmente não conseguimos encaixar os horários de ferry no nosso roteiro, e as idas e voltas nunca batiam

Nosso hotel ficava em Lenezzo, a cidade vizinha de Bellagio, o que foi ótimo e muito conveniente! Mas, acabamos dependendo de táxi pra tudo, pois não dava pra confiar nos serviço de ônibus. Foi fácil e tranquilo, mas cada corridinha de 10 minutos nos custava a bagatela de 25€ Euros, o que ao longo do dia, acaba saindo bem caro (e isso porque estávamos em 4 amigas sempre dividindo os táxis… se fosse sempre apenas um casal arcando com o custo, ia ficar bem pesado). Se tivéssemos ficado numa cidade ainda mais afastada, o preço do Táxi com certeza teria aumentado proporcionalmente….

 

  • Como chegar até o lago de Como?

O Aeroporto mais próximo é o de Milão Malpensa, que fica a cerca de 1 hora e meia de carro de Bellagio. Nós contratamos o serviço do transfer Service Vill, pois não queríamos ter que ficar pegando transporte publico pingadinho (ônibus ou taxi do aeroporto até a estação central de Milão, trem até Como, depois outro tem até Bellagio, depois ainda um ferry ou taxi até nosso hotel… que poderia dar mais 4 horas!), nem dirigir nas estradas loucas Italianas.

A estrada de curvas não é para estômagos fracos…. (ou seriam os motoristas Italianos?!), mas nosso carro foi bem confortável e nosso motorista Simone, super simpático (e foram super flexíveis com a nossa volta, que deu uma mega confusão com o voo de retorno, e acabamos mudando nosso horário umas 3 vezes, e eles foram super receptivos!).

 

 

 

Adriana Miller
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Adriana Miller
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27 Jun 2016
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Ilhas Faroe: Ilha Bordoy e Klaksvík, a capital do norte

Dicas de Viagens, Europa, Ilhas Faroe

Klaksvík, a capital do norte das Ilhas Faroe foi nossa última fronteira no país, e ponto mais distante para onde dirigimos durante nossa estadia.

A cidade é a segunda maior e mais populosa do país, mas é incrível pensar que ate 2006, quando o túnel sub-oceânico que conecta a Ilha Bordoy ao resto do arquipélago foi construído, a cidade (e o resto da ilha) viviam totalmente isolados do resto do pais, apenas acessível por barcos e ferries (que não funcionam com regularidade por boa parte do ano!).

Então pra falar a verdade, um dos principais motivos de sequer termos incluído Klaksvík em nosso roteiro, era para justamente dirigir pelos quase 7 quilômetros do Norðoyatunnilin (que literalmente significa “túnel das ilhas do norte”)!

Mas logo nos demos conta que a cidade valia a pena ser visitada, com seu imponente cais do porto (bem maior que Torshavn, pois eles são muito mais dependentes do mar), em sua dramática baía, com a montanha Enniberg (que na verdade é situada na ponta sul da ilha Kunoy, e que protege perfeitamente a entrada de sua baía), formava uma paisagem imperdível.

A cidade nos surpreendeu por ser tão “cosmopolita” – logo na entrada encontramos um ponto de informações turísticas, uma abundância de restaurantes e cafés hipsters e fofos e uma comida muito boa!

Também levamos um susto com o frio! Incrível como numa latitude tão alta (quase no círculo polar ártico), apenas alguns quilômetros mais ao norte podem fazer tanta diferença na temperatura e na luminosidade do dia (achamos Klaksvík tão mais “escura” do que Torshavn, por exemplo.

O tempo todo tínhamos a impressão de que estava de óculos escuros por engano! mas não! Como fomos no final de Agosto, já pegamos o finalzinho da temporada de “luz” do país, antes que eles entrassem no período de escuridão total do inverno!

A distância entre Torshavn e Klaksvík foi de mais ou menos 2 horas de estrada, parando de vez em quando para uma foto ou outra… E acabamos passando o dia quase todo por lá, brincando e passeando pelo porto, sem rumo nem compromissos… Foi uma cidade simplesmente…. gostosa, sabe?

A cidade fica bem na saída/entrada do túnel, então acabamos nao dirigindo nem explorando o resto da ilha, mas Klaksvik já foi o suficiente!

 

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Adriana Miller
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25 Jun 2016
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Ilhas Faroe: Ilha Eysturoy

Dicas de Viagens, Europa, Ilhas Faroe

Junto com a Ilha Vágar, a Eysturoy foi uma das mais fotogênicas e idílicas que visitamos nas Ilhas Faroe!

A ilha é grande, e cheia de fjords, recortes e penínsulas, então não chegamos nem perto de ver tudo, mas do pouco que vimos não decepcionou!

– Saksun:

Um adendo: na verdade Saksun fica na ilha vizinha, Streymoy, mas como fica bem ao norte, já no caminho e na estrada para Eysturoy, aproveitamos pra fazer tudo no mesmo dia!

Saksun é um desses lugares que parece ter sido montado artificialmente: um punhado de casinhas no alto do fjord, cercadas de cachoeiras por todos os lados. Uma igrejinha branca com telhado de grama de frente para a entrada da baía, que por sua vez, devido a um banco de areia, passa boa parte do ano como se fosse uma lagoa, tranquila e pacata.

E pasmem! Pela primeira vez em vários dias, não fomos os únicos turistas/humanos da área!

As Ilhas Faroe são tão remotas e inexploradas, que nos acostumamos a ter todas as paisagens só pra gente, e de repente ter que dividir o espaço com mais 2 ou 3 pessoas e suas câmeras fotográficas, foi quase uma afronta!

Nós chegamos lá bem na hora que estava acabando a missa na Igrejinha, então vimos a comoção e burburinho entre os locais da congregação, e minutos depois todos se dissiparam e o lugar voltou a ser só nosso!

Até as ovelhas e cavalos nas estradas se espantavam em vernos por lá, e tinham mais curiosidade do que a gente!

 

– Funningur:

Logo depois de Saksun, fomos em direção a Funningur, que apesarde não termos parado na cidade, tem um trecho de estrada impressionante, com curvas e mais curvas que sobrem as paredes íngremes do fjord formando uma arte em S!

 

– Gjógv:

E esse foi o caminho pra chegar até Gjógv, na pontinha norte da Ilha Eysturoy, um dos pontos mais descampados do país, e onde o mar do Norte é ainda mais castigante.

Porém, por incrível que pareça, Gjógv tem um hotel e um restaurante, e portanto atrai uma quantia considerável de turistas, que preferem dividir sua estadia no país entre as diferentes ilhas. Mas ainda assim fomos recebidos com expressões de surpresa dos outros clientes e dos donos da pousada, que se espantaram quando pedimos um “menu” no restaurante.

Então nos serviram o prato da casa, e foi nossa principal (e mais autêntica) experiência com a comida típica Faroese!

Mas além de sua pousada, o que torna Gjógv único são as escadarias em seus fjords.

Como o mar é muito agitado e violento, a melhor maneira que os pescadores acharam de conseguir entrar no mar, é descer com seus barcos pelos fjords, onde a água fica protegida das ondas.

Então alguns fjords trilhos e escadarias específicas pata subir e descer os barcos até o mar, e embarcar e desembarcar pessoas e mercadorias!

Gjógv também tem um riacho que passeio bem no meio da cidade, e que forma algumas piscinas de água natural, bem ali, no centro da cidade. Então como o mar não é dos mais agradáveis nem amigos por alí, a cidade acabou virando um point de verão, com muita gente da região visitanto a cidade para poder curtir as piscinas nos dias de calor.

Nesses trechos de piscina, existem ate cadeirinhas e espreguiçadeiras de pedra/concreto construídas já dentro da água para as pessoas usarem no verão!

(e isso porque nós estávamos lá no auge do verão, em Agosto e pegamos médias de 10 graus todos os dias. Não sei que calor é esse que eles estão esperando!)

 

 

Adriana Miller
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