09 Jul 2015
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Restaurante Les caves de la Genevraie – as cavernas Trogloditas do Vale do Loire

Dicas de Viagens, França, Saumur, Vale do Loire

Tao bizarro escrever sobre os Trogloditas da Franca, pois em Portugues essa palavra tem uma conotacao tao estranha ne?

Afinal, qual a primeira coisa que te vem a cabeca quando se fala em Trogloditas?

Bem, sua conclusao provavelmente esta errada, pois os Trogloditas, pelos menos os da Franca do seculo 11 nada mais eram do que plebeus que habitavam essa regiao do vale do Rio Loire (sobretudo na regiao de Saumur), e como meio de sobrevivencia, habitavam em cavernas.

Nao se sabe exatamente porque ese costume comecou, mas tudo leva a crer que as caverna nas rochas do leito do rio Loire ofereiam opcoes seguras e baratas de moradia, para uma populacao que vivía permanentemente em estado de miseria e a merce do clima, guerras, fome e seus senhores feudais.

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A maioria das cavernas que sobraram dos Trogloditas Franceses estao na regiao de Saumur, onde nos ficamos hospedados no Loire, pois por ali as rochas esbranquicadas do leito do rio eran as mais procuradas para as construcoes dos castelos e palacios da regiao, entao a maioria da populacao trabalhava em minas  de extracao de rochas – entao a moradia nas caveras resultantes dessa extracao foi uma consequencia natural.

Alem disso, rapidinho eles descobriram que as cavernas de limestone, conjugado com a umidade natural do leito do rio eran as condicoes perfeitas para o amadurecimento de vinho branco e para o cultivo de cogumelos (champignon Frances) – eu nao tinha a menor ideia, mas Saumur eh responsavel pela producao de mais de 50% dos cogumelos consumidos na Franca!

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No comeco do seculo 20 a comuniade de trogloditas da regiao foi se dissolvendo aos pouco, e as cavernas abandonadas em prol de moradias mais convenientes e modernas – mas hoje em dia ainda existem uma infinidade de vilarejos e casas trogloditas que aos poucos estao sendo transformadas em hoteis e restaurantes, entao queríamos muito conhecer um por dentro!

E como estavamos ali perto, escolhemos o restaurante Les caves de la Genevraie a cerca de 20 minutos do nosso hotel, construido numa antiga vila Troglodita e que mantem a tradicao dos fornos a lenha e serve apenas a comida tradicional desse sub-cultura Francesa!

O prato principal eh o Fuee, um pao feito na hora e assado no forno a lenha da caverna, servido com recheios variados, feitos de cogumelos e carnes, e que formavam a dieta básica do dia a dia das familias trogloditas.

As cavernas sao absolutamente fascinantes, realmente um mundo subterráneo, e eh difícil imaginar que familias e comundades inteiras moravam ali, naquele emaranhado de corredores, com diferentes ambientes, escadas, cozinhas, areas de congregacao e tudo mais que uma comunidade precisa para co-habitar.

E o restaurante tira otimo proveito disso e re-cria uma experiencia super interesante e única!

As mesas sao espalhadas em diferentes ambientes das cavernas, somente iluminados por luz de velas (assim como era desde o seculo 11) e aquecidos por fornos a lenha e fogueiras.

A refeicao eh servico seguindo a tradicao Troglodita, e tendo como base o pao Fuee e as carnes, que eram os principais ingredientes disponiveis a populacao.

Eu pedi para conhecer o resto da caverna, e prontamente me deram um tour guiado ate a cozinha, e pude asistir o proceso de assar o pao Fuee direto na brasa (por isso eh tao gostoso!!) e pasar por outras areas e corredores.

Muito, muito interessante!

A experiencia valeu demais a pena, e foi tao diferente de tudo que fizemos na Franca e imaginamos que seja o “típico” do país!

A pesar de termos ido na baixa temporada, o restaurante estava bem cheio, entao acho que fazer reserva eh sempre recomendavel!

Les caves de la Genevraie 

13 rue du musée

49700 Louresse-Rochermenier

+33 2 41 59 34 22

P.S: Obrigada a organizacao “Pays de la Loire” pelo convite e sugestao de restaurante.

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08 Jul 2015
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Vale do Loire: Château de Chenonceau

Chenonceau, Dicas de Viagens, Vale do Loire

O castelo de Chenonceau eh um dos mais tradicionais de Vale do Loire, e alem de ser um dos mais bonitos, ele tambem tem uma das historias mais interesantes de todos os Châteaux.

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Entao eh impossivel procurar informacoes sobre a regiao sem dar de cara com fotos e mencoes sobre o Château de Chenonceau, sem falar nas listas dos top 10, top 5 e “imperdiveis” do Loire.

Mas quer saber? Todos estao certissimos!

O Châteaux eh o segundo palacio mais visitado na Franca e Europa, so perdendo para Versailles!

Pessoalmente o Castelo nao eh dos maiores, mas sua arquitetura única, com arcos que cruzam sobre as aguas do rio Cher (um dos afluentes do Loire) sao realmente impresionantes – e incrivelmente fotogénico!

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A historia do Castelo tambem nao deixa a desjear, sendo conhecido como o “Castelo das Damas” pois suas paredes assistiram uma sucessao de rainhas e amantes se revezando no comando da casa ao longo dos seculos, sempre usando o Castelo como pano de fundo para intrigas, assassinatos, vingancas e adulterios.

Se o seculo 14 tivesse novela Mexicana, as tramas teriam sido escritas aquí!

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A primeira “dama” de Chenonceau foi Diane de Poitiers, amante de Henrique II, que por sua vez, comprou, como solvencia de divida, da familia original que construiu as fundacoes do Castelo, os Marques.

Diane morou no Castelo durante muitas décadas, e diz a lenda que foie la quem realmente transformou o Castelo no Château que vemos hoje – jardins, flores, pontezinhas. Foie la quem transformou o antigo moinho, em um palacio.

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Porem assim que o rei Henrique II morreu, sua viuva enciumada, a Catherine de’ Medici, ordenou logo que a amante fosse desalojada, transformando Chenonceau em sua residencia oficial. Catherine entao passou mais algumas décadas reformando o palacio, apagando os tracos da amante de seu marido, e se fortalencendo socialmente como a mae do futuro rei da Franca, o Rei Francis II.

Apos de norte de Catherine, o Castelo foi doado a sua nora, a esposa do Rei Francis II, Louise de Lorraine-Vaudémont. Porem sua historia nao foi tao recheada de festas e traicoes quanto as duas “damas” anteriores – apos a perda de seu marido, Louise passou o resto de sua vida de luto perambulando pelos corredores do palacio.

Porem assim que Henrique IV subiu ao trono, ele deu o cstelo a sua amante, a Gabrielle d’Estrées – e a histora dela so complica, pois alem de amante do Rei, ela tambem tinha uma sobrinha de 6 anos que ja estava prometida em casamento ao futuro Duque de Vendome (que na época tinha 4 anos).

Enfim, digamos que o castelo faz jus ao seu apelido de “palacio das damas” e teve sua dose de drama ao longo dos seculos.

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Vale muito a pena fazer a visita guiada ou com audio-guide la dentro, e ajuda ainda mais se voce “estudar” um pouco os nomes dos personagens principais do Castelo ao longo da historia.

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Hoje em dia, e desde o seculo 19, a familia Menier (dos chocolates!) sao os donos do palacio, a pesar de nao morarem mais la, e terem doado os diretiros de visitacao ao governo Frances.

 

Château de Chenonceau

37150 Chenonceaux, France

 

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07 Jul 2015
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Vale do Loire: Abadia de Fontevraud

Abadia de Fontevraud, Dicas de Viagens, Saumur, Vale do Loire

A Abadia de Fontevraud foi um dos passeios que nao estava originalmente planejado na nossa viagem ao Vale do Loire – mas depois que nos foi sugerida pelo dono do hotel onde nos hospedamos, como sendo um atracao incrivel e bem pertinha de Saumur, decidimos esticar nosso passeio ate la numa tarde em que tinhamos um pouco de tempo de sobra (da vantagens de passar bastante tempo num lugar sem planejar mil coisa ao mesmo tempo! Vivendo e aprendendo!).

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A Abadia original foi contruida entre 1.110 e 1.119, com a intencao de abrigar uma nova ordem de monges e freiras, que cederam seu nome ao edificio: a Ordem de Fontevraud.

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A orden rápidamente ganhou adeptos do alto escalao Europeu, e muitos reis e rainhas buscavam conforto e refugio em seus corredores, e muitas criancas reais de toda Europa eran enviadas para Fontevraud para estudarem e receberem uma “educacao Francesa”, incluindo as 4 filhas do rei Frances, Louis 14.

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A arquitetura do complexo do monasterio eh impresionante, com tetos absurdamente altos, torres perfeitamente simetricas e corredores a perder de vista.

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Mas um dos principais atrativos esta dentro da nave da igreja principal: eh aqui que estao enterrados os corpos da Rainha Isabella de Angoulême, o Rei Henrique II e o rei Richard, Coracao de Leao.

Mas o que eu gostei mesmo foi da cozinha da Abadia – um conjunto de chamines e torres que abrigavam os muitos fogoes e fornos que alimentava as centenas de pessoas que um dia moraram ali.

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Por fora a construcao parece um orgao de uma catedral, um desenho lindo cheio de contrastes esculpidos na pedra – enquanto que la dentro fiquei imaginando e fantasiando a loucura que nao deveria ser o dia a dia naquele lugar.

Porem a Abadia teve seus días contatos durante a Revolucao Francesa no seculo 17, quando foi confiscada pelos revolucionarios e a orden de Fontevraud aniquilada.

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A maioria dos moveis, joias e reliquodas da igreja e aposentos foram destruidos e roubados (como eh muito comum em monumentos Franceses pre-Revolucao), nao sobrando quase nada de original para contar historia.

Mas para nao desperdicar o espaco e aestrutura, Napoleao transformou a Abadia em prisao, e a estrutura chegou a abrigar cerca de 2.000 prisioneiros de cada vez, incluindo homens, mulheres e criancas – toda e qualquer pessoa que se opusesse aos ideias da revolucao, e eh históricamente considerada a prisao mais cruel da historia da Franca.

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O que mais impressiona eh que somente na década de 60 a Abadia foi devolvida ao ministerio da cultura Frances, que encerrou as operacoes da prisao e comecou uma obra de restauracao e reconstrucao da Abadia, que so foi conlcuida e reaberta ao publico recentemente.

E ano pasado eles tambem inauguraram um novo hotel de luxo la dentro, reutilizando parte da antiga estrutura dos aposentos do monasterio, e trazendo ainda ais turistas par a regiao.

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O hotel conta com 54 quartos que usam materiais naturais e provenientes da regiao de Saumur apenas, alem de empregar somente mao de obra local – como uma maneira do governo e investidores de re-injetar a economía local e trazer mais desenvolvimento para a sociedade (que sofreu as penas da vizinhanca da prisao por tanto tempo).

No dia que fomos ate la, tinhamos planos de jantar no novo restaurante do hotel, que tinha aberto bem naquele mes em que estavamos na Franca, o que acabou nao dando certo, pois eles nao abrem as segundas feiras! Mas fica a dica, para quem estiver procurando por novas opcoes de hospedagem e restaurantes na area!

 

Fontevraud L’Abbaye Royale

90 Fontevraud-l’Abbaye, France

 

E Hotel: Fontevraud L’Hôtel

 

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