Nosso passeio a Petra, na Jordania comecou cedo, MUITO cedo, quando a agencia veio nos buscar as 4 da manha de sabado.
A viagem ideal do Egito para a Jordania, sairia de Dahab e Taba, no lado Leste da Penisula do Sinai, mas algumas agencias tambem fazem o percurso via Sharm El Sheikh, para turistas mais guerreiros (oi!).
Depois de umas 3 horas no micro-onibus, chegamos na cidade de Taba, que eh a “ultima” fronteira da costa do mar Vermelho do Egito – dali conseguiamos ver a olho nu as margens de Israel, Jordania e Arabia Sudita! A viagem de ferry demoraria apenas uns 40 minutos, mas como o mar estava muito movimentado (lembra que uns dias antes nosso ferry foi cancelado por causa das ondas e vento?), entao acabamos demorando mais de 1 hora e meia, muito chaqualhantes, numa lancha ateh que aterrisamos na cidade balnearia de Aqabah, a Jordania.
Antes mesmo de sair do barco, um policial Jordanio recolheu todos os passaportes, e conferiu um a um com a informacao que jah tinha sido fornecida pela policia Egipcia no dia anterior – todos os gastos e burocracias de registro e visto foram feitos/pagos pela agencia que contratamos e estavam incluidos no preco do passeio. (na verdade tivemos que atrasar nossa viagem por 1 dia, pois nao sabiamos desse esquema de registro com a policia Egipcia – como a area eh bastante sensivel, politicamente falando, ninguem pode cruzar a fronteira sem conhecimento previo da policia imigratoria Egipcia e Jordaniana).
De lah, foram mais 2 horas de onibus cruzando o deserto Wadi Rum em diracao a Petra.
Estima-se que Petra foi estabelecida no seculo 6a.c. como capital dos Nabateus, o povo nomade nativo da regiao, que depois de muitos milenios perambulando no deserto, acharam o vale de Petra, que ficavam estrategicamente posicionado no roteiro comercial que conectava o Oriente com o Mar Vermelho, porem protegido por Canyons e vales que permitiam que eles estivessem escondidos e protegidos dos inimigos.
A estrutura de aquedutos e cisternas criadas pelos Nabateus, permitiu que as enchentes (que criaram os canyons e fissuras nas rochas de Petra) fosse controlada, permitindo protecao e irrigacao para a cidade que foi contruida.
Tudo que se ve hoje em dia em Petra sao na verdade monumentos funerarios, uma vez que os Nabateus viviam em tendas moveis e casas de madeira, mas assim como os Egipcios, veneravam os mortos, e acreditavam na grandiosidade da vida a pos a morte.
Aos redor da cidade de Petra eh possivel visitar inumeros “templos” e tumbas – as dos ricos eram talhados na pedra, e eram verdadeiros palacios. Jah as dos pobres, eram apenas buracos na rocha.
Petra prosperou como uma das principais cidades do Oriente Medio por dezenas de seculos, ateh que foi invadida e parcialmente destruida pelos Romanos – e entao abandonada pela Nabateus, que voltaram a ser nomades pelo deserto.
A cidade ficou entao “perdida” e esquecida por mais algumas centenas de anos, ateh que em 1812 o explorador Suico Johan Ludwig, que passou meses disfarcado de Arabe, morando no deserto com os nabateus, em busca da cidade perdida (jah nao se fazem mais exploradores como antigamente, heim?) – a cidade, toda cor de rosa, por causa de suas formacoes rochosas, foi entao descrita como “quase tao antiga quanto o proprio tempo” (“Half as old as time itself”) e passou por decadas de escavacoes e reconstrucoes.
A cidade foi entao descoberta pelo Ocidente e o mundo dos passeios turisticos, quando fez uma aparicao no filme “Indiana Jones e a ultima Cruzada” em 1989. E a procura por turistas aumentou ainda mais depois que foi eleita uma das novas 7 maravilhas do mundo em 2007.
A cidade eh enorme, com cerca de 46km2 de extencao, totalmente recortada pelos “Siqs” (que sao os corredores naturais formados pela acao de agua e vento na rocha de Petra) e tem quase todas as suas paredes decoradas com tumbas e templos, mercados e mini-cidades, que sao totalmente livres para serem exploradas pelos turistas.
As principais atracoes sao a tumba “Tesouro”, que eh o cartao postal de Petra, super bem conservado (por estar protegido do vendo entre os Siqs) e logo a primeira imagem que se ve ao entrar na cidade (depois de cerca de 2km andando pelos corredores do Siq).
O segundo templo principal eh o “Monasterio”, que foi parcialmente reconstruido pelos Romanos e transformado num templo Cristao (dai o nome), mas por estar meio isolado da rota padrao, escapa ao roteiro de varios turistas (inclusive nos, que nao conseguimos achar a tempo!).
As “Tumbas Reais” sao um mini complexo de templos e tuneis, que estima-se que foram enterrados os membros da familia real.
O legal de andar meio sem rumo por Petra, e ver as tumbas que nao foram terminadas, e entender melhor os metodos de escavacao usados pelos Nabateus! As tumbas e estruturas eram construidas de cima pra baixo, e os blocos de pedra retirados da parede eram entao usados na construcao de aquedutos e cisternas, que por sua vez, permitiam a expansao da cidade pelo deserto.
Jah no final da rota “turistica” eh possivel tambem visitar a parte da cidade que foi construida pelos Romanos, como um anfiteatro que abrigava mais de 3 mil pessoas, com direito a cabines separadas “VIPs” para os Senadores e Imperador, palco e altar de sacrificos (!), alem da rua do mercado (Colonade street) cercada de colunas Romanas e com pavimento de paralelepipedos.
Passamos boa parte do dia em Petra, que infelizmente nao foi o suficiente para ver tudo – mas ao mesmo tempo, como muitos outros sitios arqueologicos, depois de um tempo, tudo parece meio igual… entao ateh mesmo os passeios de mais de 1 dia na Jordania, acabam dedicando apenas 1 dia a Petra, e os outros dias a outras partes do pais. Mas a cidade tambem pode ser facilmente explorada “independentemente”, e por quantos dias voce quiser!
No fim da viagem, ainda passamos mais umas horinhas na cidade balnearia de Aqabah, que eh cercada e hoteis e resorts de luxo, parques arborizados e mercados arabes.
Ficamos incrivelmente impressionados com a organizacao (levando-se em conta que era um mercado!), e principalmente pelo fato de que ninguem ficava enchendo o saco pra entrar nessa ou aquela loja, e – o melhor – as coisas tinham etiqueta de preco! Entao nao precisavamos ficar brigando o tempo todo por qualquer coisinha. Mas em compensacao, por ter uma economia bem mais desenvolvida que o Egito, os precos sao bem mais “Europeus”, e tudo eh bem mais caro que o Egito!
Voltamos ao nosso hotel exatas 22 horas depois de sair do Egito! A viagem foi meio louca, e muito, muito corrida. Mas valeu muito, muito apena!
Como disse em outros posts, fizemos nossa viagem com a empresa Sharm-Club, que eh uma agencia Egipcia que organiza passeios e excursoes na penisula do Sinai.
Esse passeio foi bem carinho (em comparacao com os gastos que tinhamos no Egito), e custou 180 Libras (Britanicas) por pessoa – porem incluiu TUDO: translado de Sharm ateh Taba, ferry do Egito pra Jordania, Visto da Jordania, onibus ateh Petra, taxas de entrada em Petra, guia em Ingles o tempo todo, almoco no Marriott de Petra, onibus de volta, ferry de volta e visto de entrada no Egito.
Entao, acreditem, essa viagem foi uma barbabada! Eu cheguei a pesquisar a possibilidade de uma viagem “independente” ateh lah, oque alem de ser impossivel de fazer em apenas um dia, ainda sairia praticamente pelo memso preco (sem contar a dor de cabeca de ter que fazer todos esses “pedcos” de viagem). E por ter sido organizado por uma agencia Egipcia ainda saiu praticamente metade do preco do mesmo passeio se tivesse sido contratado com uma agencia Inglesa!