Esse finde estava sozinha em casa (Aaron foi acampar com os amigos) e estava disposta a aproveitar a calmaria pra estudar bastante!

No entanto, contudo, porem, o dia sabado esta lindo de morrer, um solzao, um ventinho bom (frio BAGARAI, porem bom) e resolvi sair pra dar uma voltinha.

Sai de casa cedo, e tinha que ir no aeroporto emitir minha passagem pro Brasil (alguem sabe me explicar porque cargas d’agua a TAM ainda nao aderiu ao e-Ticket!?!?!?), e resolvi dar uma passadinha na Oxford Street.

Enquanto eu estava no metro, pensei com meus botoes: nossa, faz muito tempo que nao venho pra essas bandas nem saio pra fazer compras.

Pois bem, foi soh entrar na primeira loja, e me lembrei direitinho oque do meu sumisso na Hight street: ENLOUQUECI!

Nao sei se foi porque sexta foi pay day, ou se foi a mistura de liquidacao com colecao nova, ou se for a viagem ao Brasil se aproximando, soh sei que sai comprando ensadecidamente. Coisa que comigo soh acontece em ano bisexto (vai ser que eh isso… recebi meu salario no Leap Day, e degringolhou tudo…). Andei a Oxford Street quase interia, e fui nas minhas lojas High Street preferidas (leia-se: precos camaradas e estilo o menos possivel INGLES!): Zara, Mango, River Island, French Connection, e de quebra, Primark.

Quando nao conseguia mais carregar minhas coisas, e as lojas comecaram a encher (a cidade interia acordou pensando o mesmo que eu, mas eu madruguei), segui meu caminho pro Heathrow Airport.

Chegando lah, eram mais ou menos 13:30, e da-lhe a catar o bolcao da TAM. Quando finalmente acho, li a plaquinha que dizia: “Horario de atendimento 16horas”, em bom portugues.

Oh! oque fazer? Eu que nao ia me meter em mais 1 hora e meia de metro pra voltar pra casa, e depois voltar pra lah de novo (total 3 horas do meu dia), entao resilvi ficar por lah mesmo. Comprei umas revistas de fofoca e sentei num restaurante Italiano.

Matei hora, e a hora me matou. Peguei minha passagem sem problemas (AEEEEEEEEE!!!!!) e voltei pra casa.

Botei os pes em casa jah passavam das 6 da tarde, e alem de morta de casaco, ainda me bateu uma ressaca moral pela grana que gastei, sendo que ainda tenho que comprar alianca de casamento, pagar florista, docinhos, bolo, segundo pagamento do vestido, etc. mas oque nao tem remedio, remediado esta.

Domingo, acordei cedo, e resolvi estudar.

Estudei um pouco, e nao conseguia me concentrar. A casa estava MUITO zoneada. Nao, vcs nao estao  entendendo a magnitude da coisa. Eu sou uma pessao naturalmente zoneada, bagunca nao me incomoda, e nao sou nem um pouco neat freak em relacao a minha casa. Mas a coisa tava TAO feia, que conseguiu ME incomodar. Ai dah pra ver que a tava brabo mesmo.

Resolvi passar o aspirador. Ai olhei em baixo do sofa. Quase fui sugada pelos monstros que lah habitavam. Ok. Arrasta moveis, passar aspirados, passa mop. Entao tah, jah que nao limpo nunca, o dia que limpo pelo menos faco bem feito. Aspirador, mop, tiro pos das estantes, arrumo os DVDs, troco os moveis de lugar, limpo as janelas.

Mas e o resto? Limpei a cozinha toda, passei aspirador no resto da casa, limpei os dois banheiros (com direito a esfregar os azulejos e tudo!), arrumei meu guarda roupa, lavei tres loads de roupa suja, organizei meus livros do mestrado e os materias de alpinismo do Aaron. Passei aspirador de novo pra arrematar.

Morri.

Estudei mais um pouco, mas me dei por vencida.

De fato, nao nasci pra Amelia.

O Aaron quase teve um infarto quando chegou em casa. Depois que passou o susto, ele olhou pra mim e disse “vc fez alguma coisa errada? Alguma coisa que vc acha que vamos brigar e vc esta tentando me agradar? oque vc fez??”. HAHAHAHHAHA

Hoje estou MUITO dolorida! Me sinto como se tivesse corrido a maratona de Londres ontem…

Acho que um dos miores medos de quem mora em Londres eh ter que se mudar. 

Nao que mudanca seja bom pra alguem em qualquer lugar do mundo, mas acho que em Londres tudo eh mais dramatico. 

Os alugueis sao absurdamente caros (geralmente custando bem mais que a metade do salario – pra morar relativamente bem), os apartamentos sao velhos e sujos, o cliente NUNCA tem razao, e o pior de tudo – a mudanca em si. Uma cidade sem carros, e praticamente impossivel de se dirigir, fazer mudanca significa carregar malas e moveis no metro (= suicidio). 

Por isso mesmo, quando estavamos procurando apartamento ano passado, escolhemos tudo a dedo. Decidimos pagar um pouco a mais pra ter o servico de uma agencia imobiliaria, queriamos um apartamento de alto padrao, coisa boa, acima da media Londrina, e estavamos dispostos a pagar bem por isso. 

Mission accomplished. Achamos o apartamento dos sonhos, mesmo sabendo que o aluguel era um pesadelo. Mas mesmo assim nos empolgamos, mobiliamos tudo, pensamos em cada detalhe, e no fundo do nosso coracao achavamos que essa seria nossa casa por muitos e muitos anos. 

Eis que, nao mais que de repente recebemos uma ligacao do senhorio: “vou aumentar o aluguel.”. 

A justificativa? To afim. 

Na Inglaterra em geral, o cliente NUNCA tem razao, e em se tratando de Mercado imobiliario entao, jah era. A demanda eh tao ABSURDAMENTE maior que a oferta, que no geral, quem eh dono de imoveis na cidade faz oque quer e cobra oque quer, porque sempre tem um otario desesperado que vai pagar. Logo, nao tem conversa, nao tem negociacao. Resumidamente o cara pode pedir oque quiser, porque ele sabe que se nao quisermos, tem muita gente que queira. 

Pensamos, pensamos, e decidimos que iamos aceitar o aumento e assinariamos um contrato de 6 meses. Assim, jah vai ter passado a confusao do casamento, estarei de ferias no mestrado, vai ser verao, e teremos mais tempo pra digerir a ideia da mudanca. 

OK. 

Ai recebemos um e-mail. Nao satisfeito com o aumento do aluguel, visto que foi facinho, facinho enrrolar os dois extrangeiros otarios sem ter onde cair mortos, ele resolveu aumentar “um pouquinho” mais. 

Ai nao deu. Eh desaforo demais pro meu gosto! Tudo nesa vida tem limite, inclusive abuso imobiliario Londrino. 

Como jah estavamos tendo uns papos de juntar dinheiro e comecar a pensar na possibilidade de comprar uma casa, foi o empurrao que precisavamos… 

Realmente pagamos pela “grife” do apartamento, por ser novinho em folha e tao central. 

O custo/beneficio nao vale tao a pena, pensando na quantidades de libras que poderiamos juntar por mes pra morar num bairro menos metido a besta e num flat que nao esteja tinindo de novo. Sim, isso seria uma grande vantagem… muito mais dinheiro entrando pro cofrinho todo mes. Ai demos uma olhada na internet e vimos que realmente o mar nao tah pra peixe (como nunca esteve). Ateh tem umas cosias razoaveis, mas aquele pesadelo de sempre… 

Entao marcamos uma reuniao pra hoje e tentar renegociar. Seria nossa ultima esperanca… O problema todo eh que a epoca que teriamos que nos mudar cai bem na semana que estarei no Brasil em marco, e nas semanas antes estou em epoca de prova no mestrado. Pior impossivel. Entao caimos naquelas situacao desesperados onde “pra todo resto existe Mastercard”. Pagariamos pela paz de espirito. 

Entao o Aaron resolveu ligar pro cara pra sentir o clima. Ver se estavamos indo pra guerra, ou se seria amigavel. 

Por incrivel que pareca, o segundo aumento foi um erro de matematica, logo um erro. Entao engulimos quietinhos o aumento numero 1. 

Agora temos 6 meses pra nos acostumarmos com a ideia da mudanca, comecar a pensar onde queremos ir, e aos poucos ir organizando a casa e nos livrando de certos lixos, pra que toda situacao seja o menos traumatica possivel em agosto. 

Oh vida, Oh azar. 

Mas por outro lado, agora entramos no mind set de pedir uma casa propria pras Portas da Esperanca!

Parte da comemoracao de Thanksgiving foi a montagem da arvore. Eu sou fissurada por decoracao e ornamentos de Natal, e passo o ano todo comprando coisinhas, colecionando cacarecos por todos os lugares que viajo e tal. Ha anos que jah faco essa “colecao” mas nunca tive uma arvore de natal para chamar de minha.
Entao esse ano decidimos que chegou a hora. Queria porque queria montar a arvore, memso sabendo que nao vamos passar o natal em casa. Mas queria ter a arvore pronta durante essa epoca de “hollidays”, na festa de thanksgiving e na festa que famos fazer de natal.
O primeiro dilema era quel arvore comprar. Por mim qualquer uma estava boa. As arvores de natal no Brasil, em geral sao pequenas e artificiais. Soh tive arvore de pinheiro natural nos anos que morei em Portugal, e mesmo assim nao eram lah essas coisas. Entao nem ligo. Mas o Aaron queria porque queria um arvore de verdade. E grande.
Ok. Mas onde encontrar isso em Londres? Falei que se ele encontrasse uma, entao poderia comprar… HAHAHHAH. Lógicamente nao achamos nenhuma (so umas muito pequenininhas) entao compramos uma artifical no Woolworths mesmo. Eu achei a arvore enorme, mais de 1,80m e mesmo assim ele achou pequena (comparando com a arvore da avo que ele esta acostumado).
Mas enfim. Sexta a noite ficamos selecionando os ornamentos que seriam “expostos”. Foi uma escolha dicicil. Eu tenho cada um LINDO de morrer que fui juntando ao longo dos anos. E foi uma delicia abrir todas as embalagens e caxas e rever todas aquelas lembrancas.