26 Jul 2011
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3 anos!!

Casamento, Pessoal

Ha 3 anos atras, nesse momento eu estava no hotel me preparando para oque foi o dia mais feliz da minha vida!

Todo estresse, todas as chateacoes pre-casamento se foram por agua abaixo e dai em diante tudo tem sido um mar de rosas (ai que brega!).

Hoje estamos longe um do outro, mas a comemoracao sera no fim de semana com (mais uma) uma mini lua de mel no Baltico!

I LOVE YOU BABY!

The Jackson 5 – I’ll Be There

You and I must make a pact, we must bring salvation back

Where there is love, I’ll be there

I’ll reach out my hand to you, I’ll have faith in all you do

Just call my name and I’ll be there

I’ll be there to comfort you,

Build my world of dreams around you, I’m so glad that I found you

I’ll be there with a love that’s strong

I’ll be your strength, I’ll keep holding on

Let me fill your heart with joy and laughter

Togetherness, well that’s all I’m after

Whenever you need me, I’ll be there

I’ll be there to protect you, with an unselfish love that respects you

Just call my name and I’ll be there

If you should ever find someone new, I know he’d better be good to you

‘Cause if he doesn’t, I’ll be there

Don’t you know, baby, yeah yeah

I’ll be there, I’ll be there, just call my name, I’ll be there

(Just look over your shoulders, honey – oo)

I’ll be there, I’ll be there, whenever you need me, I’ll be there

Don’t you know, baby, yeah yeah

I’ll be there, I’ll be there, just call my name, I’ll be there…

 

Adriana Miller
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25 Jul 2011
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Casamento da Maria e Dave

Amigos, Vida na Inglaterra

Uma das coisas mais legais de amizades longas é ir assistindo suas amigas “crescerem” passando por diferentes fases da vida, acompanhando suas mudanças, e todo mundo virando “gente grande” junto.

E casamento é sem duvida uma daqueles momentos de “nossa, não acredito que esta acontecendo”. E o casamento da Maria e do Dave foi extra especial – acho que porque no fundo no fundo ninguém nunca acreditou que eles iam mesmo casar!

Afinal já estavam juntos ha mais de 10 anos, morando juntos ha 9, compraram casa juntos, viajaram o mundo juntos. Ela Sueca, ele Escocês. Se conheceram trabalhando num bar em Brighton quando ela nem sequer falava Ingles, quando mais entender o sotaque dele de Glasgow – e nunca mais se separaram.

Mas como ela é Sueca, sempre foi a pessoa maaaaaais relax do mundo em relação a casamento… mesmo depois que ele pediu ela em casamento (em Paraty, no Rio de Janeiro!!), ainda assim ela achava que casar era uma bobeira, afinal eles já eram casados…

Então depois de um noivado de quase 3 anos, o grande dia finalmente chegou! E não poderia ter sido mais a cara deles dois!

E é justamente por isso que gosto tanto de casamento Ingleses: não tem frescura, não tem “protocolo”, nem obrigação de agradar ninguem, apenas o noivo e a noiva.

Eles resolveram que queriam celebrar sua união apenas com as pessoas realmente importantes de sua vida, que acompanharam e fizeram parte da historia deles.

Fomo um total de 45 convidados apenas – do familia do noivo, só a mãe. Da noiva, os pais e irmã que vieram do norte da Suécia. E os amigos mais chegados dos dois.

A cerimônia foi típica da Church of England, curtinha e agradavel, e os convidados Suecos se encarregaram dos hinos e musicas, todas em Sueco.

O cabelo e maquiagem da noiva foi feita por uma de suas amigas, o DJ foi um amigo do noivo, a irmã da noiva fez a decoração e o fotografo foi o Aaron! Tudo muito, muito pessoal!

Mas o principal mesmo foi a festa – muito mais que um casamento, foi uma festa de amigos, para amigos!

O jantar foi 100% Sueco, com muitos discursos e joguinhos. Tão divertido!!! A gente mal tinha tempo de comer porque lá vinham os Suecos com outro joguinho!

E isso sem falar que entre um discurso e outro, um joguinho e outro, uma outra “tradição” Sueca é que tudo acaba em “Skål” – com um shot de Aquavit Schanps! Ho-rri-vel! Mas tudo pelo social…

Então quando a musica começou daí pra frente foi só festa!E como a festa foi tão pequena, com pouquissimos convidados, acabou que todo mundo já se conhecia, pois todas as amigas, de diferentes paises e grupos, tivemos a oportunidade de nos conhecermos na despedida de solteira em Estocolmo, e os meninos se conheceram na despedida de solteiro em Hamburg!

O jantar/festa foi num Bed & Breakfast em Surrey, que eles alugaram inteiro pra seus convidados, então todos nós passamos a noite lá com eles, então a festa não teve um “final” oficial…

E no dia seguinte acordamos o com o barulho da festa continuando no jardim – antes de seguirem pra sua lua de mel, eles ainda receberam todo mundo num super brunch no jardim do B&B para agredecer a ajuda e participação no antes, durante e depois!

 

 

Adriana Miller
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13 Jul 2011
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É dando que se recebe

Dia a dia, Vida na Inglaterra, Vida no Exterior

Ontem eu participei de um evento super legal aqui em Londres, organizado pela ONG EBP e ELBA com o programa “Head to Head”. Então passei minha manhã toda fazendo trabalho voluntário numa escola pública para meninas de origem “étnica” no Leste Londrino.

O Leste de Londres, tem umas areas super legais e trendy, mas é tambem considerado uma das areas menos “Inglesas” e mais barra pesada da cidade. É ali que se concentram comunidade de imigrantes (muitas vezes ilegais) e quase sempre que lemos em jornais sobre violência e guerra de gangs, provavelmente o problema aconteceu no lado leste da cidade. É ali tambem que tem o maior índice de desemprego do país (na casa dos 15%) e a maior concentração de famílias vivendo de benefícios do governo.

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As pessoas até brincam que se largarem um turista em plena Commercial Road (uma das principais avenidas da região), você ia jurar que estava em Dhaka (capital de Bangladesh) e não Londres… Homens de turbante e mulheres de burca é uma cena mais comum por ali doque em muitas regiões do Oriente Médio, por exemplo.

Na verdade essa é uma região que em sua grande maioria é bem “familia”, mas o problema mora justamente por eles serem fechados em suas comunidades, limitanto seu acesso a educação, empregos e oportunidades melhores, oque consequentemente faz com que essa região de Londres esteja entre as mais pobres do pais. Eu fiquei até meio chocada de ler os relatórios e os fatos que a ONG mandou, pois é dificil de acreditar que numa cidade como Londres exista tanta gente vivendo em condições sub-humanas.

Então eu tentei me envolver em programas onde au poderia realmente usar minhas experiências pessoais e profissionais pra ajudar alguém, e me inscrevi no programa de “mentoring” da escola “Mulberry”, que é uma escola secundária pública que atende apenas meninas no bairro de Whitechapel.

Eu fiquei imaginando que ia chegar num CIEP caindo aos pedaços, e me surpreendi de encontrar uma escola moderníssima, limpíssima e com todos os aparatos tecnológicos possiveis.

Logo de manhã cedinho tivemos a primeira reunião com o diretor da ONG e o Reitor da escola que nos deu uma breve explicação sobre o perfil das meninas que íamos conhecer, e o porque desse programa, e porque a ajuda é tão importante.

Quando eu falei do meu voluntariado no Twitter, me perguntaram oque seriam “meninas étnicas”, e o único motivo pelo qual eu fiz essa distinção, é porque infelzimente, em paises de “1ª mundo” como a Inglaterra, geralmente a pobreza e a falta de oportunidade são exclusivas das minorias raciais.

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Portanto essa escola atende apenas meninas de descendência Bengali, Paquistanesas, Afegãns e Indianas – não por seleção, mas porque a escola fica – fisicamente –inserida no coração da maior comunidade Bangladeshi e Paquistanesa de Londres, em Whitechapel. Tanto que o uniforme da escola (na Inglaterra, ao contrario de outros paises Europeus ou EUA, as escolas públicas usam uniforme) foi adaptado para atender a cultura das alunas, e hoje em dia nada mais é que uma burca, ou túnica com lenço cobrindo a cabeça (o uniforme “normal” de uma escola Inglesa típica é um terninho, tipo Harry Potter).

E foi justamente por isso que quis fazer parte dessa ONG e me voluntariar nesse programa – as alunas da escola Mulberry fazem parte de uma comunidade e uma cultura onde mulher não tem vez. A idade média das meninas que conheci era de 15 anos, e todas tinham responsabilidade dupla de cuidar da casa, dos irmãos mais novos, cozinhar, lavar, passar. E ainda por cima, muitas delas já eram casadas! Eu me surpreendi inclusive de ver que apesar de todas serem nascidas e criadas em Londres e terem frequentado escolas Inglesas a vida toda, elas vivem numa comunidade tão fechada, que nem sequer consideram Inglês como sua língua materna, e muitas delas inclusive tinham sotaque fortíssimo. Então essas meninas não só vivem numa das regiões mais “marginalizadas” da cidade, como ainda por cima fazem parte de uma comunidade onde elas não tem “modelos” femininos que as possam ajudar, instruir, conversar – oque muitas vezes significa que elas não terao oportunidade de ter uma vida melhor doque a vida de suas mães, avós, tias, etc.

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O meu papel no programa foi em ajudar as meninas da série 10 (equivalente ao 2º ano do 2º grau no Brasil) a escreverem currículos e se prepararem para entrevistas de trabalho e estágio (o curriculo escolar na Inglaterra é bem diferente do Brasileiro e Portugues, e a escolaridade obrigatória só vai até o ano 11, então muitos alunos fazem cursos profissionalizantes ou estágios no último ano de escola), alám de dar a elas uma oportunidade de conversar com mulheres (tambem tinham alguns homens no programa, e todos são bem vindos a ajudar) fora de sua comunidade, que possam responder perguntas que não fazem parte de seu “mundo”.

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Muitas delas queriam saber, por exemplo, como era Canary Wharf e oque acontecia mesmo dentro de um banco, e se a gente via dinheiro o dia todo!

Podem parecer perguntas bem bobinhas, mas elas sao meninas no auge da curiosidade da vida, vivendo numa cidade fervilhante como Londres e mal sao permitidas de sair de casa!

Então além de um bate papo informal, eu dei dicas de como organizar um CV (quando não se tem experiencia nenhuma), como se comportar numa entrevista e o tipo de pergunta e resposta que elas deveria estar preparadas pra responder.

Foi incrível ver que algumas meninas super, super inteligentes, com notas A e A+ em todas as materias que acham que não podem fazer faculdade porque são mulheres!

Uma delas queria ser decoradora de interiores, e me perguntou se meus pais tinham sido contra minha escolha de carreira (oque me deu a enteder que os pais dela não apoiam a idea dela de ter um emprego); e uma outra menina que estava me contando do quanto ela gostava das aulas de mídia, de editar filmes e musica, pintar posters de filmes, desenhar etc, quando eu perguntei/sugeri que ela deveria estudar propaganda e marketing, ela simplesmente ficou me olhando como se eu estivesse falando Grego com ela!

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Foram varias horas de conversa com meninas super simpáticas e educadas, e muito bate papo e dicas sobre não ter medo de conversar olhando nos olhos de alguém (todas se comportavam incrivelmente submissas, principalmente com os voluntários homens), de sorrir e sobre ter vontade de aprender mais sobre o mundo e outras oportunidades em suas vidas.

E pra mim foi uma lição de vida também, um momento de reflexão onde mais uma vez me dei conta de como eu sou sortuda nessa vida, de dar graças a Deus por ter pais e uma família maravilhosa que sempre me apoiou nos meus sonhos e ambições, que souberam me instruir e me prepararam pra vida no mundo real.

Me dei conta de como existe gente diferente no mundo, e mesmo num bairro tão pertinho, por onde eu ja passei tantas vezes achando graça das lojinhas de burcas, existe uma realidade tão diferente da minha e tanta gente que não teve as mesmas oportunidades que eu.

Recebi essa foto tirada pelo diretor do programa, junto com uma notinha de agradecimento.

E quem sabe daqui a muitos anos uma dessas meninas vai se tornar uma mulher feliz e bem sucedida, dentro ou fora de sua comunidade, e vai lembrar que um dia, quando ela tinha 15 anos, ela conversou com uma moça Brasileira que deu algumas horas de seu dia pra conversar, dar conselhor e dicas, que podem, quem sabe, um dia ajudar a transformar sua vida!

 

 

 

 

 

Adriana Miller
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