A medida que os dias foram passando, fui me dando conta que nao ia dar tempo de fazer tudo que eu queria, de ver todo mundo que eu queria ver, etc. Mas pelo menos estava satisfeita que tinha resolvido o pesadelo da passagem de volta, e minha querida Varig me botou numa viagem de 48 horas rumo a Denver: Rio – Sao Paulo – Caracas, Venezuela – Toronto, Canada – Denver, EUA. Mas como cavalo dado nao se olha os dentes, nem pude reclamar. Ainda tinha a esperanca de que quem sabe nao ia dar tempo de passear por Caracas?!
Mas ainda no Rio, domigo foi dia de churrascao do Bicalho, com caipirinha e funk podreira! Nao sei qual eh a magica que o Bernador faz, mas os churrascos dele sao sempre os melhores… Nao sei se eh a carne, a churrasqueira ou o churrasqueiro, ou o simples fato de que nao como uma bela carne a muito tempo. Me entupi de picanha!!! Ja estava quase sentindo minhas arterias se entupindo…
Foi bom pra rever todo mundo, e todos juntos, e de quebra aproveitar pra me despedir, com promessas de um volta muito em breve…
A segunda feira, meu ultimo dia no Brasil foi aquela correria, tendo que resolver tudo que fiu deixando pra ultima hora, comprando as ultimas coisitas, me despedindo das ultimas pessoas.
E respirando fundo.
Quebrei o mito do “voltar pra casa”. Fui pro Brasil com dois medos: um seria adorar tudo, e nem querer mais voltar pra Londres. Eu sabia que esse nao seria meu caso, estou em Londres muito bem, obrigada; mas sempre tem aquelas historias de que fulaninho foi pro brasil e morreu de saudades, depois nunca mais conseguiu se adptar, etc. Continuo achando o Brasil um lugar maravilhoso e encantador, mas tb nao acho que nao esta com essa bola toda nao. Tem muita coisa boa, mas tambem tem muita coisa ruim, e meu balanco final ainda esta na desvantagem.
E o outro era, o total oposto, chegar no Brasil e detestar tudo, tudo dar errado, e ver que a coisa esta tao feia por lah, que nem as muitas coisas boas compensam. Eu achava que se isso acontecesse eu ia ficar com uma sensacao de desespero de “nao tenho pra onde voltar”. Um dos “confortos” de morar fora eh saber que na verdade vc pode voltar a qualquer minuto. Teoricamente, nada me prende aqui, e se um dia resolver que nao gosto mais de Londres, faco a mala e volto pro Brasil. Mas na verdade tinha medo que chegar lah e ver que nao, que a coisa tah tao braba que nao existe mais essa possibilidade. E ai, ia fazer oque da vida? E se as coisas comecarem a desandar? Pra onde vou?
Gracas a deus, nao aconteceu nem um nem outro.
A Cidade Maravilhosa continua muito boa, mas tb continua com outras coisas nem tao boas assim. Nao fiquei com vontade de voltar, mas em compensacao nao me deu o alivio de saber que ainda tenho um refugio seguro.
Balanco final, muito bom!
Muitas boas memorias, boas fotos, boas historias pra contar. E sem falar nos varios kilos alojados na minha cinturinha, gracas a overdose de pao de queijo, goiabada, Bis de chocolate branco e picanha!