Vamos fazer um exercício. Feche os olhos e pense na palavra “Grécia”.
Qual a primeira cosia que vem na sua cabeça? Iogurte? Salada? Deuses? Ruínas e Templos?
Pra mim sempre foram casinhas brancas e igrejas de telhado azul! Me lembro da primeiríssima vez que fui a Grécia, na ilha Korfu (ha 10 anos atrás!!! #TôVelha) e como a primeira vista me senti tão decepcionada… Cadê as casas branquinhas? Cadê as ruas de mármore branco?!
Foi um certo “choque” descobrir que na verdade nem todas as ilhas na Grécia são assim. E ai eu entendi: esse paraíso que habita os estereótipos da Grécia mundo a fora tem um nome, e se chama Santorini!
Olha, não me perguntem por que então nunca tinha ido a Santorini! Acho que um misto de distancia, dificuldade de voos, tempo, dinheiro e o imaginário de que seria um viagem cara demais de se fazer (o que não deixa de ser verdade, mas existem variações para todos os bolsos!). Então todos os anos quando começava a planejar minha listinha de desejos de viagem Santorini entrava e saia da lista mil vezes. Os voos não encaixavam com os feriados, os preços estavam altos demais, ou então preferíamos conhecer algum lugar novo. Seja lá o que foi, Santorini sempre acabou ficando pra depois!
Mas esse ano decidi que essa seria minha meta!! Entre varias outras coisas e lugares, ao planejar viagens e ferias para esse ano, decidimos que queríamos revisitar alguns lugares, explorar melhor certas regiões de países que já conhecíamos e coisas do tipo, em vez de só pensar no “novo” e “inédito”. Além disso, agora com a Isabella maiorzinha, queríamos fazer algumas mini-ferias mais relaxantes, que fossem divertidas pra ela também (leia-se tempo bom pra ela andar livremente, piscina, parquinhos e afins).
E finalmente chegou o dia! Marcamos um fim de semana prolongado, que serviu de pretexto para comemorar o aniversario do Aaron e dia dos pais na Europa e lá fomos nos, passar 3 dias (e 3 noites) em Santorini!
Na verdade nosso planejamento foi bem simples: Iríamos para Oia – uma das “cidades” da ilha – e ponto final.
Ok, ok, Santorini como um todo é linda, tem muita coisa para oferecer e tals, mas não estava interessada. A parte realmente bonita, as fotos de cartão postal, as ruas lindas e as igrejinhas de telhado azul estão todas lá. O resto é bônus.
Existem varias outras cidadezinhas em Santorini, cada uma com seu perfil: Thira (Fira) a capital (e onde esta o aeroporto) tem um perfil mais “baderna” e mochileiro – as hospedagens são mais baratas, as ruas são lotadas de opcoes de fast food e os bares e night clubs disputam porta a porta. Mas por outro lado, é uma região bem central que faz com que explorar o resto da ilha seja bem fácil (ótima pedida pra quem realmente quiser conhecer Santorini como a palma da mão).
Tem também Imeriglovi, o vilarejo entre Thira e Oia, um pouco mais secundário e tranquilo. Uma opção mais família, que oferece hospedagem mais em conta, mas ao mesmo tempo afastado da fama de festeira da capital.
Tem também Perissa, ótima opção pra quem só pensa em praia (ja que no resto da Ilha, o acesso a praias é bem difícil).
Entre muitas outras…
E claro Oia.
Sabe todas as fotos que você já viu de Santorini? Foram feitas em Oia. Sabe o por do sol tão famoso da Ilha? Pois, é, também em Oia. Ou seja, não importa onde vc vai se hospedar, mas seus passeios serão em Oia.
Enfim. A verdade é que acho que deve ser difícil não amar a ilha, mas para ter aquela experiência dos sonhos mesmo – pra mim – só em Oia. (sou chata assim mesmo!)
E tem outra. Como seria uma viagem relativamente curta (apenas 3 dias – inteiros – por la), queríamos relaxar e estávamos com a Isabella a tira colo (com 17 meses na época), a ambição da viagem era simples: não fazer nada! Então para isso a localização era chave!
Passeio nas viniculas? Não obrigada. Passeio de barco no por do sol. Não obrigada. Alugar carro pra pular de praia em praia (que na verdade nenhuma delas é bonita) ou ficar andando na garupa de mulas pra subir e descer do porto? Ah…. obrigada, mas não obrigada!
Me perguntaram no Instagram se era tranquilo de viajar pra Santorni com crianças, já que muitas vezes o feedback é negativo (e a ilha tem mesmo essa imagem de ser mais “casal” mesmo). E minha resposta foi: depende.
Mas depende de que? De você e suas expectativas. Seu estilo, o estilo (e idade) de seus filhos e afins.
Afinal, qualquer lugar do mundo pode ser “friendly” com crianças, se os pais assim o quiserem, certo?
Alguns pontos a levar em consideração:
– Jantar a luz de velas durante o por do sol: o costume e horário de jantar na Grécia é tarde, tipo as 9 da noite, e durante esse período do verão o sol só se põe lá pras 9:30/10 da noite – então já sabíamos muito bem que esse programa não seria possivel pra gente, pois a Isabella tem uma rotina mais regrada (e cedo) no dia a dia na Inglaterra e não queríamos bagunçar tudo so por causa de uma viagem de 3 dias. Então todas as noites jantamos mais cedo (para ela nos acompanhar sem estar cansada e irritada), e ainda voltávamos pro hotel a tempo de assistir o por do sol na nossa varandinha curtindo um bom vinho e azeitonas Gregas! E ao contrario do que imaginávamos, todos os restaurantes foram super simpáticos e receptivos com ela (e as varias outras famílias que vimos por la), e por jantar mais cedo, nao tivemos problemas com reservas, mesmo em plena alta temporada!
– Hotel: Uma dos pontos principais do planejamento da viagem na minha opiniao (gostei TANTO do nosso hotel que vou fazer um post separado!). Infelizmente, muitos dos hoteis mais “trendy” e “boutique” de Oia nao aceitavam crianças (e alguns por uma questão de segurança mesmo, ja que a ilha eh muito rochosa e cheia de precipícios), mas ao mesmo tempo nao queriamos nos limitar a um hotel que se resumisse ao quarto. Entao catei, catei, catei ate achar um hotel bacana que ficasse a poucos passos (e degraus! Como tem degraus nesse lugar!) do centrinho de Oia (nada de ter que pegar carro, onibus ou taxi pra cima e pra baixo por la), e com uma varandona de frente pro mar e com a vista da cidade.
Assim, todas as noites colocavamos a Isabella pra dormir (com a rotina certinha e horario regradinho dela), e imediatamente iamos pra nossa varanda assistir o por do sol, abrindo uma garrafa de vinho e com uns petiscos 100% Grego, enquanto namoravamos, batiamos altos papos filosoficos, e claro, muitas fotos da paisagem!
– Passeios: Vejamos bem. Nao é que eu ache que eh impossível fazer passeios mais aventureiros em Santorini com crianças pequenas, não mesmo. Apenas não era o tipo de coisa que estava afim de fazer. O sol e calor de Junho na Grécia fariam com que passeios nas viniculas fossem torturantes pra ela, os passeios de barco seriam muito caóticos com um bebe que ja anda e as praias simplesmente não me pareceram bonitas, interessantes nem atrativas o suficiente pra me convencer que seria uma boa ideia ir ate la (com ou sem a Isabella). Então outro ponto essencial na escolha do hotel – piscina! Ponto que pra mim foi crucial junto com a localização; e foi ótimo poder dar uma passadinha na piscina do hotel no meio da tarde, quando o calor apertava, se refrescar, tirar uma soneca, e depois voltar pro fim de tarde/jantar na ruazinha principal).
Ou seja, se você tem alguma coisa imprescindível, daquelas que “se não puder fazer isso prefiro não ir”, e essa tal coisa não seja muito amigável para famílias (como alguns dos exemplos acima), então não vá. (ou vá sem as crianças).
Então afinal, o que fizemos nesses dias por la? (outra pergunta que recebi no Instagram: O que tem pra fazer em Santorini?)
Bem, como comentei, nossa experiência foi limitada a Oia, e durante os 3 dias que ficamos por lá, tivemos muitas coisas pra ver e fazer!
Pra começar que a cidade eh um desbunde de tao linda! Uma paisagem que você olha, olha e não cre que aquilo tudo realmente é de verdade! Nao precisa de filtro do Instagram e muito menos de photoshop!
A ruazinha principal corta todo centrinho da cidade e eh ponteada de bares, cafes, lojinhas, restaurantes e afins.
A partir dessa ruazinha principal, existe mais um emaranhado de ruelas e vielas onde desbravamos as paisagens mais incríveis da ilha: as Igrejas escondidas, os portões das casas dos locais, as tabernas que se debruçavam no mar.
Só pra dar uma ideia, apesar de ser uma cidadezinha mínima, levamos 2 dias pra conseguir chegar na ponta da cidade (onde fica o “castelo”, o famoso ponto para assistir o por do sol), pois nesse entra e sai de ruelas, para pra beber alguma coisa num cafe, entra na lojinha, tira foto aqui, tira foto acolá, etc, etc, passavamos hooooras do nosso dia, então mesmo depois de ter passeado e batido perna o dia todo pela cidade na sexta feira (quando chegamos na ilha), só no sábado é que fomos ate a ponta ver o moinho de vento e as ruinas do castelo.
Mas isso também, claro, considerando que pressa não fez parte de nosso vocabulário: parávamos pra almoçar e nos deliciar (com a comida E a vista) por hoooooras sem pressa, quando o calor apertava no meio da tarde, voltamos pro hotel pra brincar na piscina com a Isabella, tiramos um gazilhao de fotografias e coisas do tipo.
E nem da pra montar um “roteiro” ou lista de coisas que “tem que fazer”, porque Oia por si só, já é isso tudo. Mas os pontos – turisticamente – imperdíveis são as igrejas ortodoxas, as ruelas de escadas pintadas de branco, o castelo (ruínas apenas) que eh o point de assistir o por do sol e o moinho de vento (bem em frente ao castelo).
Algumas dicas:
O por do sol famoso, realmente eh o do “castelo”, na pontinha da ilha. Mas para conseguir uma boa vista (na verdade pra conseguir um lugar e se quer chegar ate la perto) eh preciso chegar SUPER cedo. E esperar. E esperar, e esperar. O Aaron foi ate la na primeira noite, pra “investigar” se era isso tudo mesmo e tirar umas fotos. E realmente as fotos ficaram incríveis – mas o feedback foi que a confusão, lotação e espera (pra guardar seu lugar) não valeram a pena. Então não voltamos mais.
Mas se você não estiver hospedado em Oia, ou for passar apenas 1 dia/noite na ilha e for sua unica chance de ver o por do sol, então não perca a oportunidade!
Mas pra falar a verdade o por do sol que mais gostei mesmo – o mais fotogênico, mais bonito, tranquilo e afins – foi no pátio do nosso hotel (na verdade na ruelinha entre a Aspa Villas – nosso hotel – e o Nikko Villas, o hotel vizinho), onde conseguimos ver perfeitamente a “ponta” e a geografia da ilha, e de bônus, vemos o sol se por num lado da caldeira, e ao mesmo tempo o centrinho da cidade e a igreja ortodoxa de cupula azul bem ao lado. Não tem nem como descrever!
Entao se muvuca nao for sua praia, e voce quiser umas fotos mais originais do por do sol de Santorini, lá eh seu lugar!
Santorini na Pratica:
– A ilha tem duas formas de entrada: por barco ou avião.
Por via marítima (seja durante um cruzeiro ou de ferry vindo de Atenas ou das outras ilhas) eh como a maioria das pessoas chegam por lá, mas não é exatamente a forma mais rápida.
Existem varios tipos de ferry e catamaras ligando a ilha a outras ilhas ou Atenas, mas em sua maioria, apesar de mais baratas, demoram muitas horas, entao eh necessario dedicar um dia de viagem so pra isso. Ótimo pra quem vai passar bastante tempo na Grecia, mas não tão boa ideia assim pra quem tem pouco tempo (ou quer fazer várias ilhas/cidades na mesma viagem).
Porém Santorini tem um aeroporto internacional, nos arredores de Thira (Fira), a capital da ilha, com inúmeros voos ao longo do dia vindos de Atenas (cerca de 40 minutos de voo) e de outras ilhas (durante a alta temporada), e alguns voos diretos vindos das principais capitais Européias durante o verão (na ida fizemos Londres – Atenas – Santorini num voo Aegean Airlines, e na volta pegamos um voo direto Santorini – Londres com a British Airways).
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