27 Jul 2015
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Vale do Loire: Château de Chambord

Chambord, Dicas de Viagens, Europa, França, Vale do Loire

Pra quem cresceu em lugares onde castelos nao fazem parte da paisagem do dia a dia (alo Brasil!), a palavra “castelo” ou “palacio” por si so ja tras uma imagem e fantasia propria, aquela coisa bem conto de fadas, ou ate mesmo das princesas da Disney.
The whole family E as vezes no “mundo real” de viagens por ai, muitos dos castelos nem sempre correspondem a esse idela de “faz de conta” de como imaginamos que seria um castelo.

Bem, no Château de Chambord isso nao eh um problema, e de cara voce ja se sente transportada para as paginas dos livros de sua infancia e nao tem como pensar: isso sim eh um castelo!

Que Cinderela oque?! Eu quero eh morar no Castelo Chambord!

A chegada eh dramática: a pesar do dia bem feio e nublado que pegamos, a agua do lago que cerca parte do Castelo estava calminho, oferecendo um reflexo fenomenal das torres do Castelo e a escuridao das nuvens!

Adriana at Chateau de Chambord

E ao longo dos seculos os diferentes nobres e monarcas que tiveram posse de Chambord nao pouparam esforco, e nao economizaram nos exageros: cada novo dono acrescentava alas, aumentava as torres e ampliava o drama das escadarias, conferindo ao exterior do Castelo um ar rebuscado, porem uniforme – os lados opostos do palacio e suas torres nao sao simetricos, contribuindo ainda mais para o quao único esse lugar eh! (e técnicamente nunca foi concluido, e ainda eh considerado um Castelo “inacabado”)

Chateau de Chambord

Ja o interior eh uma outra cena: históricamente Chambord nada mais era do que os aposentos de caca do rei Francis I no seculo 15, que mantinha sua residencia entre os castelos de Blois e Amboise, mas frequentava Chambord durante as temporadas de caca ao longo do ano e para entreter seus rivais e cuidar de negocios. Chateau de Chambord

Eu achei tao interesante o contraste entre um palacio como Chenenceau, por exemplo, que foi sempre cuidado e reformado por mulheres, em comparacao com Chambord que sempre foi um territorio puramente masculino.
The whole family

Chambord eh enorme por dentro, com tetos altissimo, muitas galerías com “exposicoes” de armaduras, trofeus e carcacas de presas, e praticamente nenhum movel e nenhum ambiente “aconchegante” e familiar.

Chateau de Chambord

O vao central eh ocupado por uma escadaria dupla de pedra macica muito impresionante (difícil nao se perder entre as subidas e descidas), e a cada lance da escada voce eh recebido com lareiras enormes e impresionantes.
Adriana and Bella at Chateau de Chambord Nos andares eh possivel visitar alguns quartos e antigos aposentos, que eran mantidos para abrigar o Rei e seus convidados, mas a maioria dos ambientes foram depedrados durante a revolucao Francesa, e pouca coisa original sobrou. Chateau de Chambord
Chateau de Chambord Mas o que eu gostei mesmo foi da cobertura e terraco do Castelo, onde eh possivel andar entre as torres, escadas e esculturas que decoram o telhado de Chambord, oferecendo uma visao incrivel dos arredores e do parque que completa o Castelo.

Adriana and Bella at Chateau de Chambord

La em cima, temos uma ideia melhor de seus 11 tipos diferentes de torres, 3 tipos diferentes de chamines, e as centenas de imagens individuais de suas gárgolas decorativas, o que fez com que algumas pessoas se refiram so seu teto como um “arranha ceus” medieval, por se assemelhar a vista do skyline de uma cidade grande moderna – que foi justamente o pedido feito pelo Rei Francis I durante sua construcao: ele quería que Chambord se parecesse com a vista de Constantinopla (hoje, Instanbul) a distancia!

Inside of Chateau de Chambord

Para os amantes de arquitetura essa visao la de cima eh super interesante, pois mostra bem o porque Chambord marca um estilo bem especifico na arquitetura renascentista Francesa: pela primeira vez um Castelo foi construido num estilo “palacio”, com o puro intuito de entreter e ser visualmente bonito, em vez de ser funcional, com muralhas, torres de defesa, e fosso de protecao.

Picture time

Alguns historiadores dizem que essa mudanca na arquitetura Francesa foi influencia de Leonardo Da Vinci, e a influencia da arquitetura e estética de Milao do seculo 15, ja que na época Leonardo Da Vinci morava em Amboise (uma das residencias oficiais do Rei) e era o artista preferido de Francis I, a poucos quilómetros de distancia de Chambord.

Château de Chambord

Château, 41250 Chambord, France

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09 Jul 2015
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Restaurante Les caves de la Genevraie – as cavernas Trogloditas do Vale do Loire

Dicas de Viagens, França, Saumur, Vale do Loire

Tao bizarro escrever sobre os Trogloditas da Franca, pois em Portugues essa palavra tem uma conotacao tao estranha ne?

Afinal, qual a primeira coisa que te vem a cabeca quando se fala em Trogloditas?

Bem, sua conclusao provavelmente esta errada, pois os Trogloditas, pelos menos os da Franca do seculo 11 nada mais eram do que plebeus que habitavam essa regiao do vale do Rio Loire (sobretudo na regiao de Saumur), e como meio de sobrevivencia, habitavam em cavernas.

Nao se sabe exatamente porque ese costume comecou, mas tudo leva a crer que as caverna nas rochas do leito do rio Loire ofereiam opcoes seguras e baratas de moradia, para uma populacao que vivía permanentemente em estado de miseria e a merce do clima, guerras, fome e seus senhores feudais.

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A maioria das cavernas que sobraram dos Trogloditas Franceses estao na regiao de Saumur, onde nos ficamos hospedados no Loire, pois por ali as rochas esbranquicadas do leito do rio eran as mais procuradas para as construcoes dos castelos e palacios da regiao, entao a maioria da populacao trabalhava em minas  de extracao de rochas – entao a moradia nas caveras resultantes dessa extracao foi uma consequencia natural.

Alem disso, rapidinho eles descobriram que as cavernas de limestone, conjugado com a umidade natural do leito do rio eran as condicoes perfeitas para o amadurecimento de vinho branco e para o cultivo de cogumelos (champignon Frances) – eu nao tinha a menor ideia, mas Saumur eh responsavel pela producao de mais de 50% dos cogumelos consumidos na Franca!

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No comeco do seculo 20 a comuniade de trogloditas da regiao foi se dissolvendo aos pouco, e as cavernas abandonadas em prol de moradias mais convenientes e modernas – mas hoje em dia ainda existem uma infinidade de vilarejos e casas trogloditas que aos poucos estao sendo transformadas em hoteis e restaurantes, entao queríamos muito conhecer um por dentro!

E como estavamos ali perto, escolhemos o restaurante Les caves de la Genevraie a cerca de 20 minutos do nosso hotel, construido numa antiga vila Troglodita e que mantem a tradicao dos fornos a lenha e serve apenas a comida tradicional desse sub-cultura Francesa!

O prato principal eh o Fuee, um pao feito na hora e assado no forno a lenha da caverna, servido com recheios variados, feitos de cogumelos e carnes, e que formavam a dieta básica do dia a dia das familias trogloditas.

As cavernas sao absolutamente fascinantes, realmente um mundo subterráneo, e eh difícil imaginar que familias e comundades inteiras moravam ali, naquele emaranhado de corredores, com diferentes ambientes, escadas, cozinhas, areas de congregacao e tudo mais que uma comunidade precisa para co-habitar.

E o restaurante tira otimo proveito disso e re-cria uma experiencia super interesante e única!

As mesas sao espalhadas em diferentes ambientes das cavernas, somente iluminados por luz de velas (assim como era desde o seculo 11) e aquecidos por fornos a lenha e fogueiras.

A refeicao eh servico seguindo a tradicao Troglodita, e tendo como base o pao Fuee e as carnes, que eram os principais ingredientes disponiveis a populacao.

Eu pedi para conhecer o resto da caverna, e prontamente me deram um tour guiado ate a cozinha, e pude asistir o proceso de assar o pao Fuee direto na brasa (por isso eh tao gostoso!!) e pasar por outras areas e corredores.

Muito, muito interessante!

A experiencia valeu demais a pena, e foi tao diferente de tudo que fizemos na Franca e imaginamos que seja o “típico” do país!

A pesar de termos ido na baixa temporada, o restaurante estava bem cheio, entao acho que fazer reserva eh sempre recomendavel!

Les caves de la Genevraie 

13 rue du musée

49700 Louresse-Rochermenier

+33 2 41 59 34 22

P.S: Obrigada a organizacao “Pays de la Loire” pelo convite e sugestao de restaurante.

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08 Jul 2015
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Vale do Loire: Château de Chenonceau

Chenonceau, Dicas de Viagens, Vale do Loire

O castelo de Chenonceau eh um dos mais tradicionais de Vale do Loire, e alem de ser um dos mais bonitos, ele tambem tem uma das historias mais interesantes de todos os Châteaux.

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Entao eh impossivel procurar informacoes sobre a regiao sem dar de cara com fotos e mencoes sobre o Château de Chenonceau, sem falar nas listas dos top 10, top 5 e “imperdiveis” do Loire.

Mas quer saber? Todos estao certissimos!

O Châteaux eh o segundo palacio mais visitado na Franca e Europa, so perdendo para Versailles!

Pessoalmente o Castelo nao eh dos maiores, mas sua arquitetura única, com arcos que cruzam sobre as aguas do rio Cher (um dos afluentes do Loire) sao realmente impresionantes – e incrivelmente fotogénico!

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A historia do Castelo tambem nao deixa a desjear, sendo conhecido como o “Castelo das Damas” pois suas paredes assistiram uma sucessao de rainhas e amantes se revezando no comando da casa ao longo dos seculos, sempre usando o Castelo como pano de fundo para intrigas, assassinatos, vingancas e adulterios.

Se o seculo 14 tivesse novela Mexicana, as tramas teriam sido escritas aquí!

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A primeira “dama” de Chenonceau foi Diane de Poitiers, amante de Henrique II, que por sua vez, comprou, como solvencia de divida, da familia original que construiu as fundacoes do Castelo, os Marques.

Diane morou no Castelo durante muitas décadas, e diz a lenda que foie la quem realmente transformou o Castelo no Château que vemos hoje – jardins, flores, pontezinhas. Foie la quem transformou o antigo moinho, em um palacio.

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Porem assim que o rei Henrique II morreu, sua viuva enciumada, a Catherine de’ Medici, ordenou logo que a amante fosse desalojada, transformando Chenonceau em sua residencia oficial. Catherine entao passou mais algumas décadas reformando o palacio, apagando os tracos da amante de seu marido, e se fortalencendo socialmente como a mae do futuro rei da Franca, o Rei Francis II.

Apos de norte de Catherine, o Castelo foi doado a sua nora, a esposa do Rei Francis II, Louise de Lorraine-Vaudémont. Porem sua historia nao foi tao recheada de festas e traicoes quanto as duas “damas” anteriores – apos a perda de seu marido, Louise passou o resto de sua vida de luto perambulando pelos corredores do palacio.

Porem assim que Henrique IV subiu ao trono, ele deu o cstelo a sua amante, a Gabrielle d’Estrées – e a histora dela so complica, pois alem de amante do Rei, ela tambem tinha uma sobrinha de 6 anos que ja estava prometida em casamento ao futuro Duque de Vendome (que na época tinha 4 anos).

Enfim, digamos que o castelo faz jus ao seu apelido de “palacio das damas” e teve sua dose de drama ao longo dos seculos.

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Vale muito a pena fazer a visita guiada ou com audio-guide la dentro, e ajuda ainda mais se voce “estudar” um pouco os nomes dos personagens principais do Castelo ao longo da historia.

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Hoje em dia, e desde o seculo 19, a familia Menier (dos chocolates!) sao os donos do palacio, a pesar de nao morarem mais la, e terem doado os diretiros de visitacao ao governo Frances.

 

Château de Chenonceau

37150 Chenonceaux, France

 

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