Nosso segundo dia de Safari foi muito mais interessante!

Primeiro porque ja nao estavamos tao cansados; segundo que jah sabiamos mais ou menos oque esperar de um safari (ja que foi a primeira vez que ambos fizemos algo parecido), e terceiro porque foi num parque muito mais interessante!

O Parque Tarangire é o sexto  maior parque ambiental da Tanzania e é famoso pela quantidade anormal de elefantes que habitam a area. Alem disso o parque tambem é conhecido pelas cobras sucuris que se escondem nos galhos das arvores e a arvore baobab, que é o simbolo da ilha de Madagascar, e segundo a lenda local é uma arvore virada do avesso, pois seus galhos parecem raizes.

De cara vimos centenas de elefantes! Dezenas, dezenas, manadas inteiras, familias inteiras!

Nossa, como eh magico ver esses animais assim ao ar livre, em seu habitat natural!

Nos demos sorte de ter pego um guia muito bom, que sabia absolutamente TUDO sobre os animais do parque e tinha um um olho super treinado pra identificar e avistar os animais no meio do nada!

Teve uma hora que nos estavamos dirigindo no meio do NADA, com aquele mato todo ressecado por todos os lados, e com papo de como seria legal ver um leao naquele momento, bla bla bla. Ate que o guia deu uma freiada violenta no jeep e comecou a dar meia volta pelo meio do mato mesmo! Poucos segundos depois ele comecou a apontar pro meio do mato…. Eu nao conseguia ver nada…. Ateh que algo se mecheu…. E la estavam elas! Duas leoas sentadas na sombrinha de uma arvore!

Lindas e enormes!

Sonolentas e recem alimentadas, se comportaram bem pacíficamente e nao se importaram com nossa presenca, apesar de que estavamos loucos para ver uma cena de ataque ou de briga territorial! Hahahaha

Uma das coisas que faz com que os Safaris na Tanzania sejam tao melhores que Safarais na Africa do Sul por exemplo, eh a abundancia de animais. A qualquer hora do dia e da noite, eles estao ali. Agua, vegetacao e alimentos sao abundantes, entao so animais nao precisam migrar de um canto pro outro, nem precisam se esconder demais para conseguir cacar e sobreviver.

E por isso, nao precisavamos sair do hotel super cedo para ver os animais despertando com o nascer do sol, nem precisavamos passar a tarde toda sem fazer nada no hotel no horarios que os animais se escondem.

Porque na Tanzania, mesmo quando eles se escondem, eles sao tantos, que os guias sempre conseguem encontra-los!

Entao a abundancia de animais era a mesma, Fosse 7 da manha ou 4 da tarde…!

Quem estiver considerando fazer um safari em breve, eu realmente recomendo a regiao do Norte da Tanzania / Sul do Kenya em vez da Africa do Sul, pela abundancia e facilidade de ver animais.

Eu nunca fui a Africa do Sul, mas pesquisei a respeito e conheco varias pessoas que jah foram, e sempre imaginei que Safari seria uma cosia meio “loteria”… voce nunca sabe se vai conseguir ver os animais ou nao, que horas eles saem das “tocas” e tal, entao estava esperando passar muito mais tempo de um canto pro outro sem ver nada, mas tivemos o problema oposto! Eram tantos animais a nossa volta o tempo todo, que mal tinhamos tempo de ficar perto de cada um, tirar fotos, observar o comportamento, os movimentos e etc.

No fim do dia, fomos para outro hotel, dessa vez um “tented Lodge”, que nada mais eh doque um hotel-acampamento, onde as cabanas sao barracas de acampamento permanentes e super confortaveis! (quando li no folleto que ficariamos em barracas, imaginava uma coisa bem mais precaria….). A area era linda, as barracas super confortaveis, com energia eletrica e banheiro! (um luxo, devido as circunstancias…).

Mas como estavamos no meio do parque, conseguiamos ouvir todos os animais que passavam a nossa volta (nenhum animal selvagem, claro – eles nao chegam perto de onde estao os humanos – mas muitos macacos, morcegos e criaturas noturnas afins…)!

Entre sair do Parque do Kilimanjaro e comecar a maratona dos Safaris, nos tivemos menos de 12 horas de descanso…

Mas foi uma merecida noite da civilizacao, com direito a banho, cama, TV, Internet e tudo mais que eu precisava depois dos longos 6 dias na montanha!

Muita gente prefere nao fazer um Safari depois do Kili, justamente por preferir um periodo de recuperacao mais “sombra e agua fresca”, e em Safaris o ritmo eh igualmente cansativo de acordar muito cedo todos os dias e pulando de parque em parque.

Mas eu queria demais aproveitar a viagem a Africa e fazer um Safari, ainda mais sem essa regiao entre a Tanzania e o Kenya o melhor lugar do mundo para ver animais selvagens. De jeito nenhum que esse oportunidade seria desperdicada!

Entao saimos do hotel cedo e dirigimos direto pro Parque Arusha.

Esse parque foi bem fraquinho, pois eh mais uma reserva florestal, e sem predadores, oque que faz com que tudo seja menos interessantes…

Mas o roteiro dos Safaris e como fomos “progredindo” de parques de um dia pro outro foi muito bem planejado, pois os guias jah sabiam que nesse primeiro dia estariamos exaustos por causa do Kilimanjaro e precisavamos mesmo de um dia Light.

O resultado? Eu passei praticamente o dia todo dormindo no banco de traz do Jeep, e soh acordava quando avistavamos algum animal.

Mas como Arusha eh um parque tranquilao, passamos o dia todo entre as Girafas e Zebras, paramos para almocar numa area de Picnic com vista pro lado dos Flamingos e do Monte Meru.

Tentamos achar alguns elefantes, mas como o parque tem muito verde e cheio de arvores, eles se escondem bem – entao as Girafas foram as estrelas do dia, chegando beeeeeem pertinho da gente, como se nem estivessemos por lah!

No fim do dia, ficamos hospedados num Lodge na entrada do parque Arusha, que eh um estilo de hotel bem tipico de safaris, com cabanas “tipicas” e bem inserido no meio ambiente.

E claro, uma merecida taca de vinho na beira da piscina durante o por do sol lendo um bom livro nao faz mal a ninguem!

O ultimo dia foi magico… Apesar daquela dia/noite miseravel que tivemos, acordamos com um sol maravilloso! Tudo que estava molhado na noite anterior secou em questao de minutos quando estendemos nossas roupas e sapatos no sol pelo chao do acampamento.

E estava aquele clima de despedida no ar… Os carregadores, os ajudantes…

Durante o café da manha organizamos nossas financas em grupo e decidimos oque iamos dar de gorjeta para cada um deles, quem faria os discursos (o Aaron foi o eleito) e finalmente tivemos animo para conversar sobre o dia anterior e nossos feitos! Quem tinha chegado ate que ponto, as historias de horror dos que passaram mal, a ajuda que receberam dos guias e da equipe de apoio, e todas as nossas impressoes finais da viagem.

Fizemos nossa “ceremonia” de gorjeta, que foi nossa oportunidade final de agradecer e nos despedir de todos os ajudantes e carregadores, tirar muitas fotos e seguir viagem!

Ainda tinhamos mais 6 ou 7 horas de caminhada pela frente, para finalmente sair do Kilimanjaro!

E a caminhada foi uma delicia! Como eu queria que todos os outros 5 dias tivessem sido!

O sol maravilhoso, a paisagem de tirar o folego, as vistas de Mawenzi e Kibo (Uhuru), as plantas diferentes… O humor de todo mundo estava completamente diferente, e a cada passo iamos nos sentindo melhor e melhor!

Mas foi uma caminhada muuuuito longa, e a partir da metade (depois de umas 3 ou 4 horas descendo) a trilha comecou a ficar muito ingreme, e foi ai que senti que tinha alguna coisa muito errada com meu joelho! Uma dor e um incomodo estranho, como eu nao tinha sentido ate entao… alguna coisa “empurrando” minha patela para fora da minha perna!

Passei a caminhar mais devagar, tentando compensar mais na perna direita. Ate entao meu joelho direito estava intacto, mas depois de umas 2 horas mancando, o joelho direito comecou a doer tambem, e pra completar, umas fisgadas na coxa direita (acho que estava andando muito torta e tudo ficou meio desconjuntado…).

Quando paramos para almocar no acampamento Mandara, eu nem consegui sentar (no chao), pois sabia que probablemente nao iria conseguir me levantar!

As ultimas 2 horas da descida foram simplesmente torturantes, mas nao tinha nada que eu pudesse fazer aquela altura. Tinha que sair do parque eventualmente, e a ideia de poder tomar um banho quente era tentadora demais!

E finalmente conseguimos! Depois de 7 horas montanha abaixo chegamos no portao final – e ainda tivemos que lidar com a burocracia final de registro do governo da Tanzania, devolver os equipamentos alugados e seguir pro hotel amontoados num jeep capenga!

Mas a recompensa… Ah! A recompensa…!!

Acho que passei umas 3 horas debaixo da agua fervendo do chuveiro…

Eu queria ir direto para cama, mas ainda tinhamos que ir jantar com o grupo e participar do briefing final, onde iam nos explicar sobre o safari e os proximos dias que estavam por vir! E aproveitei tambem para me re-conectar com o mundo e usar a Internet do hotel um pouquinho.

A esse ponto meu joelho esquerdo estava do tamanho de uma bola de futebol, entao fui medicada, enfaixada e coberta de gelo!

O Makeke veio nos ver uma ultima vez e trouxe nossos certificados de conclusao!

A noite for extremamente mal dormida pois tudo doida e parecia fora do lugar… apesar de estar meio grogue por causa do cocktail de comprimidos que me deram, eu nao conseguia me mexer direito na cama (Macia demais? Limpa demais? Quentinha demais? Seca demais? Cheirosa demais?!) e por incrivel que pareca foi a pior noite que tive desde o comeco da viagem!

Mas engracado memso foi no café da manha no dia seguinte, onde todos reclamaram da mesma coisa!

E entao comecamos o Safari!!

P.S. Meu joelho ja esta quase 100% recuperado. AInda vai demorar um tempinho pra poder voltar a correr, mas pelo menos nao doi mais, e nao aconteceu nada serio.