04 Feb 2011
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O Líbano na pratica

Beirute, Dicas de Viagens, Libano

Se eu falasse que não estava um pouco apreensiva antes de vir pro Libano, estaria mentindo.

Claro que quando sequer percebi uma remota possibilidade dessa viagem acontecer, me empolguei na hora, comprei guia de viagem, pesquisei possiveis “esticadas” depois do trabalho e tentar aprender e conhecer o maximo possivel do pais.

Mas a reação de todo mundo a minha votla não correspondia a minha empolgação… Meu chefe só falatava me implorar perdão por ter me incumbido com a tarefa de vir pra Beirute, o Aaron ficou peocupadissimo, e minha mãe coitada… apesar de dizer que de mim “espera tudo” me pediu relatos diarios, pra ter certeza que eu não estaria correndo risco nenhum…

E por mais que agora eu veja que 90% das reações sejam puro excesso causado por anos e decadas de midia cobrindo guerras, conflitos e “fanatismo” sobre o pais, ainda assim eu fiz questão de fazer bem meu dever de casa pra não me meter em problemas.

– Visto:

O primeiro ponto foi o visto de entrada. As informações na internet são confusas, alguns sites relatam as dificuldades incriveis de entrar no pais, enquanto outros falam o quão facil é.

Eu me certifiquei que não precisava aplicar pra visto com antecedencia, e tanto Europeus quanto Brasileiros podem pegar o visto direto no aeroporto.

Já para passaportes Americano as informações são mais confusas ainda, e a recomendação é que sempre se aplique para visto com antecendencia pois os criterios para deixar Americanos entrarem no pais ou não podem ser subjetivas…

O visto não custa nada, e nada mais é que um carimbo no passaporte, e na hora eles decidem quanto tempo voce pode ficar no pais – Eu ganhei o visto maximo, de 1 mes.

A unica exigencia que eles fazem é que é terminantemente proibida a entrada a qualquer pessoa que tenha carimbo de Israel no passaporte (que por sorte eu pedi que não carimbassem meu passaporte em Tel Aviv e funcionou), e mesmo pra quem não tem o carimbo, a instrução geral é nunca mencionar que vc já viajou ou pretende viajar a Israel, pois isso tambem seria motivo para negação de visto.

Mesmo no ambiente de trabalho eu tive que me policiar o tempo todo pra não mencionar o escritorio de Tal Aviv e o fato de que usamos os mesmo fornecedores, pois isso poderia causar problemas pro meu lado!

E realmente, como li alguns relatos, a menina que me atendeu na imigração verificou pagina por pagina, varimbo por carimbo, do inicio ao fim do meu passaporte! Não tem como escapar!

De resto, foi só preencher a ficha da imigração que nos deram no avião, e pronto!

– Dinheiro:

Uma vez já no pais minha dica numero um é em relação a dinheiro. A moeda oficial do Libano é a Libra Libanesa (identificada por LBP), que é daquelas moedas que nunca “cortaram 3 zeros” após anos de inflação e portanto tem uma cotação bem louca, e todos os valores são na casa dos milhares, centenas de milhares e milhões de Libras Libanesas!

O resultado? NINGUEM usa LBP na vida real. Então antes de vir pro Libano traga dinheiro vivo em dolares (US).

No geral os preços são baixos, mas bem em linha com preços na Europa, e ATM/caixa automatico são bem faceis de encontrar pela cidade, e ate mesmo os caixa eletronicos te dão a opção de sacar dinheiro em moeda local ou dolar… as lojas imprimem suas etiquetas com preços nas duas moedas e até memso o salario dos funcionarios do BAML é pago em dolar.

– Transporte:

Uma coisa que me impressionou foi a ausencia total de transporte publico em Beirute e pelo resto do pais. Existir até que existe (pelo que me falaram), mas eu não vi um unico onibus, uma unica estção de trem ou metro… E aparentemente os pouquissimos onibus que circulam pela cidade são caidno aos pedaços e super infrequentes, então as pessoas nem sequer cogitam a possibilidade de ir pro trabalho de onibus, por exemplo.

Já os taxis são abundates, e relativamente baratos (mas não achei baratinho nao! Qualquer corridinha de 5 minutos é 10 dolares prá cá, 15 doalres pra lá) mas fui insistentemente instruida pelo pessoal do escritorio e do hotel a NAO pegar taxi direto na rua. A grande maioria dos taxis não sao regulados, não tem taximetro, e uma vez lá dentro, eles vão fazer de tudo pra te cobrar o maximo possivel.

– Estrutura Turistica:

Como comentei nos outros posts, a cidade/pais esta sendo inteiramente reconstruida, depois de quase 2 decadas de uma guerra destruidora entre as decadas de 70 e 90, e mais alguns conflitos recentes no ano 2005/2006.

Grande parte da cidade já esta reconstruida, mais bonita do que nunca, oque inclui muitos novos hoteis de luxo.

Mas isso causa um problema para os turistas, pois as opções de hospedagem são reduzidas as opções de super luxo e as opções super-ralé, sem nada meio termo…

E isso tambem erflete um pouco na ausencia total de outras opções de turismo, porque né, convenhamos, pouquissimas pessoas no mundo veem o Libano como opções turistica. E os que o fazem ou tem muito dinheiro pra se encaixar na faixa “luxo” ou são mochileiros-aventureiros total e não se importam de esperar 5 horas na beira da estrada até o onibus chegar.

Então quando comecei a pesquisar possiveis opções de passeios pra esticar minha viagem no fim de semana, simplesmente não existe uma boa oferta de day trips ou passeios rapidos nos arredores da cidade. Então 99% das opções disponiveis, involvem motorista particular, roteiro exclusivo e coisas do tipo, que consequentemente disparam os preços nas alturas.

Minha escolha então foi seguir a recomendação da Fe Costa e contratar o memso motorista que ela usou quando veio ao Libano ano passado. Uma opção bem mais cara doque eu pretendia gastar para um passeio de 1 dia, mas na falta de outras opções, a dica dela foi otima e a unica maneira que consegui achar de conhecer um pouco mais do pais.

– Lingua:

A lingua oficial do Libano é o Arabe, mas TO-DO mundo fala Frances, em graus de maior ou menor fluencia, mas parententemente é a primeira lingua que as criancinhas aprendem na escola. E alem disso, o Frances e o Aarabe se misturam o tempo todo e é comum que no meio de uma conversa em Arabe voce escute um “Bon Jour”, “Merci”, “Bein Sur” e afins.

Comigo, e com outros estrangeiros a primeira reação dos locais é se sempre se dirigir aos turistas em Frances, mas no geral todo mundo fala Ingles fluentemente, do taxista, ou garçon, a atendente da loja ao carinha da esquina pra pedir informações, então achei bem facil ir e vir pela cidade (apesar das placas quase sempre em Arabe) posi sabia que numa aperto, sempre teria alguem pra me ajudar em INgles ou Frances.

– Voce sabia….

Que no Brasil tem mais Libaneses que no Libano?!

Acho que essa foi a frase que mais ouvi essa semana. De alguma maneira, eles sentem um orgulho tremendo e uma certa participação na colonização e no desenvolvimento do Brasil….

– Como se vestir:

Essa era outra coisa que me preocupava um pouco, e nos poucos segundos que tive pra fazer as malas antes da viagem, confesso que me deu um certo panico… mas como vim pra trabalhar, isso ficou mais facil, pois afinal não uso mini saias nem decotão pra ir pro escritorio! Então usei as mesmas calças sociais, terninhos e saias do meu dia a dia em Londres.

Mas oque reparei nas ruas é que no geral Beirute é uma cidade super ocidentalizada, e as pessoas se vestem “normalmente” – vejo muito mais mulheres usando Burqas em Londres doque vi em Beirute!

As meninas do escritorio usavam saia, sapato alfo, braços e pescoço de fora, e em momento algum quando andei sozinha pelas ruas (inclusive de noite) me senti ofendida ou chamando atenção demais por ser estrangeira ou atraindo atenção id=ndesejada de homens locais (que era uma missão na Turquia, Egito, Marrocos…). E até mesmo vi algumas meninas correndo no calçadão usando shortinho e camiseta regata, como veriamos em Ipanema!

Claro, eu estou aqui em plano inverno, entao é normal que as pessoas se vistam mais conservadoras e “cobertas” mesmo, e não sei se no auge do verão com o calor na casa dos 50 graus se as diferenças culturais do guarda roupa seria mais gritante (ocidentias = semi nuas; Arabes = cobertas da cabeça aos pés), mas arriscaria a dizer que não.

Uma coisa que reparei bastante em Dubai por exemplo é que mesmo as lojas de roupas e marcas “ocidentais” vendiam suas peças em modelagem oriental/arabe, com saias compridas, mangas compridas e golas comportadas, calças de modelagem mais larga etc, enquanto que aqui as vitrines estão recheadas das mesmas mini saias, decotoes e calças skinny que vemos nas vitrines da Zara, H&M, Promod e afins nas ruas da Europa.

Adriana Miller
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23 Jul 2010
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Kilimanjaro – Saude e Vacinas

Dicas de Viagens, Preparativos, Tanzania

Hoje foi nosso dia de vistar uma Travel Clinic para converser com uma enfermeira especialista em saude e doencas relacionadas a viagens para lugares “exoticos”.

A Tanzania, assim como grande parte dos paises Africanos sub-Sahaarianos e outros paises sub-desenvolvidos, eh considerada uma regiao de grande risco para muitas doencas graves e fatais, e portanto alem de treinar e cuidar bem da saude nessas semanas que antecedem a viagem, tambem fomos consultar um especialista, pra garantir que nao teremos problemas nem durante nem depois da viagem.

O sistema de saude aqui na Inglaterra eh bem diferente do Brasil, onde basta ir num posto de saude e tomar suas vacinas; Aquei temos que consultar nosso medico de familia, que as vezes pode demorar meses pra sequer conseguir uma consulta inicial, e depois entao pedir uma referencia a um especialista. E existem tambem as clinicas “de familia” que tambem tem especialistas em doencas tropicais e saude relacioanda a viagens, mas a unica clinica dessas no nosso bairro, soh tinha concultas disponiveis daqui a semanas.

Entao entramos em contacto com o lider da nossa viagem e ele nos recomendou a Nomad Travel, que eh uma outra agencia de viagem que tambem tem lojas com material outdoor e algumas Travel Clinics particular espalhadas por Londres.

Na duvida, preferimos pagar um pouco mais pra ir nos consultar com um medico particular, poder passar quanto tempo quisessimos tirando duvidas e fazendo perguntas, e principalmente “pagar” pela boa vontade de alguem que teria que nos informar sobre os procedimentos de dois turistas nao-Ingleses (minha carteira de vacinacao e a carteira internacional de Febre Amarela eh do Brasil e a do Aaron eh Americana).

No total passamos mais de 2 horas com a enfermeira, ela ligou para um farmaceutico afiliado qeu nos explicou os efeitos quimicos de alguns dos remedios receitados, e fizemos uma consulta express por telefone (o sistema de saude aqui eh uma piada, mesmo o particular) com uma medica que nos explicou sobre outro remedio.

A principal vacina exigida pela Tanzania eh a Febre Amarela. A vacina eh exigida na entrada da Tanzania e na volta pra Inglaterra tambem, entao se certifique que voce foi vacinado ha menos de 10 anos atras (a minha vence em 2011!!) e caso tenha sido vacinado no Brasil, que vc vah a umposto da policia Federal ou Anvisa pra pedir sua carteirinha internacional (a unica valida no mundo todo).

Alem disso a Organizacao Mundial da Saude e o National Helth Service (NHS) Britanico recomendam cerca de 10 vacinas para pessoas que queiram visitar a Tanzania. Mas soh conversando com um medico ele(a) pode avaliar seu historico de saude, a area do pais que vc vai visitar e afins, e por fim receitar uma serie de vacinas que se adapte a seu caso em particular.

No meu caso, por ter passado quase toda minha infancia no Brasil, eu jah tomei a grande maioria das vacinas exigidas/recomendada pela Tanzania, e outras tantas, justamente por jah ter sido vacinada, tive que tomar de novo um “booster” pra reforcar os anticorpos, como a Hepatite A e Poliomelite, por exemplo. Jah o Aaron nunca tinha tomado vacina pra Tuberculose.

Outras vacinas foram descartadas, devido ao perfil de nossa viagem, como vacina contra Raiva e Colera, pois nao teremos contato com animais domesticos locais (se algum animal chegar muito perto da gente durante o safari, contaminacao por raiva sera o menor dos problemas!) nem teremos contato com multidoes nem convivo prolongado com a populacao local.

Entao no total eu tomei 5 vacinas e o Aaron tomou 4 (ele jah tinha tomado algumas das vacinas quando foi a Bolivia ha uns anos atras), de acordo com a recomendacao da enfermeira que nos atendeu.

Alem das vacinas, a Tanzania eh considerada area de altissimo risco de Malaria, que eh uma doenca fatal, e apesar de nao ter vacina preventiva, existem uma seria de comprimidos que podemos tomar de acordo com a saude de cada um, e os lugares especifico que estaremos visitando.

Na verdade quem vai pro Kilimanjaro nem precisa tomar remedio contra Malaria, pois os mosquitos nao sobrevivem acima dos 1.800 metros de altitude, mas como vamos passar mais 1 semana acampando no meio do mato durante o Safari, a medica nos recomendou logo a formula mais potente do remedio anti-Malaria.

Alem de tomar so comprimidos por cerca de 20 dias (a formula especifica que nos recomendaram deve ser tomada 2 dias antes da exposicao a area de risco, durante toda a viagem, e por mais 7 dias dpois da volta), tambem temos que usar repelentes especificos anti-malaria, que devem ser usados direto na pele (exposta ou nao), e um outro tipo de repelente pra passar na roupa, alem de domrir com rede anti mosquito todos os dias.

Infelizmente o remedio da malaria tem varios efeitos colaterais desagradaveis, e parte da consulta foi justamente para enteder exatamente quais sao esses efeitos e como conseguir lidar com eles durante a viagem (entre eles: enjoo, retencao de liquidos, dor de cabeca, etc).

Por fim, um dos motivos principais que queriamos conversar com um medico especialista em viagens foi porque nos decidimos tomar o Diamox, que eh um remedio preventivo anti-altitude, ou seja, um remedio que ajuda o organismo a lidar quimicamente com os efeitos da falta de oxigenio no corpo.

O principal risco da nossa viagem eh justamente a altitude. Nos estamos fazendo o possivel pra estarmos na melhor forma “respiratoria” de nossa vida, para que nossos pulmoes nao sejam tao afetados pela falta de oxigenio.

Mas seja voce um atleta ou nao, nada nem ninguem pode prever como seu corpo vai reagir ao lidar com 60% a menos de oxigenio a cada respirada. Os sintomas mais comuns da altitude sao falta de ar, pressao baixa, dores de cabeca, muito enjoo, desregulamento do ciclo menstrual, e em caso graves pode levar a embolia pulmonar e ate mesmo afetar permanentemente as funcoes cerebrais (mas logicamente esses sao os casos mega graves).

E por isso eh tao, TAO importante estar bem preparado em todas as frentes para uma esclada desse nivel.

E eh pra isso que serve o Diamox (que eh o nome comercial do remedio) – ele causa um efeito quimico no organismo que eleva a tolerancia do corpo humano ao lidar com essa falta de oxigenio. Os sintomas nao sao disfarcados e sim evitados ou aliviados, entao caso o guia da escalada perceba que alguem esta sofrendo com esses sintomas acima do nivel normal, eles podem tomar alguma providencia antes que os danos se tornem perigosos.

Entao o Diamox, entre varias outras coisas mais “medicas”, acelera o metabolismo e a diureze do corpo, eliminando as toxinas e os fluidos produzidos pelo pulmao por causa da aceleracao dos batimentos cardiacos e absorcao de oxigenio.

Ou seja, o Diamox ajuda o corpo a lidar com tudo isso, mas ainda sentiremos cada uma dos delciosos efeitos da altitude, que sao, entre muitos outros: dores de cabeca, falta de apetite, falta de ar, taquicardia, fatiga, etc.

Multos alpinistas profissionais se recusam a tomar Diamox, pois consideram que isso seria uma “trapaca” na escalada, e quem for preofissional mesmo tem que aguentar os sintomas da alitude, ou simplesmente desistir da escalada. Como nunca fiz nada parecido, dedo principio jah tinha decidido que iria tomar o remdio, mas o Aaron estava na duvida, afinal ele jah fez varias escaladas mais “serias” que o Kilimajaro e nunca tomou nada. Mas depois de pesquisar bastante, comecar a treinar e etc, ele mudou de ideia, e como eu vou tomar o Diamox, ele resolveu tomar tambem, pois afinal ele nao escala nem a escada do predio ha mais de 3 anos… entoa entre correr o risco de nao conseguir terminar a subida e tomar um comprimido diario, ele deu o braco a torcer e tambem vai tomar.

Bem, como da pra perceber, eu nao sou medica e muito menos alpinista experiente, e por isso mesmo tenho feito MUITA pesquisa sobre o pais e a montanha, pra ter certeza que estarei preparada pro que vem por ai e nao vou estragar minha saude nem minha viagem por coisas que poderiam ser facilmente evitadas.

Nossas pesquisas e preparacao comecaram ha cerca de 2 anos atras, e estou segura que estaremos preparados pro que der e vier! Mas pra quem eventualmente vir parar aqui procurando informacoes sobre o Kilimanjaro, nao esquecam de procurar um medico especialista que podera fazer recomendacoes especificas pro seu caso.

Adriana Miller
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29 May 2010
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Jerusalém – Bairro Muçulmano

Dicas de Viagens, Israel, Jerusalém

O bairro Muçulmano de Jerusalém é o mais “vivo” e movimentado de todos, e o motivo é bem simples: o super movimentado mercado Arabe, ou Souq.

Uma das ruas do bairro Muçulmano visto desde o bairro Armênio

Outra das muitas ruas interligadas do bairro

Na verdade não existe uma area apenas para o mercado, e por todas as partes para onde as ruas se espalham, lá estão as lojinhas, vendendo toda sorte de quinquilharias, e principalmente toda e qualquer coisa religiosa. Quer um crucifixo? O Arabe tem (com preço melhor que o tio da lojinha Cristã). Quer uma Menorah? O Arabe também tem.

Mas o melhor do bairro Arabe de Jerusalém é que ao contrario dos muitos outros marcados arabes que já fui no mundo, eles te deixam em paz!

Voce pode andar a vontade, olhar as coisas expostas, mexer, tirar fotos e ninguem fica te enchendo o saco pra comprar isso ou aqui, meu preço é melhor, qual seu preço, quem dá mais, etc, etc, que são tão tipicos em Souqs, e que para muita gente estraga a experiência.

Mas as atrações principais do mercado são as frutas secas e nozes, temperos e ervas, incensos, tapetes, porcelanas, pratas e joias, muitas joias (daqueles mega douradas com pedras colorias e bem espalhafatosas!)

Uma das areas mais animadas do mercado/barro Arabe estão na vizinhança do Portão de Damascus, e onde o mercado fica com menos cara de turismo e com mais cara de feira local, onde a comunidade Muçulmana faz suas compras.

E é aqui também que como em qualquer outra area Muçulmana do mundo é bom estar bem coberta, nada de muita perna, ombros e peles em geral apareçendo – quanto mais perto do Portão mais “autentica” a area vai ficando e volta e meia voce acaba ouvindo umas barbaridades.

Mas cruze o portão e suba nas Ramparts, que são as areas “andaveis” do muro que cerca a cidade e teem uma vista incrivel da dinamica da cidade antiga.

A principal atração do bairro Muçulmano é sem sombra de duvidas o Domo da Rocha, que é o santuario dourado com pinta de Mesquita.

Mas é também o Domo da Rocha que é  (uma das) fontes de tensão em todo Oriente Medio. Porque? Se voces repararem bem, o Domo da Rocha esta construido bem em cima do “Monte do Templo”, a plataforma construida pelo Rei Salomão para abrigar o principal Templo Judeu do mundo – que foi construido e reconstruido duas vezes, e hoje em dia sobrou apenas o Muro das Lamentações.

O Domo da Rocha é super impressionante e totalmente domina a paisagem da cidade. É praticamente impossivel não tirar centenas (literalmente, no nosso caso) de fotos dos diferentes angulos do templo, e querer captar todos os detalhes.

A cupula, que um dia já foi coberta de ouro 18K de verdade, alem de dourada e reluzente, ainda é totalmente decorada por azuleijos pintados a mão (!) por artesãos Armênios, com flores tipicas da região e caligrafica Arabe contando historias do Alcorão e a história doque se passou ali.

Turistas não Muçulmanos são bem vindos em cima do Monte, pero no mucho, e existem um zilhão de regrinhas que na verdade de impedem de chegar lá em cima.

Toda area, apesar de Arabe-Muçulmana, é governada pelo governo Israelita, e policiada pelo Exercito Israeli, e portanto, por pura intriga da oposição, eles nao querem que os turistas cheguem lá em cima.

São pequenas coisas do tipo: o horario de abertura é super restrito, apenas de 2ª a 5ª feira, e apenas entre 13:30 e 15:00 da tarde. Não existe uma unica placa avisando onde é a entrada, ninguem pra dar informaçoes, e o pior de tudo, o lugar onde a fila se forma nao tem uma unica sombrinha nem lugar pra sentar!

Então não foi a toa que só conseguimos achar o tal lugar quando fizemos um passeio guiado, e todas as pessoas esperando na fila (e sofrendo embaixo do sol) eram tambem de grupos com guias.

E pra completar, ainda tem uma placa enorme bem na entrada, com uma mesangem do Rabino “chefe” de Jerusalém lembrando a todos os Judeus que as leis ro Torah proibem a entrada de Judeus ao espaço do Monte do Templo!

Mas chegando lá em cima é até dificil de acreditar que ainda estamos na mesma cidade, pais ou planeta! Depois de passar por toda segurança, detector de metais e afins, subimos uma rampa de madeira e passamos por um portão que te leva ao “Central Park” do Oriente Medio.

Chega a ser dificil de acreditar que o lugar que gerou (gera) grande parte dos principals conflitos da região é tambem um lugar tão tranquilo e pacifico. Velinhos sentados na sombra, familias fazendo pic nic na sombra das arvores, crianças jogando futebol…

(Mas ai voce olha pro lado e ve um Israelita armado até os dentes!)

Garantindo a "paz" local

Não-Muçulmanos não são permitidos dentro do Domo da Rocha e da Mesquita, mas diz o nosso guia que na verdade eles não verificam nada – em Israel é tudo na base do “racial profiling” (Racismo, em bom Portugues) e te tratam bem ou mal dependendo se eles acham que voce tem cara de Judeu, Arabe ou Cristão. Diz a lenda que turistas com cara de Arabe conseguem entrar sem o menor problema!

O guia fez questão de nos lembrar várias vezes não é permitido tirar fotos se abraçando

A historia do “Monte do Templo” é super complexa, mas bastante interessante. Originalmente a “plataforma” foi construida para sediar o principal templo Judeu, e depois o segundo templo Judeu, que foi destruido pelos Romanos em 70 d.c. Uma vez que templo já estava destruida, a area livre e os Arabes (Otomanos) governando a região, eles então resolveram construir seus templos no mesmo lugar, segundo a tradição Muçulmana.

Então diz a historia que foi ali que o Profeta Mohammed ascendeu ao paraiso para conversar com Deus, e no processo de ascenção, deixou uma pegada impressa na rocha. E pra completar a santicidade do local, ainda ficaram também impressas a impressão digital das mãos do Arcanjo Gabriel, que foi quem “segurou” a Rocha enquanto Mohammed ascendia.

Então o Domo da Rocha nada mais é que um teto, ou uma estrutura construida para proteger a area e mostrar, com toda opulencia arabe, a importancia do local – assim como os Cristãos fizeram na Igreja do Santo Sepulcro.

E pra completar, lá de cima temos a vista privilegiada do Monte das Oliveiras! (que vai ficar pra outro post!)

Adriana Miller
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