23 Jun 2016
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Ilhas Faroe: Torshavn e a Ilha Streymoy

Europa, Ilhas Faroe

A Ilha Streymoy fica mais ou menos no “meio” do arquipélago das Faroe, e é onde esta a capital Torshavn, assim como cerca de 40 mil, dos seus 50 mil habitantes totais do país.

Essa é também a maior ilha do país, e onde estão seus estaleiros, (poucas) indústrias, universidade, hospital, sede do governo, etc.

Foi a ilha pela qual nós mais passamos e dirigimos, mas que menos exploramos “de propósito”; tirando Torshavn, Streymoy não possui nenhuma área que seja particularmente “turística”, mas ao mesmo tempo, uma ilha impossível de dirigir por alguns minutos sem querer ficar parando para tirar fotos!

Depois do primeiro dia por lá, já sabíamos que qualquer passeio precisaria de mais meia hora, ou uma hora só para pit stops pelo caminho para fotos!

Além disso, nós sempre pegávamos as estradas mais longas, com o símbolo “panorâmico”, que era sempre certeza de paisagens estonteantes, vilarejos de faz de conta e fjords dramáticos!

Várias vezes encurtamos passeios nas outras ilhas só pra voltar pra casa (em Torshavn) por um caminho diferente e ver quais surpresas a estrada nos traria!

Mas a capital Torshavn realmente é o principal atrativo de Streymoy, e onde finalmente nos sentíamos na civilização. Muitas vezes passamos o dia todo sem ver uma única pessoa nas estradas ou vilarejos, então chegar em Torshavn, ver outros carros, lugares pra comer e até lojas, era um alívio!

E é lá também que nos sentimos na Escandinávia!

O porto da cidade, com suas cidades coloridas é praticamente uma mini Copenhagem, e tão charmosa quanto!

E claro, seu epicentro é o porto: de um lado barquinhos de pescadores e veleiros e lanchas da população da cidade; e do outro lado, um estaleiro e o porto de onde chegam os ferries vindos de outras ilhas ou países (Dinamarca e Islândia, além de um ou outro cruzeiro ao longo do ano).

A cidade continua com cara de vilarejozinho, com casinhas fofas de telhado de grama, mas volta e meia vemos lojas, hotéis, restaurantes e outros indícios de civilização!

E medida que fomos nos embrenhando pelas ruelas de pedra, chegamos na “cidade antiga” de Torshavn, onde estão as casinhas históricas, onde habitaram as primeiras famílias que chegaram por ali.

Hoje em dia, o conjunto de casinhas vermelhas são tombadas pelo patrimônio histórico, e são a sede do governo do país e da cidade, além de consulados e embaixadas dos (poucos) países com representação por lá.

Nós ficamos hospedados nos arredores do Torhsavn, e não no centrão da cidade (pois preferimos ficar em apartamento do que hotel), mas passamos por Torshavn praticamente todos os dias, seja para jantar (comemos umas 2 vezes no Hvonn e uma outra vez no “Irish Pub” – ambos com comida bem “internacional” e preços bons. Já falei sobre a questão da comida nas Ilhas Faroe nesse post aqui), além do supermercado, ponto de informação turística etc.

 

Adriana Miller
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Adriana Miller
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21 Jun 2016
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Ilhas Faroe: Ilha Vágar

Dicas de Viagens, Ilhas Faroe

Entre as ilhas conectadas do arquipélago Faroese, a Ilha Vágar é a mais ao sul/sudoeste – e provavelmente será também seu primeiro contato com o país, pois é nela que está seu único aeroporto.

Mas apesar de ser relativamente pequena e inabitada, a Ilha Vágar hospeda 5 das principais atrações de beleza Natural do país, além de ser o ponto de partida para os ferries que vão para a Ilha Mykines (que infelizmente não visitamos por causa do risco climático, mas é onde ficam as maiores colônias de Puffins do mundo).

O país é muito, muito pequeno, e o mapa das ilhas definitivamente engana qualquer planejamento! A distancia entre o aeroporto (bem no meio da Vágar) e a capital Torhsavn, por exemplo, não leva nem meia hora (de carro), então acabamos indo e voltando a Vágar várias vezes durante nossa estadia, seja para rever algum lugar, refazer fotos, ou visitar alguma paisagem num horário do dia ou clima diferente!

 

– Sørvágsvatn:

O lago Sørvágsvatn é o maior das Ilhas Faroe, e também um dos maiores cartões postais do país.

São menos de 4km quadrados de area, mas o que o torna tão único é sua geografica dramática! O lago esta acima de penhascos rochosos, e chega até a beiradinha no Oceano Atlantico (com direito a cachoeira caindo no mar e tudo), mas por causa dos penhascos que chegam a até 100 metros de altura, recortados em mini fjords,  ao chegar na ponta da trilha que rodeia o lago, é possível er a perspectiva do que o lago esta flutuando sobre o mar!

Aliáis, foi justamente essa imagem do “lago flutuante” das Ilhas Faroe que nos convenceu a visitar o país!

A imagem realmente é impactante, uma ilusão ótica sem igual no mundo!

Nós fizemos duas trilhas em volta do lago, justamente para conseguir diferentes ângulos e luzes, e capturar essa composição ótica incrível.

A trilha dura cerca de 2 horas, entre a entrada do lago, e a cachoeira que se encontra com o mar (é possível cruzar a cachoeira andando – perigosamente! – para continuar a trilha do outro lado do lago). Eu tive coragem na primeira vez, mas o Aaron não. Quando voltamos da segunda vez, o vento estava tão violento que me bateu um pânico horrível de cair lá de cima (apesar de que a passagem não fica perto da beirada não!).

Mas a trilha não é marcada, e é uma pura lama!

Como estávamos com a Isabella, a caminhada acabou se tornando mais difícil do que era, pois tinha trechos que ela não conseguia andar (por causa da lama e muitas pedras), ou por causa do vento (tinha horas que não dava pra deixar ela sozinha em pé no chão! Pra vocês terem uma ideia da força do vento por lá), mas por outro lado, ela adorou passear tão pertinhos das ovelhas e do lago!

O país é estonteante em vários aspectos, mas o Lago Sørvágsvatn realmente merece a fama que tem!

 

– Miðvágur:

A cidade & baía Miðvágur é a maior da Ilha Vágar, e apesar de sua praia fofa com a igrejinha coloria ao fundo, ela esta longe de ganhar prêmios como uma praia paradisíaca, muito pelo contrário!

A areia é escura e cheia de pedras, a água é cheia de algas e o vento e o clima, como era de se esperar, é constantemente congelante.

Quando eu postei uma foto de lá, durante a nossa viagem, me perguntaram se dava pra entrar na água do mar em alguma época durante o ano… Olha, se você tiver sangue Viking, eu imagino que sim! Se resto, não. Nunca!

Mas Miðvágur é uma das cidades mais antigas do país, e acredita-se que tenha sido o primeiro lugar onde os Vikings se estabeleceram, a mais de mil anos atras. E dá pra entender porque: sua baía em formato de ferradura protege a área dos ventos destruidores, e a maré que sobre e desce dramaticamente ao longo do dia, facilita a pesca sem muito esforço.

E é justamente isso que fez de Miðvágur, e as Ilhas Faroe como um todo “conhecido” no mundo: sua polêmica matança das baleias piloto.

Sim é uma prática polêmica, cruel, bla bla bla. Mas acho que só estando lá e observando como a população local viveu e sobreviveu nos últimos séculos para realmente apreciar o fato de que cada povo se vira com o que a natureza lhes dá.

E Miðvágur foi a resposta certeira para a sobrevivência num lugar tão adverso! Então todos os anos, no final do verão, os “Sea Sheperds” (ou “Pastores do mar”, como os pescadores Faroeses são conhecidos) encaminham as baleias piloto, que fazem colônia por ali durante o verão até a entrada da baía durante a maré alta. A medida que a maré vai abaixando, as baleias ficam presas no banco de areia, e só então os pescadores as abatem. (nós passamos por Miðvágur tanto na maré alta, com a praia “normal”, quanto na maré baixa, quando o mar chega lá na entrada na baía, e mal dá pra acreditar que tinha uma praia ali!)

Não dá pra negar que as imagens são chocantes: a baia é relativamente pequena, a maré baixa bem rápido, e centenas de baleias ficam presas ao mesmo tempo. O resultado é um mar vermelho de sangue, enquanto os pescadores vao abatendo de uma a uma.

Mas é uma prática de subsitência, e a população consome praticamente até a última grama das baleias ao longo do resto do ano (nao gente, não é prática esportiva, nem crueldade por diversão).

Muitas entidades de proteção aos animais já tentaram exterminar a prática, mas os governantes se mantem firme na proteção de uma das principais atividades econômicas do país, e a prática cultural que basicamente viabilizou a colonização do país a mil anos atras.

 

– Bøur:

Bøur é um vilarejo que quase nos passou despercebido… já tínhamos visto fotos de lá, e estávamos com a cidade marcada no mapa, mas sua posição na beira do mar, e bem abaixo no nível da estrada, somado à meia-dúzia de casa que abrigam seus 75 habitantes…

Bem, acabamos só encontrando a entrada para o vilarejo, já numa segunda/terceira passagem pela ilha Vágar!

As casinhas da cidade são todas juntinhas umas das outras, e com telhados cobertos de grama, para que protejam umas as outras do vento, e a grama no telhado, um dos símbolos das Ilhas Faroe, servem como isolamento térmico (e também criam “raiz”, também protegendo o telhado e a estrutura das casa do vento).

Sua marca registrada é a Igrejinha, do século 18, que fica apontada diretamente á ilhas pontiagudas Tindhólmur e Mykines, deixando a paisagem ainda mais dramática!

 

– Gásadalur:

Gásadalur é a fronteira final da Ilha Vágar, e um dos motivos que nos fez voltar várias vezes a esse lado do país: a cachoeira que se debruça drmáticamente sobre o mar, é o paraíso dos (aspirantes a ) fotógrafos!

Junto com Sørvágsvatn, Gásadalur é uma das imagens símbolo das Ilhas Faroe!

A cidade tem uma população de 18 pessoas (!!!), mas é de lá (e sua cachoeira) que saem a maioria das lendas e histórias do folclore Faroese, geralmente envolvendo fadas e duendes que habitam atras da cachoeira.

 

Adriana Miller
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20 Jun 2016
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Ilhas Faroe: é de comer ou de passar no cabelo??

Blog, Dicas de Viagens, Europa, Ilhas Faroe

O arquipelago das Ilhas Faroe sempre foram um pais que me fascinaram “de longe” – volta e meia eu ouvia falar sobe eles, mas no fundo sabia muito pouco sobre o pais e principalmente, não conhecia ninguém que já tivesse ido pra lá.

Pra falar a verdade, nunca parei pra prestar muita atenção, nem fazer nenhuma pesquisa que pudesse tornar uma viagem pra lá possível… A Europa (e o mundo!) tem muitos outros lugares interessantes a serem visitados, e foi justamente isso que fiz ao longo dos anos.

Porém, a cada novo pais Escandinavo que visitava, a vontade de conhecer os outros só aumentava! É uma região que acho fascinante, uma cultura incrível e lugares estonteantes.

Então, uns anos atras nos visitamos a Islândia: pronto, as Ilhas Faroe são comummente apelidadas de irma “caçula” da Islândia, e queríamos repetir a experiencia incrível que tivemos na Islândia num outro lugar que fosse diferente, mas ao mesmo tempo tão parecido!

Até que finalmente ano passado, quando estávamos analisando algumas opções para uma viagem de fim de verão, e levemente desesperada achando que não ia achar nenhum lugar com disponibilidade e preços pagáveis de ultima hora, eu resolvi, por que não, finalmente pesquisar sobre a Ilha.

Dai pra frente, nenhuma promessa de praia e calor no sul da Europa compensaria a experiencia, paisagens e singularidade de uma viagem pra lá!

Convencer o Aaron então, foi facílimo! Caminhadas, hikes, paisagens estonteantes e a promessa de fotos incríveis. Uma combinação perfeita!

As Ilhas Faroe são um pais autônomo, porem que ainda fazem parte da região administrativa da Dinamarca, apesar de sua independência pós Segunda Guerra Mundial: sua língua é diferente do Dinamarquês, sua moeda também é diferente, e eles ainda tem direito a participar do parlamento Dinamarquês, apesar de que a Dinamarca já não tem direitos nem poderes políticos sobre o pais. (mais ou menos como a mesma relação que o Reino Unido tem sobre a Canada e Austrália, porem os países são perfeitamente independentes, apesar de “reinados” pela Rainha da Inglaterra).

Mas é impossível negar sua raiz Escandinava e origem Dinamarquesa (e Norueguesa, já que eles também fizeram parte da Noruega por muitos seculos) – seja em seus costumes, os nativos, arquitetura ou culinária!

E uma das perguntas que mais respondemos foi: onde fica isso?!

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Faroe

Fácil: no Mar do Norte, entre o norte da Escócia e o sul da Islândia, ao oeste da Noruega.

O pais é composto por 18 Ilhas, sendo que menos de 10 delas são habitadas, e as 5 maiores (e centrais) são integralmente conectadas por pontes e tuneis sub-oceânicos (um feito arquitetônico incrível!), fazendo que com que o pais seja facilmente explorável.

As cidades principais podem ser contadas nos dedos (de 1 mão só!), e seus esparcos 48.000 habitantes se dividem principalmente entre a capital Torshavn na Ilha Streymoy, e a “capital do norte” Klaksvik, na ilha norte Bordoy.

O nome do pais é debatível, pois hoje em dia “Faroe” significa diferentes coisas em diferentes línguas escandinavas, mas historicamente, o nome vem da palavra “faer”, que significa “ovelha” no dialeto Norueguês arcaico – mas essa origem não poderia ser mais atual, pois é o que mais encontramos pela “ilha das ovelhas”!!

Infelizmente, muita gente conhece as Ilhas Faroe apenas por sua cultura polemica, e na época em que a visitamos, ate rolou uns bate-boca no meu Instagram, já que periodicamente a ilha ocupa as manchetes de jornal falando sobre a matança das baleias em suas baías.

Mas, não. Isso não me impediu de querer visitar o pais, muito pelo contrario. Acho que viajar é isso ai, é expandir nossos horizontes e entender como povos diferentes encontram diferentes maneiras para sobreviver.

Para os Faroeses, as Baleias são, até hoje, um de seus principais meios de subintendência, então imagina como não deveria ter sido para os primeiros Vikings e Nórdicos que se acomodaram por la há mais de mil anos atras?

Uma pais sem recursos naturais, com um clima impiedoso, sem capacidade natural para agricultura, e apesar da abundancia marítima ao redor da ilha, pode-se dizer que o “mar não esta pra peixe” durante muitos, e muitos meses por ano.

Então comprovando a teoria da “sobrevivência do mais forte”, eles logo descobriram que suas baias eram um bom refugio para baleias (que é um tipo bem especifico de baleias, que não estão em extinção nem em perigo), onde poderiam ser abatidas e garantiam a sobrevivência da população para o resto do ano; então ate hoje eles usam as baleias para tudo e por tudo: carne na alimentação, gordura para energia, pele para couro, ossos para construção, e por ai vai.

Não é que eu esteja fazendo apologia de abate de animal nenhum (inclusiva a da picanha que você curtiu no churrasco do fim de semana!), mas depois de ter conhecido o pais, eu passei a admirar demais sua força e resiliência mesmo num lugar e condições tao adversas!

No fim das contas, a viagem foi muito mais confortável eu fácil do que imaginávamos, e inclusive muito mais fácil e tranquila de ser explorada que a Islândia, mesmo com criança pequena (a Bella estava com 2 anos e 7 meses na época), com nível (semi) zero de perrengues!

Nos próximos posts virão as dicas praticas, os vídeos e o roteiro que fizemos durante os 5 dias que passamos por la!

Adriana Miller
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