08 Feb 2011
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Beirute ao vivo no Viaje na Viagem

Beirute, Blog, Dicas de Viagens, Libano, Midia

Quando finalmente voltei a Londres no domingo, resolvi dar minha voltinha de sempre nos blogs preferidos… E pra minha surpresa, me deparei com um post sobre minha blogagem “ao vivo” em Beirute no Viaje na Viagem, do comandante Riq Freire!

O VnV nao soh eh o melhor e mais completo blog de viagens de lingua Portuguesa, como tambem eh uma verdadeira comunidade, e o Ricardo conseguiu dar um novo significado a expressao “midia social” – nas paginas e nas caixas de comentarios do VnV rola toda uma convivencia familiar entre os “trips”, que se conhecem, ajudam e – obviamente – conversam sobre nosso vicio em comum: viajar!

Entao ver meu blog e meus posts tendo reconhecimento da “comunidade” eh de uma felicidade enorme! E se tivesse a oportunidade, roubaria o emprego dele sem pestanejar! :-)

Adriana Miller
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07 Feb 2011
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Beirute

Beirute, Dicas de Viagens, Libano

A grande maioria dos guias e sites que sequer mencionam Beirute, descrevem a cidade como a “Paris do Oriente Medio”. Então já vou começar o post dizendo que discordo.

Realmente Beirute foi a cidade mais “Europeia” que já conheci no Oriente, e na verdade me lembrou demais cidades do sul da Italia ou Espanha, com toda su arquitetura Mediterranea, seu espirito festeiro de quem não se preocupa demais com os problemas pois sabe que no final tudo dá certo.

Beirute esta de volta no mapa

De Paris mesmo, não vi nada. Mas na verdade eu discordo da comparação, simplesmente porque geralmente discordo com comparações em geral. A gente sempre ouve falar na “Paris do Leste”, ” A Veneza do Norte”, a ” Nova Iorque da Asia” e outras comparações do tipo. Mas eu acho que cada cidade tem seus proprios méritos, e ninguem deveria ter que viver a sombra de outra grande cidade.

Não que uma comparação com Paris não seja um grande elogio, mas Beirute é Beirute, e merece ter seu brilho proprio e ser admirada pelo que tem a oferecer e pelo que é, e quem sabe um dia não ouviremos falar por ai sobre a “Beirute do Norte” ou a “Beirute da Asia” ou algo parecido…

As montanhas nevadas vistas do "calçadão" da praia

Afinal são poucas as cidades do mundo (se é que existe alguma outra) onde voce pode caminhar na praia enquanto admira as montanhas nevadas e as estações de esqui. Onde o maior e mais caro relogio Rolex do mundo faz parte da mesma historia de uma praça que foi interamente destruida por bombardeios, e ruinas Romanas, ruinas Fenícias, igrejas catolicas, ortodoxas e mesquitas dividem o mesmo quilometro quadrado!

Place D'Etoile e o Rolex gigante

Mesquita Mohammed Al-Amin

A verdade é que a cidade é relativamente pequena, e de facil locomoção, mas ainda esta aos poucos tentando se reerguer depois de quase 3 decadas de guerras sangrentas e destruidoras.

O Rolex original de fabricação Suiça é de 1897

O centro historico já foi inteiramente reconstruido, e hoje em dia é uma região interamente peatonal, e tanto o governo quanto a população fieram questão (e morrem de orgulho) de não ter caido no erro de seus vizinhos do Golfo e ter reconstruido uma cidade que cresce “pra cima”, coberta de vidros, neons e arquitetura arrojada. Então a Beirute de hoje é exatamente igual a Beirute de antigamente, só que melhorada.

O centro historico reconstruido

Os predios mantiveram suas fachadas originais, com janelas de estilo Arabe e pedras em tons terrosos, mas ganharam interiores modernos e garagem subterranea.

A area hoje em dia é cercada pelos melhores restaurantes da cidade, e ruas que se iluminam e recebem visitantes e locais até as altas horas da madrugada.

Os bares e restaurante da Place D'Etoile a noite

E ao bom estilo Libanes, até mesmo a guerra pode trazer algum salto positivo, como as recen descobertas ruinas de um “banheiro” publico Romano, com todo seu sistema de circulação e aquecimento de agua; e um mercado Fenicio com arcos, caves e colunas milenares.

Ruinas Romanas

Vestigios de uma ciade Fenícia

Ainda ali no centro esta o Souk – que do original sobrou apenas uma pequena cupula e alguns pedaços de mosaico arabe no chao.

Os Mosaicos que sobraram do mercado original

Mas sua reconstrução não trouxe shoppings gigantescos, e sim uma versão moderna de um Souk Arabe, que reflete o estilo de vida do seculo 21. O Souk ainda é divido em “especialidades” como o Souk de joias, o Souke de comidas, etc, mas em vez dos esterotipos que esperariamos ver brigando por clientes nas ruas de Instambul ou do Cairo, na verdade vemos lojas que variam da Zara e H&M a Armani e Hermes.

O novo Souk é a melhor area de compras e restaurantes da cidade

E a poucos passos esta o Mediterraneo, com seus 4 quilometros de “Corniche” que bordeia a cidade num calçadão que começa na Marina e segue até a “Pigeon Rock” (“Rocha dos pombos”), onde estão concentrados os hoteis de luxo, os apartamentos de frente rpo mar da elite, o calçadão, os pescadores, e claro, a vista das montanhas nevadas!

Corniche

As montanhas na beira da praia

Pescadores

Pigeon Rock

A area surpresa da cidade é o bairro Hamra, e principalmente a rua Hamra – que é o bairro dos artistas, estudantes e mochileiros. Muitas lojinhas, cafes, restaurantes, agencias de viagem, albergues e hoteis baratinhos – o paraiso dos mochileiros e dos que procuram uma experiencia mais “autentica” e “caotica” em Beirute.

Rue Hamra

Mas oque eu achei mais interessante na cidade foi justamente o contraste da prosperidade do Oriente Medio com as marcas da destruição da guerra, que querendo ou não, estão por todos os cantos da cidade, e não dá pra evitar.

Oque sobrou do antigo Holiday Inn

Um dos principais “monumentos” a guerra é oque sobrou do hotel Holiday Inn (que fica exatamente atras ao Phoenicia, e era a vista da minha janela todas as manhas) – o hotel era recem inaugurado quando a guerra civil começou em 1975. Por ser o predio mais alto da cidade na epoca, acabou sendo ocupado pelo exercito e seus atiradores de elite usavam as varandas dos quartos de hospedes pra mirar e atacar os inimigos.

As marcas da guerra

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Inimigos esses que por sua vez sabiam que os atiradores estavam ali – entao o predio foi alvo de incontaveis bombardeios, tiroteiros, incendios e toda sorte de artimanhas de guerra. Porem, por causa de sua construição de primeira linha e estrutura anti-terremoto, a estrutura do predio nunca foi abalada, e o esquelo do Holiday Inn continua lá, nem nunca ter sido recuperado, reconstruido nem destruido, cumprindo seu papel de “lembrete” da destruicnao da guerra, e assim quem sabe a nova geração de Libaneses não conseguem evitar que isso aconteça novamente?

Adriana Miller
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05 Feb 2011
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Hotel Phoenicia Beirute

Beirute, Dicas de Viagens, Libano

Quando eu comecei a tratar dos detalhes praticos da viagem ao Libano, o sistema de viagens corporativas do banco me dava duas unicas opções de hospedagem. Instintivamente eu escolhi o mais barato, e mal sabia eu que estava prestes a me hospedar num dos pontos mais tradicionais do Libano, um hotel iconico cheio de historias do auge do glamour da Beirute dos anos 60 e historias sangrentas das diversas guerras nos anos 70/80 e 90.

A historia do hotel reflete a historia da cidade e do pais.

O Hotel Phoenicia foi construido no inicio da decada de 60 e representava tudo de melhor que o mediterraneo tinha pra oferecer. Foi um dos edificios que garantiu a Beirute o titulo de “Paris do Oriente Medio”.

Porem, durante a guerra civil o hotel foi usado como epicentro de bombardeamentos e atiradores de elite usavam sua posiçnao estrategica pra atacar os inimigos – o hotel dos fundos, ainda esta aos pedaços e hj em dia virou um “monumento” da guerra.

Logo depois do fim da guerra o Phoenicia foi reconstruido, e em 2005, foi mais uma vez danificado quando o então Pirmeiro Ministro Rafic Hariri foi assasinado na porta do hotel por um carro bomba.

Hoje em dia o hotel foi comprado pela rede Intercontinental e já retomou inteiramente seu posto de icone numero 1 de Beirute, usado como referencia para o “renascimento” da cidade para o mundo. (e claro, segurança redobrada nas ruas em volta não faz mal a ninguem!).

O hotel realmente é lindo, o serviço impecavel com “old glamour” em todos os cantos, além da situaçnao ultra privilegiada na cidade – a poucos passos da marina e da Corniche (orla de Beirute) e a 10 minutos (a pé!) do centro historico e financeiro.

Adriana Miller
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