14 Dec 2014
4 comentários

Marrakech – Praça Jamaa El Fna (com dicas de restaurantes!)

África, Marrakesh, Marrocos

Se o Souk de Marrakech é a alma da cidade, o que seria a Praça Jamma El Fna?

É impossível ignorar a praça, que ocupa um espaço enorme no centro da cidade, e é tão diferente e única!

Sim, no mundo todo cidade tem praças, mercados e espaços públicos onde a população se reúne, e a Jamma El Fna é justamente isso. Só que com um jeito Marrakech, que ninguém mais no mundo tem!

Durante o dia é uma zona de vendedores de chá, os “waterman” Bereberes em seus trajes típicos, os encantadores de serpente, os adestradores de águias, de macacos…

A senhoras fazendo tuatuagem de hena, e claro, os infames vendedores de suco de laranja!

E acredite, o suco é uma delicia! Aquela laranja super suculenta, docíssima e saborosa. Fresquinha, entregue direto na praça todas as manhãs…

MAS… repare bem na cor da água que eles usam pra “lavar” os copos?! Hahahhaha

Bem, na primeira vez que fui a Marrocos nem reparei nesse detalhe, e claro que não resisti ao copão de suco por 20 centavos… Bem, digamos que o final da história foi trágico, e só piorou com o fato de que estava dividindo um quarto de albergue que custava 3 Euros por dia com mais 2 amigas!

Então dessa vez eu não quis nem chegar perto… (mas alguns leitores comentaram que sobreviveram pra contar a história!)

E além das barraquinhas de suco, tem tambem as barracas de frutos secos e nozes – tão gostosas quanto as barracas são elaboradas!

Mas é lá pelo fim da tarde que a cidade realmente se transforma!

A medida que o sol vai baixando, carrinhos e caminhões vão chegando e descarregando o material – e todos os dias, 365 dias por ano, durante o pôr do sol a praça faz por merecer sua fama: centenas de barraquinhas começam a ser montadas, peça por peça, a mão por seus donos.

E então a Jamaa El Fna mostra as caras e porque tem, ha séculos, o maior mercado “alimentício” do mundo (#FatosEverywhere)! Minha dica é garantir que você esteja num ponto mais alto para assistir essa “transformação” (as dicas de restaurantes na praça estão no final do post!).

Então a praça é meio 2 em 1, pois por mais caótica e louca que ela seja durante o dia, quando você volta a noite, nem dá pra acreditar no que aconteceu. Dezenas e mais dezenas de “restaurantes” totalmente montados, que vão muito mais além de meras barraquinhas.

Mas sabe o que mais gosto mesmo da praça: ainda que seja uma das principais atrações da cidade, e a cidade seja o principal polo turistico do país, quem frequenta mesmo as noites na praça são os Marroquinos.

Famílias, grupos de amigos, crianças, casais.

Jogando (parece uns joguinhos de festa Junina), fazendo apostas, tocando musica, tomando chá e fazendo tatuagem de henna.

Os restaurantes então, lotados de locais comendo as mais complicadas iguarias que você já viu!

O lugar é intimidador, mas não perca a experiência! Os garçons das barraquinhas são tão agressivos quanto os vendedores do Souk, mas seja firme e vá em frente! Hahahahh

Uma verdadeira experiência antropológica passear pelos corredores entre os restaurantes!

Juro que chegamos a cogitar a possibilidade de comer por lá mesmo, em uma das barracas – mas confesso que o trauma do suco de laranja ainda não passou, e com a Isabella então… sei lá né?

Mas principalmente por que é tudo meio caótico, ela não ia ter lugar pra sentar, não teríamos onde guardar o carrinho (cadeirão então, nem pensar), e então preferimos não arriscar.

Quase todas as nossas refeições foram lá mesmo na praça, mas nos restaurantes ao redor – por mais turístico que eles sejam, não tem como errar: comida boa, vista melhor ainda!

Nosso preferido, onde voltamos umas 2 ou tres vezes foi o “Café Glacier”, dica de almoço do nosso guia. Certeirissima!

Ignore o restaurante no andar de baixo, e vá direto pra escadinha escondida lá atrás, ela te leva ao “balcão”, um terraço bem na esquina da praça, com a melhor vista possivel: se não bastasse a vista completa da praça Jamma el Fna, o balcão também tem vista privilegiada do sol se pondo bem atrás da mesquita Koutoubia, a principal (e símbolo) da cidade.

Durante o dia a vista é bem interessante, e te dá uma ideia melhor das dimensões da praça e do Souk.

Mas é na hora do por do sol que o Café du Glacier se torna especial!

E disputada a tapa por todos os fotógrafos da cidade, como o Aaron não me deixa mentir!

Praticamente uma arquibancada VIP para a montagem do mercado noturno, mostrando bem como a transformação do espaço é mágico! Como aquele shomens conseguem montar aquilo tudo em pouco minutos (que serão desmontados horas depois!) é incrível!

Aposto que a maioria deles conseguiria fazer tudo aquilo com os pés nas costas, mas não deixa de ser mágico!

Enquanto isso, o barulho e música lá em baixo vai subindo os decibéis e as famílias vão chegando em bandos.

Quando finalmente o sol se pôe, as luzes das barracas se acendem, os fogões são acesos e a imagem parece uma miragem de luzes desfocadas pela fumça, o cheiro dos temperos e especiarias no ar, e a música, o barulho e a multidão.

Outra opção para jantar é o Café Alhambra, do outro lado da praça. A dica é a mesma: ignore o café da entrada e suba direto pro último andar, na cobertura.

A vista não é tãaaao boa não, mas ainda assim bem legal, pegando toda lateral da praça. Mas o que gostei mesmo foi da decoração e do menu de comidas marroquinas. O interior do restaurante parece uma tenda de deserto, e a gente se sente mesmo num conto de Ali Baba e os 40 ladrões!

E por fim o Cafe de France, que tanta gente recomendou. A comida foi ótima, definitivamente o melhor cuscus que comemos por lá, mas o serviço e a vista deiaxaram a desejar. Não é que a vista seja ruim, mas não é tão boa quanto o Glacier, que tem a vista da praça toda, enquanto que o cafe de France e o Alhambra, pegam apenas a lateral da praça (não dá pra ver as barracas sendo montadas, por exemplo…).

Nós passamos 3 dias em Marrakech e pelos menos uns 2 dias passamos por lá, indo e voltando, entrando e saindo do Souk pra praça e vicie versa – por mais caótico que seja, é viciante! Uma energia incrível!

Adriana Miller
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  1. André Luis - 15/12/14 - 12h12

    Respeitando seu post e toda a história desse lugar, fico imaginando se o Brasil fosse mais acessível $ turisticamente falando, pois o que há aqui deixa muito lugar no chinelo.
    E o mais importante, a higiene é uma preocupação pois os ambulantes sabem que caso alguém passe mal, nunca mais voltará.
    Abraço a família.
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  2. Giancarla - 15/12/14 - 18h02

    Contrariando todas as recomendações, nós comemos na praça, na barraca da Aicha. Delicioso, tudo muito saboroso mesmo. Foi impossível resistir, mas com criança eu também não arriscaria. Mas valeu a pena! Fica a dica para quem quiser se aventurar…

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  3. Larissa Lyra - 15/12/14 - 23h03

    Pensei exatamente a mesma coisa, André Luis. Claro que cada lugar tem suas especificidades, mas isso tudo é muuuito a cara do Brasil, principalmente do Nordeste. Feiras de rua, muvuca, “restaurantes” a céu aberto…

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    • Adriana Miller - 16/12/14 - 09h18

      Eu tambem sempre penso nisso!
      Lugares tipo Marrocos, Camboja, Malasia, Vietnam, Africa do Sul… Como que o Brasil ainda nao aprendeu a fazer turismo?!?!
      Poderiamos ser uma mega potencia mundial no turismo, mas sempre parece que o governo e ministerio do turismo faz tudo ao contrario!
      Precisamos de melhores ofertas de voos internacionais e internos, oferta de redes de hoteis acessiveis, transporte interno, melhor nivel de ingles nos servicos, melhorar a seguranca publica entao nem se fala!
      Mas o que o Brasil precisa MESMO eh de uma MEGA campanha de RP pra transformar o pais em “destino desejo” – como deixaram passar a Copa (e ja ja as olimpiadas!) eu nunca vou entender…

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