05 Feb 2006
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Big girls don`t cry

Pessoal, Vida na Inglaterra

Quando as pessoas se acostumam a ler blogs, e passam a ter a sensacao de conhecer aquela pessoa que esta por tras da tela, as vezes se sentem no direito de dar opinioes, fazer criticas, e principalmente pensar no fato de como aquela outra pessoa tem uma vida perfeita. Eu digo isso, por mim mesma. Sou uma viciada em Blogs, e tem uns que eu leio tao religiosamente que me sinto “parte da familia”.

Só que nem todas as pessoas que escrevem blogs se mantem fiel a realidade, ou simplesmente emitem fatos que mostram que a realidade não é tao conto de fadas assim.

Eu por exemplo, faço o possivel pra só contar coisas legais no blog. Eu detesto blog choraminguela, daquelas pesoas que vivem reclamando da vida e chorando miseria. Ta infeliz?! Levanta e vai fazer alguma coisa. A vida é sua, e só vc tem poderes para mudar alguma coisa.

Não reclamo e nunca reclamei da vida que levo.

Estou aqui por escolha pessoal. Sempre vejo o lado posotivo das coisas, chova ou faça sol, e vou vivendo feliz e contente enquanto valer a pena. O dia que eu achar que não esta mais valendo. Eu levanto e vou embora.


Só que as vezes, shit happen, e em situacoes assim, vc tem que aprender a lutar por si mesmo. No meu time só joga eu. No ataque e na defesa. Na vitoria e na derrota.


Nessas duas ultimas semanas vivi um dos maiores apertos da minha vida.

Tudo comecou com a tao alardeada busca por uma nova casa.

Ao mesmo tempo que adorava o apto que moro, queria me mudar para um lugar que fosse mais barato e mais perto do trabalho. Mas não tinha pressa. Me mudaria quando achasse o flat perfeito, ou pelo menos, um que valesse muito a pena.

Fui procurando, procurando até que achei. Meu subconciente tinha um que de inseguaranca em relacao ao lugar, mas mesmo assim fechei negocio e dei meu aviso pro pessoal aqui onde moro.

Porem uns dias depois, a mulher do novo apto, comecou a me ligar fazendo mil exigencias, cobrando absurdos, etc, etc. Resultado: perdi o apartamento.

Bem, fazer oque? Sabia que ainda não tinham ninguem pra botar no meu quarto, entao avisei o cara que não ia mais sair. Isso foi na vespera da viagem pra Roma. Vi que ele não ficou muito feliz com a noticia, mas tb não falou nada.

Viagei. Me diverti e esqueci dos problemas. Quando voltei pra Londres na segunda feira, fui recebida com a noticia de que tinha que sair de casa assim mesmo. Exatamente assim. Na lata. “Não me interessa, o problema é seu, aluguei seu quarto pra outra pessoa mesmo assim, vc tem que sair até domingo”. Ponto.

Oque?!?!? Esse Albanes baixinho escolheu a pessoas errada pra comprar briga. Ninguem me dá ordens desse jeito, ninguem me diz oque fazer. Minha personalidade é forte demais pra aceitar uma situacao dessas sem pelo menos criar uma briga de boas proporcoes.


Resultado, uma semana inteira de tensao. Briga feia. Com ameaças piscologicas e fisicas.

Ele dizia que ia me arrastar pra fora de casa e jogar minhas coisas pela janela. Eu dizia que ia denuncia ele pra policia e ele ia ser deportado. Coisa feia. Baixo nivel mesmo.

Não me abalei. Big gilrs don`t cry. Levantava a voz e impunha meus motivos. Sabia que tinah razao e que a lei me protegia. Mas só por via das duvidas já tinha pedido protecao a todos meus amigos do leste europeu bem nutridos e acostumados a lutar pelo comunismo (hahahahah).

No fundo sabia que não ia acontecer nada. O cara nunca ia fazer nada contra mim, e eu nunca ia fazer nada contra ele. Mas numa profundidade mais profunda eu estava apavorada. Não tinha oque fazer, não tinha a quem pedir ajuda. Eu e meu time (só eu mesma) estavamos começando a cansar. Nessas horas não ter um ombro pra chorar e pedir conselho é uma merda. Lutar com um exercito de um homem só, pode ter um resultado desastroso.

Mantinha a calma na maneira do possivel. Noites literalmente em claro. Enchi o saco de ouvir as pessoas falando como eu estava branca, palida, cansada e com cara de doente.

Respirava fundo e seguia a vida. Sabia que tinha razao, e que no final tudo ia dar certo Sempre dá.


Até que enchi o saco, sou adulta, independente e responsavel e cansei do joguinho de criança mimada no patio da escola. Sentamos pra conversar. Afinal, agora quem queria sair do flat era eu! Queria por tudo em pratos limpos, e chegar a uma conclusao que fosse boa pros dois. Ele tinha sua parecela de razao e eu tinha a minha.


Pronto levantei da mesa, liguei o computador. Quer saber? TENHO que sair daqui. Comecei a ligar pra uns flats que pareciam ser bons. Um deles ainda estava disponivel. Quer vir aqui dar uma olhada? Só se for AGORA.

Acho que as pessoas tem razao. Depois do purgatorio vem o paraiso.

Quando eu cheguei lá nem acreditei. Tudo novinho, duplex, enorme. Flatmates maneiros (até que se prove contrario…), quarto grande, espaço pra tudo, mais barato que o flat antigo. Eu quero!! Meia hora depois que fui embora, o cara me liga pra dizer que o flat era meu. Hoje vou lá pagar o deposio e assinar o contrato.Ufa!!


De noite, pra relaxar a tensao sai com a Wendy, (que veio de Amsterdam visitar o namorado que ficou em Londres) e caimos na balada.


Como diz aquela comunidade do Orkut: Não há nada que uma boa night não cure!

Adriana Miller
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  1. Sandra - 24/01/14 - 19h48

    Dri….obrigada pelo post…eu sei q é antigo, um dos primeiros, mas é bom ler algo “real” assim tbm…

    Bjs

    Responder