26 Sep 2011
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Bahrain na Pratica

Bahrain, Dicas de Viagens

Como quase todos os paises arabes (e principalmente quando em “conflito”), qualquer viagem para o Oriente Medio requer uma certa prepacao a mais, sejam nos detalhes pre-viagem, ou seja psicologicamente mesmo. E no caso de Bahrain, como eu nao conhecia ninguem que ja tivesse visitado o pais, fiz questao de fazer meu dever de casa direitinho, pra nao cometer nenhuma gafe cultural nem me meter em roubadas!

– Visto

Bahrain exige visto de todos os seus visitantes de paises nao-membros do Golfo, e recomendam que seu visto seja solicitado, e pago, com antecedencia direto no consulado de Bahrain.

Porem, como eh um pais pequeno e que nao tem presenca consular na grande maioria dos paises, eles tambem operam uma politica de “visto na entrada” pra quem vai ficar menos de 15 dias, que incluiu em sua lista “limpa” quase todos os paises Europeus, EUA, Canada e Brasil.

Para ser eligivel a um visto na chegada a Bahrain (mesmo procedimento e regrinhas caso vc va pedir seu visto com antecedencia) voce tem que ter um passaporte que seja valido por um minimo de 6 meses e sem carimbos de Israel (tema comum em quase todos os paises do Oriente Medio, que ja falei sobre na minha viagem a Israel, Dubai, Libano e Siria). AInda no aviao, nos deram um formulario de entrada, e o visto eh concedido diretamente pelo guardinha de imigracao. A unica pergunta que respondi foi qual empresa trabalhava e se essa era minha primeira viagem ao Reino, e tive que pagar o visto na hora, em dinheiro.

O visto custa 5 Dirhams, que eu nao tinha, mas alem do Dirham Bahreni eles tambem aceitam Dolares, Euros ou Libras. Paguei em Libras pois nao tinha moeda local ainda, e recebi o troco em Dirham.

– Transporte

Voce provavelmente entrara em Bahrain pelo unico aeroporto do pais, na capital Manama. O aeroporto eh grande, moderno e bem organizado.

Mas o pais tambem tem acesso direto a Arabia Saudita atravez de uma ponte de 25km de comprimento, conectando a ilha principal ao continente. A entrada e saida da Arabia Saudita eh livre para Saudis e Bahrenis, mas super-duper controlada para turistas. Nao tente de forma alguma tentar cruzar a fronteira sem pedir um visto Saudita com antecedencia – e mulheres soh podem entrar no pais se acompanhadas pelo marido, pai ou irmaos (os vistos feminios sao concedidos apenas como dependente no visto de um macho).

Ja o transporte interno no pais eh altamente limitado.

Assim como sua vizinha Dubai, Manama foi nao projetada para pedestres, e apesar de ter reparado numa calcada aqui ou ali, nao se ve pessoas nas ruas. Transporte publico eh inexistente, e nao existe nenhuma linha de onibus nem metro.

Mas por outro lado, os taxis sao baratissimos e alugar carro (e o preco da gasolina!) tambem eh bem barato, entao eu nem penso duas vezes! Pego taxi ate pra ir na esquina!

– Dinheiro e economia

Bahrain, assim como seus vizinhos do Golfo, eh um pais rico – sua populacao nao paga impostos ao governo, e o pais vive basicamente de petroleo e de servicos bancarios (Bahrain eh a Suica do Oriente Medio no setor financeiro).

A moeda, o Dirham, esta num momento de super valorizacao, apesar dos conflitos politicos, e eh muito mais valiosa que o Euro, Dolar ou Libra, por exemplo.

Mas por ser uma ilha desertica que nao produz praticamente nada, os precos sao relativamente altos, e o custo de vida, caro. Um mal muito comum a outras ilhas do mundo, pois quase tudo que voce vir a venda por aqui, sera um produto importado.

Uma coisa que eu achei engracada e me deu um baita susto quando cheguei foi que aqui eles usam centavos com 3 decimais. Ou seja, 80 centavos, sao 80/100,  entao todos os precos de 1 digito mostram seus centavos com 3 digitos. Explico: Um item que custe 1 Dirham e cinquenta centavos vai aparecer como 1.500 Dirhams. Entao na minha primeira noite no hotel, eu achei que estava jantando uma salada (de ouro cravejada em diamentes) de 6 mil e 900 Dirhams….! Ouch! Mas depois a ficha caiu, e a menina do escritorio me explicou como as coisas sao calculadas….

– Cultura e religiao

A primeirissima coisa a ter em mente eh que Bahrain eh um pais Muculmano. Dentro do Islamismo, a populacao eh dividida entre Xiitas e Sunitas, oque tem causado muitos conflitos sociais, politicos e ideologicos (seria Bahrain a Irlanda do Norte do Oriente Medio?!), mas oque importa pra quem esta de fora eh ter conciencia das diferencas entre Ocidente e Oriente.

Aliais isso vale nao soh pra Bahrain, mas pra todos os paises do Golfo e do oriente Medio. Bom senso e respeito na “casa” dos outros. Se voce se sente tao incomodado pela religiao e costumes locais (um exemplo bobo? Gente que fica horrorizada de ver mulheres cobertas por abayas pretas), entao melhor escolher outro destino pra sua viagem.

Apesar de se considerar “liberal” (percebi que eles se comparam demais com a Arabia Saudita, que sao super extremistas, principalmente no que diz respeito a igualdade entre homens e mulheres), eles mantem as tradicoes “estereotipicas” do Islamismo.

Mulheres aqui tem direito a voto, a dirigir, estudar e trabalhar, mas ainda assim se cobrem da cabeca aos pes, com burqas, abayas e veus.

Visitantes mulheres nao precisam cobrir os cabelos (a nao ser quando visitam mesquitas – eles terao abayas pra te emprestar), mas o bom senso sempre cai bem nesses momentos, e tente ignorar o calor de 37.946 graus centigrados la fora e se cubra o maximo possivel, por respeito (a voce mesmo e aos locais).

– Oque vestir, e como fazer a mala?!

Isso me leva diretamente ao proximo ponto: como se vestir entao?

Dessa vez eu nao tive tantos dilemas pra fazer minha mala, quanto tive quando fui a Dubai, pura e simplesmente porque vim a trabalho; e roupa social eh aquela cosia meio universal no mundo todo: blusas comportadas, ternos, calcas e sapatos fechados. Eu trabalho num banco de investimento, então não vou trabalhar de mini-saia de paetes nem em Londres nem na Conchinchina, então porque aqui seria um problema, certo?

Se eu estivesse aqui de ferias, aplicaria exatamente tudo que falei no post sobre Dubai e Egito: roupas ocidetais e “calorentas” devem ser limitadas a areas privadas de hoteis e resorts. Em areas publicas  mantenha a extencao de pele a mostra limitada ao minimo possivel (isso vale tanto para homens quanto pra mulheres), e lembre-se que para visitar mesquitas mulheres devem cobrir bracos, pernas e cabelos, e homens as pernas e bracos.

Aqui em Bahrain um lenco e calca + blusa comprida nao foi suficiente, e assim como na Siria, eu tive que usar uma abaya da cabeca aos pes para entrar na mesquita, e vi outros turistas homens tendo que se vestir com as tunicas brancas dos homens locais.

– Seguranca

Ate uns meses atras Bahrain se gabava de ser um dos paises mais seguros do mundo, com virtualmente zero indice de violencia e furtos urbanos, e muito menos ainda casos de extremismo religioso.

Infelizmente essa situacao mudou em 2011 devido aos problemas politicos.

A situacao da violencia urbana continua baixissima, e pode sair na rua coberta de ouros e diamantes sem o menor problema, mas a populacao local anda apavorada de retaliacao do exercito, das blitz policiais nas avenidas principais e possiveis futuros conflitos.

E uma das meninas do escritorio comentou que apesar dos problemas que Bahrain teve esse ano, o pais ainda eh visto entre os vizinhos arabes como “aberto” e “liberal” oque tem atraido outros imigrantes das regioes que sofreram mais, como Tunisia, Siria e Egito, oque aparentemente esta causando um certo desconforto interno.

E como o pessoal dessa area nao tem o menor pudor em ser politicamente incorreto contra seus vizinhos, digamos que eles deixaram bem claro que os Arabes do Norte da Africa nao sao bem vindos e muito menos vistos como iguais… Phew…!

– Lingua

A lingua oficial é o Arabe, mas o Ingles é tão comum quanto. Na verdade, em Bahrain, quase todo mundo é bilingue. As escolas publicas começam a ensinar Ingles na 4a série (logo que estão alfabetizadas em Arabe) e em escolas particulares a alfabetização em Arabe e Ingles acontece ao mesmo tempo.

– Turismo

Bahrain tentou de tudo nos ultimos anos pra investir em turismo e entrar na competicao com seus vizinhos de Golfo, construindo novos hoteis, pistas de formula 1, ilhas artificiais e afins, mas tudo esta parada desde o comeco do ano.

Por isso foi praticamente impossivel achar qualquer tipo de passeio ou atividade turistica que nao envolvesse passear no shopping (que sao muitos!). As agencias de turismo receptivo fecharam as portas ha muitos meses, e os turistas ainda nao voltaram.

Por sorte, a cidade eh bem pequena, e meu hotel conseguiu reservar um motorista/guia pra dar umas voltinhas comigo. Mas ainda assim, muitas das areas interessantes da cidade estao internditadas e ocupadas por protestantes ou pelo exercito Saudita, e portanto inacessiveis para passeios.

Entao pra quem interessar possa, entrem em contato com o Sr. Abdulla Muhanna, no email muhanna@batelco.com.bh

E por fim: eu voltaria?

Espero ter a oportunidade de voltar um dia, quando essa instabilidade tenha passado e o pais esteja de novo com a auto estima em alta, mas nao achei um pais particularmente turistico, e nao sei se um dia voltaria de ferias pra ca.  Faltou uma tchan, sabe? Aquele atrativo-simbolo, que por mais artificial que seja, seus vizinhos tem de sobra!

 

 

Adriana Miller
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25 Sep 2011
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O Reino de Bahrain

Bahrain, Dicas de Viagens

O Reino de Bahrain (ou Bahrein, ou Baréin) é um arquipelago composto por cerca de 33 ilhas, ao norte da Arabia Saudita, no Golfo Arabe que ultimamente tem aparecido bastante nos jornais por causa da revolução politica pelo qual o país (e praticamente todo mundo Arabe) esta passando desde Fevereiro desse ano.

Então essa viagem (a trabalho) tem sido um suspense desde o inicio do ano. A viagem estava planejada para Março, logo quando os problemas começaram, e imediatamente foi deixada de lado. mas eu estava ansiossísima pra vir!

Eu já tinha uma certa pré-imagem da cidade/pais, e realmente, não me decepcionei! A primeira impressão, lógico, foi o calor! MEU DEUS! No segundo que a porta do aeroporto abriu meu organismo só faltou entrar em choque! As 8 da noite ainda estavam fazendo 42 graus… ok, eu sei que não é o fim do mundo, mas pra quem acabou de sair do fresquinho de Londres, o calorão realmente me pegou de surpresa!

Manama, a cidade capital me pareceu super tranquila… avenidas largas, casarões, carrões e muito, muitos arranha céus ponteando a paisagem 100% flat. Hoje vi algumas blitz policiais, mas no geral, o clima é pacifico (apesar do problema politico não ter sido solucionado ainda, e tecnicamente o país continua em “revolta”).

Só ficarei aqui até terça feira, quando vou pra Dubai, então não sei se terei muitas oportunidades pra passear pelo país. Por sorte, como o país é tão pequeno, em algumas horas dá pra ver quase tudo!

Oque eu achei marcante mesmo até agora é a sensação de “vazio” o tempo todo. Com o calor sufocante da região e a arquitetura milimetricamente planejada para não ser muito usada por pedestres (que me lembrou bastante Dubai), realmente não esperava ver ruas lotadas de pessoas, mas a população ainda esta assustada e em constante estado de sobressalto, esperando a proxima onda de violência assolar o país. O motorista que me levou pra dar uma voltinha hoje estava me contando como não via nenhum turista desde Fevereiro, e até levou um susto quando o concierge do meu hotel ligou pra ele ontem!

O Bahrein é um pais completamente dominado pela familia real, que ainda é a mesma dinastia que declarou independencia do Imperio Persa a algumas centenas de anos atrás;  apesar da propaganda de “economia mais liberal do Golfo”, agora o mundo sabe que a história não é bem assim. Os protestantes apenas pedem eleições livres, e que a familia real passe a ser apenas “enfeite”, em vez do regime de hoje em dia, que apesar de não ser tecnicamente considerado uma ditadura, todos os postos publicos são nomeados pelo Rei, e consequentemente concedidos a membros da realeza.

Isso se somou a conflitos religiosos, pois a população é composta por uma maioria (70%) xiita, mas a família reinante Al Khalifa é sunita – que criou uma situação perigosa onde a maioria é tratada como “minoria”, com menos direitos, menos acesso e muito, muito menos poder.

Eu espero que os conflitos acabem logo, e a populaçao e o governo cheguem a um acordo amigavel. Esse fim de semana aconteceram eleições para membros do parlamento, mas pelos vistos a população não esta levando muita fé não.

Apesar de nao estar sob estado e guerra, é sempre fascinante, e também muito triste, ver o efeito de revoluções e guerras em paises e sua populacao, e como os ultimos meses mudou a vida desse micro país pra sempre. E espero um dia poder voltar e conhecer o país e a população em seu estado normal!

 

 

Adriana Miller
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19 Sep 2011
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Em busca do Mojo perdido…

Blog

Oi. Tudo bem? Meu nome eh Adriana, lembra de mim? Prazer.

Pois entao que o mojo de escrever no blog foi embora e ainda nao voltou… Algumas pessoas me disseram pra escrever sobre o mojo perdido, e exorcisar a preguica bloguistica, e quem sabe assim a vontade volta, neh?

Ainda nao voltou nao, mas depois de quase 20 dias de abandono, comecei a ficar com pena do bloguinho.

Mas podem deixar que o blog nao acabou nao! E esse tambem nao eh um daqueles posts de “Oh! Pobre blogueiro, me deem antecao por favor!”. Nao fui embora, nem to achando que to querendo acabar com o blog nem nada disso. Eh apenas um post explicativo; e ate mesmo um pedido de desculpa, porque nao?

Eu me sinto super orfa quando leio e participo avidamente de um blog e de repente o blogueiro(a) some do mapa sem dar noticias… (Se bem que eu nao sumi, neh? O Twitter e o Facebook bombam diariamente, e a interecao continua numa boa!)

Volta e meia quando eu volto de uma viagem longa rolam essas preguicas-criativas no blog, eu fico filosofando um monte de baboseiras, e sempre acabo ficando uns dias sem postar nada, mas realmente dessa vez a coisa ta mais seria, e to mesmo reavaliando o proposito e o perfil do blog.

Repito que o blog nao esta sob nenhum risco de acabar, nem nenhum #drama semelhante, mas refleti comigo mesma que ando de saco cheio da blogsfera selvagem que ando vendo por ai.

Eu sempre defendi a existencia de blogs. Acho mesmo que todo mundo deveria ter um blog pra chamar de seu na vida. Teoricamente, quanto mais blogs existirem no mundo, mais experiencias legais teremos acesso, mais diferentes opinioes serao retratadas e ainda mais interatividade com pessoas que nunca conheceriamos na “vida real” teremos oportunidade de interagir.

Entao oque mudou? Dificil ser sincera sem criar um mini drama, nem me sentir culpando ou acusando ciclano ou beltrano, porque realmente nao eh isso.

Nao eh um ou outro blog (ou blogueiro/a) e sim a coletividade do que se tornou a blogsfera-selvagem. Sabe oque andei reparando?

Que a medida que o numero de blogs aumentou (positivo) a interatividade tambem aumentou (mais positivo ainda) isso trouxe consigo uma necessidade de constantemente medir quem interage mais, quem influencia mais, quem se relaciona mais, quem mais segue ou eh mais seguido… Isso tudo deveria estar intrinseco no blog e ser uma (boa) consequencia, e nao o unico proposito de ter ou nao um blog, uma conta de Twitter ou seja la oque for.

Nao eh porque voce resolveu criar um blog pra contar de seu casamento ou da reforma da casa que precisa, obrigatoriamente se manter na crista da onda pra sempre. Alguns blogs tem comeco e fim, e isso nao tem problema nenhum. Mas ai que do nada ser “blogueiro” ficou na moda, as pessoas acham que fazem parte de um clube exclusivo e precisam ficar inventando oque escrever, porque neh, deus-me-live-e-guarde ficar mais de 1 dia sem postar nada… e a audiencia?!?! E o numero de acessos?!?! Oh ceus! O numero de acessoZzzzzzz…

Entao muitos dos blogs surgindo e antigos (que pouco a pouco foram mudando – esse blog aqui incluido!) deixaram de ser um lugar pra ler experiencias e opinioes alheias e se transformaram em reprodutores de informacao em massa, numa competicao de quem bloga mais, comenta mais, interage mais, influencia mais.

Se usarmos os polemicos blogs de moda, por exemplo, basta alguem dizer “a cor tal esta na moda”, pronto, todos os outros 37.926 blogs de moda reproduzem exatamente a mesma coisa. Qual a opiniao do blogueiro? Sua interpretacao? Como transformar aquela opiniao em algo util? Nao vem ao caso. O importante eh quem vai postar mais e mais rapido, antes que a moda passe.

Por muito tempo eu achei que os blogs de viagem eram imunes a isso, afinal experiencia de viagem sempre foi e sempre serah individual, e cada um dos milhares de turistas que visitem Paris todos os anos terao uma visao, uma opiniao e sua experiencia diferente sobre a cidade. Certo?

Infelizmente errado. Porque o importante virou reproduzir as informacoes, o maior numero possivel – em vez de contar sua experiencia no museu tal, voce nem precisa mais sequer estar em Paris (por exemplo…)! Basta pesquisar um pouco e fazer um lista super compreensiva com os top 100 restaurantes da cidade, achar umas fotos de divulgacao na internet e pronto. Quantas vezes nao me peguei animada por ter achado um blog que fale sobre o lugar X antes de uma viagem qualquer, mas em vez de ler um relato pessoal, as experiencias e opinioes de quem ja passou por la, li apenas os fatos e informacoes sobre tal lugar e reproducoes de coisas a fazer, lugares a ir etc, etc. Sem emocao, sem pulso, sem mostrar quem eh a pessoa por tras da tela. Afinal jah nao eh mais preciso estar (ou ter estado) em lugar nenhum do mundo para escrever um bom blog de viagens

E entao me dei conta de como isso estava tirando meu gosto por blogs… e caiu a ficha de que eu tambem cai nessa mesma cilada!

Nao uso “colaboradores” nem escrevo sobre lugares e coisas que nao conheco nem experimentei, mas por outro lado ha muito tempo que nao escrevo um post realmente pessoal. Sabe?

Um post com uma lista com nome, endereco e dados de contato dos melhores restaurantes de uma cidade eh facil de fazer, e qualquer guia (impresso ou on line) te da. O diferencial de um blog eh se identificar com a pessoa por tras da tela, e baseado nisso saber se aquela opiniao ali (sobre lugares, restaurantes, hoteis, passeios, etc, etc) sao uteis ou nao, pra VOCE.

Mas neh, a culpa nao eh minha, nem de ninguem. Blogs se tornaram mais comuns e uma fonte de informacao mais “confiavel” entao as perguntas, pedidos e sugestoes comecam a surgir, e porque nao? Certo? Se um leitor me pede pra escrever sobre XYZ, porque nao escreveria? Porque nao ajudaria?

O problema eh que pouco a pouco, fui perdendo a gana de escrever, e me peguei escrevendo um post por achar que seria “popular” em vez de escrever um post realmente util e que reflita quem eu sou e oque achei da experiencia X.

Mas nao estou fazendo drama nao. Ate porque sei que muito dessa “mudanca” e perda do “mojo” tambem tem a ver com meu ritmo de vida esse ano.

Eu gosto de escrever um blog “ao vivo”, com o antes, o durante e o depois da viagem; informacoes uteis misturadas com opinioes pessoais e experiencias, tudo ali, enquanto acontece – afinal um blog nada mais eh que um diario virtual, certo? Assim como eu nao escreveria na minha agenda de 1997, tambem nunca gostei de escrever um post sobre alguma coisa que aconteceu, ou que fiz, semanas, meses ou anos antes. Perde a essencia, perdem-se os detalhes e aquela emocao do momento (principalmente quando escrevo sobre viagens).

Mas hoje em dia eu ja nao tenho tempo pra blogar assim, nesse ritmo “ao vivo”, e isso por si soh me desanima demais!! Estou com uma lista de mais de 20 posts, mas a criatividade fica toda travada…

Por exemplo, ontem rolou um evento super legal aqui em Londres, e tive a oportunidade de conhecer a prefeitura por dentro. Vou blogar sobre isso com certeza (no Twitter e Facebook rolou ao vivo!), mas oque adianta escrever sobre um evento de fim de semana, 3 semanas depois que o evento acabou?!

Mas ai minha cabeca funciona assim: “Nao vou escrever sobre o fim de semana em Londres pois ainda falta atualizar sobre o nao sei oque que fiz em Julho, a visita da minha irma em Agosto, e ainda nao escrevi sobre o passeio da ONU em Genebra no comeco de Agosto, nem sobre a viagem pra Africa do Sul. Ai depois ainda falta escrever sobre a viagem pro Rio, fazer uns posts sobre a cidade, o perrengue que foi o voo, e o dia 11 de Setembro que passei em Nova Iorque… Mais o X o Y e o Z! Entao pronto, nao vai dar tempo de escrever sobre o fim de semana em Londres”. Tudo isso que mencionei sao coisas que QUERO registrar no blog, pois foram experiencias minhas, que retratam minha vida (que afinal de contas, eh o proposito de um blog) entao nao sao exatamente “obrigacoes”, mas quando tudo vai acumulando ao mesmo tempo meu processo de raciocinio vira um caos… e pronto. Mojo perdido.

Um saco, eu sei, mas estava precisando exorcisar pra conseguir reorganizar o lado “blogueira” do meu cerebro, e quem sabe, em breve, voltar ao ritmo das postasgens normais (ja que daqui a uns dias as viagens a trabalho voltam com toda forca!)?

Entao obrigada pra quem ainda nao perdeu a paciencia de vir aqui puxar minha orelha, e pro pessoal que me mantem compania no Twitter e Facebook!

Tava precisando desabafar, e ja ja eu volto. Prometo.

 

 

Adriana Miller
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