Antes de viajar pra Tanzania eu fiz um post com todos os itens de equipamento que a agencia recomendou que levassemos pra viagem. Alem disso, fui seguindo as dicas do Aaron, que tem bem mais experiencia nesse tipo de viagem, mais outros amigos que já tinham escalado o Kili em anos anteriores.
Mas ainda ficava aquela duvida: sera que preciso isso tudo mesmo? Vai faltar alguma coisa? Vou passar frio? Vou passar calor? Vou ficar desconfortavel? Afinal, cada item dessa lista era bem caro, e rolava aquela insegurança de gastar uma fortuna em coisas que nao usaria nunca.
Entao aqui esta o post que finalmente faltava pra fechar a saga Kilimanjaro – bem a tempo de comecar a preparação pra nossa proxima viagem de escalada/hikking/aventura (daqui a 5 meses!).
Bem, pra começar afirmando, que sim. Definitivamente usei absolutamente tudo que a agencia recomendou que levassemos. Por mais que todo mundo quisesse meter o bedelho e dar sugestões e opiniões, eu preferi seguir a opinião dos experts, e achei que numa situação tão extrema como seria o Kilimanjaro (e foi!) pecar por excesso nao seria tao ruim…. o problema seria perceber que não levei alguma coisa importante a 4 mil metros de altura!
O item mais importante de TODOS sem duvida foi a bota de caminhada. Na verdade a bota eu já tinha, e é importante usar uma bota “usada”, e mesmo assim nas duas ultimas semanas antes da viagem, eu usava minha bota pra tudo quando é canto, pra ir moldando ao meu pé, ir “engrossando” a pele e amaciando a sola. Otimo conselho que eu acatei e deu super certo, pois nao tive nenhuma bolha sequer pra contar historia!
Os itens que ocupam o segundo lugar na lista de importancia foram as coberturas a prova d’agua – os “shell”. Nós realmente demos MUITO azar com o clima, e mesmo viajando na epoca de seca e escolhendo a trilha mais seca da montanha, pegamos chuva TODO dia dos 6 dias de escalada. Mas com ou sem azar, em qualquer montanha que seja tão alta, o clima é muito instavel, e as estações podem mudar repentinamente varias vezes por dia. E voce tá lá, completamente exposto aos elementos, chova ou faça sol.
E quando choveu, so mundo desabou! E quando nao estava chovendo, estavamos caminhando neblina adentro, que deixa tudo igualmente molhado. Entao uma OTIMA capa de chuva (com capuz e viseira, pra proteger seu pescoços e rosto), calça de caminhada a prova d’agua e capa para mochila.
E foi isso que eu usei todos os dias, do primeiro ao ultimo dia da viagem.
Depois vieram os itens de “camadas”. Como disse, o clima é super voltail o dia todo, entao de um segundo pro outro, o tempo virava completamente de um super frio com chuva, pra um sol estonteante. E isso, somado ao exercicio fisico de subir a montanha, me dava umas ondas de calor imediatas!
E nessas horas, as camadas iam sendo retiradas uma a uma, ou vestidas uma a uma. O melhor investimento foram as blusas de Lã Merino e os casacos de fleece. Então facilmente eu colocava ou retirava 3 ou 4 camadas de roupa sem grandes complicações.
E um outro iten que o Aaron me convenceu de levar (ele tinha 2) foi um colete de plumas – esquenta o torso, mas deixa os braços fresquinhos, e era oque geralmente eu amarrava do lado de fora da mochila, para ter acesso facil quando paravamos pra descansar, beber agua e comer no meio da montanha – porque mesmo nos momentos de calor durante a subida, 30 segundos depois que voce para de caminhar no vento ou neblina a temperatura do corpo cai drasticamente!
A mochila é outra coisa que pode facilitar demais sua vida, ou virar um calvario! Nossas malas com saco de dormir, roupas, e tal eram levadas pelos carregadores, mas todo dia tinhamos que carregar uma “day pack” com mudas extras de roupas (as camadas), agua, barras de cereal, trail mix, filtro solar, camera fotografica, kit farmacia e oque mais voce quiser carregar. Mas ao longo do dia, cada grama a mais nas suas costas, a cada minuto a mais que vc esta andando, vai pesando mais e mais. Entao é importante usar uma mochila anatomica, com uma boa estrutura e bem ventilada nas costas, que tenha capa de chuva embutida (para acesso rapido quando começava o temporal).
Mas oque fez a diferença MESMO, foi levar uma “pochete”! É feio, é brega, podem falar oque for… mas foi a ideia mais brilhante que tive em toda essa viagem!
Essa pochete ficava presa na minha cintura o dia todo e assim me dava facil acesso as cosias mais urgentes, sem ter que me “desenrrolar” toda da mochila, na chuva, cheia de casacos e tals. Entao na pochete eu carregava minha camera fotografica, rolo de papel higienico, lip balm, filtro solar, garrafa de agua, e mais qualquer outra coisa que eu pudesse precisar ao londo do dia.
Outra coisa que tive a idea brilhante de levar e nao só foi usada todo os dias, o dia todo, como ainda me salvou: uma faixa de cobrir orelha – feit de fleece duplo e com fecho de velcro.
Assim eu ficava com minha cabeça e orelhas sempre quentinhas (muito importante pra balancear a temperatura do corpo), escondia o estado precario do cabelo sujo (6 dias sem lavar!), era facil de colocar e tirar (tinha um velcro na parte da nuca) e nao ficava embaraçando nem abafando meu cabelo (um problemão pra quem tem muito cabelo como eu).
Nos ultimos dias antes da subida do Summit, o frio foi apertando mais e mais, principalmente durante a noite, com temprarturas ingratas abaixo de zero e um vento impiedoso, e a unica peça de roupa que realmente fazia a menor diferença foi um SUPER casaco de plumas.
O problema é que um bom casaco de plumas é uma peça MUITO cara… e comprar um casaco qualquer meia boca, poderia ser perigoso demais, entnao decidi não comprar nenhum e usar um dos casacos que o Aaron já tinha. Obviamente ficou gigantesco em mim, mas como esse modelo tinha fechos de ajuste nas mangas e na cintura, e nós dois temos mais ou menos a mesma altura, acabou dando certo e eu fiquei ultra quentinha!
A lanterna de cabeça, eu achei que só seria usada durante a escalda final, que passamos quase 7 horas caminhando completamente no escuro, mas na verdade eu usei todas as noites, porque simplesmente estavamos no meio do NADA e nao tinha nenhuma luzinha em lugar nenhum. Então entre a barraca e o banheiro, pra ir até a tenda refeitorio, escovar os dentes, ler um livro…
Nós levamos 3 lanternas – uma pra cada um, e uma extra – mais baterias extras, e logicamente, acabamos usando as 3! Então foi otimo ter uma lanterna de emergencia, pois teria sido impossivel caminhar no escuro sem ela!
Todo o resto das coisas que levamos foram usadas com mais ou menos intensidade ao longo da viagem, mas definitivamente não foram tao importantes quanto esses itens ai em cima.
Das coisa que eu achei inuteis, e nao pretendo usar de novo em outras viagens fora:
As “bengalas” de caminhada (Walking sticks), pois achei um incomodo e um movimento cansativo a mais, ter que ficar coordenando os braços e levantando e abaixando aquele ferrinho o dia todo repetidamente!
Mas isso é uma coisa super individual, que eu levei, mas pra mim nao deu certo (usei apenas pra descer, quando meu joalho começou a doer, então serviu como bengala mesmo) mas o Aaron por exemplo, esta tão acostumado que nao consegue manter o ritmo de caminhada se nao usar dois sticks. Então apesar de ter achado um pouco inutil, acho que vale a pena ter só pra ver como vai ser.
O Camel Back (um saco de plastico com um canudo, pra beber agua sem ter que usar uma garrafa) foi outra coisa que achei desnecessaria, pois dois motivos: o primeiro foi sem duvidas o gosto de plastico que deixava na agua, que nao suportei, e o segundo e motivo e mais importante foi que o canudo congelava! O saco com a agua podia ficar protegido do frio dentro da mochila ou ate memso dentro do casaco, mas os restos de agua que ficavam no canudo, nao dava pra evitar, e acabavam cristalizando, e entupindo tudo!
Entao acabei usando minha garrafinha de metal de 0,5 litro, pois assim ela encaixava certinho na pochete, tinha um bico pra beber e uma tampa, e assim achei que era bem mais facil medir e regular os 3 a 4 litros de agua que eu tinha que beber todos os dias!
De resto, as meias de la foram otimas, o oculos de sol eu usei o tempo todo (mesmo nos momentos de cminhar dentro na neblina, o reflexo do sol me incomodava demais), bone, luvas de lã e todos os itens da minha necessaire!
Por fim, a Paula me fez uma pergunta importantissima nos comentarios: E as baterias das cameras?!
Bem, eu levei duas cameras (a Sony Cybershot HX1 e a Sony Cybershot DSC-W170) e como sempre tiro muitas fotos, seja qual for a viagem ou ocasião, eu tenho duas baterias para cada uma delas.
Mas alem disso, como sabia que passaria dias sem acesso a eletrecidade, e a vida util de baterias é muito impactada por temperatura muitos baixas e altitude elevada, fiquei morrendo de medo de acabar ficando sem baterias lá em cima.
E foi então que descobri o Pebble no site da Amazon.co.uk! O Pebble é do tamanho de um Blackberry, mas na verdade é um carregardor portatil; ele vem com cerca de 15 “ponteiras” que se encaixam nos mais variados aparatos: cameras de video, fotograficas, celular, Blackberry, iPhone, iPad, celulares variados, bla bla bla. É só carregar seu Pebble no seu computador (por USB) e uma vez carregado, ele tem energia suficiente pra regarregar um Iphone 3G 4 vezes (o iPhone tem uma bateria pessima, que nao dura mais que 1 dia, e é considerado o aparelho que mais “come” energia), ou um celular comum inumeras vezes, cameras fotograficas e tals.
Então foi isso que nos salvou no Kili! E nos permitiu tirar mais de 2.000 fotos (cada um!) mesmo sem energia eletrica.
(Nao. Infelizmente nem a Amazon, nem o Pebble pagou por esse post :-) Mas se surgir interesse, estamos ai!)
- Tulum – Mexico - 25/03/2019
- Roteiro de Chicago – O que fazer em um fim de semana Chicago - 21/03/2019
- Rendezvous Cay – Belize - 20/03/2019
Disse q levou livro…apesar do frio e do cansaço ainda deu para ler?? O livro devia ser super interessante!:)
.-= isabel Moura´s last blog ..Regresso ao passado =-.
Na verdade eu levei 2 livros!!
O sol baixava as 5 e pouco da tarde, estavamos sempre exaustos e nao tinha mais nada pra fazer – entao lia na barraca antes de dormir.
LI o novo livro do Dan Brown (The lost Symbol) rapidinho!
Oiee
para onde é a proxima viagem de aventura ?
mil beijos
India e Nepal! Vamos escalar o circuito do Annapurna.
uauuuu!!!!
.-= isabel Moura´s last blog ..Regresso ao passado =-.
Oi Adriana,
Leio seu blog a algum tempo, desde que começei a planejar minha lua de mel (vou dia 20.12 para Itália, Espanha e Portugal) e o visito todos os dias! adoro ler seus posts, sejam eles de viagem ou não. Você não imagina o quanto me ajudou na lua de mel e quanto me inspira pra querer viajar mais e mais… Parabéns e saiba que tens uma fã!
Mas, tenho uma pergunta quanto ao Kili (íntima, né?) como fizeste com a bateria da câmera fotográfica? levaste outras?
Beijos e já estou empolgada com a sua próxima viagem!! hehehe
Otima pergunta!! Esuqeci de falar sobre isso no post! Vou atualizar!
Prontinho, já esta no post!
Que emoção! meu nome no post! me achei tão importante… rsrsrs
bjs
Quando vocês vão escalar o monte Roraima??? hahahaha
Bjs
Hhaahahha!
Olha, não duvida nao!
O problema é que por mais incrivel que pareça, é muito mais barato e facil e chegar no Nepal doq ue em Roraima desde de Londres!
Acho que para ir para Roraima não sai barato para ninguém! Mas dizem que é maravilhoso, e que Jacques Cousteau dizia ser o lugar mais lindo do mundo…
beijos
Isso que chamo de kit de sobrevivência! Sem dúvida nestes casos escolher bem cada item pode ser questão de vida ou morte.
O máximo que consegui chegar foi no Mont Blanc (5.000 metros) e mesmo assim via cable…hehehe. Não foi complicado respirar lá em cima? Eu em 5000 metros tive probleminhas, minha cabeça começou a rodar e parecia que não ia mais conseguir respirar… aff.. acho que tenho que treinar mais. Abs!!!
Sim, foi complicadissimo, mas até chegarmos aos 5.000 metros de altitude nós tivemos 5 dias pra ir nos acostumando com a subida gradual da montanha, e estavamos bem preparados fisicamente pra falta de oxigenio, oque tambem facilitou bastante a adptação
Adriana,
eu adoro fotografia, mas tenho apenas uma máquina semi profissinal da kodak e algumas da lomo. Conhece ?
Queria alguma dica sua e uma máquina mais “profissinional” SLR.
Beeijos
MInhas dicas são as cameras que eu mesma uso, que amo que paixão e tiram fotos excelentes.
Quantos dias levam essa escalada no Nepal?
mais alto que o Kilimanjaro e o mesmo perrengue?
rsrsr
bjs
Demora mais dias – dependendo da trilha, pode variar entre 8 e 25 dias!
Mas não é tão alto quanto o Kilimanjaro e acho que a altitude maxima fica na faixa dos 4 mil metros de altitude (no Kilimajaro chegamos a quase 5.900), mas apesar de ser uma viagem mais longa o perrengue não é tanto pois podemos nos hospedar em cabines pelo caminho, em vez de acampar todas as noites.
http://globoesporte.globo.com/tenis/noticia/2010/12/navratilova-passa-mal-e-abandona-escalada-beneficente-na-tanzania.html
APOSTO que se ela tivesse acompanhado seus posts, não tinha passado mal!!!
Oi Adriana,
eu li todos os seus posts sobre o Kilimanjaro e amei! Na verdade eu li todos os posts do blog desde que vc começou e sempre fico de olho nos novos.
E eu vi uma materia esse fim de semana sobre o Kilimanjaro, e claro lembrei de vc. Segue o link caso vc queira ver o video.
http://fantastico.globo.com/Jornalismo/FANT/0,,MUL1635509-15605,00-EMOCAO+E+DESASTRE+NATURAL+SE+ENCONTRAM+NO+MONTE+KILIMANJARO.html
Beijos e parabéns pelas materias!
Acabei de voltar de uma viagem na Patagônia onde fiz trekking em Torres del Paine e em El Chaltén e realmente a roupa/equipamento é super importante. No quesito bastão, eu nunca tinha usado antes e comprei 1 pra caminhada e te garanto que sem ele não conseguiria pois ele me dava uma segurança e estabilidade que era essencial nas subidas e descidas, além de me manter em pé nas insanas rajadas de ventos patagônicos.
Ah, e a dica do Pebble é simplesmente GENIAL!!! Vou agora mesmo me informar melhor sobre isso e ver se tem como comprar no ebay já que Amazon não rola pro Brasil
.-= José Luiz – Viver a Viagem´s last blog ..Valença do Minho – Portugal =-.
[…] falar que dessa vez, eu ja sei oque esperar, oque vou realmente usar ou nao, oque eh frescura e o que eh essencial. E ainda bem! Porque os trekkings no Nepal (pelo menos do jeito que estamos fazendo) eh bem mais […]
Estou planejando subir o Kilimanjaro agora em agosto/setembro e adorei as dicas. Abraço
Dri, qual é o modelo da sua mochila?
Pelo tanto de coisa que você carregou ela devia pesar no mínimo uns 6 kg!
A MOchila é uma “front load” da North Face, mas não sei o modelo certinho não…
Adriana, qual foi a agência que vc fechou o passeio? tem filial no Brasil?
Adriana, qual foi a agência que vc fechou o passeio? tem filial no Brasil?
Foi com a Exodus, mas nao sei se eles tem filial no Brasil, so pesquisando no site deles pra saber.
Olá Adriana!
Leio seu blog há algum tempo. É muiiiito bom!
E agora estamos nos preparando para março/2016 ir à Islândia em busca da aurora boreal..
Qual a roupa(calça) q vc usou durante a viagem ao Kili e à Islandia?
Vc precisou usar segunda pele nas pernas? Se puder me auxiliar, agradeço, pois já li tanto a respeito da roupa que está
me deixando confusa. Abs
Na Isalandia eu usei calca normal, de sarja e jeans, pois fui no verao.
No Kilimanjaro, nos dias de altitudes altas e temperaturas abaixo de 10 ou 15 graus eu usei uma calca de la merino como primeira base nas pernas, com uma calca de Gore-Tex acolchoada por cima.
Da uma olhadinha nesse post aqui oh (que escrevi sobre roupa de neve e esqui): https://drieverywhere.net/2012/04/12/esqui-para-principiantes/
E todos os posts sobre como se vestir no frio: https://drieverywhere.net/tag/como-se-vestir-no-inverno/
Obrigada pelas informações. Vou olhar os posts.