Viajar e conhecer lugares novos eh sempre uma delicia, mas as vezes nada se compara a sensação de poder voltar a alguma lugar maravilhoso e rever suas impressões.
E digo rever com um duplo sentido: re-visitar, re-tirar fotos, re-curtir o lugar. Mas também rever seus conceitos, o que gostou ou não em determinado destino e quais serão suas novas impressões. As vezes o lugar mudou muito (lembram da transformação da Malasia?!), e outras vezes, foi você quem mudou – mudou de opinião, de perspectiva do mundo e de expectativa (como por exemplo mina re-visita a Veneza uns anos atrás).
E Budapeste foi exatamente isso.
Por um lado tinha muita vontade de voltar – nunca tive nenhuma impressão negativa da cidade, mas confesso que me surpreendi quando re-li meu post sobre mina primeira viagem a cidade, quase 7 anos atrás. A pesar de ter sido uma viagem muito legal, e uma cidade incrível, eu ressaltei muitas coisas negativas também, que com o passar dos anos, evaporaram completamente da minha memória.
Mas o que importa é que sempre quis voltar! Eu tenho um fascínio pelo Leste Europeu – sua cultura, historia, arquitetura, culinária… É sempre o tipo de lugar que me sinto “na Europa”, muito mais que outras áreas do continente. Sim a Espanha é super legal, o Sul da Franca incrível, e a Itália riquíssima, mas nada se compara a sensação de “velho mundo” que sinto nessa região central-leste Europeu!
Então quando mina irmã estava planejando sua visita a Londres, queríamos fazer algum programa so nos duas, ela queria conhecer algum país/cidade novo pela Europa, e imediatamente pensamos em Budapeste!
E lá fomos nós, de sexta a noite a domingo de tarde para Budapeste, eu, Mônica e Carol (uma amiga da Monica que estava dando um rolé pela Europa na mesma época), que já conhecendo a cidade, eu sabia que seria mais que suficiente.
Nosso voo chegou relativamente tarde na sexta feira, então ficamos apenas curtindo o hotel e planejando o dia seguinte.
Mas nosso sábado começou cedo! Ficamos hospedadas no – incrível! – Four Seasons (um post sobre o hotel já já!), que tem uma localização imbatível, exatamente em frente a “Ponte das Correntes”, então nem gastamos tempo nenhum pra chegar nos pontos turísticos!
Fomos direto em direção a ponte, atravessamos o rio Danúbio, e cruzamos para o lado de Buda, que eh a area mais “nobre” e histórica da cidade.
A cidade eh dividida em duas, o lado Buda fica no alto da colina, no lado norte do rio Danúbio, sendo uma região mais nobre, histórica e artística. Enquanto Peste, no lado sul e lado “baixo” da cidade, eh mais residencial, porem também sedia a administração do governo (o parlamento fica no lado Peste) e o comercio da cidade.
Chegando em Buda tínhamos a opção de enfrentar a fila e subir Buda usando o serviço do funicular, mas como a fila estava muito grande, fomos andando mesmo e valeu a pena!
Além de ter sido super rapidinho, de quebra a subida pelo parque ainda oferece vistas incríveis da cidade!
Lá em cima, nossa primeira parada foi o Palácio Magyar Nemzeti, que hoje em dia sedia o Museu de História Húngara, e a pesar de que optamos não entrar, não pode ser ignorado – a construção domina totalmente a vista da cidade, e eh a imagem mais marcante de Buda!
Sua posição privilegiada e construção imponente, garantiram que além de não ter sido destruído durante a guerra, ainda foi eleito para sediar o “governo” nazista (e posteriormente, Soviético) durante as guerras e ocupações da Hungria.
Mas estando lá em cima não sabemos se tiramos fotos do palácio ou da vista da cidade! Realmente Budapeste é muito harmônica e muito fotogênica, principalmente a vista de Buda para Peste.
Nos fundos do palácio temu m outro jardinzinho, com as esculturas, fontes e um mercadinho bem fofo, cheio de souvenirs e produtos típicos da cidade (os linhos bordados e caixinhas de madeira são lindos! Ótimo para quem gosta de jogos de mesa mais elaborados e delicados).
Bem do lado do museu esta o palácio presidencial Sandor, que a pesar de que arquiteturalmente fica meio escondido entre seus vizinhos, de hora em hora eles fazem um (mini) troca da guarda, e todos os dias ao meio dia em Ponto, os guardinhas fazem uma aprensentação de troca da guarda e “malabarismos” de suas armas!
Por acaso chegamos lá em ponto e conseguimos assistir a apresentação, que foi super interessante!
Por fim o ponto alto de qualquer visita a Buda eh a Igreja Sao Matias com seu interior dourado e seu telhado coloridíssimo!
Além de claro, a estrutura do Halászbástya, que é tipo uma varandinha, meio castelinho que debruça na colina de Buda, bem de frente ao Parlamento Húngaro, e a eh a cena mais típica da cidade!
Na parte da tarde, voltamos ao lado Peste da cidade e fomos direto ao Parlamento!
O edifício é aberto a visitação, mas dividido em duas áreas: a Biblioteca do parlamento, que deve ser reservada com antecedência e apenas disponível por telefone ou pela internet, ou uma tour mais geral, que também pode ser comprada on line ou no próprio dia da visita (mas nao vendem ingressos com antecedência lá na bilheteria).
Não reservamos nada com antecedência pois achei que seria difícil programar exatamente onde estaríamos a que horas, mas ainda assim conseguimos ingresso para aquela tarde.
Infelizmente tivemos a brilhante ideia de então parar para almoçar e descansar um pouco e fomos andando em direção a Catedral de São Estevão.
A verdade eh a ideia realmente foi ótima, e a comida muito, muito boa! Maaaaaas… relaxamos tanto com nossos Goulash que perdemos totalmente a hora da visita ao Parlamento!
Nao consegui lembrar exatamente o nome do lugar onde almoçamos, mas fui numa birosquinha bem com cara de pega-turista, na rua principal da Catedral – mas nos surpreendemos o quanto a comida estava maravilhosa! (pedimos Goulash de entrada, que eh a sopa típica da Hungria – com carne, paprika e muito temperadinha!), e de prato principal, algumas opcoes típicas, como a carne de cozimento lento no molho de paprika e mini dumplings caseiros e picles, e o frango assado com uma massinha tipo gnochi e molho de ricota defumada.
Realmente era de se esperar que perdemos totalmente a hora!
Então como economizamos o tempo da visita no Parlamento, fomos seguindo em direção a Andrassy Ut, a rua principal da cidade, e também uma das mais comerciais, e onde estão as principais lojas high-end da cidade e muitos de seus museus históricos.
Logo no começo da rua esta a Opera de Budapeste, considerada uma das mais bonitas da Europa, e a pesar de que a Hungria não é exatamente conhecida internacionalmente por sua música clássica, os Húngaros são um povo muito musical, e portanto dão um prestigio enorme a sua Opera!
A Opera de Budapeste pode ser visitada por dentro (além de que as performances sao vendida ao publico, então você pode comprar seu ingresso para assistir uma Opera em Budapeste la mesmo! Deve ser o máximo!), mas apenas com visitação guiada e que acontece todos os dias, apenas as 3 e as 4 da tarde. A compra e reserva dos ingressos para visitacao devem ser feitas diretamente la na Opera (na lojinha de souvenirs).
Ah! Outra area comercial que vale a pena mencionar ali nos arredores da Andrassy Ut e a Ponte das Correntes em Peste é a Vati Utca, que é uma outra região comercial mais “normal” (leia-se: menus Gucci e Louis Vuitton, e mais Zara e H&M).
Mesmo para quem não pretende fazer compras, vale a visita, pois a Vaci Utca é uma das ruas principais do bairro Judeu de Budapeste, que após ter sido dizimado durante a segunda Guerra, foi parcialmente construido e possui Sinagogas e edifícios lindíssimos!
E a noite, é por ali que estão os barzinhos, clubs e restaurantes que atraem os muitos grupos de amigos e despedidas de solteiro(a) a cidade! (que eh um dos top destinos para festerês e despedidas de solteiro(a) na Europa!).
Nos jantamos ali perto, no Kiosk que é muito legal e vale demais a dica!
No dia seguinte, domingo, acordamos com um dia bem cheio e chuvoso, o que atrapalhou nossos planos, mas ainda assim tentamos continuar passeando pela cidade.
Então logo de manha, voltamos no parlamento para tentar comprar novas entradas para fazer o tour – mas acabamos desistindo, pois nao queríamos esperar demais…
Aproveitamos também que estávamos por aqueles lados de Peste e demos uma passadinha na Estação de trem de Budapeste, na Praça Eiffel – pois como o nome sugere, a construção foi desenvolvida pelo arquiteto Francês Gustave Eiffel.
Então voltamos para a Andassy Ut, para tentar ver o resto da avenida, que não tinha dado tempo no sábado.
Uma das atrações mais interessantes da avenida eh o “Museu do Terror”, que eu preferi não ir dessa vez, mas passei algumas horas por la na mina outra visita a Budapeste e realmente é um museu que vale a pena demais!
Confesso que ele é bem pesado, saímos de lá de estômago embrulhado (mesmo não conseguindo entender muita coisa, já que o museu quase todo esta apenas em Húngaro!), mas é um prato cheio para os amantes de historia e do passado conturbado do Leste Europeu no ultimo século.
Então dessa vez, em vez de irmos ao Museu do Terror, fomos direto para a Praça dos Heróis, que marca o final da Andrassy Ut, e homenageia todos os veteranos e vitimas das muitas guerras em que a Hungria fez parte (e foi vitima).
A praça, além da pilastra central e suas estátuas em semi circulo, a praça também é cercada por outros dois museus: o Museus de Finas Artes e o Kunsthalle “Palácio das Artes”, que para quem for fã de arte e tiver mais tempo na cidade, vale a pena.
Bem atrás do Praça dos Heróis esta o Parque da Cidade, o principal parque de Budapeste, e que foi sendo construido ao longo dos séculos, por encomenda de vários nobres que comandavam a cidade, ou para comemorar determinados momentos da historia do país.
Como eh o caso do Vajdahunyad Castle, um castelinho cercado pelo lago no centro do parque, que foi construido em 1896 para a comemoração do Festival do Milênio, que comemorou os mil anos de história Húngara.
Além da linda vista do lago, o que faz dessa construção tão única eh sua mistura de estilos arquitetônicos, como se fosse um “calendário” de todos os estilos e todas as misturas disponíveis na cidade.
E claro, também é lá no Parque da cidade que fica as principais termas e Spa de Budapeste, a Széchenyi!
Já que o dia estava feio mesmo, desistimos da turistagem e fomos passar o resto da dia relaxando nas piscinas termais! 9que claro, vai merecer um post exclusivo, pois foi uma experiência única e muito divertida!)
Antes de voltar pro aeroporto, almocamos na varandinha do hotel Mirage que servem uns sanduíches bons demais! (e de quebra com a vista da Praça dos Heróis!).
Budapeste na Pratica:
– Brasileiros não precisam de visto para visitar a Hungria, e a cidade pode ser acessada por voos diretos vindos de todo o mundo, ou com escalas em outras capitais Europeias. Saindo de Londres, nos voamos Wizz Air (que eh um empresa Low cost dedicada aos destinos no Leste Europeu), mas a EasyJet e Ryanair tambem voam para Budapeste, assim como as cias mais tradicionais, como British Airways, Air France, Alitalia, KLM, etc.
– O aeroporto internacional é conectado ao centro da cidade por transporte publico – trens e ônibus, circulam frequentemente entre os dois ate tarde da noite. Algumas empresas de low cost também fazem seu proprio translado e voce pode comprar sua passagem de onibus direto com eles (no site quando voce compra sua passagem, ou direto durante o voo). Tanto a Wizz Air, quanto a Easyjet tem ese esquema. Mas se seu voo chega tarde, ou sai cedo, uma corrida de taxi demora apenas cerca de meia hora e custa uns 30 euros. Mas tencao! Os taxistas sao meio golpistas e se nao ficar atento, volta e meia alguem tenta tirar vantagem dos turistas! (quase caimos num golpe logo na nossa chegada, e o cara quería nos cobrar 90€ em vez de 30€! Como a moeda local eh meio confusa, demorei um tempinho tentando fazer a conta e entender o que estaba acontecendo e me neguei a pagar! No fial ele disse que foi “um erro” no taxímetro e eu estaba certo, a corrida era so 30 Euros mesmo…)
– A moeda local eh o Florint Hungaro, que tme uma conversao Ingrata e muito complexa… hehhhehe Na época da viagem a taxa era de 1 US$ para cada 223 Florints.
– Budapeste eh um destino perfeito para ser conjugado com outras ciudades ali na regiao central do Leste Europeu, e ja vi muito roteiros que combinam Viena na Austria, com Praga na Republica Checa e Berlin, na Alemanha, por exemplo – seria um roteiro SHOW a ser feito de trem ou carro!
– Na hora da hospedagem, tanto Buda quanto Peste sao boas opcoes e com muitos atrativos em volta, e seja onde voce se hospedar, com certeza vaia cavar atravesando alguma das muitas pontes da cidade para conhecer o outro lado tambem. Mas nas duas viagen suqe fiz a Budapeste, fiquei hospedada em Peste, e tenho a impressao que alem de ter mais opcoes de hospedagem, Peste eh mais “central”, com mais opcoes de transporte (de dia e de noite), lojas, restaurantes, cafes… enfim, a hospedagem em Peste facilita a “logística” da viagem.
– Uma das coisas que me lembrava da mina primeira viagem a Budapeste em 2006 eram os precos, e como tudo por la era tao barato. Entao dessa vez me surpreendi com o quanto achei tudo tao caro! Hoje em dia os precos de Budapeste se equiparam com qualquer outra capital Europeia, e ja deixaram de ser um destino super em conta. Os hoteis custam o mesmo que custariam na Espanha e Italia por exemplo (mas continuam mais baratos que Paris e Londres, sem duvidas), e a comida, atracoes e ate mesmo taxis custam um preco bem padrao Europa.
– Mas em compensacao, outra coisa que me lembro da mina primeira viagem a Budapeste era o contraste da pobreza e as marcas do passado soviético ainda recente. Bem, isso tambem mudou! Nada que um banho de loja estilo “agora fazemos parte da comunidade Europeia” nao resolva! A cidade esta mais limpa, os predios antigos recuperados e restaurados, e os contrastes estao menos evidentes. Por um lado, isso tras o aumento dos precos, e o fim das “pexinxas” do Leste Europeu, mas em compensacao tras mais empregos para os locais, melhores infraestruturas e uma sensacao de uma cidade bem mais segura e agradavel.
Adriana Miller, Carioca. Profissional de Recursos Humanos Internacional, casada e mãe da Isabella e do Oliver.
Atualmente morando em Denver, Colorado, nos EUA, mas sempre dando umas voltinhas por ai.
Viajante incansável e apaixonada por fotografia e historia.
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