Enquanto o continente todo vai em busca de muito sol nas areias do mediterrâneo durante o verão Europeu, pra mim os melhores destinos a serem visitados nessa época estão no Norte.
A Escandinávia fica especialmente encantadora nessa época do ano – as temperaturas sao agradáveis, os jardins floridos, as pessoas felizes e os dias intermináveis. E pra completar, como é uma viagem na contra mão do fluxo turístico, geralmente também é bem barato viajar pra lá!
Então foi isso que fizemos nos últimos anos; escolhemos o verão para rodar pelos Fjordes Noruegueses, cruzamos o Báltico entre a Finlândia e a Estônia, e exploramos a Lituânia e a Letônia, dirigimos pelos dias sem noite da Islândia e finalmente voltei a Suécia no auge da temporada!
E foi justamente essa viagem a Estocolmo durante o verão que me deixou com ainda mais vontade de voltar a Copenhagen.
Nao foi nossa primeira vez na cidade, mas foi como se fosse! Afinal, da outra vez fomos no auge do inverno e ainda demos azar de desembarcar bem no meio de uma nevasca!
Ou seja, além de dias congelantes, ainda tinha o problema de dias escuros, ruas interditadas pela neve e muitas atrações fechadas.
Então voltar durante o verão, foi como ver a cidade pela primeira vez!!
Mas como não foi a primeira vez, tivemos toda calma do mundo pra rever e explorar alguns lugares e curtir a cidade sem pressa!
Ficamos hospedados bem no centro, então começamos nosso passeio pelo cartão postal da Dinamarca Nyhavn, foi construido para facilitar a descarga de mercadorias do porto de Copenhagen pra a praça principal, Kongens Nytorv, bem ali do lado.
Hoje em dia, esse pequeno canal é o principal centro turístico da cidade, e diga-se de passagem, o mais fotogênico também!
Ali estão muitos bares, restaurantes, lojinhas e é o ponto de partida de muitos tours turisticos – por terra ou mar.
Sim, é super turístico, e tenho certeza que os Dinamarqueses diriam que a area não nada autêntica, mas não dá pra resistir, vai?
Aproveitamos os dias longos do fim do verão (já não tão longos assim) e sentamos numa das varandinhas pra comer frutos do mar vendo os barquinhos – e os turistas! – passar.
Ali do lado é impossivel evitar a grandiosa praça Kongens Nytorv, ou “A Nova Praça do Rei”, que tem uma enorme estátua equestre bem no meio, com a imagem de Christian V, um dos responsáveis pela revitalização da praça e da cidade no século 16.
Em volta dessa praça também estão alguns dos mais importantes edificios da Dinamarca, incluindo o Teatro Municipal / Casa de Opera e o “Hotel d’Angleterre”, o hotel mais antigo de Copenhagen – e também entre os mais caros – construido no prédio de 1755 e já hospedou personalidades como Grace Kelly e Madonna ou longo de sua história.
É ali também que fica o prédio mais antigo da cidade, que hoje em dia cede lugar a gigante loja de departamentos “Magasin du Nord”.
Construido no século 13, o prédio original servia de adega para as vinícolas da região; séculos depois passou a ter apartamentos, onde o ilustre escritor Dinamarquês HC Andersen morou quando tinha 22 anos (que ainda pode se visitado através do 3o andar da loja) – e hoje em dia pode ser apreciado por sua nova função: compras! Na “Magasin du Nord” é possível encontrar alguns dos melhores designers da Dinamarca, Escandinávia e do mundo).
E por falar em compras, é ali na praça Kongens Nytorv que começa a principal área comercial de Copenhagen, a rua Strøget.
Strøget é inteiramente dedicada para pedestres com um objetivo em comum: gastar seus Krones Dinamarqueses!
Mas a rua, além de enorme, é eclética, com lojas que variam entre as roupas de inverno da Moncler, as bolsas da Gucci, as araras da H&M e as tradicionais porcelanas da “Royal Copenhagen” (enlouqueci lá dentro e queria refazer a cozinha toda!).
As ruazinhas em volta também valem a pena serem exploradas, muitas delas também fechadas só para pedestres e cheias de restaurantes charmosos lojas de design e galerias de arte, se estendendo até o “bairro latino” (que assim como o bairro de mesmo nome em Paris, era sede da Universidade de Copenhagen e portanto Latim era a principal lingua falada na vizinhança), que até hoje preserva seu passado intelectual e artístico.
A Strøget só acaba lá do outro lado da cidade, na praça Rådhuspladsen, onde fica a prefeitura da cidade (um adendo: vocês assistiram a séria dinamarquesa “The Killing”/ “Forbrydelsen”? Essa praça aparece várias vezes na trama!).
Do outro lado da praça fica o incrível parque de diversões “vintage” Tivoli!
Você pode interromper o roteiro por ali mesmo e passar o resto do dia no Tivoli, ou deixar pra visitar o parque com mais calma (que foi oque fizemos! E ele vai ganhar um post exclusivo!)
De volta ao outro lado da cidade, também começando na praça Kongens Nytorv, fica a rua Gothersgade, uma avenida comprida, com vários hotéis e restaurantes (nosso hotel ficava por ali) que vai dar diretamente no parque Kongens Have, que hospeda o castelo Rosenborg Slot, castelo que era residência de verão da família real Dinamarquesa no século 17.
O castelo é pequeno, para proporções reais, com apenas 24 quartos espalhados por 3 andares, mas o que não tem em grandiosidade, tem em preciosidade, pois é lá que ficam armazenadas as joias da coroa Dinamarquesa desde 1658! Varios outros ambientes do castelo podem ser visitados pelo público, além dos jardins em volta, que durante o verão ficam especialmente disputados!
E por falar em castelos reais, outra das principais atrações da Copenhagen é o atual castelo real, construído em 1754. Na verdade, o Amalienborg e o Frederiksstaden são um complexo de 4 palácios, espalhados numa praça em formato octagonal.
E na verdade é a igreja Marmokirken e sua cúpula de mármore Norueguês que dominam a paisagem e dão aos 4 palácios o ar Real digno de uma residência aristocrática.
Mas pra chegar até lá, a partir da área de Nyhavn existem vários caminhos, mas no verão o melhor é pela “orla” da baía, na Larsens Plads. Que aliais, se seguida até o final, também te leva ao Kastellet, uma antiga citadela e forte militar, também no meio de um parque, com igrejas, museus e moinhos de vento em seu interior.
E a caminhada vale a pena – pois é ali também que fica a (pequena) estátua da (minúscula) Pequena Sereia.
A Pequena Sereia – não a princisa da Disney, e sim o personagem de HC Andersen – foi uma das coisas que não conseguimos ver quando fomos a Copenhagen no inverno, pois o vento e neve estavam agressivos demais para a caminhada na beira mar.
Então dessa vez fizemos questão de ir até lá, mesmo depois de termos ouvido incontáveis vezes o quanto ela é decepcionante.
E ok, ela realmente é pequena – é fácil de achar a estátua por causa da multidão em volta, mas ela mesmo se perde na paisagem. Mas ainda assim é uma daquelas coisas que você tem que ver com seus próprios olhos pra poder tirar suas próprias conclusões!
Outra área polêmica de Copenhagen é a comunidade Christianshavn.
Christianshavn é uma comunidade “livre”, onde, entre suas muralhas e atrás de suas portas, tudo vale. O bairro prega uma anarquia anti-governo e pró-comunidade, onde não se paga impostos nem existem muitas regras.
Ha quem ame e ha quem odeie – é uma questão de ponto de vista e como você escolhe “enxergar” o ideal do local. Por vezes uma cambada de vagabundos sem o que fazer. Oras uma comunidade utópica onde um mundo de igualdade realmente funciona.
Da primeira vez que estivemos em Copenhagen, nós passamos bastante tempo por lá, mas dessa vez preferimos focar em outras áreas da cidade. Mas assim como a Pequena Sereia, vale demais a pena dedicar um tempo pra ir lá ver com seus próprios olhos.
Adriana Miller, Carioca. Profissional de Recursos Humanos Internacional, casada e mãe da Isabella e do Oliver.
Atualmente morando em Denver, Colorado, nos EUA, mas sempre dando umas voltinhas por ai.
Viajante incansável e apaixonada por fotografia e historia.
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