14 Jun 2012
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Paris: Maison Champs Elysees – o hotel de Martin Margiela

Dicas de Viagens, França, Hoteis, Paris

Cada vez que eu vou a Paris a trabalho eu aproveito mesmo pra ir conhecendo hoteis diferentes pela cidade – a oferta oferecida pela minha empresa eh otima, e seria uma bobagem nao usufruir dessa vantagem!

Nos ultimos meses acabei passando mais tempo em Paris doque em casa, e numa dessas semanas minha “casa longe de casa” escolhida foi o hotel “Maison Champs Elysees“, um hotel que eh a cara de Paris!

Alem da localizacao bem ali no buxixo da Avenue Montaigne, e o predio historico, o hotel transborda moda por todos os lados, com conceito e design assinado pelo Martin Margiela, designer de moda Frances (mas que na verdade nasceu na Belgica), que antes de se destacar como queridinho fashionista, foi designer de marcas como Jean Paul Gaultier, Hermes e Comme des Garcons.

O hotel mistura o jeito minimalista-moderninho de Martin Margiela, sem perder a essencia e charme Parisiense, e com muitas referencias de moda em todos os corredores, como os manequins de modelagem que decoram os ambientes comuns do hotel.

Os quartos sao minimalistas, mas confortaveis (e modernos! Coisa rara em Paris…) e o servico super jovem e informal. Detalhes como computador Mac e sistema de som Bose no quarto dao o toque especial e diferenciam o hotel de outros do mesmo nivel em Paris 9que tendem a ser mais historicos e rebuscados).

Mas o melhor mesmo eh o preco – apesar de estar longe de ser um hotel “budget”, se considerarmos que eh um hotel 5 estrelas num dos enderecos mais caros de Paris, a diaria eh bem justa (a menos de 200€ por dia, eh praticamente uma barganha!)!

Maison Champs Elysees

8 Rue Jean Goujon,

Champs-Élysées, 75008 Paris

Adriana Miller
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13 Jun 2012
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Chernobyl: Homem X Natureza

Chernobyl, Dicas de Viagens, Ucrania

Uma amiga comentou no outro dia, que o mais divertido de viajar é ver o mundo, a vida e a historia acontecendo. Não só todas aquelas coisas que acontceram a milhares de anos atras e que lemos nos livros de história, mas sim oque esta acontecendo agora, ou oque acabou de acontecer. Afinal, viajar é ver com seus proprios olhos, onde a vida e a história acontecem.

E foi por isso que depois de muito debater e muito pesquisar, decidimos visitar Chernobyl na Ucrânia, como parte de nosso passeio.

Pode parecer meio macrabo para muitos, e oque ouvimos de piadinha sobre voltar da viagem com 3 bracos ou brilhando no escuro nao foi brincadeira! Mas assim como nossa visita a Auschwitz uns anos atras, eu acho importante conhecer de perto esses lugares que mudaram o curso da historia mundial – nao so aquela historia de Reis e Descobridores de seculos atras, mas sim aqueles coisas que se passaram a pouco tempo atras que tiveram um impacto direto na minha, na sua e nossa vida – e a seculos por vir, geracoes e mais geracoes vao ouvir falar desse dia e desses lugares, e da historia que nos estamos vivenciando agora.

Tudo bem que Chernobyl nao eh exatamente uma coisa que aconteceu ontem, mas ne, com a data de 1986, garanto que a grande maioria dos leitores por aqui cresceram ouvindo falar sobre esse acidente nuclear.

Os fatos basicos por si so ja sao impressionantes – mas tudo aquilo que lemos e ouvimos, meio que misturados a propaganda socialista, meio que no fim da Guerra Fria e a queda do Comunismo, fica dificil entender oque realmente se passou.

Mas estar la, ao vivo, vendo o Reator 4 a poucos metros de distancia e um contador de Geiger na mao foi realmente uma experiencia que me marcou pra vida! (nao no sentido literal da palavra, claro!)

A usina nuclear de Chernobyl fica nos arredores de Kiev, no norte da Ucrania, quase na fronteira com a Belarus. Sua cidade base era a pequena Pripyat, cidade modelo inteiramente contruida com o intuito de servir de base para a usina.

Pripyat foi o foco principal da visita, e onde passamos a maior parte do nosso tempo. E motivo eh bem simples: Pripyat hoje em dia eh uma cidade fantasma, 100% evacuada e abandonada por sua polulacao – parte da cidade foi destruida e enterrada pela exercido Russo, e oque sobrou, ficou a merce da natureza e do tempo, lacrada por quase 3 decadas – praticamente uma Angkor Wat do mundo moderno!

No dia 26 de Abril de 1986 pela manha, o corpo de bombeiros de Pripyat recebeu uma chamada de explosao e incendio no Reator 4 da Usina de Chernobyl. Esses bombeiros eram considerados os melhores da regiao, e chegaram ao local em 3 minutos recorde, controlando o incendio e cobrindo o buraco da explosao com concreto.

A explosao foi relativamente simples, nenhum funcionario da usina se machucou, e em questao de horas, o problema parecia estar sobre controle perante a populacao local – e o governo Sovietico estava disposto a manter a situacao assim, encoberta.

Porem, no momento que o reator explodiu a as cameras da usina foram abertas, as particulas nucleares entraram em rebulico e rapidamente se espalharam pela regiao, contaminando o ar, o solo, a agua e qualquer superficie na redondeza.

O problema eh que particulas radiotivas nao tem peso, nem cheiro, nem cor – e portanto a populacao local seguiu com a vida normalmente, sem saber que cada segundo que passava extrapolavam os limites saudaveis de exposicao a radicao.

Mas a nuvem contaminada se expalhou rapido, se espalhando por quase todo leste europeu ate atingir a Escandinavia – e so entao o governo Sovietico foi forcado a tomar acoes para remediar a situacao.

O primeiro passo: evacuar a zona de maior risco – os trabalhadores do Reator e a populacao de Pripyat.

E eh ai que a historia se torna tocante. Pripyat era uma cidade modelo, inteiramente construida (em 1970) pela Uniao Sovietica para ser o “espelho” de um mundo perfeito, onde tudo funcionava de acordo com os mandamentos da doutrina socialista, e a populacao era feliz e bem cuidada.

Os predios e casas eram modernas e confortaveis – a biblioteca era de ponta, com centenas de milhares de livros nas mais variadas linguas e a tecnologia disponivel a populacao era inexistente em outros estados da Uniao.

As escolas foram formadas para desenvolver os futuros lideres e cientistas da Uniao. Os ginasio esportivo, geraria os melhores atletas jamais vistos, e segundo nosso guia – pasmem! – a cidade tinha ate um restaurante! O apice do luxo, numa sociedade onde todos tem acesso apenas ao que eh fornecido (igualmente) pelo governo em suas lojas de distribuicao. Eles tinham ate mesmo um parque de diversao! (olha so o nivel do conforto! Ter o direito a se divertir!).

A cidade e sua felizarda populacao eram constantemente personagens e cenario de propagandas politicas onde a Russia tentava mostrar ao mundo Socialista que sim, o modelo proposto funcionava, e muito bem.

Pois bem. No dia 29 de Abril de 1986, apenas 3 dias depois da explosao do reator, o alarme da cidade soou, o exercido Sovietico invadiu a cidade, e seus cerca de 50.000 habitantes foram evacuados numa missao de guerra em cerca de (miseras!) 3 horas!

Nos andamos pela rota utilizada para a evacuacao da cidade, e todo material posteriormente abandonado pelo exercito (afinal, tudo ultilizado na operacao foi contaminado, e portanto deixado no “cemiterio” de Chernobyl) e o impacto que teve na populacao.

Nao eh permitido entrar em nenhum dos predios (aos poucos, eles estao se desmoronando), mas tudo foi deixado exatamente como estava.

Criancas foram retiradas da escola no meio da licao. Familias deixaram a comida no prato. Trabalhadores deixaram suas tarefas pela metade.

E isso foi aquele lembrete de que por tras de todo desastre, de todo fato historico, existem vidas – perdidas e afetadas para sempre. Imagina o desespero que deve ser ter que abandonar sua vida sem nenhum aviso, sem a chance de olhar pra tras nem poder levar consigo nenhuma memoria.

O parque de diversao abandonado e agora caindo aos pedacos – a evacuacao aconteceu dias antes da inauguracao da roda gigante, a atracao mais esperada pela populacao.

A serra eletrica do marceneiro que nao foi guardada de volta na oficina.

O colegio com a licao pela metade no quadro negro.

E o mais impressionante de todos, a creche que abrigava as criancas dos trabalhadores da Usina, uma das poucas casas que nao foram destruidas do bairro (os predios permanecem, mas muitas das casas foram demolidas para evitar contaminacao).

Talvez seja o impacto de imaginar a cena caotica e de panico envolvendo criancas tao pequenas, longe de seus pais sendo evacuadas pelo exercito… E do outro lado da cidade, pais sendo evacuados sem saber o paradeiro de suas criancas.

O sapatinho que ficou pelo chao. A boneca esquecida. Os bercos vazios. Os livros e jogos pisoteados…

A populacao foi obrigada a deixar suas casas e todos os seus pertences para tras, e foram transferidos para campos de refugiados em Belarus, sem ter direito a nem mesmo a roupa do corpo – afinal elas tambem estavam contaminadas.

Mas muito pouco se sabe sobre essa populacao de “sobreviventes”, e ate mesmo o numero de vitimas eh incerto.

Tecnicamente, ninguem morreu nem se machucou na explosao inicial, e alguns dos dados oficias Sovieticos da epoca apenas reconhecem 31 mortes – todos os bombeiros que acudiram a explosao morreram cerca de 1 semana depois (a descricao do guia foi que eles cozinharam de dentro pra fora, devido a exposicao exagerada a radiacao), assim como os trabalhadores da Usina que estavam na area imediata.

Mas os dados recolhidos entre 1986 e 2000 mostram numeros muito diferentes, incluindo dados de incidencias altissimas de cancer de tireoide, deformacao de fetos e recem nascidos, e a populacao das outras cidades vizinhas, que em alguns casos demoraram anos para serem relocadas para regioes seguras.

A devastacao economica tambem nao pode ser esquecida, e muita gente atribiu a Catastrofe de Chernobyl como uma das principais causas da queda da URSS 4 anos depois, tamanho foi o impacto politico, social e economico na Uniao, que incliu um embargo a todo e qualquer produto plantado, colhido e produzido em todo Leste Europeu, levando ao colapso economico de paises inteiros (muitos deles ainda vivem na pobreza ate hoje – a Ucrania inclusive).

A regiao ficou vedada por mais de duas decadas e so voltou a ser aberta ao publico nao-cientifico e de manutencao nos ultimos anos – e esse abandono se ve em cada esquina.

Alem daquela sensacao de estar andando no set do The Walking Dead completamente abandonado, eh incrivel ver como rapidamente a natureza reclama seu espaco e pouco a pouco foi tomando conta do lugar.

Quando visitamos lugares como Roma, Egito ou Angkor Wat, saimos impressionados de como construcoes sobrevivem o teste do tempo, ainda estando de pe milenios depois – ja em Chernobyl a sensacao eh justamente o contrario – como a sociedade moderna eh fragil perante a natureza, e como tao facilmente as coisas podem dar errado!

Afinal se pensarmos bem, sao menos de 3 decadas – um nada historicamente falando!

Eu lembrei muito de Angkor Wat enquanto estava em Chernobyl, e o fato de que as construcoes no Camboja, em pedra macica, sobreviveram ao tempo, e quase mil anos depois, ainda estao la, em meio a natureza, com galhos e troncos decorando as paredes e colunas.

Ja Chernobyl, pouquissimas geracoes terao o privilegio de ver de perto antes que tudo seja destruido pela natureza, que ano apos ano, inverno apos inverno, vai destruindo e se infiltrando no chao de concreto e nas paredes de tijolo construidos na decada de 1970.

Como visitar Chernobyl na Pratica:

Nossa visita, que para muitos de nossos amigos e conhecidos foi classificado como “loucura” soh foi decidida depois de muita pesquisa e a certeza de nossa seguranca.

Afinal, piadinhas a parte, eu queria me certificar que o passeio seria seguro e nao sofreriamos nenhuma sequela nem consequencia devido a exposicao a material radioativo.

E o resultado da pesquisa foi positivo: a regiao de Chenobyl esta longe de ser o lugar mais saudavel do planeta, e entrar na area restringida eh cercado de regras e restricoes, mas para meros visitantes como nos, tomando certos cuidados, e passando apenas algumas horas por la, teria o mesmo efeito da exposicao radioativa de um voo transatlantico – como faco muitos desses por ano e ainda nao cresci um terceiro braco, me senti segura (menos que um Raio-X no dentista).

As regras a seguir durante o passeio sao tao simples como: nao comer nem beber nada la dentro (eles transportam agua e comida diariamente para cozinhas especiais – nos almocamos junto com os funcionarios de manutencao da usina), nao tocar em absolutamente nada sem a permicao do guia. Nao caminhar fora das trilhas permitidas, nao pisar em pocas d’agua nem lama, nem pisar nas plantas de musgo que crescem no chao (que sao extremamente radioativas e contaminadas).

Todos nos passamos por uma inspecao na entrada e na saida da area de protecao, e se por acaso algum de seus pertences estivessem contaminados, essa peca sera destruida imediatamente (nosso guia disse que o mais comum eh ver turistas voltando pra casa sem sapato, por pisarem em locais proibidos).

Outro detalhe importantissimo eh que as visitas turisticas sao apenas feitas por pouquissimas agencias autorizadas e com guias treinados (que tambem seguem regras serissimas de rotas e expedientes e check up de saude) e autorizadas pelo Governo da Ucrania e da Agencia Europeia de Seguranca Nuclear.

Sua requisicao de visita deve ser feira com no minimo 11 dias uteis de antecedencia, e pedidos com menos tempo que isso sao imediatamente recusados.

Seu formulario eh encaminhado da agencia pro governo, eles analizam sua ficha e enviam a autorizacao diretamente pra agencia – nos soh ficamos sabendo que tinhamos sido aceitos 3 dias antes da viagem!

A fiscalizacao eh rigida, seu passaporte deve ser carregado e presentado o tempo todo em varios check points, onde os guardas verificam se cada um de nos tinha mesmo recebido permissao do governo para estar ali dentro (um carinha Espanhol do nosso grupo foi barrado – e atrasou nosso passeio em quase 2 horas! – porque preencheu a ficha com o nr da Carteira de Identidade, mas apareceu por la com o passaporte; que foi imeditamente recusado e foi enviado de volta a Kiev).

Nosso tramite e visita guiada foi todo feito pelo Yuri, da agencia  UkranianWeb, que foi super prestativo, esclareceu todas as nossas duvidas e falava um Ingles perfeito!

E como valeu a pena essa trabalheira toda, viu! Visitar um lugar como Chernobyl eh dessas experiencias e licoes de vida que te mudam pra sempre!

 

 

Adriana Miller
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26 May 2012
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Kiev: a capital mundial das Igrejas Ortodoxas

Dicas de Viagens, Kiev, Ucrania

Como disse no post anterior, esse “titulo” foi eu que inventei mesmo – sem nenhum censo nem pesquisa teologa-arqutetonica como embasamento. Mas acho dificil achar outra cidade que tenha tantas catedrais Ortodoxas (Patriarcado Russo) por metro quadrado como Kiev!

E nao importa como voce vai tentar organizar seu passeio pela cidade, pode ter certeza que qualquer roteiro em Kiev terah as Igrejas como atracao principal.

Mas tambem pudera – Só Catedrais sao 5, sem contar o maior monastério Ortodoxo do mundo, que so la dentro sao mais 9 Igrejas.

Para onde voce olhe, la estao elas… enormes, coloridas e com suas cupulas douradas reluzindo no sol. Um contraste inconfundivel numa cidade tao cinza!

Seus formatos e suas cores sao magneticas para qualquer camera fotografica, entao nosso fim de semana em Kiev se rezumiu a basicamente isso, rodar a cidade em busca dos melhores angulos de cada uma de suas catedrais – sempre admirando a devocao dos Ucranianos, que encabecam a lista de povos mais devotos e religiosos da Europa!

A qualquer hora do dia ou da noite, as Igrejas estavam sempre cheias de peregrinos e devotos, de todas as idades, sexos e classe sociais. As mulheres sempre de cabeca coberta (mas com as pernas super de fora!) e todos trazem suas flores para oferendas. Eh um ritual contagiante!

A Igreja de Santo Andre (Андрiївська церква em Ucraniano), nao eh a maior nem a mais imponente da cidade, mas sua localizacao, no topo da colina Andriyivska no bairro boemio Podil, lhe da um destaque sem igual.

Suas cores em tons de azul e verde, com detalhes em dourado combinam perfeitamente com o verde jardim a sua volta e o azul do ceu, ja que voce sempre vai olhar a Igreja de baixo pra cima!

A localizacao da Igreja foi escolhida a dedo pelo Principe Vsevolod I, no local onde supostamente o Apostolo Andre ergueu uma cruz e declarou que a cidade deveria virar Crista – mas principalmente, num ponto que se sobresairia na paisagem da cidade.

O problema eh que esse local tao minuciosamente escolhido tem uma pessima fundacao, e a igreja esta aos poucos afundando e rachando. Entao no momento ela esta passando por uma grande reforma de restauracao e reconstrucao de sua fundacao, e todo bairro Podil esta interditado por causa disso.

Ja a Catedral de Santa Sofia eh um dos principais icones da cidade, e junto com o Monasterio das Cavernas foi reconhecido como Patrimonio da Humanidade pela Unesco.

Diz a lenda que a Catedral recebeu esse nome em homenagem a Hagia Sofia de Istambul e eh dedicada a “sabedoria sagrada” e nao a Santa Sofia, assim como a versao Turca.

As contruções foram iniciadas em 1011 sob o reinado de Vladmir, O Grande e portanto tomou um banho de loja  na ultima década em preparação a comemoração de seus 1000 anos em 2011!

A Catedral tambem tem, alem da Igreja principal, um Campanario e a torre do Sino e uma estrutura separa que hospeda o museu “Sofia de Kiev” – tudo isso em arquitetura Bizantina, com 5 naves internas e 13 cupulas externas, em tons de verde e branco.

Dividindo a mesma praca, bem ali do outro lado da rua esta a Catedral de Sao Miguel, ou Mykhailivsky.

As duas se complementam perfeitamente, criando uma praca que eh o coracao turistico e religioso (e fotografico!) de Kiev.

A Catedral ainda eh um Monasterio em atividade, e foi construida cerca de 100 depois da Sofia, em 1108 aob o governo do principe Sviatopolk II Iziaslavych que quiz construir uma Igreja em homenagem a seu santo patrono, o arcanjo Miguel, que era considerado o patrono de guerreiros e vencedores, em homenagem a vitoria de Sviatopolk II na batalha contra os barbaros Hungaros.

As cupulas douradas eram de ouro macico, e foram inteiramente destruidas e roubadas quando pais foi invadido pelo exercito Mongol no seculo 13 – que desfez o monasterio que estava baseado ali e fez com que a Catedral ficasse abandonada por varios outros seculos.

Mas a Igreja foi reconstruida no seculo 15 e passou a abrigar quase 300 monges, e passou a ser a principal Catedral da cidade – entre o seculo 15 e a revolucao Russa de 1917, eram os monges da Sao Miguel que craivam as joias da realeza e os aneis Reais dos monarcas Ucranios. Acreditava-se que os aneis manufaturados e abencoados pelos monges tinham poderes anti-bruxaria e protegeriam os Reis de doencas e morte subita, ja que o Monasterio Sao Miguel foi um dos poucos lugares na Ucrania a nao serem afetados pela peste negra na Europa.

Mas ainda assim, nenhum Monasterio tem a importancia e imponencia do Monasterio das Cavernas, o Pechersk Lavra.

Esse Monasterio eh considerado o centro da religiao Ortodoxa do Leste (Russa), como se fosse uma especia de Vaticano Ortodoxo., alem de tambem ser a residecia oficial do Volodymyr Sabodan, o “cabeca” da Igreja Ortodoxa (o “Papa” Ortodoxo).

Entao todos os anos sao centenas de milhares de peregrinos que viagem todo o continente para visitar e prestar suas homenagens e pagar suas promessas no Pechersk Lavra.

A estrutura do Monasterio eh gigantesca, incluindo nao so a Igreja principal, a Catedral Dormition e as cavernas subterraneas e mais outras 8 igrejas espalhadas pela area cercada pela muralha do monasterio.

E lá dentro é que a gente se dá conta da fé dos Ortodoxos.

Quando comecei a planejar a viagem eu tive bastante cuidado em pesquisar as datas, pra justamente não coincidir com nenhum feriado religioso (fomos no nosso feriado da Pascoa, mas a Pasco Ortodoxa é sempre na semana seguinte), e mesmo assim acabamos deixando pra ir lá no Domingo e ficamos impressionados com a quantidade de gente peregrinando e rezando nas igrejas.

No horario das missas, em cada uma das igrejas, a quantidade de pessoas era tanta, que os patios em frente a cada Igreja tambem ficava lotado, e os Padres saiam da Igreja pra estendar a bençao ao pessoal que não conseguiu lugar lá dentro!

E isso sem mencionar que o interior das Igrejas Ortodoxas tendem a ser enormes, pois elas tem uma arquitetura bem diferentes das Igrejas Ocidentais que estamos acostumados.

E claro, vale a pena falar do interior das Igrejas!

Geralmente não é possível tirar fotos dentro de Igrejas Ortodoxas, e Kiev não foi exceção (oque foi uma pena, pois todas são lindíssimas!)

Mas por sorte, logo que entramos em Pechersk Lavra, enquanto tentavamos fugir da multidão na saida das missas, entramos numa das igrejas menorzinhas e secundária, e por sorte, pudemos comprar o “passe” para fotografia que nos permitia fotografar lá dentro! E não tinha mais ninguém!

Logicamente, em segundos sacamos nossas câmeras e começamos a registrar os detalhes incríveis!

O nivel de detalhe dentro das Igrejas e Catedrais Ortodoxas é incomparável – na primeira viagem que fiz pra Moscou, fizemos o Tour do Kremlin (e ano passado também fizemos um tour parecido nas Igrejas da Romênia) onde aprendi sobre a arquitetura e organização hierárquica das igrejas Ortodoxas.

Pra começar que elas não tem aquela divisão de nave e altar que estamos acostumados – o interior das Igrejas é um grande vão aberto, sem cadeiras, sem coxia etc.

Todos ficam de pé como iguais, e lá na frente esta o Abside, uma espécie de Altar, que fecha toda a frente da Igreja, e geralmente os padres e os rituais são feitos por tras dessa barreira.

Mas oque impressiona mesmo são as pinturas em cada milímetro quadrado das paredes. E o motivo é simples – na idade média o proletariado não tinha direito a alfabetização, e portanto não sabiam ler a Bíblia.

Portanto a unica maneira da população aprender os ensinamentos da Igreja era atraves de imagens e pinturas, contadas nas paredes das Igrejas. Então cada igreja conta sua história, mas todas tem em comum as imagens que decoram a porta de saida da igreja, onde sempre mostram imagens do paraiso e inferno – aquele ultimo lembrete dos beneficios de seguir as doutrinas que voce acabou de aprender ou não.

Por fim, a ultima grande Catedral que visitamos a São Vladimir, que fica no Oeste da cidade, e se destaca por suas cores espalhafatosas – amarelo ovo nas paredes, com cúpulas azul celeste e muitas estrelas douradas.

Essa é a igreja mais recente de Kiev, mas tem um diferencial – foi construída pela população.

Em 1800 e poucos, o Patriarcado de Moscou sugeriu a construção de uma igreja pra comemorar os 900 anos do nascimento de Vladimir, O Grande, um Principe Ucrâniano que virou Santo ortodoxo após sua morte.

A população ficou comovida, e fiéis ortodoxos de todo mundo enviaram suas contribuições para financiar a construção da Igreja, e cerca de 30 anos depois a Igreja abriu suas portas pela primeira vez.

 

Adriana Miller
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